Na manhã desta sexta-feira (23), antes da abertura do mercado, a Usiminas (USIM5) divulgou os resultados obtidos no primeiro trimestre deste ano, inaugurando mais uma temporada de divulgação das informações financeiras das companhias. O resultado foi forte e veio acima das expectativas em termos de Ebitda e lucro líquido.
Em comparação com o 1T20, os números nem parecem ser da mesma companhia, devido à diferença grande entre os resultados, principalmente pelo momento do ciclo muito distinto do mercado de minério de ferro e do aço, com o 1T21 batendo mais um recorde de rentabilidade.
Portanto, em relação ao 4T20, os números são mais comparáveis. Os principais destaques deste trimestre foram:
i) Recorde de receita líquida trimestral da companhia, em maior patamar desde 2009, alcançando uma alta de 29 por cento em relação ao 4T20, registrando 7,06 bilhões de reais.
ii) Ebitda (métrica de geração de caixa operacional) ajustado por efeitos não-recorrentes, registrou uma alta de 64 por cento na comparação trimestral, chegando a 2,39 bilhões de reais com margem recorde de 33,8 por cento (contra 26,6 por cento no 4T20).
A companhia registrou lucro líquido de 1,2 bilhão de reais, 17,9 por cento menor que o do 4T20 (1,9 bilhão de reais), porém é explicado por efeitos de reversão de avaliação de ativos (impairment), além do ganho no resultado financeiro de 220 milhões de reais no trimestre passado devido à variação cambial, o que não ocorreu neste trimestre, de modo que o lucro líquido foi apenas um mero efeito contábil, não afetando a geração de caixa da companhia.
E Eu Com Isso?
A empresa aproveita um excelente momento de alinhamento de estrelas no mercado de aço, com demanda externa forte, além da demanda doméstica puxada pela recomposição de estoques na indústria, oferta restrita, câmbio em patamares altos. Isso favorece a rentabilidade da companhia, que vem aumentando a sua produção após o religamento de altos fornos para produzir mais aço, além do repasse de preços sem dificuldades.
Esperamos um impacto positivo no preço das ações da Usiminas (USIM5) no curto prazo, não somente pelos excelentes resultados apresentados, mas também pela continuidade de bons indicadores para o setor, com a companhia mantendo um nível de alavancagem financeira baixa (cerca de 0,3 vezes na relação Dívida Líquida / Ebitda) e mais espaço para repasse de preços no aço e retorno do volume de vendas de minério de ferro.
O resultado também deve impulsionar para cima outras ações do setor de mineração e aço (Gerdau, CSN e Vale), com a Usiminas servindo de referência para o que esperar dos próximos números divulgados pelas demais empresas.
O segmento de minério de ferro apresentou volume de vendas menor, pela queda na demanda sazonal chinesa e paradas programadas de manutenção, porém os preços mais altos no trimestre compensaram estas paradas, tendo um crescimento de receita líquida de um pouco mais de 4 por cento em relação ao 4T20, atingindo 1,47 bilhão de reais.
Porém o principal destaque está no segmento de aço, que obteve um crescimento de receita superior à alta de custos, melhorando a margem Ebitda de 13,9 por cento no 4T20 para 21,8 por cento neste trimestre, alcançando 1,26 bilhão de reais.
Além disso, o resultado vem sendo complementado pelo segmento de Transformação de Aço (Soluções Usiminas) com o lançamento do e-commerce em março para venda de aços galvanizados e chapas modificadas, com maior valor agregado que as bobinas de aços laminados e aços especiais para indústrias.
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