Após ter sinalizado que concorreria novamente ao cargo atual, o governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), recuou e agora volta a cogitar uma candidatura presidencial, juntando nomes de peso do centro político para configurar uma terceira via, entre Lula e Bolsonaro.
Para confirmar sua candidatura à presidência, o governador de São Paulo terá que convencer a maioria de seu partido, nas prévias, de que é o melhor nome para 2022. A estratégia do tucano é filiar ao PSDB e lançar seu vice, Rodrigo Garcia (DEM) para governador do estado, com o ex-governador Geraldo Alckmin disputando uma cadeira para o Senado Federal ou para a Câmara dos Deputados, caso o senador José Serra (PSDB-SP) queira concorrer a mais um mandato no Senado.
Como candidato a presidente, Doria gostaria de reunir apoio de outros nomes de fora da polarização entre o atual presidente e o ex-presidente, como Ciro Gomes (PDT), João Amoêdo (Novo), Luiz Henrique Mandetta (DEM), Luciano Huck, Sergio Moro e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Como a história mostra, contudo, uma aliança deste porte é tarefa muito difícil para qualquer nome que se apresente como terceira via.
Apesar de reconhecer que o debate eleitoral só deve esquentar no fim deste ano, Doria já quer definir seu futuro para 2022. Eventuais adversários internos para lançar a candidatura pelo PSDB são: Tasso Jereissati (CE), Eduardo Leite (RS) e Arthur Virgílio (AM).
Além de convencer o partido, o governador de SP também terá que mostrar que tem força para desbancar Lula ou Bolsonaro – atualmente, o desempenho de Doria é muito baixo nas primeiras pesquisas eleitorais.
E Eu Com Isso?
Existe ainda muito chão para as eleições de 2022, mas o que se observa é a movimentação de atores políticos relevantes a fim de discutir e posicionar uma candidatura de centro, para fazer frente à polarização entre o petismo e o bolsonarismo.
No cálculo político, deve entrar o preço de disputar uma eleição que tende a girar em torno de dois nomes de grande apelo popular, levando à possível radicalização do debate e eventual desidratação da terceira via. Dessa forma, o governador de São Paulo só deve se lançar à presidência caso consiga obter o apoio de outros nomes importantes do centro político. Caso contrário, corre-se o risco de queimar seu nome para posteriores candidaturas a nível presidencial.
Uma candidatura de centro, com alguma chance de chegar ao segundo turno, poderia renovar os ânimos de investidores para a disputa de 2022. Atualmente, porém, essa parece uma realidade ainda distante.
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