Em 15 de abril, a MRV divulgou sua prévia operacional para o 1T21. Seus números vieram mistos, com resultados sólidos em lançamentos, porém com maior consumo de caixa no período.
A companhia apresentou uma queda de 3,2 por cento nas vendas contratadas no ano contra ano, registrando 1,6 bilhão de reais. Quando analisado o preço médio por unidade vendida, este já exprimiu uma alta de 5,0 por cento, contabilizando 167 mil reais.
A composição dessas vendas se deu 1,6 bilhão para o segmento de baixa renda, com este apresentando vendas sobre oferta (VSO) de 17,4 por cento. Além disso, as vendas ainda contaram com 10 milhões de reais na marca Urba.
No caso de seus lançamentos, a MRV apresentou uma forte expansão, com alta de 58,0 por cento no período, totalizando 1,7 bilhão de reais. Por unidade, essa alta foi de 6,2 por cento, registrando 171 mil reais. A companhia ainda ressaltou que este foi o maior volume de lançamentos em um primeiro trimestre na história do grupo.
Essa alta ocorreu principalmente devido à alta de 56,9 por cento no segmento de baixa renda, além de um acréscimo de 12 milhões de reais com a marca Urba.
Além disso, a MRV ainda lançou seu primeiro empreendimento na cidade de Campinas para segmento de média renda, com a marca Sensia, cujo Valor Geral de Vendas (VGV) foi de 108 milhões de reais, registrando 33 por cento de suas unidades vendidas no trimestre.
Como ponto negativo, verificamos um forte aumento no consumo de caixa, este adicionando 360 milhões de reais no trimestre. Este foi explicado principalmente devido à antecipação de compra de materiais de construção para o segmento de baixa renda, de modo a se precaver de uma alta na inflação, além da expansão das operações da marca AHS Residential nos Estados Unidos.
E Eu Com Isso?
A MRV apresentou resultado misto no período. Apesar do maior volume de lançamentos, a MRV decepcionou em seu consumo de caixa, muito maior que o previsto. Dessa forma, esperamos um impacto levemente negativo no preço das ações da companhia (MRVE3) para o curto prazo.
Um dos fatores que elevou o consumo de caixa do período foi a maior compra de materiais de construção para o segmento de baixa renda, com a MRV já precificando um cenário de maior inflação e incerteza. Para o segmento este é, de fato, um quadro mais desafiador, uma vez que a companhia não possui tanta flexibilidade para aumentar os preços de venda de seus empreendimentos no segmento de baixa renda. Assim, entendemos que sua decisão em antecipar a compra de materiais foi acertada.
A MRV ainda conta com um expressivo aumento de banco de terrenos para as fases seguintes de seus empreendimentos, tendo aumentado em 15 por cento no ano contra ano, contabilizando 66,3 bilhões de reais.
A plataforma habitacional da companhia também já se encontra preparada para intensificar suas operações e alcançar o patamar previsto de 80 mil unidades anuais, dentro dos próximos anos. Segundo a companhia, a estratégia é adquirir terrenos com o objetivo de adequá-los à sua plataforma habitacional.
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