Na última sexta-feira (12) após o fechamento do mercado, a XP inc. (XP:NASDAQ), anunciou ao mercado que Guilherme Benchimol, fundador e CEO da XP nos últimos 20 anos, deixará a função para o atual diretor de tecnologia e operações Thiago Maffra.
Benchimol terá a nova função de presidente executivo do Conselho de Administração da empresa. Em entrevista, o atual CEO da companhia deixou claro que continuará a ser a “cara” da XP para o mercado. Em seu novo cargo, Guilherme seguirá focado na visão de longo prazo da companhia e na estratégia de M&A (fusões e aquisições).
Thiago Maffra tem 36 anos e liderou a estratégia e o desenvolvimento da plataforma de serviços financeiros e transformação digital da XP nos últimos três anos. Maffra foi escolhido para o cargo por unanimidade da diretoria da companhia por ser visto como o mais apto para gerir o dia a dia da empresa.
Em uma entrevista logo após o anúncio, Benchimol também destacou que o movimento recente realizado pela americana Amazon (AMZO34), que também trocou o comando de CEO que era ocupado pelo fundador da companhia, Jeff Bezos, pelo seu diretor de tecnologia, foi um fator que contribuiu para ratificar a decisão da companhia.
E Eu Com Isso?
Em nossa visão, as ações da companhia (XP:NASDAQ) podem sofrer certa volatilidade com a notícia, algo comum quando há trocas no comando de empresas, porém enxergamos a mudança na direção como um movimento de continuidade para a companhia e não como uma ruptura do que estava sendo feito.
A transformação digital liderada por Maffra, hoje é um dos principais diferenciais da companhia que tem focado seus esforços em sua plataforma digital. A companhia é capaz de lançar um produto, desde sua concepção até o lançamento, em seis meses, além de estar desenvolvendo um banco digital próprio para seus clientes. Por essa razão enxergamos com bons olhos o nome escolhido para a troca.
Como o próprio Maffra já disse em entrevistas passadas, a XP procura ser reconhecida como uma empresa de tecnologia. A promoção do diretor de TI para a presidência de uma das mais relevantes instituições financeiras do país indica a continuidade da companhia nesse rumo.
O setor financeiro brasileiro vem passando por um intenso processo de digitalização, com a área sendo um dos principais focos dos investimentos dos grandes bancos. A competição de fintechs, estimuladas pelo incentivo à competição do Banco Central, vem mudando a forma que as principais instituições financeiras trabalham e trazendo uma série de melhorias para a qualidade e o preço dos serviços financeiros no país.
Enquanto os grandes bancos tentam se adaptar a novas formas de se trabalhar, com equipes multidisciplinares e foco na experiência do consumidor, as fintechs e empresas de tecnologia em geral já nascem com essa mentalidade, o que na nossa visão deve trazer ganhos expressivos para elas no curto prazo.