O Banco Central (BC) divulgou, na manhã desta segunda-feira (14), o seu nível de atividade mensal, o IBC-Br. O índice é considerado um indicador antecedente, uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesta edição, os dados do IBC-Br mostram uma retomada da atividade econômica. Em outubro, considerando-se os dados dessazonalizados, a atividade econômica avançou 0,86 por cento. Em 12 meses, a queda foi de 1,79 por cento. Os dados sem ajuste sazonal mostram uma oscilação mais ampla. No mês de outubro, uma alta de 1,51 por cento em relação a setembro. Em 12 meses, uma queda de 2,61 por cento. No ano, são dados ruins. No entanto, com um ponto muito importante: mesmo negativos, eles mostram um desempenho da economia melhor do que o esperado pela edição mais recente do Boletim Focus, também divulgado pelo Banco Central.
Os números do IBC-Br são uma prévia, e costumam mostrar divergências com o cálculo do PIB, pois sua base de avaliação e sua metodologia de cálculo são diferentes das usadas pelo IBGE. Mesmo assim, os dados da atividade econômica mostram que a recuperação da economia tem sido mais rápida e mais ampla do que as estimativas dos investidores mostram.
O cenário também é positivo no mercado internacional. A semana se iniciou com uma melhora das expectativas com relação a um acordo entre o Reino Unido e a União Europeia para o restabelecimento de relações comerciais após a entrada em vigor do Brexit, e com otimismo respeito tanto do pacote de estímulos à economia americana quanto com o início da vacinação contra o coronavírus nos Estados Unidos. O Senado americano aprovou, na semana passada, uma extensão temporária da ajuda governamental, que pode se encerrar no próximo dia 26 de dezembro.
Boletim Focus
A penúltima edição do ano do Boletim Focus trouxe algumas alterações em relação às edições anteriores. Pela primeira vez desde o terceiro trimestre, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) recuou levemente. A estimativa é de uma retração de 4,41 por cento, levíssima piora ante os 4,40 por cento de queda previstos na edição anterior. Há quatro semanas, a estimativa dos agentes de mercado para o PIB em 2020 era de um encolhimento de 4,66 por cento. A inflação esperada voltou a subir. O IPCA previsto para o ano avançou para 4,35 por cento ante 4,21 por cento na edição anterior. Há quatro semanas, o prognóstico era de 3,25 por cento. E o dólar esperado no fim do ano voltou a cair, recuando para 5,20 reais, leve baixa ante os 5,22 reais da semana passada. Há quatro semanas, a estimativa era de 5,41 reais.
Indicadores
A prévia extraordinária das Sondagens da Fundação Getulio Vargas (FGV) indica que o mês de dezembro deverá registrar a terceira piora consecutiva da confiança dos empresários e dos consumidores. Segundo a prévia, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuaria 1,7 ponto em dezembro frente a novembro, e o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) cairia 4,1 pontos, para 77,6 pontos, registrando o menor valor desde junho. Segundo a FGV, a mudança de humor foi provocada pela piora das expectativas diante do maior risco de uma segunda onda de contaminação, pelo iminente fim dos benefícios emergenciais e pelas dificuldades do mercado de trabalho. Entre consumidores de renda mais baixa, há ainda a preocupação com a aceleração da inflação.
E Eu Com Isso?
A semana começa com os pregões internacionais em alta, devido a avanços no cenário político e econômico internacional e à perspectiva do início da vacinação em breve nos Estados Unidos. Os contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500 estão em alta no começo dos negócios.