A Engie Brasil (EGIE3) apresentou nesta quinta-feira (5), após o fechamento dos mercados, o seu resultado do terceiro trimestre. O resultado veio regular, com receita um pouco abaixo do esperado e Ebitda e lucro líquido em linha com as estimativas.
A receita líquida total foi de 3,2 bilhões de reais, 28,7 por cento a mais que no 3T19. Contudo, quase a totalidade do aumento se deve a um ajuste contábil no registro das receitas com construção do segmento de transmissão de energia. Excluindo as receitas deste segmento (considerando apenas geração de energia, trading e painéis), a receita líquida foi de 2,4 bilhões de reais, estável em relação ao 3T19.
O Ebitda, métrica normalmente utilizada para medir o potencial de geração de caixa operacional da companhia foi de 1.432 milhões de reais, 9,4 por cento a menos que no 3T19. Porém, no resultado do ano passado houve ganhos não recorrentes na ordem de 321 milhões de reais. Desconsiderando-os, o Ebitda da Engie aumentou 13,6 por cento.
Por fim o lucro líquido foi de 490 milhões de reais, 34 por cento a menos que no 3T19. Desconsiderando o não-recorrente do 3T19, a queda foi menor, de 7,7 por cento.
O resultado da Engie foi regular, em linha com as expectativas. Por conta disso, esperamos um desempenho próximo ao Ibovespa na sessão desta sexta-feira (5), dado que as ações (EGIE3) apresentaram desempenho acima do índice setorial de energia elétrica e do Ibovespa na semana (alta de 8,6 por cento contra 7,9 por cento e 7,2 por cento, respectivamente).
A respeito das operações, a energia vendida foi de 9.617 GWh (4.355 MW médio de potência), 4,3 por cento a menos que no 3T19 e um pouco abaixo do esperado. Já o preço médio dos contratos (líquidos de tributos sobre a receita) foi de 196,6 reais por MWh, 3,8 por cento a mais que na comparação anual.
Na parte do resultado operacional (Ebitda), a Engie começa a se beneficiar dos resultados da Transportadora de Gás (TAG), que passou, por meio da equivalência patrimonial, 102 milhões de reais no resultado.
Na última linha, o resultado foi afetado pelo aumento nas despesas financeiras de 95,4 por cento devido, principalmente, na variação da linha de concessões a pagar, afetada pelo reajuste do IGP-M de 9,3 por cento no trimestre.
Apesar do resultado mediano, destacamos a resiliência da Engie e das suas linhas de negócio. No ano a sua energia vendida, por exemplo está estável, enquanto o Ebitda e lucro líquido apresentam alguma variação positiva. O resultado parcial de 2020, em especial considerando o aspecto da pandemia no nível de produção e consequentemente na demanda por energia elétrica no Brasil deve ser destacado pelo mercado.
Acreditamos que o desempenho das ações no ano (queda de 13,2 por cento contra queda de 12,9 por cento do Ibovespa e de 1,5 por cento do índice setorial de energia) não refletem os bons fundamentos da empresa.
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