A Helbor (HBOR3) divulgou nesta quarta-feira (11), após o fechamento dos mercados, o resultado do terceiro trimestre de 2020.
O resultado foi regular e veio um pouco acima do esperado em termos de lucro líquido, mas abaixo do esperado quando analisamos o consumo de caixa no trimestre. Os números apresentaram uma melhora significativa em relação ao segundo trimestre de 2020.
Os principais destaques positivos foram: i) maior reconhecimento de receita devido ao maior volume de lançamentos e vendas contratadas (já divulgada na prévia operacional); ii) recuperação da margem bruta para 18,8 por cento (14,1 por cento no 2T20); iii) controle de despesas administrativas; iv) melhora no resultado financeiro, reflexo da correção monetária sobre o crescente saldo dos recebíveis.
Do lado negativo, tivemos consumo de caixa de 27 milhões de reais e o nível de endividamento um pouco elevado, com relação dívida líquida/patrimônio líquido de 76,5 por cento.
A empresa, como divulgado em sua prévia operacional, mostrou boa recuperação no volume de lançamentos, ótimo desempenho de vendas e redução de estoque pronto (queda de 28,5 por cento em 12 meses).
Na última linha a companhia reportou lucro líquido de 15,2 milhões de reais, revertendo o prejuízo de 20 milhões de reais no 2T20 e no mesmo período de 2019.
Esperamos um impacto levemente positivo no preço das ações da Helbor (HBOR3) no curto prazo. As ações acumulam queda de 55,3 por cento em 2020, comparada à desvalorização de 9,4 por cento do Ibovespa no período.
Como a Helbor já havia divulgado o resultado operacional do terceiro trimestre, acreditamos que as notícias boas (aumento das vendas de estoques prontos, crescimento da receita líquida e melhora da margem bruta) já estão quase que totalmente precificadas pelo mercado.
Entretanto, mesmo com o bom desempenho das vendas de estoques, não foi neste trimestre que a companhia apresentou geração de caixa positiva. Acreditamos que é apenas uma questão de tempo para a empresa gerar caixa, pois houve um aumento expressivo do saldo do contas a receber de 118,5 milhões de reais no trimestre.
A prévia operacional já havia mostrado bons números de vendas contratadas, especialmente vendas de estoques prontos. O volume de vendas atingiu R$ 308,7 milhões (parte Helbor), crescimento de 100 por cento em relação ao 2T20, reflexo da retomada dos lançamentos de 137 milhões de reais no trimestre.
O estoque pronto foi reduzido para 831 milhões de reais (parte Helbor), redução de 6,1 por cento em relação ao 2T20 e queda de 28,5 por cento em 12 meses.
A receita líquida totalizou 322 milhões de reais, crescimento 79 por cento em relação ao 2T20 e aumento de 18 por cento em relação ao terceiro trimestre de 2019. Mesmo assim, no acumulado dos nove primeiros meses de 2020 a receita líquida ficou 9,5 por cento mais baixa que no mesmo período de 2019.
A margem bruta foi de 18,8 por cento, significativa melhora em relação à margem bruta de 14,1 por cento do 2T20 e 16,4 por cento no 3T19, devido às margens mais altas dos lançamentos.
O resultado financeiro apresentou significativa melhora (queda trimestral de 9,5 por cento e redução anual de 65,5 por cento) devido ao aumento do efeito da correção monetária dos recebíveis.
Na última linha tivemos lucro líquido de 15,2 milhões de reais, com retorno sobre o patrimônio líquido anualizado de 4,8 por cento.
O endividamento bruto total da Helbor era de 1,6 bilhão de reais, dos quais 357 milhões com vencimento nos próximos 12 meses, com posição de caixa de 658 milhões.
A relação dívida líquida sobre patrimônio líquido da controladora era de 76,5 por cento em set/20.
A Helbor retomou a atividade de lançamentos com bom desempenho de vendas, o que se refletiu no crescimento da receita líquida e na recuperação da margem bruta, revertendo o prejuízo na última linha.
Por outro lado, não foi ainda neste trimestre que a companhia atingiu geração positiva de caixa com a necessária redução do nível de endividamento.
Acreditamos que a redução de estoques e o crescimento dos recebíveis são indicativos de que a companhia deverá gerar caixa nos próximos trimestres. A redução do endividamento é o principal catalisador das ações da Helbor.
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