A Cyrela (CYRE3) divulgou na quinta-feira (12), após o fechamento dos mercados, o resultado do terceiro trimestre de 2020.
O resultado da Cyrela foi bom e veio acima das expectativas em termos de lucro líquido e geração de caixa, positivamente afetado pelo impacto das aberturas de capital (IPOs) das subsidiárias da Cyrela: Cury, Lavvi e Plano&Plano.
O lucro líquido totalizou 1,4 bilhão de reais, com ganho não recorrente no seu resultado consolidado devido ao IPOs das empresas acima.
O lucro líquido ajustado, sem o efeito dos IPOs, foi de R$ 250 milhões, bem acima dos 68 milhões de reais do 2T20 e dos 104 milhões de reais no 3T19.
A geração de caixa somou 745 milhões de reais no trimestre, dos quais: i) IPOs no valor de 513 milhões de reais; ii) venda de participação em sociedade de propósito específico (SPE) no valor de 56 milhões de reais e; iii) geração recorrente de 176 milhões de reais.
Dessa forma, a Cyrela encerrou o 3T20 com dívida líquida de apenas 36 milhões de reais e sólida posição de caixa de 2,4 bilhões de reais.
O resultado operacional já havia sido divulgado, com forte volume de lançamentos e ótimo desempenho nas vendas contratadas, o que deu impulso ao crescimento da receita líquida.
A receita líquida totalizou 1,164 bilhão de reais no trimestre, aumento de 98,5 por cento em relação ao segundo trimestre de 2020 e crescimento de 59,6 por cento em relação ao mesmo período de 2019.
Os novos lançamentos elevaram a margem bruta que foi de 32,5 por cento no trimestre, aumento de 2 pontos percentuais em relação ao 2T20 e ao 3T19.
Outro destaque positivo recorrente foi a venda de estoque pronto: redução de 18 por cento no estoque pronto nos últimos 12 meses. As vendas de estoque pronto causaram redução anual de 28 por cento nas despesas com manutenção dos estoques.
O único destaque negativo foram perdas com contingências judiciais no montante de 24 milhões de reais no trimestre na linha de despesas gerais e administrativas.
O resultado da Cyrela veio muito forte de “ponta a ponta”, acima das expectativas em termos de lucro líquido recorrente, sem considerar o efeito dos IPOs.
A geração de caixa da Cyrela foi bastante sólida e reduziu o endividamento líquido da companhia praticamente à zero, com relação dívida líquida sobre o patrimônio líquido de apenas por 0,6 por cento em setembro de 2020.
Acreditamos que a alta geração de caixa da Cyrela irá surpreender o mercado, assim, esperamos um impacto positivo no preço das ações da Cyrela (CYRE3) no curto prazo.
As ações da Cyrela ainda acumulam desempenho negativo em 2020: queda de 15,7 por cento, comparada à queda de 11,4 por cento do Ibovespa no período.
O lucro líquido recorrente totalizou 250 milhões de reais no trimestre, com as subsidiárias contribuindo com o resultado registrado na linha de equivalência patrimonial: Cury com 23 milhões de reais, 15 milhões de reais da Plano&Plano e 16 milhões da Lavvi.
O lucro líquido recorrente nos últimos 12 meses totalizou 495 milhões de reais, o que representa um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 10 por cento.
Acreditamos que a Cyrela deverá distribuir dividendos extraordinários relativos ao exercício social de 2020, pois a companhia praticamente não tem endividamento líquido e possui sólida posição de caixa de 2,4 bilhões de reais, com apenas 550 milhões de reais de dívidas corporativas com vencimento em 12 meses.
Os principais catalisadores para as ações da Cyrela são: i) crescimento no volume de lançamentos e vendas; ii) vendas de estoques pronto; iii) aumento da rentabilidade (ROE); iv) geração recorrente de caixa e; v) distribuição de dividendos.
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