Após acumularem altas de, respectivamente, 13,3 por cento e 10,9 por cento na primeira quinzena de novembro, o Ibovespa e o índice americano S&P 500 parecem estar parando para respirar. No geral, a tendência para os mercados permanece positiva. No entanto, esta terça-feira começa com uma pausa na valorização sistemática registrada nas últimas semanas.
O principal motivo para essa parada é a incerteza com o cenário pós-pandemia. Na segunda-feira (16), a farmacêutica americana Moderna Inc. anunciou uma vacina com 94,5 por cento de eficácia na contenção do coronavírus. Dias antes, foi a vez da Pfizer, cuja vacina possui 90 por cento de eficácia. Também se esperam para breve notícias dos testes do laboratório Ely Lilly, sem falar da vacina da empresa chinesa Sinovac e das experiências russas. Com tantos cérebros e tanto dinheiro público e privado focados no desenvolvimento de uma vacina, sua aprovação é questão de tempo. Nas estimativas mais otimistas, em 2021 os Estados Unidos poderão produzir um bilhão de doses, o suficiente para imunizar sua população e também auxiliar na imunização dos habitantes de outros países.
Isso fará a pandemia fazer parte do passado e permitirá à economia voltar ao normal, com as mudanças esperadas devido às medidas de contenção – por exemplo, o avanço forçado do comércio eletrônico e do trabalho remoto, com impactos inegáveis sobre o resultado das empresas e sobre os preços dos imóveis.
No curto prazo, porém, o que preocupa os investidores é a atuação do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nos próximos meses. Os investidores estão avaliando as chances de o Fed a comprar mais títulos da dívida pública americana para neutralizar as consequências econômicas do crescimento recente das infecções. Isso animaria as bolsas, pela injeção de novos recursos no mercado. No entanto, enquanto isso não se decide, o movimento de curto prazo é de uma provável realização de lucros.
INDICADORES – O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 1,12 por cento na segunda quadrissemana de novembro, pouco menos que o 1,16 por cento registrado na primeira quadrissemana, informou nesta manhã a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo (USP). Os preços do grupo Alimentação desaceleraram para 2,20 por cento, ante os 2,35 por cento do levantamento anterior, ao passo que os preços do grupo Transportes avançaram 1,04 por cento, acima do 0,97 por cento registrado na primeira quadrissemana de novembro.
A tônica do mercado permanece positiva, com a possibilidade do surgimento de várias vacinas nos próximos meses e uma volta à normalidade em 2021, apesar do aumento recente dos casos de contaminação. Nos últimos dias, os investidores preferiram olhar o lado positivo das notícias. Nesta terça-feira, porém, poderá haver um movimento de realização de lucros, com queda das ações. No início dos negócios, os contratos futuros de Ibovespa e os do índice americano S&P 500 estão em leve baixa
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