O final da semana foi bastante movimentado pelo lado econômico do governo, do ministério da Economia e do Congresso. Várias notícias são relevantes neste dia de fechamento da semana. Entre elas, o pedido de explicação do ministério da Economia sobre as eventuais notificações sobre supermercados, atualizações sobre o Plano Mansueto e compensações sobre a desoneração da folha de pagamentos de alguns setores.
Diante da recente alta de preços sobre alimentos que compõem a cesta básica, o ministério da Justiça acionou o Procon para fiscalizar a atuação de supermercados e outros agentes que poderiam, eventualmente, estar se aproveitando dos novos preços de produtos como arroz e carne, entre outros. Contudo, o ministério da Economia não vê com bons olhos a suposta fiscalização, entendendo que a alta nos preços faz parte de uma dinâmica econômica e qualquer tipo de intervenção seria intimidar os agentes do mercado.
Ainda, o Congresso se articula para avançar com pautas que deem fôlego aos estados, a exemplo do Plano Mansueto. O deputado Mauro Benevides (PDT-CE), relator do novo Plano Mansueto, avançou na quarta-feira no plano de trabalho da proposta e o relatório final deve ser apresentado em até 30 dias, após uma bateria de reuniões com diferentes atores políticos e especialistas. A tendência é, uma vez apresentado e acordado o texto com presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a tramitação ganhe velocidade acelerada.
Além disso, ciente da provável derrota no Congresso sobre o veto à desoneração de 17 setores econômicos até o fim de 2021, o Planalto estuda recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar manter o dispositivo. As alternativas seriam: manter o veto, mas compreender a desoneração na nova PEC do Pacto Federativo, que ainda vem sendo lapidada; ou então usar da nova CPMF para financiar a desoneração.
Não é preciso se alongar muito sobre os malefícios de supostas intervenções nos preços de alimentos, sejam quais forem os motivos por detrás da iniciativa. No caso da recente mobilização do governo, ainda não parece prudente ir adiante com o tema, até porque a inflação sobre o grupo de alimentos não vem influenciando fortemente o índice que é base para o país, o IPCA.
Todas as notícias são relevantes, mas nenhuma suficiente para ser a principal força motriz dos mercados nesta sexta-feira. O investidor brasileiro deve continuar na esteira do humor de mercados americanos.
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