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A Levante previu: Ibovespa a 100 mil pontos

O pessimismo era generalizado no fim de abril deste ano. Havia muita incerteza sobre o impacto da pandemia sobre a economia. Mesmo profissionais tarimbados não se arriscavam a prever o futuro. Porém, nós, da Levante, nunca nos deixamos abater pelo desânimo. Ao contrário, nossa visão é aquela do ideograma chinês, em que “crise” quer dizer “oportunidade com risco”. Por isso, enquanto todos lamentavam a catástrofe, nós dizíamos que a recuperação era apenas uma questão de tempo. Em uma entrevista ao Valor Econômico, eu disse publicamente:

“Ainda estamos revisando a projeção do Ibovespa para 2020, mas para algo acima dos 100 mil pontos”. (confira o link aqui).

Dito e feito. Esta quinta-feira, dia 9, seria um feriado, mas haverá pregão. E é bastante provável que o Ibovespa rompa o nível dos 100 mil pontos, ainda que em um cenário de volatilidade.

O que mudou? Várias coisas. Em primeiro lugar, os juros estão baixos, o que obriga o investidor a diversificar suas aplicações. Em segundo lugar, a cabeça do investidor está diferente das crises anteriores. Agora, mais e mais brasileiras e brasileiros seguem o ideograma chinês e veem na crise uma oportunidade para correr mais riscos e comprar ativos de qualidade a preços inacreditáveis, algo confirmado pela entidade que representa os gestores de fundos (leia mais abaixo).

Os investidores voltaram a colocar dinheiro nos fundos. Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que representa o setor, a captação líquida foi de alcançou 50,1 bilhões de reais no mês passado. Além do estímulo dos juros historicamente baixos, com a taxa referencial Selic a 2,25 por cento ao ano, a Anbima informou ter notado uma mudança no comportamento dos investidores. Nesta crise, o investidor brasileiro manteve as aplicações em fundos mais arriscados, como os fundos de ações e os multimercados. Os fundos de ações não apresentaram resgates líquidos em nenhum dos meses do primeiro semestre, embora as captações tenham desacelerado entre os meses de abril e de junho. Desde janeiro, esses fundos captaram 49,5 bilhões de reais líquidos. Os fundos multimercados captaram 30,9 bilhões, ficando em segundo lugar. 

Os juros baixos e a necessidade das famílias de fazer frente aos desafios da pandemia fizeram a saída de recursos dos fundos de renda fixa prosseguir. No semestre, os saques superaram as captações em 95,2 bilhões de reais.

Segundo Carlos André, vice-presidente da Anbima, outro motivo para a recuperação foi a volta das operações de mercado de capitais, com ofertas de ações e de dívida e o protagonismo do investidor local. Segundo ele, “a perspectiva que enxergamos é um retorno ao ciclo anterior, com a captação se recuperando e boa representatividade das classes ações e multimercados.”

INDICADORES – Mais uma vez, o panorama do emprego nos Estados Unidos está melhor do que o esperado. O total de pedidos iniciais de seguro-desemprego (jobless claims) na semana encerrada no dia 4 de julho foi de 1,314 milhão, queda de 99 mil pedidos em relação à semana anterior. Foi um resultado melhor do que as expectativas, que previam 1,388 milhão de pedidos. Segundo o Departamento do Trabalho americano, o nível de desemprego está de 12,4 por cento, uma queda de meio ponto percentual em relação à estimativa anterior.

Quem seguiu nossas recomendações ao longo dos últimos meses conseguiu surfar na recuperação do Ibovespa, que já acumula uma alta substancial em comparação com o fundo do poço registrado nos piores momentos da crise. Por isso, eu convido você a continuar nos seguindo. Não desanime: mesmo com o Ibovespa a 100 mil pontos, ainda tem muita oportunidade por aí.

* Este conteúdo faz parte do nosso boletim diário: ‘E Eu Com Isso?’. Todos os dias, o time de analistas da Levante prepara as notícias e análises que impactam seus investimentos. Clique aqui para receber informações sobre o mercado financeiro em primeira mão.

Leia também: Quando a inflação é uma boa notícia

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