O governo publicou, na noite desta última quarta-feira (10), Medida Provisória (MP) recriando o Ministério das Comunicações e nomeou o deputado Fábio Faria (PSD-RN) para o comando da pasta. Anteriormente, a pasta estava ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, mas com o desmembramento, agora o governo passa a ter 23 ministérios.
A Secretaria de Comunicação, sob o comando de Fábio Wajngarten, passa a compor a nova pasta e o ex-chefe da Secom será secretário-executivo das comunicações. O deputado Fábio Faria está em seu quarto mandato federal e é genro do apresentador Sílvio Santos – fato que justificaria, segundo Bolsonaro, sua nomeação.
Segundo aliados do Planalto, havia um desejo de recriar o ministério por dois principais motivos: a) o desempenho de Marcos Pontes na área de Comunicação não estaria convencendo o presidente nas últimas semanas; b) a Secom, antes ligada diretamente ao gabinete de Bolsonaro, era considerada uma “fábrica de problemas”, na visão dos militares.
Ainda que Bolsonaro formalmente não admita, a indicação de um deputado do PSD, que compõe o Centrão, para comandar um ministério é um passo à frente nas negociações políticas para angariar apoio no Congresso. Até agora, o governo somente distribuía cargos de segundo e terceiro escalões. A indicação de Fábio Faria agrada especialmente a bancada evangélica, da qual o deputado faz parte, e deve reforçar a estratégia de combater as acusações envolvendo o inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado tem bom trânsito no setor de telecomunicações e também é próximo de Rodrigo Maia (DEM-RJ), devendo azeitar ainda mais a relação entre Executivo e Legislativo.
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