Após dois meses sem permissão para reajustar os preços dos medicamentos, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) autorizou as farmacêuticas a aumentar o preço dos produtos em 4 por cento em média. O aumento foi definido por meio de um cálculo realizado pelo órgão e que envolve tanto a inflação oficial medida pelo IPCA como outros fatores mais apropriados para o setor, a citar a variação cambial, as tarifas de eletricidade e o preço dos insumos.
Após a disseminação da Covid-19 no mundo e no Brasil, o Governo Federal entrou em comum acordo com as entidades do setor para suspender o reajuste anual realizado sempre no mês de abril no preço dos medicamentos.
A notícia é positiva para as companhias do setor na bolsa (Panvel, Raia Drogasil, Hypera) mas acreditamos que o impacto nas ações é neutro no curto prazo, pois a informação já está no preço das ações.
O principal aspecto positivo é a possibilidade de repassar o grande aumento dos custos do último ano no preço de venda, principalmente associado ao dólar, visto que boa parte dos insumos são cotados na moeda estrangeira. Entre abr/19 e mai/20, a valorização da moeda é de 40,3 por cento.
Dessa forma, embora o aumento não seja muito expressivo, o reajuste traz um alívio nos custos associados aos produtos e consequentemente nas margens das companhias do setor.
–
* Este conteúdo faz parte do nosso boletim diário: ‘E Eu Com Isso?’. Todos os dias, o time de analistas da Levante prepara as notícias e análises que impactam seus investimentos. Clique aqui para receber informações sobre o mercado financeiro em primeira mão.
Leia também: Vacina contra o Coronavírus faz preço nos mercados: um medicamento é apenas questão de tempo