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Vacina contra o Coronavírus faz preço nos mercados: um medicamento é apenas questão de tempo

Sorrento Therapeutics. Moderna Therapeutics. Apesar dos nomes latinos (Sorrento é uma cidade ao lado de Nápoles, no sul da Itália), são companhias 100 por cento americanas voltadas ao desenvolvimento de novos medicamentos, entre eles uma vacina contra o coronavírus. Não são as únicas. Há cerca de 110 fármacos sendo testados, alguns inclusive por laboratórios brasileiros. No entanto, as notícias de que produtos de ambas as companhias foram bem-sucedidos em aumentar as defesas imunológicas dos pacientes provocaram um movimento de euforia no mercado na segunda-feira. O Ibovespa subiu 4,69 por cento, a maior alta desde abril, e fechou acima de 81 mil pontos. O dólar recuou 2 por cento, maior queda diária do mês, e fechou a 5,72 reais.

A notícia vem de encontro às falas de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). No domingo (17), Powell afirmou que a economia americana deve se recuperar gradualmente no segundo semestre e que as medidas de confiança devem retornar aos níveis pré-crise após a chegada de uma vacina.

Por que uma vacina é tão importante? Em poucas palavras: há duas formas de agir em relação a doenças transmissíveis. Pode-se cuidar das pessoas doentes. Ou pode-se mantê-las saudáveis por meio da imunização. A segunda maneira é muito mais barata, tanto para os sistemas de saúde quanto para o restante da economia. Por isso a descoberta de uma vacina é uma notícia tão boa. No início do século passado, doenças como sarampo e varíola não apenas custavam vidas, mas também custavam caro para as economias. Com uma vacina funcionando, será possível fazer a economia voltar a funcionar de maneira mais ou menos normal.

Atenção ao “mais ou menos”. O desenvolvimento de vacinas, em especial contra vírus, é um processo longo e incerto. Os vírus mudam muito rapidamente. A gripe, doença viral mais frequente, é uma prova disso. A gripe deste ano será provocada por um vírus diferente do da gripe do ano passado. Não por acaso, as doses de vacina contra a gripe têm de ser reforçadas todos os anos. Os vírus mudam, e a chamada cobertura imunológica perde eficácia. Assim, mesmo o desenvolvimento de vacinas eficazes contra o coronavírus não garantirá a erradicação da doença, ainda que reduza drasticamente seus efeitos contra a pandemia. É, sem dúvida, uma boa notícia. Mas tem de ser colocada em perspectiva.

FERIADOS – Enquanto a vacina não chega, o mercado está enfrentando uma definição. Os governos da cidade e do Estado de São Paulo decidiram antecipar os feriados de Corpus Christi e do dia da Consciência Negra, além do feriado de 9 de julho, para criar um “feriadão”, entre a quarta-feira (20) e a segunda-feira (25) de maio, de modo a reforçar o isolamento social. Até a manhã desta terça-feira (19) a B3 ainda não havia definido se os pregões vão ou não funcionar, o que tem um impacto profundo sobre os mercados. Esperam-se definições ao longo do dia.

O cenário no geral é positivo para os mercados, embora não se descarte uma realização dos lucros da véspera nesta terça-feira. Os contratos futuros de S&P 500 e de Ibovespa iniciam os negócios oscilando perto da estabilidade em relação ao fechamento da véspera.

* Este conteúdo faz parte do nosso boletim diário: ‘E Eu Com Isso?’. Todos os dias, o time de analistas da Levante prepara as notícias e análises que impactam seus investimentos. Clique aqui para receber informações sobre o mercado financeiro em primeira mão.

Leia também: Otimismo com reabertura da economia americana

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