Na última semana, foi revelado que o governo chinês impede que militares de alto escalão e funcionários de alguns cargos importantes de estatais utilizem carros fabricados pela Tesla (TSLA) no país. O receio, ou até mesmo a acusação, é de que os dados coletados de imagem e voz estariam sendo compartilhados com o governo americano.
Em um fórum de desenvolvimento da China apoiado pelo governo de Pequim e realizado no último sábado (20), o fundador Elon Musk foi enfático ao dizer que em caso de envolvimento em atividades de espionagem, o impacto para qualquer empresa comercial seria desastroso, pois impediria a empresa de operar, vender, importar ou produzir em qualquer outro país.
De forma “política”, ele chamou de exageradas as preocupações envolvendo o aplicativo TikTok nos Estados Unidos, deixando claro que esta questão recente é um problema bilateral.
E Eu Com Isso?
A notícia da possível restrição do uso dos carros da Tesla para alguns funcionários é negativa para a companhia, embora em um primeiro momento o impacto nos fundamentos seja extremamente limitado. O risco – e consequentemente efeito negativo no preço das ações – é caso haja um rompimento na boa relação da companhia com as autoridades chineses.
Até o presente momento, é possível afirmar que existe uma certa “lua de mel” entre a Tesla e a China, que é vista como uma empresa estrangeira modelo no país. A Tesla foi a primeira montadora a conseguir aprovação para montar uma fábrica própria no país em 2018, sem parcerias ou joint-ventures.
Para a empresa, o mercado chinês é essencial. O governo chinês pretende que as vendas de carros elétricos correspondam a 20 por cento da venda total de veículos até 2025. Como no ano passado a Tesla entregou cerca de 500 mil veículos globalmente, espera-se que a China possa representar cerca de 40 por cento das entregas globais da companhia em poucos anos.