Levante Ideias - BR Distribuidora (BRDT3)

BR Distribuidora (BRDT3): Resultados do 4T20 e de 2020

A BR Distribuidora (BRDT3) divulgou na noite desta terça-feira (09), após o fechamento de mercado, os resultados do 4T20 e do consolidado do ano de 2020. Este ano que passou foi o primeiro após a privatização, com a venda de participação relevante da Petrobras e oficialmente reduzindo a participação da estatal na BR para menos de 50 por cento.

O resultado foi bom e veio em linha com as expectativas, com o lucro líquido beneficiado por itens não recorrentes relevantes no balanço, enquanto o resultado recorrente demonstrou a melhora na margem operacional.

O volume de vendas veio com forte recuperação no último trimestre e, mesmo em ambiente de restrição de circulação no país, cresceu 3,5 por cento em relação ao 4T19, alcançando 10,28 milhões de m³. Com isso, a receita líquida da companhia somou 24,3 bilhões de reais, crescimento de 0,6 por cento no trimestre, na comparação anual. Porém no ano a geração de receita ainda ficou menor em 14,2 por cento, alcançando 81,5 bilhões de reais ante 94,98 bilhões de reais em 2019.

Essa redução de receita, puxada pela forte queda nas vendas no 2T20, não impediu a companhia de entregar uma melhora na rentabilidade. Retirando-se os efeitos não recorrentes, o Ebitda (métrica da geração de caixa operacional) no trimestre alcançou 1,048 bilhão de reais, um crescimento de 10,6 por cento. 

Os principais destaques positivos do resultado foram:

i) Recuperação do volume de QAV (Querosene de Aviação) em relação ao 3T20, com crescimento de 94,1 por cento. Ainda assim o volume total no ano foi 19,4 por cento inferior em relação ao 4T19 e 42,1 por cento menor que o volume de vendas totais do ano de 2020 em relação a 2019.

ii) Margem Ebitda (métrica de rentabilidade operacional) mais alta no segmento de vendas para grandes consumidores (B2B – Business to Business) de 119 reais por m³ no 4T20, acima dos 108 reais por m³ obtidos no mesmo período do ano anterior e dos 107 reais por m³ do 3T20.

iii) Forte redução das despesas operacionais no trimestre e no ano, com queda de 25,9 por cento no 4T20 (648 milhões de reais contra 874 milhões de reais no 4T19) e de 25,2 por cento no ano de 2020, alcançando 2,528 bilhões de reais contra 3,378 bilhões de reais em 2019, impulsionando a rentabilidade da companhia.

A geração de caixa positiva, endividamento financeiro baixo (1,2 vezes na relação Dìvida Líquida por Ebitda), além do ganho forte de rentabilidade no ano permitiu à companhia propor um dividendo adicional (já liquidado) em janeiro de cerca de 1,807 bilhão de reais, totalizando 2,305 bilhões de reais relativos ao exercício de 2020. Esse montante representa um valor bruto de 1,98 reais por ação, aproximadamente, divididos em Juros sobre Capital Próprio (JCP) e Dividendos Adicionais, um retorno de 10,25 por cento considerando o preço de fechamento do último pregão (19,31 reais por ação).

E Eu Com Isso?

Esperamos impacto positivo no preço das ações da companhia no curto prazo (BRDT3) com o bom resultado neste trimestre, em uma possível reação ao desempenho recente negativo das ações, com queda acumulada de 12,7 por cento desde o início do ano, comparado à desvalorização de 6,5 por cento do Ibovespa.

A companhia foi capaz de ganhar participação de mercado pelo quarto trimestre consecutivo, além de melhora na rentabilidade principalmente pela recuperação de volumes no segmento de aviação, redução contínua das despesas operacionais e melhoria na estratégia comercial e logística, obtendo a melhor margem Ebitda por volume de combustível vendido desde a sua abertura de capital, consolidando 83 reais por m³ no ano de 2020 e de 102 reais por m³ no 4T20, em níveis de margem compatível com as operações mais eficientes de seus maiores concorrentes (Ipiranga e Raízen).

Além disso a companhia se beneficiou de créditos extraordinários de PIS/Cofins relacionados ao período de 2012 a 2020, com decisão favorável na Justiça, com efeito de 647 milhões de reais e ganho atuarial bilionário (2,132 bilhões de reais) com a mudança no plano de saúde dos seus mais de 3500 colaboradores de um perfil de auto-gestão para plano de mercado, impulsionando o lucro líquido no ano para mais de 3 bilhões de reais. O ganho é proveniente da redução de passivo relacionado à gestão do plano de saúde pela própria BR, que exigia a manutenção de fundo para a cobertura deste plano, passando essa responsabilidade agora para a Bradesco Saúde, reduzindo a necessidade de represamento de recursos.

Apesar dos resultados não-recorrentes relevantes no balanço, ajustando os números para valores comparáveis, a companhia entregou boas margens, em ano de grandes desafios, com o mundo sendo pego de surpresa pela pandemia, causando uma queda drástica no consumo de combustíveis por alguns meses.

A companhia segue em estratégia contínua de ganho de rentabilidade e recuperação de participação de mercado, com foco em distribuição de energia em contexto mais amplo com a entrada no segmento de trading de energia, distribuição de gás natural liquefeito (GNL), além da estratégia de reforço comercial com a parceria firmada com as Lojas Americanas para desenvolver o negócio de lojas de conveniência e parceria na rede de postos com o aplicativo AME Digital.

O foco em distribuição de energia e em mercados com maior potencial de crescimento se evidencia cada vez mais, com a saída das operações de asfalto e usinas termelétricas em contraparte à aquisição da Golar (GNL) e Targus (Trading de Energia). A administração da companhia sinalizou também que pretende investir no segmento de energias renováveis futuramente, traçando uma estratégia distinta das suas duas principais concorrentes (Ipiranga e Raízen – UGPA3 e CSAN3 respectivamente), que recentemente lançaram oferta para a compra de refinarias para produção de combustíveis fósseis e demais derivados de petróleo.

Com a vacinação avançando gradualmente, enxergamos uma recuperação dos volumes de combustíveis para grandes consumidores (B2B), além da retomada mais forte da indústria (pode demandar mais GNL nas plantas) e maior volume de voos impulsionando o consumo de querosene de aviação (QAV). No médio prazo, o setor de distribuição energética parece promissor e a BR está bem posicionada com estrutura mais enxuta e estratégia comercial reforçada para capturar a retomada de volume e receita alinhada à rentabilidade.

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