Levante Ideias - Coronavirus

A variante Ômicron e o medo do investidor

Ao tomar posse da Presidência dos Estados Unidos, em 4 de março de 1933, o democrata Franklin Roosevelt iniciou seu discurso com uma frase que ficou famosa. “Nada temos a temer, exceto o próprio medo”, disse Roosevelt. A explicação é que o medo paralisa os esforços. E pode levar à tomada de decisões insensatas, especialmente quando o assunto são investimentos.

A frase de Roosevelt é uma boa paráfrase da volatilidade provocada nos mercados na sexta-feira (26) devido à descoberta da Ômicron, nova variante do coronavírus detectada na África do Sul. O temor dos cientistas e dos médicos é que essa variante seja muito mais contagiosa do que a Delta, que causou turbulência nos mercados no início deste ano.

Na manhã desta segunda-feira, a OMS (Organização Mundial da Saúde) advertiu que a Ômicron representa um risco global “muito alto” e alertou que surtos causados por essa variante podem ter “consequências graves” para algumas áreas. “A probabilidade de disseminação potencial da Ômicron em nível global é alta”, disse a OMS. No entanto, a Organização afirmou que ainda existem incertezas e incógnitas consideráveis.

Em primeiro lugar, os especialistas ainda não sabem o quão transmissível é a variante. Em segundo lugar, há incerteza sobre quão bem as vacinas protegem contra infecção, transmissão e doenças clínicas de diferentes graus de gravidade e morte. E, em terceiro lugar, há incerteza sobre se a variante apresenta um perfil de gravidade diferente da Delta e das demais cepas. Segundo a OMS, pode demorar semanas para obter essas respostas.

Os primeiros dados sugerem que a variante está se espalhando na África do Sul mais rapidamente do que as variantes anteriores e que a variante pode estar começando a desencadear uma nova onda de infecções.

No entanto, os sintomas de Covid associados ao Ômicron foram descritos como “extremamente leves” pelo médico sul-africano que primeiro deu o alarme sobre a nova cepa.

O problema é que tudo isso são especulações, hipóteses, incertezas. E no mundo concreto do mercado financeiro, incerteza faz preço. Foi o que ocorreu na sexta-feira (26). Contudo, voltando a Roosevelt, a queda das ações e a deterioração das expectativas pode ter sido amplificada pelas condições pontuais do mercado.

Em momentos de oscilações muito fortes, a volatilidade acaba se autoalimentando. O investidor resgata suas aplicações. O gestor tem de vender ativos para fazer frente aos resgates. Os preços caem. Mais investidores resgatam. O gestor de fazer novas vendas. Os preços voltam a cair. E esse movimento se estende além do que seria razoável.

A sexta-feira foi um dia de liquidez reduzida. Na véspera o mercado americano havia reduzido suas atividades devido ao Dia de Ação de Graças. Assim, qualquer movimento de compra ou de venda teria um impacto proporcionalmente maior nos preços.

Há muitas dúvidas e poucas certezas com relação à Ômicron. Sabe-se que ela tem potencial para ser mais eficiente em se transmitir de uma pessoa para outra do que as variantes mais comuns.

Essa característica tem um impacto potencialmente catastrófico na economia, pois pode obrigar as autoridades a renovar as medidas de isolamento e de distanciamento social.

No entanto, o surgimento da Delta indicou que o aumento da eficiência no contágio foi acompanhado de uma redução na letalidade do vírus. Ou, resumindo: ele se espalha mais depressa, mas faz menos vítimas. O que pode, teoricamente, reduzir seu impacto negativo sobre a economia.

Indicadores

O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) desacelerou para 0,02% em novembro, após alta de 0,64% no mês anterior.

Com este resultado, o índice acumula alta de 16,77% no ano e de 17,89% em 12 meses. Em novembro de 2020, o índice havia subido 3,28% e acumulava alta de 24,52% em 12 meses.

A principal causa da desaceleração foram as quedas nos preços de commodities como minério de ferro, cujos preços recuaram 15,15% após terem caído 8,47% em outubro.

O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) caiu 0,29% em novembro, após alta de 0,53% em outubro. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) variou 0,93% em novembro, ante 1,05% em outubro. Os preços do diesel subiram 9,96% após terem avançado 6,61% em outubro e os da gasolina subiram 10,17% (alta de 2,79% em outubro).

E Eu Com Isso?

A semana se inicia com fortes altas nos contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500, em uma reação às quedas da sexta-feira. No entanto, o pregão poderá apresentar uma volatilidade elevada devido às notícias sobre a nova variante do coronavírus.

As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: Qual o risco do “novo” novo coronavírus?

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