É um lugar comum dizer que a Bolsa de Valores não é lugar para pessoas impacientes. Há múltiplas e boas razões para isso. A principal delas é que, sem um bom conhecimento técnico e sem dedicação, é difícil diferenciar o que é sinal e o que é ruído. É difícil saber se a alta ou a queda dos preços de uma ação tem justificativas concretas – como uma mudança nas condições da empresa ou do setor em que ela atua – ou se é apenas volatilidade provocada por uma alteração das expectativas.
Assim, movimentos de valorização ou de queda sem fundamentos concretos normalmente são efêmeros. Mais de um apressado saiu comprando no que supunha ser o início de um processo de alta para descobrir, logo mais, que perdeu dinheiro. Ou, ao contrário, fez uma aposta pesada no que achava ser uma barganha apenas para sentir novas quedas na pele. Essa foi uma história comum nas primeiras semanas pós-pandemia. As fortes quedas nos primeiros dias pareciam ser oportunidades de ouro. Quem foi as compras com muito apetite e comprometeu todo o seu capital perdeu a chance de comprar mais barato em seguida.
Isso ocorre porque leva tempo para depurar as qualidades de uma empresa, em especial uma estreante na bolsa. Com o passar dos trimestres é possível analisar qual a resiliência da companhia com os inevitáveis solavancos da economia brasileira, como ela supera os sustos e dribla os trancos. A tentação de especular é grande, e aqui cabe lembrar a frase do famoso escritor americano Mark Twain (1835-1910). “Há duas ocasiões em que uma pessoa não deve especular, quando ele não pode perder dinheiro e quando pode.”
No entanto, toda regra tem exceção. Em alguns poucos casos, e são realmente poucos, faz sentido montar uma estratégia de investimento visando o curtíssimo prazo. Por exemplo, quando algum evento societário aumenta drasticamente a oferta de ações de uma empresa. Os preços caem, e uma companhia de primeiríssima linha passa a ser negociada com um generoso desconto. Ou quando uma abertura de capital é um sucesso tão grande que é praticamente garantida uma valorização das ações no dia do Initial Public Offering (IPO). Nesse caso, vale a pena pensar no curtíssimo prazo e buscar comprar algumas ações para vende-las logo em seguida, embolsando a diferença.
Alguns bons exemplos são as aberturas de capital que ocorreram nos últimos dias. Na quarta-feira (14), a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), uma das maiores e mais eficazes empresas brasileiras do setor, controlada pelo grupo Votorantim, listou suas ações na B3 com o código CBAV3. O preço de lançamento foi de 11,20 reais. Logo no primeiro dia de negociação, as cotações chegaram a um máximo de 12,50 reais, para fechar a 11,89 reais. Teoricamente, quem comprou no lançamento e vendeu no máximo do primeiro dia auferiu um ganho de 6,2 por cento em apenas um dia. Para comparar, os juros referenciais da taxa Selic estão em 4,25 por cento ao ano. Assim, quem comprou no lançamento e vendeu no fechamento do primeiro dia obteve um ganho de 145 por cento da Selic anual em apenas 24 horas.
Seria irresponsável dizer que os próximos IPOs vão recompensar os investidores com retornos tão exuberantes. Ao contrário, o mais frequente é justamente o inverso, as ações recuam nos primeiros tempos de listagem, até que haja uma “depuração” dos fatos e das percepções sobre a empresa. Mesmo assim, eventos como o da CBA mostram que, de vez em quando e com moderação, faz sentido pensar em uma estratégia de prazo mais curto. Há lógica em aproveitar oportunidades e distorções de preço para tentar especular – e a palavra é dita aqui sem nenhuma carga negativa – e ganhar dinheiro depressa.
Claro que com critério e acompanhamento. E, para isso, você pode contar com o time de analistas da Levante Ideias de Investimento, que faz uma análise apurada e criteriosa dos processos de abertura de capital, para poder indicar com segurança quais oferecem as melhores oportunidades, tanto no curto quanto no longo prazo.
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Abraços,
Equipe Levante