Ele é o terceiro homem mais rico do mundo, segundo a revista Forbes, com uma fortuna estimada em US$ 80,8 bilhões. Considerado uma inspiração por gerações e gerações de investidores, Warren Buffett mantém uma vida que seus pares bilionários consideram bastante simples.
Bill Gates, com quem firmou uma sólida amizade, sempre conta como ficou impressionado ao conhecer a casa do megainvestidor, em Omaha, Nebraska, onde Buffett nasceu e sempre viveu. O que causou tamanho espanto no dono da Microsoft? A simplicidade. Trata-se de uma propriedade comprada em 1958 por US$ 31.500 e que hoje é avaliada em pouco mais de US$ 650 mil.
O que torna essa personalidade tão interessante para nós, no entanto, é seu sucesso no mundo dos negócios. Por isso, neste post entenderemos melhor como é o jeito Warren Buffett de investir e o que podemos aprender com ele. Confira!
A empresa de Warren Buffett
Para começar, vamos entender um pouco melhor o que esse megainvestidor faz da vida. Nascido em 1930, ele é o CEO da Berkshire Hathaway, uma holding que investe em outras empresas. A Berkshire Hathaway é mais antiga do que Buffett e suas origens remontam a 1839, quando era uma empresa voltada para a fabricação de têxteis.
No entanto, foi apenas em 1955, após algumas aquisições e fusões, que ganhou esse nome. Buffett começou a comprar ações da companhia em 1962. Não demorou muito para que ele tivesse ações suficientes para deter o controle da empresa e mudar seus administradores.
Buffett continuou no ramo têxtil, mas começou a expandir sua área de atuação a partir de 1967. Atualmente, a Berkshire Hathaway é dona de algumas companhias e tem participações em cerca de 50 outras empresas, entre elas nomes bastante conhecidos, como Coca-Cola, Kraft Heinz, JP Morgan Chase, Moody’s Delta Airlines, Visa, Mastercard, American Airlines, Johnson & Johnson, Procter & Gamble e Apple.
‘Value investing’
O que mais chama a atenção dos investidores é que Buffett se mantém fiel à sua filosofia de investimentos, denominada ‘value investing’, ou seja, investimento de valor.
A ideia é outra. Trata-se de investir em bons negócios, bem geridos, que vão dar retorno a longo prazo. Um exemplo disso é a American Express, na qual Buffett começou a investir em 1963.
Uma das suas frases mais célebres diz que “preço é o que você paga. Valor é o que você ganha”. Com isso, chama a atenção para o fato de que, por trás de uma ação cuja cotação sobe e desce tem uma empresa real, com processos, produtos, pessoas, fluxo de caixa etc.
Por isso, é preciso encontrar aquelas empresas em que o preço está abaixo do valor. É a estratégia que conhecemos no mercado como “buy and hold”, ou seja, investimentos de longo prazo, que são escolhidos pelo valor intrínseco da empresa e pelo potencial que ela tem de destravar valor para o acionista ao longo do tempo.
Buffett se familiarizou com esses princípios durante seu mestrado na Universidade de Colúmbia, onde conheceu Benjamin Graham, considerado o pai do ‘value investing’. Isso o levou a adotar o estilo que o fez ficar conhecido como “oráculo de Omaha” nas décadas seguintes: analisar a fundo os fundamentos das companhias e investir naquelas que estivessem “baratas” quando comparadas com seu valor intrínseco.
Buffett já tem história suficiente para provar que sua estratégia foi acertada. Ele conduz a sua própria empresa da mesma forma. É por isso que ele nunca promoveu um desdobramento das ações classe A da empresa. Em 10 de fevereiro de 2020, elas eram negociadas por US$ 339.499.
Esse valor alto e pouco acessível para os pequenos investidores desestimula movimentos especulativos e mantém a liquidez da ação baixa, apenas para quem tem intenções de investir no longo prazo. Os pequenos investidores podem, no entanto, ter acesso às ações classe B, cuja cotação estava em US$ 226 no mesmo dia.
Outras lições de Buffett
Se observamos as demais lições que Buffett vem tornando públicas ao longo dos anos, veremos que são todas coerentes com os princípios do “value investing”, ou seja, de fazer investimentos de valor, e não movimentos especulativos.
Ele já afirmou, por exemplo, que os derivativos são “armas de destruição em massa das finanças”. Com isso, lembra que eles podem destruir patrimônios com enorme rapidez e adverte aqueles que sonham com a riqueza rápida e fácil de que tudo pode virar pó num piscar de olhos.
No outro sentido, diz que quem está sentado na sombra hoje plantou uma árvore há muito tempo, reforçando que o tempo e a paciência são os melhores amigos dos investidores e vão trazer o retorno esperado. Em suas palestras, aliás, costuma lembrar uma frase atribuída a Albert Einstein, que teria afirmado que “os juros compostos são a força mais poderosa do universo”.
Agora, para que os juros compostos possam fazer a sua mágica, o tempo é mesmo o melhor amigo. Assim, voltamos à ideia de que, para isso, a estratégia de “buy and hold” é a mais adequada.
Outra recomendação importante de Buffett é fugir do endividamento, princípio que ele também segue na Berkshire Hathaway, que mantém um nível baixíssimo de endividamento. Segundo ele, a alavancagem é um atalho que muitos usam para tentar alcançar o sucesso.
Na sua visão, porém, isso é uma tentação, seja para o consumo, seja para investimentos. O problema é que os resultados costumam ser desastrosos, com histórias que acabam em um grande abismo e em tragédias.
Como vimos, o jeito Warren Buffett de investir está ligado à ideia primeira de investimento, ou seja, de colocar dinheiro em algo que tenha valor, que vá prosperar e com a qual você possa crescer junto. Nesse sentido, é diametralmente oposto a movimentos especulativos, que buscam ganhar com o sobe e desce das cotações em períodos curtos de tempo.
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