eua – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br Recomendações, análises e carteiras de investimentos para maiores rentabilidades. Wed, 17 Dec 2025 12:49:34 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.1.1 https://levanteideias.com.br/wp-content/uploads/2018/02/cropped-avatar_lvnt-32x32.png eua – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br 32 32 A incógnita do emprego americano https://levanteideias.com.br/artigos/a-incognita-do-emprego-americano https://levanteideias.com.br/artigos/a-incognita-do-emprego-americano#respond Wed, 17 Dec 2025 12:49:31 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52726 O post <strong>A incógnita do emprego americano</strong> apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

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Mercados com Rafael Bevilacqua
Boa parte da movimentação dos pregões na terça-feira (16) deveu-se às interpretações dos indicadores econômicos americanos, em especial os números do emprego. Esta quarta-feira (17) é um dia sem números relevantes, por isso a necessidade de analisar as informações que estão disponíveis. E os números oferecem mais confusão do que clareza.

Observando apenas um indicador, o nível de emprego não agrícola (“non farm payroll”), o emprego nos EUA se recuperou mais do que o esperado em novembro. No mês passado, o número de vagas não agrícolas aumentou em 64 mil. Essa recuperação seguiu-se a uma queda abrupta.

Em outubro, os cortes nos gastos governamentais haviam provocado a maior queda no “non farm payroll” desde dezembro de 2020, com a redução de 104 mil vagas. Naquele momento, essa queda foi associada a uma diminuição de 162 mil empregos no governo federal, a maior desde junho de 2010.

Então o mercado de trabalho está aquecido? Calma. Os dados do Bureau of Labor Statistics (BLS) mostraram que a taxa de desemprego subiu para em 4,6 por cento no mês passado, ante uma taxa de 4,4 por cento em outubro, e acima da mediana das expectativas, que era de 4,5 por cento.

O desemprego chegou ao maior nível em mais de quatro anos. Porém, o BLS informou que alterou a metodologia de cálculo do desemprego após a paralisação (“shutdown”) do governo por 43 dias ter impedido a coleta de dados das famílias. Ou seja: não é possível simplesmente comparar o dado de novembro com a série histórica anterior.

O que fazer? Nesse caso, é preciso resolver a diferença buscando fontes independentes que não alteraram suas metodologias de cálculo. No caso, os levantamentos regionais e do setor privado. É consenso que as empresas americanas estão contratando menos devido ao choque causado pelas amplas tarifas de importação de Trump. Elas elevaram os preços de muitos produtos, resultando em consumidores, principalmente famílias de baixa e média renda, mais seletivos em suas compras.

Essa tendência foi reforçada por um relatório separado do Departamento de Comércio, que mostrou que as vendas no varejo permaneceram inalteradas em outubro, após um aumento de 0,1 por cento em setembro.

A conclusão é que há tanto indicadores que mostram um aquecimento do mercado de trabalho no setor privado, quanto números que mostram um arrefecimento do setor público. Essa incerteza era tudo o que o mercado não queria. Por isso, os investidores iniciam 2026 com a mesma incerteza que dominou as análises nas últimas semanas.


E Eu Com Isso?

Os contratos futuros dos principais índices americanos estão em alta no pré-mercado. No entanto, as cotas do Exchange Traded Fund (ETF) EWZ iShares MSCI Brazil negociadas em Wall Street iniciam a quarta-feira com mais uma queda, com os investidores preocupados com as notícias políticas.


Itaúsa (ITSA4) anuncia bonificação em ações de 2,5 bilhões de reais e reforça solidez financeira


A Itaúsa (ITSA4) anunciou por meio de fato relevante, a decisão de aumentar seu capital social via bonificação em ações, uma prática comum entre companhias consolidadas. A iniciativa tem como objetivo fortalecer a estrutura de capital da holding, ao mesmo tempo em que distribui valor aos acionistas sem exigir qualquer desembolso financeiro adicional.

A operação foi aprovada pelo Conselho de Administração e será realizada por meio da capitalização de reservas no valor de 2,5 bilhões de reais, elevando o capital social da companhia para aproximadamente 83,7 bilhões de reais. Essa movimentação representa uma reorganização contábil, na qual parte das reservas acumuladas passa a compor o capital efetivamente integralizado da empresa.

Como consequência dessa capitalização, a Itaúsa emitirá mais de 219 milhões de novas ações escriturais, entre ações ordinárias e preferenciais, que serão distribuídas gratuitamente aos acionistas na forma de bonificação. A proporção definida é de duas novas ações para cada cem ações da mesma espécie já detidas, considerando como data de corte o dia 18 de dezembro de 2025.

As novas ações serão creditadas a partir de 23 de dezembro de 2025 e passarão a ter direito a dividendos e juros sobre capital próprio declarados a partir dessa data, assegurando igualdade de direitos econômicos em relação aos papéis já existentes.

No caso de frações de ações, os investidores poderão ajustar suas posições entre 26 de dezembro de 2025 e 26 de janeiro de 2026; eventuais sobras serão posteriormente agrupadas e vendidas, com os valores líquidos distribuídos proporcionalmente aos titulares. Do ponto de vista fiscal, o custo atribuído às ações bonificadas foi fixado em 11,37 reais por ação, informação relevante para o correto cálculo do custo médio e da tributação em operações futuras.

Além da operação de bonificação, a Itaúsa se destaca por seus indicadores financeiros, que reforçam sua atratividade para investidores de longo prazo. O Dividend Yield da holding tem se mantido em torno de 8 por cento ao ano, excluindo o recente pagamento extraordinário, sustentado pela política consistente de distribuição de proventos e pelo desempenho de sua principal investida, o Itaú Unibanco.

Em termos de valuation, o índice Preço/Lucro (P/L) da companhia permanece próximo de 8 vezes, sugerindo que as ações podem estar negociadas a múltiplos atrativos em relação aos lucros gerados. Já o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE), situado entre 17 por cento e 18 por cento ao ano, evidencia a eficiência da holding na alocação de capital e a qualidade de seus resultados.


E Eu Com Isso?

Em conjunto, esses fatores reforçam a percepção de solidez, disciplina financeira e compromisso com a criação de valor sustentável aos acionistas.

Em 2025, as ações da Itaúsa (ITSA4) apresentaram uma valorização acumulada próxima de 57 por cento no ano, desempenho que supera de forma significativa o principal índice da bolsa brasileira. Esse movimento reflete a combinação de resultados financeiros consistentes, fortalecimento da confiança dos investidores e o bom desempenho de suas principais investidas, especialmente o Itaú Unibanco.

Além disso, a manutenção de uma política sólida de distribuição de proventos e anúncios relevantes, como a bonificação em ações, contribuíram para ampliar o interesse do mercado e sustentar a forte alta dos papéis ao longo do período.



Carrefour acelera reorganização e eleva a competição no varejo brasileiro

O Carrefour Brasil iniciou um dos seus ciclos de reestruturação mais profundos dos últimos anos, com mudanças expressivas na cúpula executiva, revisão de estruturas, simplificação administrativa e reforço da presença de executivos franceses no comando.

A chegada de Julien Munch como deputy-CEO, espécie de vice-CEO, e a saída de lideranças históricas das áreas de varejo, imobiliário e transformação marcam um movimento de reorganização estratégica que busca recuperar eficiência operacional, destravar produtividade e reposicionar o grupo em um mercado cada vez mais competitivo.

A decisão de substituir três executivos brasileiros por uma figura diretamente da matriz, além de eliminar cargos como chief transformation officer, evidencia o desejo do grupo por alinhamento direto com o modelo europeu, corte de sobreposições e maior disciplina de custos.

Ao mesmo tempo, o Carrefour vem redesenhando por completo sua operação no país, priorizando o Atacadão como pilar de crescimento e redefinindo a estrutura administrativa das demais unidades de negócio.

A mudança da sede de Barueri para novos escritórios em São Paulo, a consolidação das áreas de finanças e recursos humanos sob novas lideranças, e a revisão de estruturas que vinham sendo pouco integradas após anos de aquisições mostram que a empresa está disposta a enfrentar de frente o diagnóstico interno de baixa produtividade e custo elevado. Esses ajustes também dialogam com um modelo mais enxuto, que reduz o comitê executivo de 11 para 8 membros e aproxima a governança local da matriz na França.

No campo operacional, o grupo delineou prioridades claras para 2025–2026: estabilizar o parque de hipermercados em torno de 100 unidades, acelerar conversões para o modelo Atacadão, fortalecer a marca própria e ampliar iniciativas de capitalização, como a venda de ativos não estratégicos. Além disso, a empresa reconhece que projetos como 3x sem juros perderam tração em um ambiente de juros elevados, levando o grupo a reavaliar mecanismos de estímulo à demanda. Esse conjunto de iniciativas aponta para um Carrefour mais focado, pragmático e disciplinado em relação à alocação de capital.

 
E Eu Com Isso?
 
Essa reorganização tem implicações diretas no ambiente competitivo, especialmente no segmento de atacarejo, onde o Carrefour compete frontalmente com o Assaí (ASAI3). A priorização absoluta do Atacadão, combinada com cortes estruturais e maior centralização decisória, tende a aumentar a eficiência comercial e acelerar a abertura de lojas em regiões-chave, reduzindo brechas competitivas.

Embora a transição de comando possa gerar ruído no curto prazo, o reforço de executivos de perfil operacional — como Munch, conhecido pelo trabalho em redes de hipermercados na Europa — sugere maior foco em execução, precificação, operação de lojas e compra, pontos que são decisivos em mercados de margem apertada. Além disso, a venda de ativos e a reorganização administrativa liberam recursos que podem ser direcionados à expansão e modernização do Atacadão.

Para o Assaí, esse movimento representa um ambiente competitivo mais acirrado em 2025–2026. O Carrefour deixa clara a intenção de reencontrar eficiência e ampliar capilaridade, especialmente em praças onde ambas as redes disputam consumidor e terreno. O Assaí ainda mantém vantagens estruturais relevantes — como modelo puro de atacarejo, histórico sólido de execução e forte disciplina de custos —, mas o avanço de um Atacadão mais enxuto, reorganizado e com foco explícito em escala pode pressionar margens, acelerar guerras de preço regionais e exigir ainda mais rigor nas decisões de abertura de lojas.



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A INSIDE RESEARCH LTDA. (“INSIDE”), empresa do Grupo Levante Investimentos (“LEVANTE ”), declara que participou da elaboração do presente relatório de análise e é responsável por sua distribuição exclusivamente nos canais autorizados das empresas do Grupo Levante, tendo como objetivo somente informar os seus clientes com linguagem clara e objetiva, diferenciando dados factuais de interpretações, projeções, estimativas e opiniões, não constituindo oferta de compra ou de venda de nenhum título ou valor mobiliário. Além disso, os dados factuais foram acompanhados da indicação de suas fontes e as projeções e estimativas foram acompanhadas das premissas relevantes e metodologia adotadas. Todas as informações utilizadas neste documento foram redigidas com base em informações públicas, de fontes consideradas fidedignas. Embora tenham sido tomadas todas as medidas razoáveis para assegurar que as informações aqui contidas não são incertas ou equivocadas no momento de sua publicação, a INSIDE e os seus analistas não respondem pela veracidade das informações do conteúdo, mas sim as companhias de capital aberto que as divulgaram ao público em geral, especialmente perante a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”). As informações, opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e estão sujeitas a mudanças, não implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal mudança. Para maiores informações consulte a Resolução CVM nº 20/2021, e, também, o Código de Conduta da Apimec para o Analista de Valores Mobiliários. Em cumprimento ao artigo 16, II, da referida Resolução CVM nº 20/2021. As decisões de investimentos e estratégias financeiras sempre devem ser realizadas pelo próprio cliente, de preferência, amparado por profissionais ou empresas habilitadas para essa finalidade, uma vez que a INSIDE não exerce esse tipo de atividade. Esse relatório é destinado exclusivamente ao cliente da INSIDE que o contratou. A sua reprodução ou distribuição não autorizada, sob qualquer forma, no todo ou em parte, implicará em sanções cíveis e criminais cabíveis, incluindo a obrigação de reparação de todas as perdas e danos causados, nos termos da Lei nº 9.610/98, além da cobrança de multa não compensatória de 20 (vinte) vezes o valor mensal do serviço pago pelo cliente. Em conformidade com os artigos 20 e 21 da Resolução CVM nº 20/2021, o analista Eduardo Jamil Rahal (inscrito no CNPI sob o nº 8204) declara que (i) é o responsável principal pelo conteúdo do presente relatório de análise; (ii) as recomendações nele contidas refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e que foram elaboradas de forma independente, inclusive com relação à INSIDE.

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2025 se encerra com Copom e FED em direções opostas https://levanteideias.com.br/artigos/2025-se-encerra-com-copom-e-fed-em-direcoes-opostas https://levanteideias.com.br/artigos/2025-se-encerra-com-copom-e-fed-em-direcoes-opostas#respond Wed, 10 Dec 2025 12:20:22 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52683 O post <strong>2025 se encerra com Copom e FED em direções opostas</strong> apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

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Mercados com Rafael Bevilacqua

Teremos a última “super quarta-feira” do ano, com as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e de seu equivalente americano, o Federal Open Market Committee (Fomc). Por uma daquelas simetrias da história, ambas as reuniões têm perspectivas e expectativas similares e opostas. Por aqui, a certeza é de juros estáveis com uma possível preparação para um corte na Selic a partir de 2026. Nos Estados Unidos, a certeza é de corte, mas o futuro é menos previsível.

Começando pelo Copom. A Selic será mantida em 15 por cento ao ano. Ponto. Além disso, o que movimenta as especulações dos investidores é o cenário que o Comitê antecipa para 2026.

É provável que o Comunicado a ser divulgado nesta noite após o anúncio dos resultados (e a Ata que deve ser publicada no dia 16 de dezembro) estejam alinhados com as declarações da reunião de novembro. No mês passado, a Ata reforçou a necessidade de maior convergência das expectativas de inflação para permitir um corte da Selic.

Ainda que as edições mais recentes do Relatório Focus tenham revisado para baixo as projeções de inflação entre 2025 e 2028, as expectativas seguem acima dos 3 por cento no horizonte relevante, que se estende até o começo de 2027.

Por isso, o Copom deve reforçar três pontos. O primeiro é que a Selic atual permanece compatível com a estratégia de convergência da inflação. O segundo é que ainda há riscos relevantes de que a inflação siga acima da meta e o terceiro é que a política monetária continuará sendo conduzida com prudência.

O que isso indica para 2026? O Comitê deve indicar a necessidade de manter juros altos por um período bastante prolongado. A manutenção da palavra “bastante” será uma indicação de que a queda da Selic não começa em janeiro. Sem esse termo, pode aumentar a especulação de um corte já na primeira reunião do próximo ano. O texto provavelmente manterá a disposição de elevar os juros caso se a inflação sair do controle.

A boa notícia é que há condições concretas para o corte da Selic. A inflação está desacelerando, e o Produto Interno Bruto (PIB) está crescendo menos. Ou seja, não será absurdo que, apesar de trazer um Comunicado duro nesta reunião, o Copom altere o tom e as expectativas a partir do ano que vem.

Agora o Fomc. Também há uma certeza quase absoluta de um corte de 0,25 ponto percentual, reduzindo os Fed Funds para a faixa entre 3,50 e 3,75 por cento ao ano. Daí em diante, tudo é indefinição. A começar pela potência dessa decisão.

O Comitê está dividido entre membros que defendem cortes de juros como forma de conter uma maior fragilidade do mercado de trabalho e aqueles que acreditam que o afrouxamento monetário já foi longe demais e ameaça agravar a inflação. Por isso, há uma expectativa entre os investidores que tanto a Declaração pós reunião quanto a entrevista coletiva concedida por Jerome Powell deixarão claro que os investidores não devem esperar cortes automáticos nas taxas a partir do ano que vem.

Apesar das declarações do presidente Donald Trump de que a inflação desapareceu, na melhor das hipóteses, ela apenas se estabilizou. Pior, está estável acima da meta de 2 por cento ao ano, em parte devido às tarifas implementadas pelo próprio Trump. Embora os diretores do FED tenham afirmado que as tarifas devem afetar os preços apenas temporariamente, a distância em relação à meta é suficiente para dificultar a queda dos juros. Assim, será preciso observar com cuidado as declarações de Powell para saber para onde olhar a partir de 2026.


E Eu Com Isso?

A quarta-feira começa com os mercados em compasso de espera, no aguardo da reunião do Fomc. Sinais diferentes do esperado, tanto no sentido expansionista quanto contracionista da política monetária, podem provocar forte volatilidade no mercado.


 Klabin apresenta Investor Day, dividendos extraordinários e bonificação


A Klabin (KLBN11) anunciou a distribuição de um dividendo extraordinário de 1,1 bilhão de reais, que será pago em quatro parcelas iguais de 278 milhões de reais ao longo de 2026. O valor por ação foi definido em aproximadamente 91 centavos por unit. O corte para recebimento ocorrerá em 15 de dezembro de 2025, com negociação das ações ex-dividendos a partir do dia seguinte.

A companhia também anunciou um aumento de capital de 800 milhões de reais por meio de bonificação, com a emissão de pouco mais de 61,7 milhões de novas ações, na proporção de uma ação para cada cem atualmente detidas. Essas medidas combinadas devolvem caixa aos acionistas e reforçam o capital social da empresa, permitindo que a companhia distribua recursos sem comprometer a estrutura financeira.

No terceiro trimestre de 2025, a Klabin registrou EBITDA ajustado superior a 2,1 bilhões de reais, representando crescimento de 17 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar de custos pressionados, volatilidade cambial e desafios no mercado global de papel e celulose, a companhia manteve suas margens, apoiada pelo desempenho das operações de embalagens, ganhos de eficiência industrial e pela performance da base florestal.

Durante o recente Investor Day, a empresa apresentou sua estratégia de longo prazo, destacando crescimento sustentável, expansão da capacidade de embalagens e investimentos em eficiência operacional e sustentabilidade.

Foram detalhados projetos de modernização industrial, iniciativas ambientais e expansão das operações florestais, com foco na transparência e no alinhamento com os objetivos estratégicos da companhia.

Em termos de CAPEX, a Klabin projeta investimentos de 3,3 bilhões de reais para 2026, destinados à manutenção de ativos, expansão da capacidade produtiva e modernização industrial, incluindo a unidade de Monte Alegre. Para os anos seguintes, a companhia indica envelopes decrescentes, com 2,8 bilhões de reais em 2027 e 2,5 bilhões em 2028.

A alocação do CAPEX contempla silvicultura e compra de madeira em pé, continuidade operacional, modernização da unidade de Monte Alegre e projetos especiais. O objetivo da companhia neste momento é manter a geração de caixa e avançar na desalavancagem, uma vez que não há previsão de investimentos significativos nos próximos anos.

No campo de valuation, a Klabin negocia atualmente com múltiplo EV/EBITDA próximo de 5,5 vezes, abaixo da média histórica do setor, o que indica que o mercado aplica algum desconto sobre o valor intrínseco da empresa.

O Dividend Yield está em torno de 6 por cento, antes da contabilização do dividendo extraordinário, e deve aumentar com a distribuição anunciada, o que pode tornar os papéis mais atrativos para investidores focados em retorno periódico.


E Eu Com Isso?

A bonificação também aumenta a participação dos acionistas sem custo adicional, enquanto a distribuição extraordinária proporciona fluxo de caixa antecipado em 2026. Essas medidas evidenciam a estratégia da companhia de equilibrar retorno aos acionistas com manutenção de capital, mantendo disciplina financeira e consistência operacional.

O conjunto de fatores, dividendos extraordinários, bonificação de ações, CAPEX planejado, múltiplos atrativos e geração de caixa consistente, cria um cenário que pode interessar tanto a investidores orientados à renda quanto à valorização de longo prazo.

As iniciativas refletem a intenção da Klabin de conciliar retorno imediato aos acionistas com fortalecimento patrimonial, preservação de flexibilidade financeira e execução de sua estratégia de longo prazo.


Construção civil sustenta protagonismo com demanda firme, crédito direcionado e empresas mais eficientes

O setor de construção civil voltou a ocupar um papel central no mercado acionário em 2025, com diversas companhias apresentando valorizações expressivas e resultados operacionais consistentes, especialmente aquelas voltadas ao segmento de baixa renda. Este desempenho decorre de três pilares essenciais: melhora na percepção de demanda habitacional, condições de financiamento mais favoráveis – impulsionadas por instrumentos como FGTS e MCMV – e políticas públicas que favorecem o acesso à moradia. Em um ambiente financeiro em que o crédito subsidiado funciona como amortecedor do ciclo macroeconômico, as construtoras atenderam famílias com elasticidade de demanda maior e um mercado menos sensível ao encarecimento do capital, beneficiando especialmente modelos de negócios focados na faixa econômica.

Essa dinâmica também se reflete na performance financeira das companhias listadas, que reportaram geração de caixa positiva e expansão contínua de lucros ao longo dos trimestres. Empresas com maior escala conseguem acessar financiamento a taxas inferiores às praticadas no mercado, reduzindo custo de capital e ampliando margem competitiva. Além disso, a disciplina operacional permitiu ganhos de eficiência, resultando em trimestres consecutivos de geração de caixa livre robusto, o que reforça a resiliência desse segmento. O ciclo virtuoso se retroalimenta: maior volume de lançamentos, velocidade de vendas consistente e capacidade de financiar o comprador final mantêm a engrenagem rodando mesmo em momentos mais desafiadores da economia.

No campo competitivo, as construtoras listadas despontam com vantagens estruturais frente às menores e regionais, em especial na gestão de capital e acesso a crédito institucional. Enquanto pequenas incorporadoras enfrentam custos de dívida mais elevados e volatilidade operacional, as grandes companhias captam a taxas inferiores ao CDI e encontram espaço para ganhar market share. Ao mesmo tempo, a elevação do teto financiável no MCMV e a força de programas habitacionais mantêm a demanda ativa, reforçando o papel anticíclico deste mercado—um traço relevante na leitura estratégica para investidores.

 
E Eu Com Isso?
 
Olhando à frente, a continuidade desse movimento dependerá não apenas da trajetória dos juros, mas também da manutenção ou expansão das políticas habitacionais, da execução eficiente e da disciplina financeira das empresas. O setor mostrou capacidade de absorver choques e capturar oportunidades, mas ainda opera em um ambiente macroeconômico dependente de estímulo ao crédito. Se esse ciclo de suporte persistir, o setor tende a sustentar retornos sólidos e um patamar estruturalmente superior de geração de valor, preservando sua atratividade dentro do portfólio de setores domésticos.

Como leitura final, a construção civil combina fundamentos resilientes, drivers estruturais claros e um alinhamento raro entre demanda, financiamento e capacidade operacional. Esse equilíbrio cria uma janela estratégica relevante: empresas bem-posicionadas podem capturar ganhos contínuos, tanto em participação de mercado quanto em lucratividade, ao passo que investidores encontram no setor um dos casos mais consistentes de relação risco-retorno da bolsa brasileira hoje.



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PCE de setembro vai cristalizar expectativas para o FED https://levanteideias.com.br/artigos/pce-de-setembro-vai-cristalizar-expectativas-para-o-fed https://levanteideias.com.br/artigos/pce-de-setembro-vai-cristalizar-expectativas-para-o-fed#respond Fri, 05 Dec 2025 12:25:20 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52666 O post <strong>PCE de setembro vai cristalizar expectativas para o FED</strong> apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

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A semana se encerra com todos os olhos voltados para a inflação americana. A divulgação do índice Personal Consumption Expenditure (PCE) referente a setembro está marcada para esta sexta-feira (5). O número chega com atraso e com peso adicional. O PCE deveria ter sido publicado no fim de outubro, mas a paralisação do governo americano (“shutdown”) atrasou a divulgação de indicadores americanos essenciais. O atraso elevou a expectativa em torno do número, considerado decisivo para a política monetária.

Os investidores esperam estabilidade. A expectativa é que o núcleo do PCE, que exclui os preços mais voláteis de alimentos e de energia, indique alta de 2,9 por cento nos 12 meses até setembro. Esse é o mesmo percentual observado no acumulado de agosto. A leitura indica que a inflação continua bastante acima da meta de 2 por cento estabelecida pelo Federal Reserve (FED), o banco central americano. Mesmo assim, o ritmo de desaceleração reforça a hipótese de que a fase mais dura do aperto monetário terminou.

O dado desta sexta-feira será a última peça relevante antes da reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), marcada para os dias 9 e 10 de dezembro. A expectativa majoritária é de um corte de 0,25 ponto percentual nos juros americanos, movimento interpretado como o início de um ciclo mais longo de flexibilização. O FED vinha sinalizando prudência, mas o conjunto de informações recentes — mercado de trabalho menos aquecido, desaceleração do consumo e núcleos inflacionários comportados — abriu espaço para a redução das taxas.

Se a inflação vier em linha ou abaixo do consenso, os investidores devem reforçar as apostas em novos cortes no início de 2026. Já uma inflação acima do esperado desidrata a tese do afrouxamento.  Essa perspectiva se tornou central porque define o custo do dinheiro no maior mercado de capitais do mundo. Taxas mais baixas aliviam o crédito, impulsionam setores sensíveis aos juros e reduzem a atratividade dos títulos do Tesouro americano. O movimento tende a reequilibrar fluxos globais e favorecer ativos de risco em outros países, incluindo ações de mercados emergentes.


E Eu Com Isso?

Para o mercado, o impacto é direto. Um PCE benigno tende a melhorar o humor dos investidores e a estimular a busca por risco. Um número frustrante teria efeito contrário. A divulgação desta sexta, portanto, funciona como divisor de águas. Os contratos futuros dos principais índices americanos iniciam a sessão com alta no pré-mercado.


Petrobras (PETR4) arremata novas parcelas de campos do pré-sal


A Petrobras (PETR4) anunciou na quinta-feira (04) a aquisição de novas parcelas nos campos de Mero e Atapu, localizados na Bacia de Santos, durante o Leilão de Áreas Não Contratadas promovido pela PPSA. No campo Mero, considerado um dos projetos mais relevantes do pré-sal, a participação da companhia passou de 38,6 por cento para 41,4 por cento, com a aquisição de 3,5 por cento da União por 7,8 bilhões de reais.

Em Atapu, a participação subiu de 65,69 por cento para 66,4 por cento, após a compra de 0,95 por cento da União por 1 bilhão de reais. O desembolso total previsto pelas aquisições é de 6,97 bilhões de reais, com pagamento ainda em 2025 e assinatura dos contratos programados até março de 2026. Segundo a Petrobras, os volumes incorporados estão dentro da margem de variação de ±4 por cento prevista para projeções futuras de produção.

Ambos os campos são considerados ativos premium, com alta eficiência operacional e expectativa de geração de caixa significativa nos próximos anos. A operação foi viabilizada por mudanças regulatórias implementadas em 2025, que permitiram à União alienar direitos e obrigações relacionados a áreas não concedidas ou não partilhadas, aumentando a eficiência na gestão dos campos do pré-sal.

Para o mercado, a movimentação reforça a estratégia da Petrobras de concentrar investimentos em ativos de menor risco, elevada produtividade e retorno mais rápido, contribuindo para maior previsibilidade operacional e estabilidade no fluxo de caixa.

O aumento da participação nos campos Mero e Atapu também fortalece o portfólio estratégico da companhia e amplia sua reserva proveniente de petróleo, garantindo maior controle sobre áreas de produção de alto retorno. Mero, em particular, é reconhecido por sua produtividade e eficiência, enquanto Atapu é considerado um ativo premium, com indicadores consistentes de rentabilidade e baixo custo de extração.

A consolidação desses ativos reforça a posição da Petrobras no pré-sal, principal motor de rentabilidade e também da produção da empresa, a aquisição está alinhada ao plano estratégico 2026–2030.

Além dos impactos operacionais, a operação segue sinalizando capacidade da Petrobras de gerar fluxo de caixa positivo a partir de ativos estratégicos. A companhia enfatizou que a operação segue focada em investimentos na produção e extração de petróleo de baixo custo.


E Eu Com Isso?

Do ponto de vista da remuneração aos acionistas, a Petrobras mantém política de distribuição de dividendos equivalente a aproximadamente 45 por cento do fluxo de caixa livre, desde que os limites de endividamento sejam respeitados.

A expectativa é de que a empresa distribua cerca de 9 bilhões a 10 bilhões de dólares em dividendos em 2026, o que corresponderia a um dividend yield estimado entre 10 por cento e 11 por cento, com base nos preços atuais das ações. Esse patamar reflete a continuidade da política de pagamento regular de proventos, mesmo diante de investimentos expressivos nos campos do pré-sal.

Desta maneira, a aquisição das parcelas adicionais em Mero e Atapu consolida a presença da Petrobras em dois de seus campos mais estratégicos, reforçando o portfólio com ativos de alta produtividade e baixo risco relativo.

A operação fortalece a geração de caixa previsível e a capacidade da empresa de remunerar os acionistas, mantendo a disciplina financeira e o foco na criação de valor sustentável ao longo do ciclo 2026–2030.



Unipar (UNIP6) distribuirá 700 milhões de reais em proventos; ações avançam

A Unipar (UNIP6) anunciou a distribuição de dividendos totalizando 700 milhões de reais, reforçando sua posição como uma das companhias mais consistentes em geração de caixa e remuneração ao acionista no setor químico. O montante é dividido em 651,8 milhões de reais referentes a dividendos intermediários, calculados sobre lucros já acumulados, enquanto os 48,2 milhões de reais restantes correspondem a dividendos intercalares, mostrando que a empresa mantém uma política ativa e contínua de devolução de capital aos investidores.

Para os acionistas de UNIP6, o valor total a receber será de 6,47 reais por ação, somando 6,03 reais dos dividendos intermediários e 44 centavos dos intercalares. Já os investidores posicionados em UNIP3 e UNIP5 também receberão valores equivalentes por ação, mantendo a paridade entre as classes de ativos no que diz respeito à remuneração. Essa uniformidade costuma ser vista com bons olhos pelo mercado, pois simplifica a análise do investidor e evita distorções significativas entre diferentes tipos de ações.

O direito ao recebimento dos dividendos será garantido aos acionistas posicionados até o dia 5 de dezembro de 2025. A partir do dia 8 de dezembro, os papéis passarão a ser negociados na condição de ex-dividendos, ou seja, novos compradores não terão direito à distribuição anunciada. O pagamento está programado para 16 de dezembro de 2025, representando um fluxo de caixa relevante para quem busca reforçar a renda passiva no encerramento do ano.

A reação do mercado à notícia foi expressiva. As ações da empresa registraram valorização logo após o anúncio, com alta de 8 por cento em alguns momentos do pregão. Esse movimento reflete o interesse dos investidores pela remuneração aos acionistas e pela confiança no negócio da companhia e na atratividade de seu retorno via proventos.

A Unipar é uma das principais empresas do setor químico da América do Sul, atuando como líder na produção de cloro e soda cáustica e como uma das maiores fabricantes de PVC da região. Seus produtos são essenciais para diversas cadeias industriais, atendendo segmentos como saneamento, construção civil, papel e celulose, alimentos, mineração, saúde e automotivo, com plantas no Brasil e na Argentina.

Em momentos de maior volatilidade externa, notícias desse porte costumam funcionar como catalisadores de curto prazo para papéis com perfil de empresa madura e com fluxo de caixa estável.

 
E Eu Com Isso?
 
Com mais essa distribuição, o total de proventos aprovados pela Unipar apenas em 2025 alcança aproximadamente 1,35 bilhão de reais. Esse movimento foi feito por conta da taxação de dividendos para investidores com renda acima de 50 mil reais por mês a partir de 2026. Nesse sentido, a Unipar se antecipou e fará um elevado pagamento aos seus acionistas, em um momento em que os proventos seguem isentos.

Para o investidor que acompanha o papel, o cenário permanece positivo, mas também exige atenção às datas-chave e ao comportamento do mercado após o ajuste ex-dividendos. Como os dividendos tendem a ser descontados do preço da ação na data ex, movimentos de curto prazo podem ocorrer. Ainda assim, a tese de longo prazo, baseada em geração de caixa e distribuição de resultados, segue robusta.

Com esse anúncio expressivo, a Unipar entra no radar como destaque da semana, oferecendo ao investidor um exemplo claro de como empresas bem administradas e financeiramente saudáveis podem entregar valor consistente e previsível, mesmo em ambientes econômicos desafiadores.



DISCLAIMER
A INSIDE RESEARCH LTDA. (“INSIDE”), empresa do Grupo Levante Investimentos (“LEVANTE ”), declara que participou da elaboração do presente relatório de análise e é responsável por sua distribuição exclusivamente nos canais autorizados das empresas do Grupo Levante, tendo como objetivo somente informar os seus clientes com linguagem clara e objetiva, diferenciando dados factuais de interpretações, projeções, estimativas e opiniões, não constituindo oferta de compra ou de venda de nenhum título ou valor mobiliário. Além disso, os dados factuais foram acompanhados da indicação de suas fontes e as projeções e estimativas foram acompanhadas das premissas relevantes e metodologia adotadas. Todas as informações utilizadas neste documento foram redigidas com base em informações públicas, de fontes consideradas fidedignas. Embora tenham sido tomadas todas as medidas razoáveis para assegurar que as informações aqui contidas não são incertas ou equivocadas no momento de sua publicação, a INSIDE e os seus analistas não respondem pela veracidade das informações do conteúdo, mas sim as companhias de capital aberto que as divulgaram ao público em geral, especialmente perante a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”). As informações, opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e estão sujeitas a mudanças, não implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal mudança. Para maiores informações consulte a Resolução CVM nº 20/2021, e, também, o Código de Conduta da Apimec para o Analista de Valores Mobiliários. Em cumprimento ao artigo 16, II, da referida Resolução CVM nº 20/2021. As decisões de investimentos e estratégias financeiras sempre devem ser realizadas pelo próprio cliente, de preferência, amparado por profissionais ou empresas habilitadas para essa finalidade, uma vez que a INSIDE não exerce esse tipo de atividade. Esse relatório é destinado exclusivamente ao cliente da INSIDE que o contratou. A sua reprodução ou distribuição não autorizada, sob qualquer forma, no todo ou em parte, implicará em sanções cíveis e criminais cabíveis, incluindo a obrigação de reparação de todas as perdas e danos causados, nos termos da Lei nº 9.610/98, além da cobrança de multa não compensatória de 20 (vinte) vezes o valor mensal do serviço pago pelo cliente. Em conformidade com os artigos 20 e 21 da Resolução CVM nº 20/2021, o analista Eduardo Jamil Rahal (inscrito no CNPI sob o nº 8204) declara que (i) é o responsável principal pelo conteúdo do presente relatório de análise; (ii) as recomendações nele contidas refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e que foram elaboradas de forma independente, inclusive com relação à INSIDE.

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O fim de um novembro atípico: Ibovespa em alta e Wall Street em baixa. https://levanteideias.com.br/artigos/o-fim-de-um-novembro-atipico-ibovespa-em-alta-e-wall-street-em-baixa https://levanteideias.com.br/artigos/o-fim-de-um-novembro-atipico-ibovespa-em-alta-e-wall-street-em-baixa#respond Fri, 28 Nov 2025 12:51:01 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52625 O post O fim de um novembro atípico: Ibovespa em alta e Wall Street em baixa. apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

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Mercados com Rafael Bevilacqua

As estatísticas são claras. Novembro é um mês de alta em Wall Street. Um levantamento do comportamento dos mercados desde 1950 mostra que, na média, o índice americano S&P de 500 ações se valoriza 1,8 por cento no penúltimo mês do ano. E no primeiro ano de mandato de um presidente, essa alta é de 1,6 por cento. No entanto, este novembro está sendo totalmente atípico.

O último pregão do mês se inicia com uma perspectiva diferenciada para os mercados no Brasil e nos Estados Unidos. Por aqui, o Ibovespa teve um mês bastante positivo. A alta acumulada no mês até a quinta-feira (27) era de 5,9 por cento em reais e de 6,6 por cento em dólares. Já em Wall Street, o índice S&P de 500 ações recuou 0,4 por cento até a quarta-feira (26) e o Nasdaq caiu 2,15 por cento – não houve pregão na quinta-feira devido ao feriado nacional do Dia de Ação de Graças.

Em geral, quando o Ibovespa e os índices americanos seguem caminhos diferentes, as ações sobem por lá e recuam por aqui – principalmente pelos problemas domésticos. No entanto, em novembro ocorreram dois movimentos distintos.

Os investidores americanos revisaram para pior suas expectativas com as ações das empresas de tecnologia, em especial as de inteligência artificial (IA). A preocupação não é com o crescimento do setor – os usuários das diversas ferramentas de IA seguem fiéis a seus pilotos e continuam compartilhando animadamente prompts para funções diversas.

A questão é se os investimentos bilionários dessas empresas para desenvolver software e, mais preocupante, capacidade de processamento terão retorno financeiro. Na dúvida, muitas ações caíram. Não foi um acaso que o Nasdaq, que tem predomínio das ações de tecnologia, tenha caído mais do que o S&P 500.

Por aqui, os investidores celebraram expectativas melhores para os juros comprando ações. Há uma perspectiva de que o Federal Reserve (FED), o banco central americano, reduza os juros em 0,25 ponto percentual na última reunião do ano do Federal Open Market Committee (Fomc), agendada para os dias 9 e 10 de dezembro.

E apesar de haver 92 por cento de expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a Selic inalterada em 15 por cento na reunião agendada para a mesma data, os investidores esperam uma sinalização de afrouxamento da política monetária em 2026. Esses dois cenários distintos justificaram os movimentos diferenciados dos índices.

Vai continuar? A política de Donald Trump de alterar tarifas e regras para o fluxo de trabalhadores para os Estados Unidos adiciona um componente de incerteza para a economia. Essa incerteza quer dizer mais risco. Os mercados acionários funcionam como um amplificador das expectativas, e isso se reflete no aumento da volatilidade. Por isso, a única certeza é que será mais difícil prever o comportamento das ações ao longo das próximas semanas.


E Eu Com Isso?

O movimento da manhã em Wall Street está sendo prejudicado por uma falha técnica no centro de dados da bolsa de Chicago, a CME, que paralisou temporariamente as negociações de contratos futuros nos Estados Unidos e dificulta uma leitura mais precisa dos ativos americanos neste início de dia. Sem o parâmetro do mercado americano, o Ibovespa recuou na quinta-feira (27) mas manteve o nível de 158 mil pontos. Não se descarta a hipótese de que a realização de lucros continue.

Para terminar, quero compartilhar uma novidade exclusiva.

Levante Master Black já está no ar e apresenta uma condição única na história da Levante.

Você poderá entender como funciona o acesso vitalício a todas as estratégias.

As vagas são restritas e podem esgotar rapidamente.


 Mercado especula que Ultrapar (UGPA3) estaria montando posição em Rumo (RAIL3)


Nos últimos dias, alguns movimentos no mercado acionário chamaram a atenção por sugerirem que a Ultrapar (UGPA3) pode estar realizando uma entrada gradual na Rumo (RAIL3), uma das principais companhias de infraestrutura ferroviária do país.

Embora não haja comunicado oficial, segundo o Brazil Journal foram observados fluxos que indicam que a holding estaria buscando exposição econômica ao ativo por meio de instrumentos derivativos, especialmente contratos conhecidos como total return swaps. Esse tipo de operação é utilizado por investidores que desejam capturar o desempenho de uma ação sem necessariamente adquirir a posição direta na Bolsa.

Nesse arranjo, uma instituição financeira compra os papéis no mercado tradicional e transfere ao investidor os ganhos e perdas da variação desses ativos. Em troca, recebe uma remuneração previamente definida. Esse mecanismo tem sido cada vez mais usado para operações estruturadas, pois combina discrição com eficiência de alocação de capital.

A dinâmica de mercado reforçou essa interpretação. Nas últimas sessões, houve um aumento do volume negociado das ações da Rumo, com um pregão registrando a movimentação de mais de doze milhões e meio de papéis, número bastante superior ao padrão recente. O mercado especula que esse movimento está ligado à atuação de um banco internacional, que, segundo leituras de fluxo, poderia ser o Morgan Stanley, embora nada tenha sido oficialmente confirmado.

Esse interesse surge em um momento em que a ação da Rumo vinha sendo negociada próxima aos níveis mais baixos dos últimos anos. Em cenários como esse, investidores com horizonte de longo prazo costumam reavaliar oportunidades, sobretudo quando a companhia em questão possui ativos únicos, posição estratégica no setor e perspectivas de expansão. No caso da Rumo, o avanço da malha ferroviária, a integração logística e a relevância do agronegócio brasileiro sustentam expectativas de crescimento consistente no médio e no longo prazo.

A estrutura de governança da Rumo, por sua vez, estabelece mecanismos que preservam a estabilidade acionária ao exigir oferta pública caso um novo investidor ultrapasse 15 por cento do capital. Esse tipo de cláusula tende a desencorajar movimentos abruptos e reforça a necessidade de qualquer investidor interessado adotar uma estratégia gradual.

A Ultrapar mantém um portfólio diversificado, que inclui operações em combustíveis, GLP, petroquímica e armazenagem, além da presença crescente em ativos logísticos, como demonstrado pela aquisição de controle da Hidrovias do Brasil. Esse histórico recente sugere que a holding avalia oportunidades que ampliem sua exposição à infraestrutura essencial, reforcem sinergias operacionais e contribuam para a resiliência do grupo.


E Eu Com Isso?

Outro ponto que fortalece a interpretação de um interesse estratégico da Ultrapar é o atual presidente do conselho, que participou anteriormente da reestruturação que deu origem ao modelo operacional atual da Rumo.

Essa experiência prévia facilita a leitura do setor e contribui para identificar oportunidades alinhadas com o perfil de investimentos da holding, que tradicionalmente privilegia negócios com estabilidade de fluxo, relevância logística e vínculos naturais com energia e infraestrutura.

Diante desse contexto, seguimos com visão neutra para os papéis envolvidos, mas monitoramos de perto a evolução do fluxo de mercado. Continuamos revisando nossos modelos de avaliação por Fluxo de Caixa Descontado, buscando identificar ativos com potencial de retorno mais elevado e fundamentos capazes de sustentar valorização ao longo do tempo.



Vibra (VBBR3) inicia fornecimento regular de SAF em Salvador, ações avançam

A Vibra Energia (VBBR3) iniciou recentemente o fornecimento de combustível sustentável de aviação (SAF) no Aeroporto Internacional de Salvador, em parceria com o governo da Bahia. A operação marca a primeira utilização contínua deste tipo de combustível em voos comerciais no Brasil. Do ponto de vista do investidor, o movimento representa um avanço na estratégia de diversificação da companhia, mas ainda em fase inicial de desenvolvimento frente ao peso atual do portfólio tradicional da empresa.

O SAF passou a abastecer rotas operadas por GOL e LATAM, em voos diários conectando Salvador a Brasília e São Paulo. A mistura utilizada 10 por cento de SAF e 90 por cento de querosene convencional, segue o padrão aceito internacionalmente, permitindo uso em aeronaves comerciais sem necessidade de adaptações. Para a Vibra, esse fornecimento abre espaço para testar a maturidade operacional e logística desse produto em escala comercial, avaliando custos, demanda das companhias aéreas e viabilidade de expansão.

Embora o mercado de SAF ainda seja pequeno e com preços superiores ao combustível fóssil, há pressão regulatória e ambiental crescente no setor aéreo, o que pode estimular novos contratos no futuro. Para o investidor de VBBR3, o ponto-chave é observar se essa operação se consolida como uma linha de negócio capaz de ganhar participação relevante dentro do faturamento total da empresa, já que, por enquanto, tem participação marginal frente às operações de distribuição de combustíveis tradicionais.

A capilaridade logística da Vibra pode favorecer a expansão futura desse tipo de fornecimento, caso a demanda aumente. A empresa possui uma rede ampla de infraestrutura de distribuição, o que facilita a integração do SAF às suas operações. No entanto, ainda existe dependência de terceiros na produção do combustível, além de limitações de oferta no mercado nacional, fatores que tendem a influenciar a velocidade de crescimento desse segmento.

A entrada no fornecimento de SAF é coerente com os compromissos públicos assumidos pela companhia em relação à transição energética. Entretanto, é importante diferenciar iniciativas com impacto reputacional positivo, de impactos financeiros de curto prazo, que devem permanecer limitados até que haja escalabilidade na produção e redução de custos.

 
E Eu Com Isso?
 
Para o acionista, o principal benefício imediato está mais relacionado ao posicionamento estratégico do que ao resultado financeiro direto, ao menos no primeiro momento. O fornecimento regular de SAF coloca a Vibra entre as empresas brasileiras que estão se preparando para atender demandas futuras de descarbonização, especialmente em setores de difícil redução de emissões, como a aviação. Ainda assim, é cedo para estimar o tamanho real do mercado nacional ou o papel que a empresa poderá ocupar nele.

A operação em Salvador representa um avanço dentro da agenda de transição energética da Vibra, mas ainda não altera a estrutura de receitas da companhia. Trata-se de um movimento em relação ao desenvolvimento da cadeia de produção de SAF no Brasil, à evolução regulatória e ao interesse das companhias aéreas em adoção mais ampla do combustível. 

De maneira geral, seguimos observando Vibra como bem precificada neste momento.


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A boa notícia do IGPM e o feriado americano https://levanteideias.com.br/artigos/a-boa-noticia-do-igpm-e-o-feriado-americano https://levanteideias.com.br/artigos/a-boa-noticia-do-igpm-e-o-feriado-americano#respond Thu, 27 Nov 2025 13:30:42 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52622 O post <strong>A boa notícia do IGPM e o feriado americano</strong> apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

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Mercados com Rafael Bevilacqua

Apesar de celebrar o Dia Nacional de Ação de Graças ser um costume observado praticamente apenas nos Estados Unidos e que – ao contrário do Halloween, não pegou no Brasil – os investidores brasileiros não estariam errados se parassem por um momento para agradecer pelo bom momento da inflação (e do pregão na B3).

Em dia de liquidez reduzida à suspensão dos negócios em Wall Street, o pregão deve se iniciar com uma notícia positiva. A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de novembro. A inflação foi de 0,27 por cento, invertendo a deflação (queda de preços) de 0,36 por cento em outubro. Com esse resultado, o índice acumula queda 0,11 por cento em 12 meses. Para comparar, em novembro de 2024 o IGP-M havia subido 1,30 por cento e a alta em 12 meses era de 6,33 por cento.

Segundo a FGV, “apesar da alta do IGP-M no mês, chama atenção o fato de que a taxa em 12 meses voltou ao campo negativo, algo que não ocorria desde maio de 2024”. No comunicado, a Fundação informou que esse resultado está muito relacionado ao comportamento do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) ao longo do ano. “Em boa parte de 2025 prevaleceram quedas expressivas de preços de produtos industriais e agropecuários e o IPA registrou variações negativas em vários meses”. Em novembro, o IPA subiu 0,27 por cento, invertendo o movimento de outubro, quando houve uma queda de 0,59 por cento.

Os números mostram uma desaceleração da inflação no atacado a partir de maio deste ano. A variação do IPA em 12 meses recuou de 7,68 por cento em maio para 4,02 por cento em junho, até alcançar a deflação atual de 2,06 por cento. “A queda do IGP-M em 12 meses seria ainda maior não fosse a compensação exercida pelos preços ao consumidor e pelos custos da construção”, segundo o comunicado da FGV.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,25 por cento, acelerando em relação à alta de 0,16 por cento de outubro, e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,28 por cento, acelerando em relação aos 0,21 por cento de alta de outubro.

Índice menos previsível que o IPCA, que baliza as metas de inflação, o IGP-M é um bom indicador antecedente da inflação. O que ocorre nos preços no atacado tende a se repetir, com alguma defasagem, no varejo. Apesar de ter voltado para o campo positivo, o IPA indica uma inflação relativamente controlada no atacado, o que reforça a hipótese de um IPCA dentro da meta nos próximos meses, permitindo que o Banco Central (BC) comece a afrouxar a política monetária. Isso pode levar os investidores a esperar mais um dia de alta nos pregões apesar da redução de volume devido ao feriado americano.


E Eu Com Isso?

O cenário positivo para a inflação permite uma valorização estrutural das ações, o que vem garantindo os recordes sucessivos do Ibovespa. No entanto, a alta de preços e o feriado americano poderão levar a um movimento de realização de lucros, o que amplifica a volatilidade potencial do mercado.

As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade



Grupo Mateus (GMAT3): Ajustes contábeis impactam patrimônio e afetam ações


O balanço do Grupo Mateus referente ao terceiro trimestre de 2025 apresenta um cenário de contrastes, combinando crescimento operacional expressivo com ajustes contábeis relevantes, que chamam atenção para a governança e os controles internos da companhia.

A empresa registrou receita líquida de aproximadamente 10,8 bilhões de reais, representando crescimento de 29,1 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior. O EBITDA ajustado, apurado após IFRS 16 e excluindo efeitos extraordinários, atingiu cerca de 855 milhões de reais, com margem em torno de 7,9 por cento.

O lucro líquido ajustado, sem considerar eventos não recorrentes, foi de 509 milhões de reais, aumento de 48,4 por cento sobre o 3T24. Esses números refletem um desempenho operacional sólido, mesmo diante de desafios de mercado e inflação de custos.

No entanto, o trimestre também foi marcado por uma reavaliação contábil significativa. A companhia identificou que os estoques estavam supervalorizados em aproximadamente 1,1 bilhão de reais, o que levou a uma redução do saldo contabilizado em dezembro de 2024 de 6,0 bilhões para 4,9 bilhões de reais.

O ajuste impactou diretamente o patrimônio líquido, com queda de cerca de 695 milhões de reais. Para o mercado, a magnitude da correção trouxe desconforto, uma vez que ajustes retroativos podem dificultar a leitura clara da lucratividade da empresa.

O desempenho operacional apresentou sinais mistos. As vendas em mesmas lojas cresceram 2,8 por cento no consolidado, abaixo do crescimento registrado no ano anterior, uma desaceleração de 4,9 pontos percentuais. Nos formatos de atacarejo e varejo alimentar, o desempenho foi negativo, com quedas de 0,9 por cento e 0,3 por cento, respectivamente. Esses números indicam que, embora a receita total continue em alta, o ritmo de crescimento em lojas já existentes está mais lento.

A reação do mercado foi imediata. As ações da companhia recuaram cerca de 10 por cento logo após a divulgação do balanço e, em poucos dias, acumularam retração de até 25 por cento. Analistas e investidores destacaram que os ajustes contábeis retroativos tornam mais complexa a avaliação da lucratividade real e aumentam a atenção sobre potenciais fragilidades nos processos de controle interno.


E Eu Com Isso?

O episódio também ganhou relevância diante da recente troca de auditoria no início de 2025. A substituição trouxe maior rigor técnico na análise das demonstrações financeiras, mas aumentou a sensibilidade do mercado sobre possíveis lacunas na governança contábil da empresa.

A revisão de estoques evidenciou a questão da avaliação anterior e reforçou a necessidade de processos de controle mais robustos, especialmente para uma companhia de varejo de grande porte, com múltiplos formatos de loja, operações complexas e desafios logísticos e tributários.

O terceiro trimestre do Grupo Mateus mostra um cenário dual: crescimento operacional sólido, com receita, EBITDA e lucro líquido ajustado em alta, mas com ajustes contábeis expressivos que afetaram o patrimônio líquido e a percepção do mercado.

O episódio evidencia a importância de controles internos rigorosos e de comunicação transparente, elementos fundamentais para garantir a confiança de investidores e a clareza na leitura das demonstrações financeiras, mesmo em um contexto de expansão das operações.
STF marca julgamento sobre participação do governo na Axia Energia (AXIA3)

O STF marcou para 27 de novembro o julgamento sobre a participação do governo no conselho da Axia Energia (AXIA3), nova denominação da Eletrobras. O caso envolve o acordo firmado entre a União e a empresa em fevereiro, que buscava definir a limitação de 10 por cento do direito de voto.

Atualmente, o governo detém 43 por cento das ações com direito a voto e pretende indicar três dos dez membros do Conselho de Administração da companhia. A decisão deve trazer maior estabilidade à empresa.

Embora o tema tenha sido inicialmente apreciado no plenário virtual, a transferência para o plenário físico permitirá um debate mais aprofundado, aumentando a chance de uma solução consolidada. A proposta intermediária, que garante à União a indicação de três membros do conselho e um do Conselho Fiscal, tende a pacificar o arranjo de governança e avançar na consolidação da privatização.

A suspensão temporária do plano de investimentos da Eletronuclear, incluindo Angra 3, possibilita que a empresa reorganize suas prioridades estratégicas, mantendo flexibilidade na gestão dos ativos. Essa pausa permitirá que a companhia foque em investimentos em geração e transmissão de energia, segmentos em que sua gestão atua efetivamente.

A venda da Eletronuclear simplifica o portfólio da Axia, permitindo maior foco em ativos estratégicos e operação mais eficiente. Apesar do impacto contábil, a operação reforça a disciplina financeira e abre espaço para investimentos futuros.

A companhia também anunciou recentemente a mudança de nome de Eletrobras para Axia Energia, como parte de um rebranding que reforça sua identidade no mercado. O reposicionamento ajuda a empresa a se destacar como companhia privada, mantendo a confiança do mercado e buscando atrair investidores institucionais, no Brasil e no exterior.

Além disso, a Axia anunciou a distribuição de 8,3 bilhões de reais em dividendos, movimentando positivamente suas ações. Com isso, a companhia apresenta atualmente uma rentabilidade em proventos de 6 por cento, tornando-se uma opção atraente para investidores que buscam retorno consistente.

 
E Eu Com Isso?
 
De forma geral, a Axia continua avançando na reorganização societária e na simplificação da estrutura de ativos, buscando se distanciar da gestão governamental, ainda que o Estado mantenha presença com três dos dez conselheiros.

A companhia tem conseguido resolver situações complexas, como questões de governança e a venda da Eletronuclear, além de iniciativas relacionadas à marca, como a mudança de nome e a distribuição de dividendos, demonstrando seu comprometimento com o retorno aos investidores.



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Pessimismo após fim da paralisação nos EUA https://levanteideias.com.br/artigos/pessimismo-apos-fim-da-paralisacao-nos-eua https://levanteideias.com.br/artigos/pessimismo-apos-fim-da-paralisacao-nos-eua#respond Fri, 14 Nov 2025 13:56:20 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52565 O post <strong>Pessimismo após fim da paralisação nos EUA</strong> apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

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A sexta-feira começa sob tensão nos mercados globais, com os contratos futuros dos principais índices americanos em baixa no pré-mercado. Investidores temem que o “shutdown” do governo dos Estados Unidos tenha provocado perda de dados oficiais, como já ocorreu em paralisações anteriores. Informações atrasadas ou ausentes dificultam leituras de atividade e inflação. Sem números confiáveis, os investidores ampliam sua aversão ao risco.

A preocupação surge em um momento sensível para a política monetária americana. A inflação segue resistente. O consumo mostra força. O mercado de trabalho perde tração, mas ainda pressiona salários. Esse conjunto sustenta a tese de que o Federal Reserve (FED), o banco central americano, pode ser forçado a adotar uma postura ainda mais cautelosa e não tem espaço para cortes no curto prazo.

Nos mercados de ações, os setores mais sensíveis aos juros oscilam com intensidade. Empresas de tecnologia mostram volatilidade alta. Bancos reagem às expectativas sobre a curva de rendimentos. Companhias ligadas ao consumo sofrem com a perspectiva de juros elevados por mais tempo. No mercado de renda fixa, o rendimento dos títulos públicos americanos de prazos mais longos segue elevado.

Qual a justificativa disso? Desde o fim do 3T25, o FED explicitou que estava dando mais atenção à desaceleração do mercado de trabalho americano, e diminuindo o foco na inflação, que segue rodando acima das metas. O raciocínio subjacente é que a política das tarifas comerciais fez a inflação mudar de patamar e que, para o FED, esse é um efeito que ainda (atenção aqui) pode ser considerado temporário.

No entanto, para que saber com certeza se o efeito das tarifas nos preços é temporário ou permanente, é preciso observar os dados com cuidado. O que ficou prejudicado pelo “shutdown”. Na dúvida, os investidores embutem um excedente de risco em suas avaliações. O que provoca a queda das cotações em Wall Street e pode levar a uma realização de lucros por aqui.


E Eu Com Isso?

Além da queda dos contratos futuros, as cotas do Exchange Traded Fund (ETF) EWZ iShares MSCI Brazil também estão em queda no pré-mercado, o que indica um movimento de baixa nesta sexta-feira.



Hapvida (HAPV3) desaba após 3T25 fraco, com sinistralidade elevada e queima de caixa


A Hapvida (HAPV3) protagonizou um dos pregões mais tensos do ano na B3 após divulgar um 3T25 marcado por deterioração operacional e financeira. As ações chegaram a cair mais de 47 por cento ao longo do dia, atingindo mínima histórica de 17,29 reais e levando a companhia a perder mais de 7 bilhões de reais em valor de mercado — recuando para um market cap em torno de 9 bilhões de reais. O papel enfrentou sucessivas interrupções de negociação, com cerca de dez leilões apenas nas duas primeiras horas de pregão, dado o ritmo acelerado de venda e o volume intenso, que superou 50 milhões de ações negociadas. A volatilidade extrema refletiu a leitura predominantemente negativa dos números divulgados, que reforçaram um quadro de pressão operacional, menor previsibilidade e deterioração das margens.

O ponto central foi a sinistralidade, que voltou a subir de maneira relevante no trimestre, mostrando avanço tanto na comparação trimestral quanto anual. A maior frequência de utilização, o aumento do custo assistencial e a pressão adicional das novas unidades hospitalares elevaram a sinistralidade caixa a patamar pior que o esperado, ampliando o descasamento entre custos e reajustes. Além disso, a adição líquida de beneficiários ficou abaixo do esperado, em parte impactada por maior competição em mercados relevantes como São Paulo. O conjunto desses fatores reforça que a operação segue distante de um patamar sustentável de rentabilidade.

A receita até mostrou crescimento moderado, impulsionada por ticket médio mais alto, mas insuficiente para compensar o avanço dos custos médicos. O EBITDA ajustado recuou fortemente, retornando a níveis similares aos registrados logo após a fusão com a Notredame Intermédica, evidenciando perda de eficiência e falta de captura de sinergias. Mesmo com a presença de efeitos contábeis positivos que ajudaram o resultado reportado, eles não alteram a leitura estrutural mais desafiadora: a margem encolheu de maneira relevante e não há clareza de quando o ciclo de pressão poderá ser revertido.

Outro ponto que pesou na percepção de risco foi o fluxo de caixa, que veio negativo em cerca de 52 milhões de reais após capex — forte contraste em relação ao resultado positivo do ano anterior. A combinação de EBITDA mais fraco, desembolsos extraordinários e investimentos maiores reduziu a conversão de caixa e elevou a necessidade de financiamento. A dívida líquida aumentou no trimestre, levando a alavancagem para 1,0x, enquanto a projeção de novos investimentos em rede própria mantém a pressão sobre liquidez e balanço para os próximos trimestres.

O lucro líquido ajustado também decepcionou, vindo 34 por cento abaixo das estimativas, e o prejuízo contábil reforça a percepção de que a companhia ainda enfrenta volatilidade elevada em seus números, com diversos efeitos não recorrentes influenciando o resultado. Além disso, o ressarcimento ao SUS — que já foi fonte de pressão em trimestres anteriores — voltou a impactar o período e deve seguir afetando a empresa por pelo menos mais um ano, segundo a própria Hapvida, adicionando mais um vetor de incerteza ao desempenho financeiro futuro.


E Eu Com Isso?

A reação do mercado, portanto, é consistente com a leitura de que o 3T25 foi um trimestre fraco em praticamente todas as frentes relevantes: margens comprimidas, custos crescentes, queima de caixa, menor previsibilidade operacional e intensificação da concorrência. O tombo expressivo das ações — que levou a empresa ao menor valor de mercado desde o IPO — reflete o aumento sensível da percepção de risco e a dúvida sobre a capacidade de execução no curto prazo.

Diante dessa combinação de fatores e de uma visibilidade limitada sobre a trajetória de margens e sinistralidade em 2026, adotamos uma postura mais cautelosa para a tese. Os resultados reforçam a necessidade de revisar para baixo projeções operacionais e financeiras, com menor expectativa de expansão de rentabilidade e maior incerteza sobre conversão de caixa. Entendemos que a companhia continua sendo um player relevante no setor, mas o momento exige prudência, até que haja sinais claros de estabilização operacional e melhoria consistente dos indicadores. Até lá, mantemos visão cautelosa e preferimos aguardar evidências de recuperação antes de reavaliar o posicionamento.



JBS (JBSS32) divulga resultados do 3º trimestre de 2025 em meio ao ciclo desafiador

A JBS (JBSS32) divulgou o resultado do terceiro trimestre de 2025, em um ambiente global desafiador, combinando resiliência operacional com impacto direto dos ciclos de oferta de matéria-prima.

A companhia registrou receita de 22,6 bilhões de dólares, crescimento em relação ao ano anterior, impulsionado pela maior demanda global e por volumes superiores em diversas regiões. Apesar disso, o lucro líquido recuou para 581 milhões de dólares, refletindo pressões de custos em alguns segmentos, sobretudo na produção de carne bovina na América do Norte, onde os preços do gado atingiram níveis historicamente elevados e a oferta permanece reduzida.

Esse cenário contrastante com expansão de receita, mas margens apertadas em áreas críticas. A empresa destacou que os custos com gado permaneceram em patamar elevado e que a disponibilidade do rebanho segue abaixo da média histórica, pressionando a rentabilidade da operação. A valorização do real ao longo do trimestre também reduziu a competitividade de exportações brasileiras, limitando o repasse de preços em mercados internacionais.

Apesar das pressões, a JBS demonstrou força nas operações de alimentos processados e nas unidades brasileiras e australianas, que apresentaram bom desempenho operacional e contribuíram para suavizar o impacto das margens negativas na América do Norte. As exportações mantiveram ritmo firme, e linhas de maior valor agregado ganharam relevância, ampliando a resiliência da companhia em meio à volatilidade global.

O EBITDA ajustado consolidado alcançou cerca de 1,8 bilhão de dólares, abaixo do registrado no ano anterior, evidenciando o efeito direto da pressão de custos sobre a estrutura de margens. Ainda assim, o desempenho demonstra controle operacional e disciplina na gestão de despesas. A alavancagem manteve-se em 2,4 vezes, dentro dos parâmetros razoáveis para a continuidade dos investimentos e para a liquidez.

Mais uma vez a força da diversificação geográfica auxiliou na manutenção de um bom nível dos números. Enquanto ciclos pecuários desfavoráveis pressionaram uma parte relevante do portfólio, outras unidades avançaram de maneira consistente, protegendo parcialmente os resultados. Esse equilíbrio é um dos pilares da companhia e segue sendo fundamental para sua capacidade de atravessar fases mais difíceis do setor.

 
E Eu Com Isso?
 
O ciclo atual da pecuária na América do Norte permanece como ponto central de atenção para o mercado, já que a oferta reduzida deve continuar limitando margens até que novas fases de recomposição do rebanho se consolidem.

Para os próximos trimestres, o desempenho da empresa dependerá do comportamento dos custos de matéria-prima, do câmbio e da demanda global por proteínas. Caso a oferta de gado continue restrita, a pressão sobre as margens poderá persistir. Em contrapartida, operações que vêm apresentando ganhos de eficiência e aumento de volumes podem contribuir para manter o caixa robusto e a rentabilidade em níveis adequados.

A JBS segue firme, com desempenho sólido em um ambiente complexo, mas enfrentará meses que exigem disciplina operacional e sensibilidade estratégica para ajustar o mix de produtos.



DISCLAIMER
A INSIDE RESEARCH LTDA. (“INSIDE”), empresa do Grupo Levante Investimentos (“LEVANTE ”), declara que participou da elaboração do presente relatório de análise e é responsável por sua distribuição exclusivamente nos canais autorizados das empresas do Grupo Levante, tendo como objetivo somente informar os seus clientes com linguagem clara e objetiva, diferenciando dados factuais de interpretações, projeções, estimativas e opiniões, não constituindo oferta de compra ou de venda de nenhum título ou valor mobiliário. Além disso, os dados factuais foram acompanhados da indicação de suas fontes e as projeções e estimativas foram acompanhadas das premissas relevantes e metodologia adotadas. Todas as informações utilizadas neste documento foram redigidas com base em informações públicas, de fontes consideradas fidedignas. Embora tenham sido tomadas todas as medidas razoáveis para assegurar que as informações aqui contidas não são incertas ou equivocadas no momento de sua publicação, a INSIDE e os seus analistas não respondem pela veracidade das informações do conteúdo, mas sim as companhias de capital aberto que as divulgaram ao público em geral, especialmente perante a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”). As informações, opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e estão sujeitas a mudanças, não implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal mudança. Para maiores informações consulte a Resolução CVM nº 20/2021, e, também, o Código de Conduta da Apimec para o Analista de Valores Mobiliários. Em cumprimento ao artigo 16, II, da referida Resolução CVM nº 20/2021. As decisões de investimentos e estratégias financeiras sempre devem ser realizadas pelo próprio cliente, de preferência, amparado por profissionais ou empresas habilitadas para essa finalidade, uma vez que a INSIDE não exerce esse tipo de atividade. Esse relatório é destinado exclusivamente ao cliente da INSIDE que o contratou. A sua reprodução ou distribuição não autorizada, sob qualquer forma, no todo ou em parte, implicará em sanções cíveis e criminais cabíveis, incluindo a obrigação de reparação de todas as perdas e danos causados, nos termos da Lei nº 9.610/98, além da cobrança de multa não compensatória de 20 (vinte) vezes o valor mensal do serviço pago pelo cliente. Em conformidade com os artigos 20 e 21 da Resolução CVM nº 20/2021, o analista Eduardo Jamil Rahal (inscrito no CNPI sob o nº 8204) declara que (i) é o responsável principal pelo conteúdo do presente relatório de análise; (ii) as recomendações nele contidas refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e que foram elaboradas de forma independente, inclusive com relação à INSIDE.

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Fim do “shutdown” anima investidores. Mas… https://levanteideias.com.br/artigos/fim-do-shutdown-anima-investidores-mas https://levanteideias.com.br/artigos/fim-do-shutdown-anima-investidores-mas#respond Thu, 13 Nov 2025 14:29:13 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52557 O post <strong>Fim do “shutdown” anima investidores. Mas…</strong> apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

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Mercados com Rafael Bevilacqua


Após 43 longos dias, na noite da quarta-feira (12) o presidente Donald Trump sancionou uma lei de financiamento temporário, encerrando a mais longa paralisação do governo americano da história. Além da retomada de várias atividades e da normalização das relações entre setor público e empresas que fornecem para o governo, o fim da paralisação também permitirá a divulgação de muitos dados econômicos atrasados. Entre eles, números de inflação e de desemprego, essenciais para que o Federal Reserve (FED), o banco central americano, consiga formular sua política monetária.

Até o hiato da paralisação, os investidores estavam atentos a sinais de desaquecimento do mercado de trabalho. Nas últimas semanas de setembro, as declarações de Jerome Powell, presidente do FED, e de diversos diretores do órgão, indicavam que a atenção da autoridade monetária estava mais voltada para o desaquecimento do mercado de trabalho americano, com menos ênfase nos preços, que seguem bastante acima da meta.

Isso mudou um pouco. Segundo o indicador FedWatch, a probabilidade de manutenção dos juros americanos na faixa atual entre 3,75 e 4,00 por cento ao ano subiu para 48,1 por cento nesta quinta-feira ante 37,1 por cento na quarta-feira (12). Há um mês, essa probabilidade era de apenas 4,5 por cento. Já as probabilidades de corte das taxas em 0,25 ponto percentual caíram para 51,9 por cento ante 62,9 por cento na véspera. Há um mês, a expectativa era de 95,5 por cento.

O que isso quer dizer? Para os investidores, a interrupção do fluxo de informações aumentou o risco. Diferentemente do velho provérbio que diz que nenhuma notícia é uma boa notícia (“no news is good news”), neste caso a ausência de números não foi boa. Ao suspender a divulgação dos dados do emprego, o “shutdown” privou os investidores de um insumo essencial para tentar antecipar movimentos futuros do FED.

Navegando às cegas, o mercado embutiu um prêmio de risco nos preços. Não ajuda o fato de que, na reunião do FED do fim de outubro, Powell ter frisado que os investidores não deveriam apostar em novas reduções nas taxas na reunião agendada para dezembro. Ou seja, apesar da boa notícia de encerramento do “shutdown”, os investidores devem encarar a volta gradual à normalidade com uma ênfase mais negativa do que positiva.


E Eu Com Isso?

Os contratos futuros dos principais índices americanos estão praticamente estáveis no pré-mercado, com os investidores esperando os indicadores que serão divulgados nesta quinta-feira para traçar suas estratégias. Não há expectativas formadas sobre os números, o que eleva a volatilidade potencial do mercado. No Brasil, os resultados negativos do Banco do Brasil (BBAS3) referentes ao 3T25 devem pesar sobre o Ibovespa.

Dividendos bilionários e integração concluída marcam o 3T25 da Allos (ALOS3)


A Allos (ALOS3) apresentou um terceiro trimestre sólido, marcado pelo anúncio de um guidance de dividendos robusto e pela consolidação da integração entre as antigas administradoras de shopping. O grande destaque do trimestre foi o anúncio de 1,9 bilhão de reais em dividendos previstos entre dezembro de 2025 e dezembro de 2026 — valor que reforça a capacidade de geração de caixa da companhia e sinaliza confiança do management na sustentabilidade operacional do negócio. O balanço também refletiu um trimestre de crescimento equilibrado, com receita líquida de 663 milhões de reais (+5,2 por cento a/a) e avanço em praticamente todas as linhas operacionais, sustentado por desempenho consistente das receitas de locação e estacionamento, além da expansão das operações de mídia digital.

A receita líquida da Allos atingiu 663 milhões de reais, com avanço de 5,2 por cento na comparação anual, impulsionada pelo crescimento das linhas de aluguel (+6,0 por cento), estacionamento (+10,2 por cento) e serviços (+9,2 por cento). O desempenho no segmento de locação refletiu os reajustes contratuais positivos e renovações de contratos com spreads acima da inflação. As vendas nas mesmas lojas (SSR) cresceram 6,5 por cento a/a, confirmando a boa performance operacional dos ativos e a capacidade de repassar preços em um ambiente ainda desafiador. As receitas de mídia digital também aceleraram (+29 por cento a/a), beneficiadas pela expansão da operação da Helloo em aeroportos, enquanto as receitas de incorporação imobiliária, que haviam contribuído no 3T24, não tiveram impacto relevante neste trimestre. Desconsiderando este efeito, o crescimento orgânico da receita líquida teria sido de 7,4 por cento a/a.

As vendas totais nos shoppings da Allos atingiram 9,9 bilhões de reais, alta de 5,5 por cento a/a, superando o crescimento do varejo nacional e refletindo o bom momento do consumo de serviços e experiências. As vendas por metro quadrado chegaram a 1.925 reais/m², um crescimento de 3,4 por cento em relação ao 3T24, e acumulam alta de 50 por cento desde 2019, equivalente a um CAGR de 7 por cento. A taxa de ocupação encerrou o trimestre em 96,5 por cento, levemente acima do ano anterior. A companhia assinou 241 novos contratos e registrou inaugurações relevantes, como a primeira H&M Home do Brasil, no Parque Dom Pedro (Campinas), e novas lojas da Farm, Sephora e Coco Bambu em shoppings estratégicos. Esses movimentos mostram que os shoppings da Allos seguem como destinos de alto fluxo e relevância regional, sustentando a geração de NOI e a valorização de portfólio.

O NOI atingiu 585,9 milhões de reais, alta de 7,8 por cento em relação ao 3T24, com margem NOI de 93,4 por cento, avanço de 80 bps. O desempenho reflete não apenas o crescimento de receita, mas também uma queda de 8,1 por cento nos custos operacionais. A Allos tem mantido uma disciplina rigorosa na gestão de custos, especialmente após a consolidação das estruturas administrativas e a unificação de sistemas (ERP), que melhoraram os processos de controle. A boa performance operacional se traduziu na expansão das margens e sustentou a geração consistente de caixa, mesmo num ambiente de juros elevados.

O EBITDA ajustado somou 485,6 milhões de reais no trimestre, representando um crescimento de 6,6 por cento a/a e margem EBITDA de 73,2 por cento (+97 bps). Esse resultado foi impulsionado pela combinação de receitas resilientes, custos mais baixos e despesas gerais e administrativas estáveis (114,6 milhões de reais, em linha com o 3T24, mesmo considerando a inflação). Em termos reais, o SG&A apresentou queda de 14,7 por cento em dois anos, reflexo do programa contínuo de eficiência organizacional, que inclui redução de estrutura e revisão de mandatos. Essas iniciativas devem gerar impacto mais significativo a partir do 1T26, com novas rodadas de simplificação operacional e realocação de recursos. No agregado, a companhia segue entregando margens superiores à média histórica.

O FFO totalizou 304,9 milhões de reais (+3,5 por cento a/a), com FFO por ação crescendo 9,0 por cento, refletindo tanto a solidez operacional quanto os efeitos das recompras de ações realizadas desde o final de 2024. A companhia encerrou o trimestre com alavancagem controlada (1,7x Dívida Líquida/EBITDA). A forte geração de caixa permitiu à Allos anunciar um pagamento de 146 milhões de reais em dividendos em dezembro de 2025, além de um guidance mensal de 28 centavos a 30 centavos por ação para 2026, totalizando até 1,9 bilhão de reais em proventos no período.


E Eu Com Isso?

O 3T25 confirmou a força estrutural do modelo de negócios da Allos, que segue combinando crescimento, eficiência e disciplina financeira. A companhia mostrou capacidade de entregar resultados consistentes, com rentabilidade elevada, margens em expansão e portfólio de alta qualidade. Os principais gatilhos de curto prazo incluem a continuidade da redução de custos, o avanço do programa de eficiência e a materialização do guidance de dividendos, que deve sustentar a valorização das ações no curto e médio prazo. Diante de uma execução acima da média, estrutura de capital sólida e portfólio premium com liquidez crescente, mantemos visão construtiva para a Allos, que segue bem posicionada para capturar a retomada gradual do consumo e continuar entregando valor aos acionistas.

Com o ciclo de integração praticamente concluído, a Allos entra em uma nova etapa de crescimento com base sólida para expandir rentabilidade e eficiência. A companhia tem espaço para realavancar o balanço gradualmente, aproveitando o custo de dívida competitivo e a forte conversão de caixa, o que deve permitir ampliar o retorno ao acionista sem comprometer a solidez financeira.



Ações da B3 (B3SA3) avançam 4,3 por cento após divulgar seus resultados

A B3 (B3SA3) divulgou seus resultados financeiros do terceiro trimestre de 2025, refletindo os impactos de um cenário macroeconômico ainda desafiador. A companhia reportou receita líquida de 2,77 bilhões de reais, um crescimento de 2,0 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.

O segmento de Mercados, que concentra a maior parte da receita da empresa, somou 1,8 bilhão de reais, praticamente estável na comparação anual.

O principal destaque foi o segmento de renda fixa e crédito, que teve desempenho positivo, com aumento de 15,9 por cento, atingindo 348,9 milhões de reais, enquanto as receitas com empréstimo de ativos se destacaram, crescendo 20,9 por cento no período, para 76,8 milhões de reais.

No lado das despesas, a B3 contabilizou 841 milhões de reais, alta de 1,2 por cento em relação ao segundo trimestre de 2024. Com isso, o EBITDA recorrente atingiu 1,72 bilhão de reais, representando um aumento de 1,7 por cento na base anual.

A margem EBITDA recorrente foi de 69,5 por cento, abaixo dos 70 por cento registrados no mesmo período do ano passado.

O lucro líquido da companhia somou 1,26 bilhão de reais, com avanço de 2,6 por cento na comparação anual, em um cenário ainda conservador para o mercado de capitais.

Apesar da entrega de resultados sólidos no trimestre, as ações da B3 seguem negociadas a múltiplos considerados exigentes no cenário atual.

O papel apresenta um índice Preço/Lucro (P/L) de 15 vezes e uma relação EV/EBITDA de 10,3 vezes, patamares que indicam um valuation relativamente elevado em comparação ao restante do mercado brasileiro, especialmente diante de um ambiente de juros ainda altos e atividade moderada no mercado de capitais.

No entanto, apesar dos números neutros, o avanço dos papéis da B3 e seu valuation diferenciado ocorre porque parte do mercado acredita que o volume de ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo potencialmente poderia dobrar à medida que as taxas de juros diminuem.

Essa modificação no ambiente de juros tem o potencial de impulsionar tanto a linha de receitas quanto os lucros da B3. Com essa expectativa, as ações da Bolsa brasileira seguiram em destaque no pregão de ontem.

 
E Eu Com Isso?
 
No entanto, esse múltiplo também tem potencial de limitar o potencial de valorização no curto prazo, mesmo com a elevada rentabilidade da companhia.

Nos últimos doze meses, a B3 acumulou um lucro líquido de 4,85 bilhões de reais e manteve um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 24,4 por cento, o que evidencia sua elevada rentabilidade e forte capacidade de geração de caixa.

A B3 segue exposta à sensibilidade macroeconômica, com suas receitas correlacionadas ao apetite por risco e à atividade no mercado de capitais, fatores que ainda estão limitados por um ambiente de juros elevados e incertezas econômicas.

Embora reconheçamos a consistência operacional e a resiliência da companhia, entendemos que o atual patamar de preços já embute grande parte das perspectivas positivas, reduzindo a margem de segurança para novas entradas.





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Senado americano pode encerrar paralisação do governo https://levanteideias.com.br/artigos/senado-americano-pode-encerrar-paralisacao-do-governo https://levanteideias.com.br/artigos/senado-americano-pode-encerrar-paralisacao-do-governo#respond Mon, 10 Nov 2025 13:33:16 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52485 O post <strong>Senado americano pode encerrar paralisação do governo</strong> apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

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Em uma votação na noite do domingo (9), o Senado dos Estados Unidos aprovou a primeira etapa de um acordo que pode encerrar a mais longa paralisação do governo dos EUA, iniciada em 1º de outubro. A medida permite que outras votações para o acordo sejam realizadas a partir desta segunda-feira (10). A decisão precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados e sancionada pelo presidente Donald Trump antes do fim da paralisação.

O acordo prevê a reversão de todas as demissões de funcionários públicos durante a paralisação e a suspensão dos enxugamentos de pessoal até o fim do ano fiscal de 2026. Também garante que todos os funcionários federais receberão seus salários normais durante a paralisação, quando muitos deles não puderam trabalhar.

A medida foi aprovada com o mínimo necessário de 60 votos a favor, depois que oito senadores democratas contrariaram a orientação do partido e apoiaram o acordo. Quarenta senadores votaram contra. O acordo, alcançado após negociações ininterruptas durante o fim de semana, financiará o governo dos EUA até o fim de janeiro de 2026.

O pacto não inclui a principal exigência dos democratas: prorrogar os créditos fiscais da Lei de Acesso à Saúde (Affordable Care Act), que expiram no fim de dezembro. Porém, o acordo inclui uma garantia do partido republicano de uma votar, em dezembro, um projeto de lei do partido democrata que amplia esses subsídios, usador por mais de 20 milhões de americanos para reduzir o custo dos planos de saúde.

Em outra notícia positiva, a China reverteu uma série de restrições à exportação de minerais críticos e materiais de terras raras para os Estados Unidos, em um sinal de que a trégua comercial entre as duas maiores economias do mundo está se mantendo.

O Ministério do Comércio da China anunciou na sexta-feira (08) que suspenderá alguns controles de exportação de minerais críticos usados em equipamentos militares, semicondutores e outras indústrias de alta tecnologia por um ano. As restrições haviam sido impostas em 9 de outubro e limitam a exportação de terras raras, materiais para baterias de lítio e tecnologias de processamento.

Pequim também reverteu as restrições às exportações de gálio, germânio, antimônio e outros materiais considerados super duros, como diamantes sintéticos e nitretos de boro. Essas medidas, introduzidas em dezembro de 2024, foram amplamente vistas como retaliação às restrições ampliadas de Washington à exportação de semicondutores da China.

A flexibilização das exportações ocorreu após conversas entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, em Busan, Coreia do Sul, em 30 de outubro.

A China classifica esses materiais como “itens de dupla utilização”, o que significa que podem ser usados tanto para fins civis quanto militares. Além das aplicações militares, esses minerais são usados em toda a indústria de semicondutores e de alta tecnologia, que estão no centro das tensões comerciais entre os EUA e a China.


E Eu Com Isso?

A aprovação da medida pelo Senado e a continuidade na distensão comercial entre Estados Unidos e China animaram os investidores. Os contratos futuros dos principais índices americanos estão com fortes altas no pré-mercado. Além disso, a retomada das atividades do governo deverá normalizar a divulgação de indicadores econômicos como os de inflação e de emprego, reduzindo a incerteza e facilitando a vida dos investidores.

As notícias são positivas para a Bolsa



SLC (SLCE3) busca otimizar a estrutura de portfólio e capta 700 milhões de reais


A SLC Agrícola (SLCE3) na última semana anunciou que irá transformar parte de suas terras em recursos líquidos, levantando cerca de 700 milhões de reais por meio de uma parceria com um investidor internacional. A iniciativa faz parte de um movimento estratégico que busca tornar a empresa mais leve, mais eficiente e deixar a estrutura sem depender de novas dívidas.

O acordo prevê a criação de uma sociedade conjunta que reunirá duas propriedades da SLC, incluindo uma fazenda localizada na Bahia, com área superior a 20 mil hectares. O parceiro financeiro entra com capital, enquanto a empresa contribui com as terras e continua responsável por toda a produção agrícola, que será mantida sob sua gestão por quase duas décadas. Durante esse período, a SLC pagará à nova estrutura uma parcela das receitas obtidas com as colheitas, preservando o controle das operações e garantindo previsibilidade de resultados.

Usualmente empresas do setor preferem acumular patrimônio em terras, o que gera solidez, mas também reduz a liquidez financeira. Ao converter parte desse ativo em dinheiro, a SLC demonstra flexibilidade para encarar momentos mais desfavoráveis do ciclo sem perder a gestão das fazendas, utilizando o capital obtido para impulsionar a eficiência e fortalecer o caixa.

Grande parte do montante será direcionada para projetos de irrigação, considerados fundamentais para o aumento da produtividade. Segundo estimativas da própria companhia, cada hectare irrigado pode render milhares de reais adicionais a cada safra, além de reduzir riscos associados à irregularidade das chuvas, a aposta em tecnologia e infraestrutura busca o ganho de eficiência nas operações.

Outro efeito esperado da operação é a melhora da estrutura financeira. No balanço mais recente, a SLC apresentava uma relação entre dívida e lucro operacional em torno de 2,3 vezes, índice razoável, mas que limita espaço para novos investimentos. Com a entrada dos recursos, a empresa poderá reduzir sua alavancagem, ganhar fôlego e ainda investir em áreas de maior retorno, sem comprometer sua saúde financeira.

O modelo adotado, de parceria de longo prazo com investidores institucionais, abre caminho para novas iniciativas semelhantes. A própria SLC já sinalizou que essa fórmula poderá ser repetida em outras regiões, ampliando o alcance da estratégia.


E Eu Com Isso?

Para investidores, esse tipo de operação é atrativo, pois oferece exposição ao agronegócio brasileiro, um setor com potencial de expansão e com ativos reais, sem necessidade de envolvimento direto na gestão agrícola.

Apesar dos benefícios, o movimento traz desafios. Ao ceder parte da propriedade das fazendas, a empresa compartilha também o potencial de valorização futura desses ativos. 

Além disso, o retorno esperado dos projetos de irrigação dependerá de boa execução técnica e de condições de mercado favoráveis, mesmo assim, a iniciativa foi bem recebida pelo mercado, as ações da SLC avançaram 4,16 por cento na última sexta-feira após o anúncio.

Em um ambiente cada vez mais competitivo, a empresa mantém sua posição como uma das líderes em inovação e eficiência no campo, combinando visão de longo prazo com disciplina de capital.



Venda do Midway Mall marca ponto de inflexão estratégico e financeiro para a Guararapes (GUAR3)

A Guararapes (GUAR3), dona da Riachuelo, anunciou ter firmado um Memorando de Entendimento (MOU) não vinculante com um consórcio de investidores liderado pela Capitânia Investimentos para a possível venda integral do Midway Mall, ativo imobiliário premium localizado em Natal (RN). O processo, ainda sujeito à due diligence e à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), marca um movimento que vinha sendo aguardado pelo mercado e alinha-se à estratégia de foco no core business. Ao sinalizar disposição em se desfazer de um ativo relevante e intensivo em capital, a companhia reforça a intenção de simplificar sua estrutura e concentrar recursos na operação de varejo — principal motor de geração de caixa da holding.

O valuation da proposta teria sido definido em 1,6 bilhão de reais, valor que se encontra no limite superior das projeções para o ativo. Considerando essa cifra, o Midway Mall poderia estar sendo avaliado com prêmio frente aos pares. Se confirmada a transação com esse preço, o múltiplo implícito da Guararapes cairia substancialmente, aproximando-se da faixa de 8x o lucro estimado para 2026, ante patamar atual próximo a 10x. Esse movimento reforça a percepção de que o ativo imobiliário não estava plenamente refletido no preço das ações, sugerindo que a venda pode redesenhar a dinâmica de valuation da empresa.

A Guararapes encerrou o 3T25 com uma posição de alavancagem bastante confortável, em torno de 0,7x dívida líquida/EBITDA (ex-IFRS), resultado de geração de caixa consistente e disciplina de investimentos. A entrada de recursos provenientes da venda — mesmo considerando que parte do pagamento pode ocorrer ao longo dos próximos anos — ampliaria a folga financeira da companhia e fortaleceria sua capacidade de financiar iniciativas estratégicas, modernização de lojas e eventuais ajustes de portfólio. Além disso, há potencial benefício fiscal via utilização de prejuízos acumulados, o que poderia reduzir a alíquota efetiva incidente sobre o ganho de capital da operação.

Diante de um balanço sólido e da ausência de uma necessidade premente de desalavancagem, cresce a expectativa de que a maior parte dos recursos do possível desinvestimento seja destinada à distribuição de dividendos extraordinários, especialmente à luz das discussões sobre possível tributação de dividendos a partir de 2026. Ainda assim, parte do montante pode ser retida para financiar projetos estratégicos e acelerar planos de expansão ou revitalização, ao mesmo tempo em que a empresa deve preservar sua posição confortável de alavancagem.

 
E Eu Com Isso?
 
A venda do Midway Mall reorganiza o mapa estratégico da Guararapes. Ao avançar para um modelo mais enxuto e com menor exposição a ativos imobiliários, a companhia reforça seu compromisso com racionalidade de capital e foco operacional. Com liquidez reforçada e uma estrutura de capital ainda mais robusta, a empresa teria espaço adicional para acelerar iniciativas de produtividade, eficiência logística e modernização do parque de lojas — pilares fundamentais para sustentar crescimento rentável no médio prazo.

Em síntese, a venda do Midway Mall representa um evento potencialmente transformacional para a Guararapes, combinando simplificação corporativa, melhora perceptível no valuation e perspectiva concreta de retorno significativo ao acionista. Ainda assim, o desfecho dependerá dos resultados da due diligence, das tratativas finais com o grupo comprador e da estrutura de pagamento — pontos que podem influenciar o impacto financeiro de curto prazo. O movimento reforça a direção correta em termos de estratégia e alocação de capital, ao mesmo tempo em que desloca o foco para execução, competitividade e rentabilidade do núcleo de varejo da companhia.




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Novos recordes com expectativas de corte de juros e acordo entre EUA e China https://levanteideias.com.br/artigos/novos-recordes-com-expectativas-de-corte-de-juros-e-acordo-entre-eua-e-china https://levanteideias.com.br/artigos/novos-recordes-com-expectativas-de-corte-de-juros-e-acordo-entre-eua-e-china#respond Wed, 29 Oct 2025 12:32:03 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52364 A quarta-feira começa com uma expectativa positiva dos investidores com relação ao resultado da reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), versão americana do Comitê de Política Monetária (Copom). A probabilidade de um corte de 0,25 ponto percentual nos Fed Funds, os juros referenciais americano, segue elevada, ao redor de 97 por cento. Se confirmada,… Read More »Novos recordes com expectativas de corte de juros e acordo entre EUA e China

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E eu com isso versão Plus

A quarta-feira começa com uma expectativa positiva dos investidores com relação ao resultado da reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), versão americana do Comitê de Política Monetária (Copom). A probabilidade de um corte de 0,25 ponto percentual nos Fed Funds, os juros referenciais americano, segue elevada, ao redor de 97 por cento.

Se confirmada, a decisão vai reduzir os juros americanos para a faixa entre 3,75 e 4,00 por cento, ante os atuais 4,00 a 4,25 por cento ao ano.

No entanto, os investidores estão esperando que, além disso, haja uma sinalização mais firme por parte do Federal Reserve (FED), o banco central americano, de que o corte de juros continue na reunião de dezembro e siga nessa toada pelo menos durante o início de 2026. Supondo-se que isso ocorra, os FED Funds encerrarão o 1T26 na faixa entre 3,25 e 3,50 por cento ao ano, uma “taxa terminal” (de fim de ciclo de ajuste) considerada menos restritiva.

E essa perspectiva é menos provável. O principal entrave para os investidores é a ausência de indicadores devido à paralisação (“shutdown”) do governo americano, que impede por exemplo o cálculo do índice de desemprego e atrasa a divulgação dos índices de inflação. Os únicos resultados divulgados, ainda que com atraso, são os índices de inflação – que mostram uma variação de 3,0 por cento nos 12 meses até setembro, uma leve queda em relação aos 3,1 por cento nos 12 meses até agosto, mas muito acima da meta de 2 por cento.

Por isso a expectativa com declarações anteriores de Jerome Powell, presidente do FED, que afirmou haver uma desaceleração no mercado de trabalho que justificaria o corte de juros. Espera-se que Powell forneça mais detalhes durante sua entrevista coletiva nesta tarde.

Além disso, os mercados seguem em alta pelo fato de as tensões comerciais entre EUA e China parecerem ter diminuído após as negociações no fim de semana. Donald Trump deve se encontrar com Xi Jinping na quinta-feira (30). O presidente americano disse em um discurso na Coreia do Sul, onde será o encontro, que acredita que será possível fechar um “grande acordo” entre os dois países.


E Eu Com Isso?

Tanto os principais índices americanos quanto o Ibovespa registraram recordes na terça-feira (28) devido à expectativa positiva de queda dos juros nos Estados Unidos e de uma distensão nas relações comerciais entre China e Estados Unidos. No entanto, o mercado segue estruturalmente volátil, e não se descarta um movimento de realização de lucros.

As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade



Mercados com Rafael Bevilacqua



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Reunião do FED começa com ausência de dados https://levanteideias.com.br/artigos/reuniao-do-fed-comeca-com-ausencia-de-dados https://levanteideias.com.br/artigos/reuniao-do-fed-comeca-com-ausencia-de-dados#respond Tue, 28 Oct 2025 14:15:34 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52361 O post <strong>Reunião do FED começa com ausência de dados</strong> apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

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Começa nesta terça-feira (28) a reunião de outubro do Federal Open Market Committee (Fomc), versão americana do Comitê de Política Monetária (Copom). De acordo com o CME FedWatch, que baseia suas previsões nos preços do mercado futuro de juros, há 96,7 por cento de probabilidade de o Federal Reserve (FED), o banco central americano, cortar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual na quarta-feira (29).

Isso reduziria a taxa básica de juros para uma faixa entre 3,75 e 4 por cento ao ano, abaixo da faixa atual de 4 a 4,25 por cento, e marcaria o segundo corte de juros do FED neste ano. O consenso do mercado é de que deverá haver mais um corte dessa magnitude na reunião do FED agendada para dezembro.

No entanto, apesar da convicção, os investidores reconhecem que a decisão será tomada em um cenário de continuidade do apagão quase total de dados econômicos federais em meio à paralisação do governo.

O único indicador relevante foi o Consumer Price Index (CPI) de setembro, divulgado na sexta-feira (24), e que mostrou que a inflação subiu a um ritmo de 3 por cento ao ano, levemente abaixo do esperado. A conclusão foi que o impacto das tarifas abrangentes do presidente Donald Trump tem sido até agora mais contido do que os economistas previam.

O FED tem duas tarefas: manter a inflação dentro da meta de 2 por cento e fazer isso preservando o maior nível de emprego possível, desde que não inflacionário. Quando a inflação está em alta o FED eleva os juros para encarecer os empréstimos e desestimular consumidores e empresas de gastar. Porém, um mercado de trabalho fraco pode ser impulsionado por taxas de juros mais baixas, pois é mais fácil para as empresas contratarem se for mais barato tomar dinheiro emprestado.

Em setembro, quando Jerome Powell, presidente do FED, anunciou o primeiro corte de juros deste ano, ele sinalizou que o banco central americano estava cada vez mais preocupado com uma forte desaceleração no mercado de trabalho. “Neste mercado de trabalho menos dinâmico e um pouco mais fraco, os riscos de queda para o emprego parecem ter aumentado”, disse ele.

No entanto, o relatório mensal de empregos de setembro não foi divulgado no início deste mês devido à paralisação do governo federal. Em um discurso em 14 de outubro, Powell reconheceu a interrupção dos dados, mas acrescentou que o banco central tem acesso a “uma ampla variedade de dados dos setores público e privado que permaneceram disponíveis”. Segundo o presidente do FED, “as perspectivas para o emprego e a inflação não parecem ter mudado muito desde então”.


E Eu Com Isso?

A terça-feira começa sem uma direção única para os principais índices acionários. Além da reunião do Fomc, os investidores aguardam o encontro entre os presidentes dos Estados Unidos e da China na quinta-feira (30). A agenda econômica do dia é esvaziada, o que sustenta a falta de vetores para os preços dos ativos financeiros. Parte das atenções dos agentes econômicos seguem voltadas para a temporada de balanços corporativos. Segundo a Reuters, cerca de 30 por cento das empresas do S&P 500 que já divulgaram resultados, 85 por cento tiveram lucros acima das expectativas.

As notícias são levemente positivas para a Bolsa em um cenário sem tendência definida




Mercados com Rafael Bevilacqua
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 Petrobras (PETR4) reporta produção acima do esperado no terceiro trimestre


A Petrobras (PETR4) divulgou seu relatório de produção e vendas referente ao terceiro trimestre de 2025, registrando uma produção média de óleo de 2,52 milhões de barris por dia, um aumento de 18,3 por cento em relação ao mesmo período de 2024. Considerando óleo e gás, a produção total atingiu 3,144 milhões de barris por dia, representando crescimento de 16,9 por cento na comparação anual.

O desempenho do trimestre foi impulsionado principalmente pela entrada em operação do FPSO Almirante Tamandaré, que alcançou plena capacidade de produção no campo de Búzios, e pelo aumento da produção no FPSO Marechal Duque de Caxias, no campo de Mero.

No segmento de Refino, Transporte e Comercialização (RTC), os resultados também foram positivos. As vendas internas de derivados cresceram 1,9 por cento, totalizando 1,8 milhão de barris refinados por dia. O destaque ficou para o diesel, cuja demanda impulsionou um aumento de 6,4 por cento nas vendas em relação ao ano anterior, com recorde trimestral de produção de diesel S-10 pela refinaria Refap.

No mercado externo, as exportações líquidas (exportações menos importações) registraram alta de 46,4 por cento, atingindo 723 mil barris por dia. Esse desempenho é estratégico para a companhia, já que grande parte do custo médio das mercadorias exportadas é formado por produtos extraídos e refinados no Brasil, significativamente mais baratos do que a aquisição de petróleo e derivados no mercado internacional.

Os resultados do 3T25 reafirmam a trajetória de crescimento da Petrobras, sustentada pelo aumento da produção própria, pela entrada de novas capacidades via FPSOs e pelo crescimento das exportações.


E Eu Com Isso?

Em linhas gerais, os resultados operacionais da Petrobras superaram nossas expectativas, com base nas informações previamente divulgadas pela companhia.

Projetamos que a receita líquida da empresa para o terceiro trimestre de 2025 alcance cerca de 125 bilhões de reais, com EBITDA estimado em 65 bilhões de reais e lucro líquido recorrente em torno de 25 bilhões de reais.

A Demonstração do Fluxo de Caixa continua sendo a peça contábil mais relevante para a companhia. Espera-se que a Petrobras mantenha um Fluxo de Caixa Livre positivo, permitindo a distribuição de proventos em conjunto com os resultados do trimestre. Nossa estimativa aponta para uma distribuição de cerca de 10 bilhões de reais, equivalente a 2,5 por cento de remuneração trimestral.

Para os próximos doze meses, projetamos um pagamento total de proventos em torno de 10 por cento, em linha com a capacidade de geração de caixa da empresa, reforçando sua política de retorno consistente aos acionistas.
JSL (JSLG3) e Vamos (VAMO3) fortalecem integração com novo contrato de locação de máquinas

A JSL (JSLG3) e a Vamos (VAMO3), ambas controladas pela Simpar (SIMH3), anunciaram a celebração de um contrato de locação de frota de empilhadeiras pelo prazo de 84 meses, com valor total estimado em até 74,6 milhões de reais. O acordo prevê o fornecimento, pela Vamos, de máquinas e equipamentos intralogísticos que serão utilizados pela JSL na execução de um novo contrato operacional, com pagamento mensal de 889 mil reais, corrigido anualmente pela variação positiva do IPCA. Trata-se de uma operação de longo prazo que reforça a sinergia operacional entre as companhias e a relevância das soluções integradas dentro do ecossistema da Simpar.

O contrato se insere em um momento estratégico para ambas as empresas. A JSL, especializada em serviços logísticos, segue focada em expandir contratos de longo prazo e diversificar a base de clientes, enquanto a Vamos, líder em locação de veículos pesados, vem entregando forte geração de caixa e crescimento de receita mesmo em um cenário de juros elevados. Na prévia operacional do 3T25, a Vamos registrou faturamento recorde de 1,53 bilhão de reais, com destaque para o segmento de locação, que atingiu 1,03 bilhão de reais — alta de 11,9 por cento em relação ao ano anterior.

A operação reforça também o papel da Simpar como holding de serviços integrados, capaz de gerar valor por meio da complementaridade entre suas subsidiárias. No caso da JSL e da Vamos, o relacionamento comercial dentro do grupo favorece ganhos de escala, previsibilidade de receitas e otimização de custos financeiros e operacionais. A locação de máquinas pela Vamos à JSL amplia a ocupação de frota da locadora, ao mesmo tempo em que fornece à JSL uma estrutura logística mais eficiente para atender novos contratos sem necessidade de imobilizar capital próprio.

 
E Eu Com Isso?
 
Sob o ponto de vista estratégico, o contrato é positivo para a Vamos, que segue diversificando a carteira e alongando a duração média dos contratos, o que sustenta a visibilidade de receita futura. O reajuste anual atrelado ao IPCA contribui para a proteção inflacionária da companhia e ajuda a preservar margens. Já para a JSL, o movimento indica continuidade na estratégia de expansão de contratos e fortalecimento da capacidade operacional, embora a dependência de contratos intragrupo possa levantar questionamentos sobre o grau de independência operacional frente à controladora.

Do lado da Vamos, a notícia tende a ser marginalmente positiva, reforçando a tese de resiliência do modelo de locação em meio ao ciclo de juros elevados e destacando o foco da empresa em contratos de longo prazo e com boa qualidade de crédito. Para a JSL, os efeitos devem ser neutros a levemente positivos, já que a operação ajuda a dar suporte a novos contratos, mas não altera significativamente a dinâmica financeira do grupo.

Em síntese, o novo contrato reafirma o fortalecimento da integração entre as empresas do grupo Simpar, com efeitos moderadamente positivos no curto prazo para a Vamos, especialmente na ocupação e rentabilidade de frota. Já para a JSL, o impacto tende a ser mais operacional do que financeiro, refletindo a continuidade da estratégia de crescimento sustentado e diversificação de serviços.




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