Federal Reserve – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br Recomendações, análises e carteiras de investimentos para maiores rentabilidades. Thu, 27 Jan 2022 21:05:09 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.1.1 https://levanteideias.com.br/wp-content/uploads/2018/02/cropped-avatar_lvnt-32x32.png Federal Reserve – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br 32 32 Vários fatores desenham cenário desfavorável para a Bolsa | Denise Campos de Toledo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/varios-fatores-desenham-cenario-desfavoravel-para-a-bolsa https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/varios-fatores-desenham-cenario-desfavoravel-para-a-bolsa#respond Fri, 28 Jan 2022 10:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36080 A semana trouxe algumas sinalizações relevantes para a formação de expectativas quanto ao comportamento futuro do mercado. No âmbito doméstico, a alta de 0,58% do IPCA 15 em janeiro, acima do esperado e com uma disseminação maior dos aumentos, além de reforçar as projeções para cima da inflação deste ano ainda confirma as dificuldades que… Read More »Vários fatores desenham cenário desfavorável para a Bolsa | Denise Campos de Toledo

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A semana trouxe algumas sinalizações relevantes para a formação de expectativas quanto ao comportamento futuro do mercado. No âmbito doméstico, a alta de 0,58% do IPCA 15 em janeiro, acima do esperado e com uma disseminação maior dos aumentos, além de reforçar as projeções para cima da inflação deste ano ainda confirma as dificuldades que o Banco Central pode ter para evitar novo estouro da meta, apenas com o aumento dis juros que vem sinalizando. Mesmo com a expectativa de expansão do PIB próxima de zero, o BC pode ter de promover aperto maior da Selic. 

Vale observar que sozinho na tarefa de controlar a inflação, já que não pode contar com maior compromisso fiscal do governo, que cogita até uma PEC pra cortar tributos sobre os combustíveis, o Banco Central ainda terá de lidar com possíveis efeitos do aperto da política monetária nos Estados Unidos. Antes de tratar da questão externa, importante ressaltar que o corte dos tributos federais sobre combustíveis, além do pouco impacto sobre os preços, muito relacionados às condições externas, geraria mais rombo nas finanças públicas, com mais incertezas na área fiscal, o que pode se converter em novas pressões sobre o dólar, outro importante fator na composição de preços. Enfim, uma medida que criaria mais narrativa do que resultados no controle da inflação. 

Feita a observação, tivemos nesta semana uma nova reunião do FOMC, o Comitê do Federal Reserve, que manteve os juros básicos entre 0 e 0,25%, mas já sinalizando o início do ciclo de alta em março, com a finalização do programa de recompra de títulos e possibilidade de iniciar a redução da carteira de ativos, que, na prática, significa maior corte de liquidez. Aperto necessário para facilitar o controle da inflação que, também nos Estados Unidos, vem se mantendo persistentemente acima das expectativas.A partir dessas sinalizações, o mercado passou a trabalhar com a possibilidade de 5 e não mais 4 aumentos dos juros, pelo FED, ao longo de 2022.

Independentemente dessas indicações desfavoráveis para o mercado acionário, a Bolsa aqui seguiu na trajetória de recuperação. Tem um atraso a compensar, embora isso não signifique que possa manter um fôlego mais longo. A Bolsa brasileira, até no embalo de novas emissões, tem atraído capital muito pela defasagem de preços, o atraso que citei, favorecida também pelo excesso de liquidez no mundo, com tantos programas de estímulo lançados pelos governos e bancos centrais, que começam a ser revertidos como indica o FED. O maior aperto das políticas monetárias tende a prejudicar as bolsas, em geral, pela menor disponibilidade de recursos, fora a concorrência dos juros mais altos, especialmente nos Estados Unidos, cujos títulos são considerados de risco zero. No Brasil, em particular, o aumento projetado para a Selic e as taxas impostas pela curva de juros também exercem maior concorrência. É um cenário que, em algum momento, pode levar a ajustes mais pesados no mercado acionário. 

Vale observar que a recuperação da economia americana, com expansão de 6,9% no fechamento de 2021, deu fôlego adicional para as bolsas, inclusive no Brasil. Mas esse avanço da economia americana, bem acima do esperado, acaba dando mais tranquilidade para o FED promover os ajustes necessários para o controle da inflação. Sendo que no comunicado da reunião desta semana já havia retirado o emprego da pauta dos objetivos, antes mesmo dos novos indicadores de atividade. Com o detalhe que a previsão da Tesla de continuidade do desequilibrio na cadeia de suprimentos já deu uma freada no ânimo provocado no mercado pela forte recuperação da economia americana.

O que se tem, por enquanto, é o desenho de uma conjuntura menos favorável para a performance da Bolsa, que em boa parte também será desfavorável para uma melhor performance da nossa economia. O País terá de conviver durante boa parte deste ano com inflação ainda elevada, mesmo que caia para cerca da metade de 2021, e juros mais altos até por causa disso. Sobre a inflação ainda há risco de pressões adicionais pela alta do petróleo e outras commodities no exterior, além das safras comprometidas pelas condições climáticas, fora a possibilidade de um dólar mais alto, pelo aperto das políticas monetárias no exterior e as incertezas fiscais e políticas no campo doméstico. Sendo que os programas dos candidatos melhor colocados nas pesquisas eleitorais não têm gerado maior confiança. Isso vale até para o atual governo, com iniciativas que revelam maior foco na política do que na responsabilidade fiscal. 

É um ambiente que afugenta investidores, especialmente para a Bolsa, ainda que a elevação dos juros possa exercer maior atratividade, limitando os reflexos sobre o fluxo de recursos. Mas nesse ponto ainda fica em aberto o quanto que os juros poderão subir nos Estados Unidos em prazo maior, considerando também 2023, quando, em princípio, a Selic já poderá ter retomado uma trajetória de queda. Não sem motivos, a renda fixa começa a ser observada com mais atenção por boa parcela dos investidores, independentemente do recente embalo de recuperação da Bolsa. Aumento de incertezas pode recomendar maior conservadorismo, o que não impede que a busca por oportunidades também possa favorecer momentos de reação para a Bolsa.

Leia a última coluna da Denise Campos de Toledo: 2022: ano desafiador, com mais indefinições que certezas | Denise Campos de Toledo.

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O Fed solta os falcões https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-solta-os-falcoes https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-solta-os-falcoes#respond Thu, 27 Jan 2022 14:15:08 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36072 O investidor americano John Templeton (1912-2008), fundador da gestora de recursos Templeton, costumava dizer que as quatro palavras mais perigosas para o investidor eram “desta vez é diferente”. Em geral pronunciadas em momentos de euforia do mercado, quando os preços sobem exageradamente, essas palavras indicavam que o investidor estava subestimando os riscos de uma correção… Read More »O Fed solta os falcões

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O investidor americano John Templeton (1912-2008), fundador da gestora de recursos Templeton, costumava dizer que as quatro palavras mais perigosas para o investidor eram “desta vez é diferente”. Em geral pronunciadas em momentos de euforia do mercado, quando os preços sobem exageradamente, essas palavras indicavam que o investidor estava subestimando os riscos de uma correção nos preços. Porém, foi exatamente isso que Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, disse na quarta-feira (26). Ao comentar os resultados da reunião de dois dias do Fomc (Federal Open Market Committee), o Copom americano, Powell disse que “a situação da economia está diferente”. Ou seja, que a inflação está muito alta e que a política monetária do Fed vai mudar.

Após quase dois anos sendo leniente com a inflação, a autoridade monetária americana soltou seus falcões. No jargão do mercado, há duas abordagens possíveis para os bancos centrais. Eles podem ser pombos (em inglês “dovish”), ou mais tolerantes com a inflação, para que a política monetária não comprometa o ritmo da economia ou o nível de emprego. Ou podem ser falcões (“hawkish”), quando assumem uma postura mais estrita para manter estáveis os índices de preços. O Fed mudou de lado. Até agora, manteve a combinação de juros perto de zero com a injeção direta de recursos na economia para contrabalançar os efeitos negativos das medidas de restrição. Porém, isso vai mudar, e logo.

As declarações de Powell deixaram três pontos muito claros. O primeiro é que o Fed não tem mais dúvidas de que a inflação americana está elevada demais. “A situação não melhorou desde a última reunião de dezembro, de fato ela piorou um pouco”, disse Powell ao comentar os resultados.

Atualmente em 7% no ano calendário de 2021 quando medida pelo CPI (Consumer Price Index) e em 5,7% nos 12 meses até novembro, medida pelo índice PCE (Personal Consumption Expenditure), a inflação está muito acima da meta de 2% ao ano que deve ser perseguida pelo Fed. Mais do que isso, a economia está aquecida. O desemprego está em 3,9%, perto das mínimas históricas e em linha com o que o banco central considera, na prática, pleno emprego.

O segundo ponto é que os juros vão subir, e logo. Desde março de 2020, os Fed Funds, equivalentes à taxa Selic, são mantidos na faixa entre zero e 0,25% ao ano. Na prática, os juros são nulos. Powell praticamente garantiu que haverá uma alta em março. Ele não citou números, mas as expectativas são de que será um avanço de 0,25 ponto percentual. No entanto, o discurso mudou. A nova palavra é “ágil”. O presidente do Fed disse nada menos de três vezes durante sua entrevista coletiva concedida após a reunião que a autoridade monetária americana será “ágil” ao combater a alta de preços.

Até antes da reunião, a projeção era de que haveria no máximo quatro altas de juros neste ano, todas de 0,25 ponto percentual, de modo que os Fed Funds encerrassem 2022 a 1% ao ano. Agora, surge a hipótese de cinco elevações, pois Powell não foi claro quanto ao ritmo e à quantidade de alterações nas taxas.

O terceiro ponto é que o Fed vai zerar os estímulos à economia postos em marcha em março de 2020, e que levaram seu balanço à impressionante cifra de US$ 8,9 trilhões. Powell afirmou que esse processo deverá começar paralelamente à elevação dos juros, ou seja, ainda no primeiro trimestre deste ano.

Além de reduzir o tamanho de suas posições, o banco central vai reduzir sua ênfase em títulos lastreados em ativos imobiliários, como papéis privados garantidos por hipotecas, e concentrar os investimentos em título públicos. A meta, informou o comunicado da reunião, “é reduzir o impacto sobre a alocação setorial de crédito na economia”. O impacto de todas essas novas informações foi uma correção nos mercados americanos, com quedas dos principais índices de ações.

A avaliação do Fed sobre o aquecimento da economia poderá ser corroborada nesta manhã, com a divulgação da primeira prévia sobre o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) americano no quarto trimestre. A estimativa mais comum é de um crescimento de 5,5% em relação ao mesmo período de 2020, o que indica um ritmo acelerado para o crescimento econômico.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros do Ibovespa e do índice americano S&P 500 iniciaram a sessão com leves altas, reagindo à forte baixa da véspera (no caso dos Estados Unidos) e reagindo também ao fechamento em alta, mas abaixo da máxima do dia (no caso brasileiro).

No entanto, a divulgação do PIB americano no quarto trimestre e a continuidade do processo de ajuste dos mercados à atitude mais estrita do Fed poderá provocar volatilidade no mercado.

As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: O Fed entre a cruz e a espada.

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O Fed entre a cruz e a espada https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-entre-a-cruz-e-a-espada https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-entre-a-cruz-e-a-espada#respond Wed, 26 Jan 2022 14:16:32 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36023 Encerra-se nesta quarta-feira (26) a primeira reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, de 2022. Jerome Powell, presidente do Fed, e os demais membros do Fomc (Federal Open Market Committee), equivalente americano do Copom, terão tomado uma das decisões mais difíceis em décadas. E as consequências do comunicado que será divulgado nesta tarde… Read More »O Fed entre a cruz e a espada

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Encerra-se nesta quarta-feira (26) a primeira reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, de 2022. Jerome Powell, presidente do Fed, e os demais membros do Fomc (Federal Open Market Committee), equivalente americano do Copom, terão tomado uma das decisões mais difíceis em décadas. E as consequências do comunicado que será divulgado nesta tarde podem provocar solavancos fortíssimos nos preços dos ativos.

Esta reunião é importante porque ela vai responder a maior dúvida do mercado sobre a estratégia futura do Fed. A autoridade monetária seguirá sendo tolerante com a inflação e agindo devagar, ou vai alterar sua estratégia e passar a combater os preços de maneira mais incisiva?

Na prática, isso quer dizer responder duas perguntas. A primeira é sobre a elevação dos juros americanos. Atualmente as taxas dos Fed Funds, os juros referenciais dos Estados Unidos, estão, na prática, em zero. Como a remuneração dos Fed Funds é divulgada como uma banda (ou intervalo), os juros estão entre zero e 0,25% ao ano. Mas, na prática, a taxa é nula.

Com a alta da inflação – que chegou a 7% em dezembro, maior nível desde junho de 1982 – a projeção é que o Fed realize três ou quatro elevações de 0,25 ponto percentual nos juros até o fim do ano. Com isso, os Fed Funds encerrariam dezembro a 0,75% ou a 1% ao ano. Na avaliação mais popular, esse processo prossegue por 2023 e 2024, sempre com suaves correções mensais de 0,25 ponto percentual.

Ao fim do processo, os Fed Funds estarão ao redor de 2,5% ao ano e a inflação americana terá retornado à meta, que oficiosamente é de 2% ao ano. Isso sem afetar o processo de recuperação da economia nem elevar o desemprego.

Esse é o mundo ideal. No entanto, o problema que Powell e os diretores do Fomc enfrentam é que há muitas dúvidas entre os investidores sobre a intensidade e a permanência da inflação. Assim como ocorre no Brasil, boa parte da alta dos índices decorre do aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis. O “núcleo” da inflação, o chamado “core index”, que não considera esses itens, subiu 5,5% nos 12 meses até dezembro de 2021. É um resultado inferior ao da inflação “cheia”, mas nem tanto assim.

A grande preocupação dos investidores e da autoridade monetária dos Estados Unidos é a dispersão da alta dos preços dos combustíveis para outros segmentos da economia. Isso poderia tornar o processo inflacionário persistente. E obrigar o Fed a manter os juros mais elevados por mais tempo, prejudicando a recuperação após a pandemia.

Daí a dificuldade da decisão do Fed. Se mantiver uma postura tolerante e leniente com a inflação temendo comprometer a retomada da atividade econômica, o banco central americano pode ter de tomar medidas mais drásticas em um futuro próximo. Se, ao contrário, indicar que será firme com a alta de preços, o Fed pode abortar o processo de recuperação da economia.

Não há um caminho claro a seguir. Do outro lado do Pacífico, o Banco do Povo da China, o banco central chinês, anunciou há alguns dias um razoável afrouxamento do mercado de dinheiro, devido à deterioração do nível de atividade econômica provocada pelas medidas necessárias para conter a variante Ômicron.

Na Europa os banqueiros centrais não estão de acordo. O Banco da Inglaterra iniciou um processo de aperto, ao passo que o BCE (Banco Central Europeu), que calibra a velocidade econômica da Zona do Euro, parece não ter pressa para retirar os estímulos. Porém, uma sinalização mais “hawkish”, ou dura, do Fed nesta quarta-feira poderá levar o BCE a começar seu próprio processo.

A decisão do Fed será difícil, e terá consequências sobre todas as economias. No caso do Brasil, juros mais altos nos Estados Unidos podem manter o real depreciado em relação ao dólar. Apesar de favorecer as exportações, um câmbio valorizado também pressiona os preços por aqui, o que pode obrigar o nosso BC (Banco Central) a retardar o processo de aperto iniciado no ano passado, e que deve prosseguir durante pelo menos o primeiro trimestre.

E Eu Com Isso?

A quarta-feira começa com um forte movimento de alta tanto nos contratos futuros do Brasil quanto nos dos Estados Unidos. Por aqui, o Ibovespa futuro já supera 111 mil pontos, mantendo a valorização da véspera. As cotações das ações domésticas foram auxiliadas pela valorização das commodities do mercado internacional. Porém, a depender da decisão do Fed, o mercado poderá apresentar uma volatilidade elevada.

As notícias são positivas para a Bolsa, em um cenário de volatilidade.

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Leia também: O impacto da crise na Rússia.

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Inflação e juros nos EUA https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/inflacao-e-juros-nos-eua https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/inflacao-e-juros-nos-eua#respond Mon, 24 Jan 2022 13:41:16 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35980 Dollar Tree (Nasdaq: DLTR) é uma das maiores cadeias varejistas americanas. Foi fundada na Virgínia em 1953, e atualmente possui 15,2 mil lojas nos Estados Unidos e no Canadá, empregando 193 mil pessoas. Está longe de ser um local glamuroso. Ao contrário, boa parte de sua freguesia é composta por cidadãos de baixa renda e… Read More »Inflação e juros nos EUA

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Dollar Tree (Nasdaq: DLTR) é uma das maiores cadeias varejistas americanas. Foi fundada na Virgínia em 1953, e atualmente possui 15,2 mil lojas nos Estados Unidos e no Canadá, empregando 193 mil pessoas. Está longe de ser um local glamuroso. Ao contrário, boa parte de sua freguesia é composta por cidadãos de baixa renda e imigrantes, que estão na base da pirâmide econômica. O que os atrai são preços baixos.

Durante muitos anos, todas as lojas Dollar Tree tinham pelo menos algum item que custava apenas US$ 1. Esse, aliás, era o nome original da rede varejista. Porém, na quinta-feira (20) a empresa anunciou que, após 35 anos, a política ia mudar. A alta da inflação obrigou a Dollar Tree a elevar o “preço mínimo” para US$ 1,25. Embora seja pouco em termos absolutos, é uma alta de 25%. E que confirma o que os indicadores vêm dizendo há tempos: a economia americana está sofrendo com um processo inflacionário.

Assim, a semana se inicia com uma grande expectativa sobre o resultado da reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, que deve ocorrer na terça (25) e se encerrar na quarta (26). A expectativa de boa parte dos investidores é que o Fed deve anunciar novas fases do aperto na política monetária. A injeção de recursos na economia por meio da compra de títulos está em seus estágios finais, e vai terminar em março. Muitos dos participantes de mercado avaliam que o Fed vai aproveitar o fim dessa política para começar a elevar os juros.

A taxa dos Fed Funds, os juros referenciais dos Estados Unidos, atualmente em zero, poderão ser elevadas três ou quatro vezes neste ano, encerrando 2022 entre 0,75% e 1% ao ano. E a projeção mais comum é de outros três ou quatro ajustes em 2023 e mais alguns em 2024, fazendo com que os juros possam chegar a 2,5% ao ano ao fim do processo. Essa é a conclusão do discurso recente dos participantes do Fomc (Federal Open Market Committee), o Copom americano.

Porém, há algumas dúvidas com relação à velocidade do ajuste. A inflação americana está elevada. Nos 12 meses até dezembro de 2021 o CPI (Consumer Price Index) global subiu 7,0%, a maior alta desde junho de 1982. O “core index”, que não considera os preços mais voláteis dos alimentos e dos combustíveis, subiu 5,5% nesse período, a maior alta em 12 meses desde junho de 1982.

Assim como vem ocorrendo no Brasil, os vetores mais importantes da alta de preços nos Estados Unidos têm sido os alimentos e combustíveis, devido às condições do mercado global de energia e aos preços das commodities. No entanto, mesmo sem considerar esses itens, a inflação permanece elevada. E qualquer economista sabe que uma alta persistente de preços acaba “contaminando” todos os setores da economia, e é muito mais difícil de debelar.

Por isso, não se descarta a hipótese de que a reunião do Fomc se encerre na quarta-feira com um comunicado “duro”, indicando altas mais acentuadas dos juros e até mesmo uma data para o processo de redução do balanço do Fed. Desde o início da pandemia, o banco central americano injetou dinheiro na economia por meio da compra de títulos públicos, hipotecários e até mesmo de empresas, o que elevou seu portfólio em US$ 4,4 trilhões. Em algum momento, o Fed deverá reduzir essa cifra, vendendo títulos e retirando dinheiro da economia. Mais um ponto de aperto da política monetária, com restrições ao crédito e desaceleração da economia.

Relatório Focus

A edição do Relatório Focus publicada pelo BC (Banco Central) nesta segunda-feira (24) mostra que a expectativa para a inflação em 2022 voltou a subir. Agora, o prognóstico para o IPCA é de 5,15%, ante 5,09% da edição anterior e de 5,03% de há quatro semanas. Não mudaram as projeções para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), que segue em 0,29%, e para a Taxa Selic, que está em 11,75%.

E Eu Com Isso?

A semana começa com os contratos futuros do índice americano S&P 500 em leve baixa, ainda seguindo o processo de ajuste iniciado há poucas semanas. Os investidores permanecem convencidos da alta dos juros, o que exerce uma pressão baixista sobre a renda variável.

As notícias são negativas para a Bolsa.

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Leia também: Defenda seu dinheiro da inflação.

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Juros sobem na Europa e nos EUA https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/juros-sobem-na-europa-e-nos-eua https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/juros-sobem-na-europa-e-nos-eua#respond Wed, 19 Jan 2022 16:12:39 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35796 Três notícias movimentam os mercados internacionais de títulos na manhã desta quarta-feira (19). A primeira foi o fato de que os juros dos títulos referenciais de dez anos do Tesouro alemão se tornarem positivos pela primeira vez desde maio de 2019. Há quase três anos, quando o BCE (Banco Central Europeu) começou a reduzir os… Read More »Juros sobem na Europa e nos EUA

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Três notícias movimentam os mercados internacionais de títulos na manhã desta quarta-feira (19). A primeira foi o fato de que os juros dos títulos referenciais de dez anos do Tesouro alemão se tornarem positivos pela primeira vez desde maio de 2019. Há quase três anos, quando o BCE (Banco Central Europeu) começou a reduzir os juros da Zona do Euro, o rendimento desses papéis caiu. Agora, nesta manhã, os juros voltaram a ser positivos.

Não é nada drástico. Ao contrário, a rentabilidade desses títulos estava em 0,014%, o que quer dizer que o investidor que aplicasse um milhão de euros teria, no fim do ano, € 140 de ganho nominal antes de pagar os impostos. Porém, já é um resultado positivo, algo que não existiu por um período razoável.

Do outro lado do Atlântico, a rentabilidade dos títulos do Tesouro americano prossegue sua escalada. O rendimento do título de dez anos atingiu 1,9% na manhã de quarta-feira, seu ponto mais alto desde dezembro de 2019, com uma alta de dois pontos-base. O rendimento dos títulos longos de 30 anos também subiu e chegou a 2,2%.

Essas altas não ocorreram por acaso. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, já deixou claríssimo que vai começar a elevar as taxas logo, o mais provavelmente no primeiro trimestre, e que vai começar a vender títulos e reduzir o tamanho de seu balanço, atualmente em US$ 8,8 trilhões. Essa redução do balanço, que ocorrerá por meio da venda de títulos, deve começar no segundo semestre, apertando ainda mais a política monetária americana.

A terceira notícia foi a inflação na Inglaterra, que chegou a 5,4% ao ano em dezembro de 2021. Foi a maior taxa desde março de 1992, e ficou acima dos 5,1% em novembro, que já eram a maior alta de uma década. As projeções para a inflação nos 12 meses até dezembro eram um pouco menores, ao redor de 5,2%. Em uma base mensal, os preços ao consumidor subiram 0,5% em dezembro, superando as projeções, que eram de uma alta de 0,3%.

Tudo isso indica que aumentou a probabilidade de os juros começarem a subir na Europa, após não haver dúvidas de alta nos Estado Unidos. O aumento do custo de vida está aumentando as expectativas de que o Banco da Inglaterra (Bank of England, BOE), o banco central inglês, vai voltar a elevar os juros, ainda que marginalmente.

Em dezembro de 2021, o BOE foi o primeiro banco central relevante a apertar a política monetária. A taxa referencial subiu 10 pontos-base (0,1%) para 0,25% ao ano. Agora, a inflação acima do esperado eleva a probabilidade de uma nova alta na reunião de fevereiro. O BOE já afirmou estar atento à oferta fraca de mão de obra na Inglaterra. O número de vagas em aberto vem batendo recordes, e os níveis de emprego seguem abaixo do patamar anterior à pandemia.

O BCE está atrasado no processo de normalizar os juros em comparação com o Fed e o BOE, mas o aumento da inflação na zona do Euro e a alta das taxas no mercado de títulos públicos indicam que esse movimento pode estar próximo. Pelo menos essa parece ser a expectativa dos investidores.

Indicadores

A segunda prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) de janeiro subiu para 1,95% ante 0,43% na mesma leitura de dezembro. O IGP-M para o mês de dezembro foi de 0,87%, informou a FGV (Fundação Getulio Vargas). O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) ficou em 2,51%, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu 0,32% e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) ficou em 0,57%.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros tanto do Ibovespa quanto do índice americano S&P 500 iniciam a sessão da quarta-feira em alta.

As notícias são positivas para a Bolsa.

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Leia também: Defenda seu dinheiro da inflação.

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Quando uma notícia ruim anima os investidores https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/quando-uma-noticia-ruim-anima-os-investidores https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/quando-uma-noticia-ruim-anima-os-investidores#respond Thu, 13 Jan 2022 14:16:14 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35289 Uma inflação elevada nunca é uma notícia boa. Isso é verdade tanto no Brasil, onde a inflação tem um histórico tenebroso, quanto nos Estados Unidos, onde o trauma com altas de preços não é tão grande assim. Por isso, a reação dessa entidade chamada mercado durante a quarta-feira (12) requer um momento de explicação. Aos… Read More »Quando uma notícia ruim anima os investidores

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Uma inflação elevada nunca é uma notícia boa. Isso é verdade tanto no Brasil, onde a inflação tem um histórico tenebroso, quanto nos Estados Unidos, onde o trauma com altas de preços não é tão grande assim. Por isso, a reação dessa entidade chamada mercado durante a quarta-feira (12) requer um momento de explicação.

Aos fatos. Logo durante a manhã, o BLS (Bureau of Labor Statistics) divulgou a inflação ao consumidor americano em dezembro. O CPI (Consumer Price Index) amplo subiu 0,5% no mês passado. Foi um resultado inferior aos 0,8% de novembro, mas que foi o suficiente para fazer a inflação de 2021 ficar em 7,0%, nível mais alto desde para um período de 12 meses desde junho de 1982.

O núcleo da inflação (“core index”), que não considera os preços mais voláteis de alimentos e de combustíveis, subiu 0,6% em dezembro, acima do 0,5% registrado em novembro. No acumulado do ano, o “core index” indica uma inflação de 5,5%, a mais elevada desde o período de 12 meses encerrado em fevereiro de 1991.

No entanto, a reação do mercado a essas notícias foi, na pior das hipóteses, amena. Nos Estados Unidos, os índices S&P 500, Dow Jones e Nasdaq fecharam com pequenas altas. Por aqui, o Ibovespa avançou mais de 1,8% e retornou à faixa de 105 mil pontos. Mais do que isso, o dólar futuro, indicador por excelência das expectativas de curto prazo, recuou 0,7% para R$ 5,556.

Como explicar isso? Com um velho ditado do mercado: “compre no boato e venda no fato”. Simplificando, monte sua estratégia de investimentos antecipadamente, com base em expectativas e em sua capacidade – ou na capacidade das pessoas que lhe assessoram – de antecipar cenários e prever tendências. Uma vez que esses cenários se tornarem realidade, encerre sua posição, embolse os lucros ou contabilize os prejuízos e parta para a estratégia seguinte.

Foi mais ou menos o que ocorreu nos mercados internacionais. A perspectiva de que a inflação ao consumidor nos Estados Unidos seria a mais alta em décadas já estava dada, antecipada e devidamente precificada nos ativos financeiros. Por isso, sua confirmação reduziu a incerteza dos investidores e aliviou a volatilidade. Foi uma notícia ruim, mas que era plenamente esperada, daí seu efeito foi o inverso do que seria de se esperar.

Além disso, voltando ao princípio de tomar decisões de investimento com base no cenário provável de amanhã, em vez de fazer isso olhando para os fatos ocorridos hoje. Em suas declarações mais recentes, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, vem reiterando que o Fed vai começar a elevar os juros e a reduzir a liquidez da economia ainda neste ano. Isso deverá ajudar a fazer a inflação nos Estados Unidos retornar ao centro das metas previstas. Além disso, com menos dinheiro em circulação, os preços internacionais das commodities podem desacelerar ou mesmo cair, o que também poderia beneficiar os países emergentes, Brasil entre eles.

Assim, a notícia ruim da inflação americana elevada teve um lado positivo: ela confirmou expectativas e clareou o caminho que deve ser seguido pelo Fed. Certezas têm valor. Por isso, os preços sobem.

Indicadores

O setor de serviços cresceu 2,4% em novembro na comparação com outubro, após dois meses de taxas negativas. O resultado fez o setor recuperar-se da perda acumulada de 2,2% do bimestre.

Com o resultado de novembro, o setor ficou 4,5% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, mas está 7,3% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014. Os dados são da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), divulgada nesta quinta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros do Ibovespa iniciam o pregão da quinta-feira com uma leve queda, em função da alta da véspera. Já nos Estados Unidos, os contratos futuros do índice S&P 500 indicam a continuidade do movimento de valorização da quarta-feira, o que pode elevar a volatilidade do mercado brasileiro.

As notícias são negativas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: Analisando a inflação na gringa.

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Na manhã desta quarta-feira (12), o BLS (Bureau of Labor Statistics) americano deverá confirmar o forte aumento da inflação nos Estados Unidos em 2021. O prognóstico é de uma alta de 0,4% no CPI (Consumer Price Index) em dezembro, fazendo com que a inflação acumulada no ano passado chegue a cerca de 7%, o maior nível desde 1982.

Considerando-se o núcleo da inflação (“core index”), que não considera os preços mais voláteis dos alimentos e da energia, a alta esperada é de 0,5% em dezembro, o que faz com que a variação acumulada em 2021 seja de 5,4%, também a maior em muitos anos.

Em si, essa divulgação não é novidade. Os prognósticos dos investidores quanto a uma alta acelerada dos preços vêm se acumulando desde meados de 2021. No entanto, há dois pontos a considerar nesse cenário.

O primeiro é a diferença entre a variação de preços de todos os itens com o núcleo da inflação. Esse 1,6 ponto percentual a menos registrada no “core index” mostra que boa parte do aumento de preços se localiza nos preços do petróleo e dos alimentos.

O mercado de petróleo vem sendo mantido apertado, dentre outros fatores, pela resistência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais a Rússia, organização conhecida como Opep+, em aumentar a produção em ritmo mais acelerado.

No início da pandemia, esse cartel dos principais produtores reduziu a extração do óleo para manter os preços. A produção permanece reduzida, mesmo com a gradual volta das atividades econômicas à normalidade. Por isso, os preços permanecem em patamares elevados. Também vale citar o elevado custo de capital do setor nos últimos anos, o que gerou baixos investimentos em capital fixo que pudessem viabilizar o aumento ligeiro da produção.

Não por acaso, aqui mesmo no Brasil, os preços da gasolina subiram 47% em 2021, sendo o item com maior variação na cesta de produtos do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ), que foi divulgado na terça-feira (11).

O segundo ponto é que está se formando um consenso de que o pico de dezembro será exatamente isso – um pico. É bastante provável que os preços desacelerem ao longo de 2022. As principais causas são a retirada dos estímulos e a normalização das cadeias produtivas. Com o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, cessando de injetar dinheiro na economia e começando a elevar as taxas de juros ainda neste primeiro trimestre, haverá menos combustível para mover os preços.

A expectativa é de normalização das cadeias de insumos, especialmente semicondutores. Com o fornecimento normalizado haverá menos estímulo para produtores de veículos elevarem seus preços, e automóveis são um item importante nos índices de inflação americanos. Nesse ponto específico, a única incerteza decorre do recrudescimento das contaminações pela variante Ômicron do coronavírus, que vêm crescendo em especial nos países da Ásia. Uma volta das medidas de restrição, especialmente em países com aplicação rígida como a China, poderá retardar essa volta à normalidade na oferta de insumos.

Como se não bastasse, Jerome Powell, presidente do Fed, foi bastante claro em seu depoimento no Senado americano na terça-feira de que a economia dos Estados Unidos está “saudável” e “demandando uma política monetária mais apertada”. Powell está passando pelos trâmites de uma nova indicação para a presidência do Fed, algo que deverá ser confirmado com facilidade.

Em suas declarações, Powell reiterou o que vem dizendo há tempos. Que o Fed vai encerrar as compras de ativos financeiros em março, que vai começar a elevar os juros ainda em 2022 e que “talvez mais tarde”, mas ainda neste ano, o Fed vai reduzir seu balanço. Isso quer dizer vender títulos e enxugar ainda mais a economia, caminhando para a normalização da política monetária.

Com tudo isso, as notícias de uma explosão inflacionária nos Estados Unidos são muito exageradas e um CPI de 7% em 2021 deve ser visto como o que de fato é – um ponto fora da curva.

E Eu Com Isso?

A sessão da quarta-feira começa sem uma direção definida, com os contratos futuros do Ibovespa perto da estabilidade e os contratos futuros do índice americano S&P 500 ensaiando uma leve alta. O pregão pode ser volátil dependendo da reação dos investidores à inflação americana.

As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: A inflação passada e a futura.

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O Fed vai endurecer o jogo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-vai-endurecer-o-jogo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-vai-endurecer-o-jogo#respond Thu, 06 Jan 2022 15:50:30 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35170 A expressão “mar vermelho” pode ser empregada sem exageros aos pregões internacionais. Na tarde da quarta-feira, os mercados internacionais iniciaram um movimento de correção que se estendeu pela madrugada desta quinta-feira (06) e ainda não chegou ao fim. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 2,88%, queda semelhante à da bolsa na Austrália. Em Seul, as… Read More »O Fed vai endurecer o jogo

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A expressão “mar vermelho” pode ser empregada sem exageros aos pregões internacionais. Na tarde da quarta-feira, os mercados internacionais iniciaram um movimento de correção que se estendeu pela madrugada desta quinta-feira (06) e ainda não chegou ao fim.

Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 2,88%, queda semelhante à da bolsa na Austrália. Em Seul, as ações recuaram 1,13%. As bolsas chinesas também fecharam com queda. E, no início desta manhã, os principais pregões europeus também estavam em baixa, com quedas superiores a 1%.

Esse movimento sucedeu quedas variadas em Wall Street. Foram baixas de 1% no índice Dow Jones, de 2% no S&P 500 e de mais de 3% no Nasdaq. Por aqui, o Ibovespa caiu 2,4% e por pouco não fechou abaixo de 101 mil pontos.

Tudo isso foi provocado por um único fato. Foi a divulgação, pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, das minutas da reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), realizada em dezembro. No documento, publicado na tarde da quarta-feira, o Fed confirmou as projeções de boa parte dos investidores de que deverá elevar os juros já no próximo mês de março.

No entanto, a minuta trouxe uma surpresa desagradável ao informar, claramente, que o banco central americano vai começar a reduzir seu balanço, atualmente em US$ 8,3 trilhões. “Quase todos os participantes [da reunião do Fomc] concordaram que provavelmente seria apropriado iniciar a redução do balanço em algum momento após o primeiro aumento [dos juros]”, dizia o texto, usando um tom muito mais enfático do que o habitual.

Mais do que isso, houve várias declarações de membros do Fomc de que a política monetária expansionista colocada em prática nos primeiros dias da pandemia não era mais “garantida nem justificada”. Durante a reunião do Fomc, vários participantes expressaram sua preocupação com o aumento da inflação, que está nos níveis mais elevados em 40 anos, ao mesmo tempo em que consideram que o mercado de trabalho está próximo do pleno emprego.

A reunião de dezembro manteve os juros referenciais americanos perto de zero. No entanto, a minuta da reunião indicou que o Fomc prevê uma alta de até 0,75 ponto percentual neste ano, em três elevações de 0,25 ponto percentual. A projeção é de um movimento semelhante em 2023, e mais dois aumentos em 2024. Assim, os juros atualmente em zero podem chegar a 2% ao ano em pouco mais de dois anos, o que representa uma alteração drástica em relação ao cenário atual.

Relembrando como o Fed chegou aqui. As medidas de estímulo à economia postas em prática no início do ano passado se apoiavam em dois pilares. Um deles foi a manutenção dos juros perto de zero. Outro foram injeções diretas de dinheiro no sistema financeiro, por meio da compra de US$ 120 bilhões por mês em títulos públicos e em papéis lastreados por hipotecas. Com isso, o balanço do Fed inflou. Sua carteira de títulos praticamente duplicou, indo de US$ 4,7 trilhões para os atuais US$ 8,3 trilhões em menos de dois anos.

Agora, o Fed avalia que chegou a hora de começar a vender esses títulos, o que vai retirar dinheiro da economia. Essa perspectiva de aperto monetário levou às quedas das últimas horas.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros do Ibovespa estão iniciando a sessão em uma leve alta, como uma reação à desvalorização excessiva da véspera.

No entanto, os mercados internacionais ainda estão digerindo a minuta da reunião do Fomc, o que pode levar a novos movimentos de ajuste. Assim, não se descarta uma sessão marcada por volatilidade elevada.

As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: À espera do Fed.

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À espera do Fed https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-espera-do-fed https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-espera-do-fed#respond Wed, 05 Jan 2022 14:05:31 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35137 As últimas semanas de 2021 foram marcadas por um movimento rápido de mudança de estratégia pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano. Durante o quarto trimestre, a estratégia gradualista do Fed com relação à inflação foi alterada para uma política contracionista. Foi definido o “tapering”, que é a retirada dos estímulos econômicos. O ano… Read More »À espera do Fed

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As últimas semanas de 2021 foram marcadas por um movimento rápido de mudança de estratégia pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano. Durante o quarto trimestre, a estratégia gradualista do Fed com relação à inflação foi alterada para uma política contracionista. Foi definido o “tapering”, que é a retirada dos estímulos econômicos.

O ano passado se encerrou com o prognóstico de que a injeção mensal de dinheiro na economia, que começou em US$ 120 bilhões e agora está em US$ 90 bilhões, se encerre ainda neste primeiro trimestre. Com o balanço do Fed chegando à cifra astronômica de US$ 8,8 trilhões, a expectativa é que o “tapering” seja mais breve e mais intenso do que se esperava anteriormente.

O fim das políticas de estímulo deverá abrir espaço para uma alta dos juros americanos. O prognóstico mais comum é de três elevações de 0,25 ponto percentual até dezembro deste ano, o que faria os Fed Funds, equivalentes à taxa Selic no Brasil, encerrarem 2022 a 0,75% ao ano.

Essas projeções, que se cristalizaram ao longo dos últimos dias de 2021, serão confirmadas (ou não) nesta quarta-feira (05), com a divulgação das Minutas da reunião mais recente do Fed, encerrada no dia 15 de dezembro.

Como o mercado antecipa os movimentos, os juros americanos de prazo mais longo já começaram a subir. Na terça-feira (03), a taxa dos títulos do Tesouro com dez anos de prazo chegou a um máximo de 1,71% ao ano. Para comparar, o fechamento de 2021 foi de 1,51%. Apesar de juros de 1,71% ao ano parecerem baixos na comparação com as taxas brasileiras, eles representam uma “normalização” do cenário monetário americano.

No comunicado divulgado logo após a reunião de dezembro, o Fed indicou que a aceleração abrupta do “tapering” reflete “a evolução da inflação e a melhora adicional no mercado de trabalho”. No comunicado, o banco central americano também deixou claro que “está preparado para ajustar o ritmo de compras se isso for garantido por mudanças nas perspectivas econômicas”.

Tradução: se perceber um aquecimento do mercado de trabalho e uma permanência na alta da inflação, o banco central americano não terá pruridos em elevar os juros, apesar do crescimento das infecções pela variante Ômicron do coronavírus.

Um dos pontos que pode ser confirmado pelo documento a ser divulgado na tarde de hoje é a percepção dos membros do Fomc (Federal Open Market Committee), o Copom americano, sobre a Ômicron. Apesar de a visão geral considerar – corretamente – as medidas de restrição como contracionistas, uma aceleração das contaminações pode ser inflacionária.

Como? Ao aumentarem o atrito entre as engrenagens da economia, as medidas de restrição podem provocar uma elevação dos preços. Isso já vem ocorrendo, por exemplo, com os automóveis, um item importante na cesta de preços dos Estados Unidos.

A alta dos preços pode ser reforçada por um aquecimento do mercado de trabalho. Nesta quarta-feira, a empresa de processamento de folhas de pagamento ADP divulga seu relatório mensal de empregos no setor privado referente a dezembro.

Em novembro, o número de americanos empregados cresceu com a criação de 534 mil vagas, acima do esperado e mostrando que o mercado de trabalho continua se fortalecendo. Novos números elevados podem reforçar as expectativas de que a alta das taxas será ainda mais rápida e intensa do que se previa no fim de 2021.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros do Ibovespa iniciam a sessão da quarta-feira com uma leve alta. No entanto, os contratos do índice americano S&P 500 estão estáveis, oscilando entre os terrenos positivo e negativo. A expectativa dos investidores é elevada com a divulgação do nível de emprego e com as minutas da reunião do Fed, o que deverá elevar a volatilidade da sessão.

Fique atento aos novos desdobramentos.

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Leia também: A força dos indicadores.

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China afrouxa política monetária https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/china-afrouxa-politica-monetaria https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/china-afrouxa-politica-monetaria#respond Mon, 27 Dec 2021 13:31:27 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35035 Desde o fim de 2019, a China tem sido onde tudo acontece antes quando o assunto é medidas econômicas para compensar os efeitos da pandemia. E a semana passada não foi exceção. No sábado (25), enquanto a maioria do mundo ocidental comemorava o Natal, o BPC (Banco do Povo da China), o banco central chinês,… Read More »China afrouxa política monetária

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Desde o fim de 2019, a China tem sido onde tudo acontece antes quando o assunto é medidas econômicas para compensar os efeitos da pandemia. E a semana passada não foi exceção. No sábado (25), enquanto a maioria do mundo ocidental comemorava o Natal, o BPC (Banco do Povo da China), o banco central chinês, divulgou novas medidas.

O BPC informou que dará mais poio à economia real e também informou que tornará a política monetária mais definida e previsível. Segundo um comunicado do BPC, haverá um uso mais “proativo” de ferramentas de política monetária. Além dos instrumentos clássicos de política monetária haverá um emprego intensivo de unções quantitativas e estruturais para ajustar a liquidez e implantar políticas setoriais.

O banco central também reiterou seus objetivos de promover o crescimento “saudável” do setor imobiliário e de proteger os direitos dos compradores de casas, bem como trabalhar para atender melhor à demanda por imóveis.

O BPC até agora adotou uma abordagem moderada ao estímulo monetário, mas aumentam as expectativas de que fará mais em 2022, especialmente se os problemas do mercado imobiliário e a desaceleração do consumo privado continuarem.

Muitos bancos centrais, incluindo o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, vêm apertando a liquidez e elevando juros. Se o BPC seguisse afrouxando a liquidez, o desbalanceamento poderia provocar uma pressão de baixa sobre o renminbi.

Os formuladores de políticas reiteraram que manterão a liquidez razoavelmente ampla e tornarão o crescimento do crédito mais estável. O PBOC também manterá estável o índice dívida / produto interno bruto de modo a estabilizar a economia. Para o governo, a economia chinesa está enfrentando três choques: queda da oferta, queda da demanda e piora das expectativas.

Para suavizar esses problemas, no início de dezembro, o BPC reduziu os depósitos compulsórios de modo a injetar 1,2 trilhão de renminbis (US$ 188 bilhões) na economia, e permitiu que os bancos reduzissem a taxa básica de juros em cinco pontos base. Naquele momento, o banco central chinês também reduziu os juros para o programa de empréstimos para as pequenas empresas.

Agora o BPC foi além e informou que vai criar programas de empréstimo para pequenas empresa e para financiar a redução de emissões. Os bancos serão incentivados a conceder mais empréstimos para as indústrias, empresas de pequeno porte e projetos ecologicamente sustentáveis.

A avaliação é que o BPC deverá prosseguir no afrouxamento da política monetária em 2022, incluindo novos cortes nos depósitos compulsórios e, possivelmente, uma redução nas taxas de juros, já que a desaceleração do setor imobiliário deve desacelerar o crescimento no ano que vem. As medidas podem incluir uma política fiscal ativa, para impulsionar o crescimento e os investimentos em infraestrutura.

Relatório Focus

Na última edição de 2021, o Relatório Focus do BC (Banco Central) mostra poucas alterações nas perspectivas para 2022. A única diferença foi que o crescimento esperado da economia voltou a cair. A variação prevista do PIB (Produto Interno Bruto) para o ano que se inicia em breve recuou para 0,42%, ante 0,50% na edição anterior e 0,58% há quatro semanas. A projeção de crescimento para 2023 também recuou, caindo para 1,80% ante 1,85% na semana passada.

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Os contratos futuros do Ibovespa e do índice americano S&P 500 iniciam o primeiro pregão da última semana do ano com uma leve alta.

As notícias são positivas para a Bolsa.

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Leia também: A Ômicron e a China.

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