Domingo de Valor Levante Ideias – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br Recomendações, análises e carteiras de investimentos para maiores rentabilidades. Fri, 03 Sep 2021 21:52:07 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.1.1 https://levanteideias.com.br/wp-content/uploads/2018/02/cropped-avatar_lvnt-32x32.png Domingo de Valor Levante Ideias – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br 32 32 O desemprego não é mais aquele | Domingo de Valor https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/o-desemprego-nao-e-mais-aquele-domingo-de-valor https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/o-desemprego-nao-e-mais-aquele-domingo-de-valor#respond Sun, 05 Sep 2021 15:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=30680 Criação de vagas nos Estados Unidos abaixo do esperado em agosto pode indicar mudanças muito profundas

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Divulgada na sexta-feira (03), a criação de empregos não-agrícolas nos Estados Unidos no mês de agosto ficou muito muito abaixo do esperado. O “non-farm payroll” registrou a abertura de 253 mil vagas no mês passado, pouco mais de um terço do prognóstico, que era de 720 mil novos empregos criados. Para comparar, o número revisado para julho foi de 1,05 milhão de vagas. Nos dois meses anteriores, junho e julho, a recuperação da pandemia e o relaxamento de boa parte das medidas de restrição havia feito a economia americana criar 1,8 milhão de vagas. A estimativa é que a abertura de postos de trabalho seria de 2,5 milhões em três meses. É uma cifra impressionante, mas que não revela dois fatos preocupantes.

O primeiro é que, mesmo que o número de agosto houvesse confirmado as projeções, haveria 5 milhões de empregos menos que em fevereiro de 2020, antes de a pandemia começar a provocar devastação na economia. Ou seja, apesar de toda a recuperação, de todos os estímulos e da manutenção dos juros em zero, há 5 milhões de americanos menos trabalhando.

O segundo fato preocupante é que o número de americanos que está disposto a procurar emprego também encolheu. É fácil se confundir no mar de números das estatísticas americanas, mas vamos focar em apenas um ponto: o das pessoas que estão em busca de emprego.

Homens e mulheres

Em agosto do ano passado, segundo o Bureau of Labor Statistics (BLS), vinculado ao Ministério do Trabalho americano, havia 99,6 milhões de americanos fora da força de trabalho. Em agosto desde ano, essa cifra havia subido para 99,8 milhões. Apesar de 200 mil pessoas serem muita gente em qualquer lugar do mundo, em termos relativos a mudança foi pequena, apenas 0,2 por cento.

No entanto, em agosto de 2020 havia 7,2 milhões de americanos que desejavam encontrar um emprego. Neste ano, esse número havia caído para 5,8 milhões, uma redução de 19,4 por cento. Ou seja, apesar de o número de desempregados ter permanecido relativamente estável, o número de pessoas que está em busca de um emprego caiu significativamente.

Há mais um ponto importante. As estatísticas separam homens e mulheres. O número de mulheres americanas que desejava um emprego caiu de 3,8 milhões em 2020 para 3,3 milhões em 2021, uma queda de 13,2 por cento. No caso dos homens, a queda foi de 3,4 milhões em 2020 para 2,5 milhões neste ano. Uma baixa de 26,5 por cento. Assim, um número muito maior de homens do que de mulheres desistiu de procurar emprego nesse período de 12 meses.

Uma forma nova de olhar o trabalho

A abertura de poucas vagas no mês mostrou que, mesmo querendo contratar, os empregadores americanos estão com dificuldades para encontrar mão de obra. Isso é demonstrado pelo aumento do salário médio pago por hora, especialmente para as funções de menor qualificação.

Por que a quantidade de pessoas que desejam empregos caiu tanto? As estatísticas mostram os números, mas não os motivos. Esses estão sujeitos a interpretações variadas. E vale a pena tentar entender esse fenômeno, pois ele pode explicar movimentos estruturais e tendências dominantes nos preços dos ativos financeiros e dos juros no futuro.

Logo no início da pandemia, o governo americano lançou vários reforços no auxílio desemprego, com a distribuição direta de cheques aos desempregados. Foi uma medida emergencial, destinada não apenas a aliviar as necessidades das pessoas, mas também a manter as rodas da economia girando. No caso dos trabalhadores de baixa renda, o auxílio foi um grande incentivo para permanecer em casa. Essa é uma escolha racional: se eu recebo dinheiro do governo, por que deverei me arriscar a uma contaminação pelo coronavírus? O auxílio, porém, tinha hora para acabar. E de fato acabou no fim de agosto, mas a vontade de procurar emprego não retornou.

No caso das mulheres, a redução da procura por emprego deve-se em parte às restrições que ainda valem para escolas e creches. Sem ter onde deixar os filhos, elas são obrigadas a ficar em casa. Mesmo assim, não foi nas trabalhadoras a maior queda da demanda por emprego, especialmente porque o número de lares comandados por mulheres solteiras aumentou muito nos últimos anos.

Há mais algumas hipóteses. Uma delas decorre do envelhecimento da população e da valorização expressiva do mercado acionário nas três últimas décadas. O americano de classe média não só está mais velho do que estava há 20 anos. Ele também está mais rico. Assim, faz sentido pensar que o executivo ou gerente de nível médio na empresa americana aproveitou a folga forçada para fazer as contas, mudar-se para uma casa menor e mais barata e se dedicar à jardinagem ou aos netos, consumindo os recursos amealhados durante a vida profissional. Esse pode ser um dos principais motivos que levou à forte queda do número de homens que desejam encontrar um emprego.

Outra possibilidade, mais difícil de comprovar e com certeza menos dominante, é que a pandemia levou a mudanças no estilo de vida. Casais jovens com filhos pequenos, que precisam gastar mais com o cuidado das crianças, fizeram as contas e concluíram ser mais negócio se um dos cônjuges deixasse de trabalhar ou passasse a exercer uma atividade em tempo parcial para cuidar dos filhos. A disseminação do trabalho remoto facilitou também o deslocamento para cidades onde o custo de vida é mais baixo.

O impacto nos mercados

O fenômeno da fraqueza na demanda por empregos é novo e ainda precisará de mais alguns meses de dados para ser melhor compreendido. Pode ser que agosto tenha sido apenas um ponto fora da curva e, nesse caso, boa parte dessas hipóteses terá de ser descartada. No entanto, se esse fenômeno perdurar, poderemos estar diante de uma alteração estrutural no emprego. Quais as consequências disso?

No curto prazo, a criação de menos empregos do que o esperado pode ser um argumento poderoso para o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, manter por mais algum tempo a compra mensal de 120 bilhões de dólares em títulos públicos e imobiliários. E, com certeza, manda para a lista de fatos esperados para o futuro distante uma elevação dos juros. Ou seja, durante algum tempo a liquidez elevada deverá continuar.

Em prazos mais longos, caso essa tendência de demanda fraca no emprego se confirme, poderá haver mudanças drásticas na economia americana. Por exemplo, a flexibilização das políticas de imigração, para fazer frente à demanda não atendida por mão de obra. Ou a reversão do processo iniciado na gestão de Donald Trump de fazer indústrias retornar para o território americano. Seria prematuro discutir isso sem ter mais dados à mão, mas os números de agosto mostram que os próprios conceitos de emprego e desemprego terão de ser postos em revisão.

Abraços,

Equipe Levante.

Leia a última coluna do Domingo de Valor para ficar por dentro das análises mais importantes do mercado e da Bolsa: Powell garante que a festa continua | Domingo de Valor.

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Powell garante que a festa continua | Domingo de Valor https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/powell-garante-que-a-festa-continua-domingo-de-valor https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/powell-garante-que-a-festa-continua-domingo-de-valor#respond Sun, 29 Aug 2021 15:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=30408 Na manhã da sexta-feira (27), Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, disse o que investidores de todas as latitudes queriam ouvir. Em um discurso proferido no seminário realizado todos os anos em Jackson Hole, uma estação de esqui no remoto estado do Wyoming, Powell trouxe duas informações. Uma delas, mais… Read More »Powell garante que a festa continua | Domingo de Valor

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Na manhã da sexta-feira (27), Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, disse o que investidores de todas as latitudes queriam ouvir. Em um discurso proferido no seminário realizado todos os anos em Jackson Hole, uma estação de esqui no remoto estado do Wyoming, Powell trouxe duas informações. Uma delas, mais ou menos esperada, é que o Fed deve reduzir a injeção de dinheiro na economia por meio da compra de títulos públicos e imobiliários ainda neste ano. “A economia [americana] chegou a um ponto em que não precisa mais de tantas políticas de estímulo”, disse Powell.

Desde o início da pandemia, o Fed vem comprando 120 bilhões de dólares nesses papéis todos os meses de modo a manter a economia americana girando e impedir um travamento das engrenagens do crédito. Mesmo não sendo necessariamente positiva para os mercados, essa notícia era mais ou menos esperada, e sua confirmação retirou um componente de incerteza. Com base em declarações de outros funcionários do Fed, um anúncio de redução pode ocorrer já na próxima reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), marcada para os dias 21 e 22 de setembro.

Porém, o que agradou em cheio os investidores foram as declarações de Powell de que essa redução nas compras “não deve ser entendida como um sinal de elevação das taxas de juros”. Para tomar essa decisão, disse Powell, o Fed ainda terá de submeter a economia americana a testes específicos e rigorosos. E, mesmo na linguagem cautelosa e propositadamente técnica dos banqueiros centrais, ele foi bastante claro. “Ainda temos um longo caminho a percorrer para chegar ao máximo do emprego”, disse ele.

Pausa para explicação. Apesar de o nosso Comitê de Política Monetária (Copom) ter sido inspirado no Fomc, a atuação, a formação e o escopo de ambos são muito diferentes. O Copom é formado por funcionários de carreira e diretores do Banco Central do Brasil (BC). Todos os diretores votam, e as votações tendem a ser unânimes. No caso do Fomc, ele é formado por 18 participantes, pertencentes aos 12 braços regionais do Fed que compõem o Sistema da Reserva Federal. Nem todos os participantes do Fomc têm direito a voto, embora possam participar das discussões. Isso abre um espaço maior para dissidência e discordância do que no nosso Copom. E, nos últimos meses, o Fomc esteve claramente dividido.

Cerca de um terço dos participantes vinha defendendo uma política monetária frouxa. São os “pombos”, ou “doves”, em inglês. Outro terço vinha propondo um endurecimento da política monetária no curto prazo, para conter a inflação. São os “falcões”, ou “hawks”. E o terço restante, que inclui o próprio Powell, não manifestava claramente uma opinião. Com as declarações da sexta-feira, ficou claro que o Fed está diferenciando estímulo monetário por meio da injeção direta de recursos na economia de estímulo por meio da manutenção dos juros baixos.

Há boas razões para fazer essa distinção. O impacto da compra de títulos se restringe a alguns segmentos do mercado financeiro, ao passo que juros perto de zero exercem seu efeito sobre a economia como um todo. O problema é que o excesso de dinheiro na economia faz seu valor diminuir em relação ao dos ativos reais e financeiros. Isso provoca o fenômeno de alta de preços conhecido como inflação. A meta de inflação do Fed é de 2 por cento ao ano, e os índices estão rodando muito acima disso.

O Consumer Price Index (CPI), que corrige as aposentadorias e muitos contratos, indicou uma alta de 0,5 por cento em julho. Em 12 meses, a inflação acumulada pelo CPI está em 5,4 por cento, o maior percentual desde agosto de 2008. Assim como no Brasil, a inflação pelo CPI está muito acima da meta, o que vem provocando alertas de economistas americanos e de críticos da política monetária expansionista.

No entanto, o Fed observa outro índice de preços para conferir se está fazendo seu trabalho direito. É o Personal Consumption Expenditures (PCE). Diferentemente do CPI, o PCE é calculado pelo Bureau of Economic Analysis (BEA), ligado ao Ministério do Comércio, e tem algumas semelhanças com o nosso IBGE.

Na sexta-feira (27), o BEA divulgou que o PCE de julho indicou uma inflação de 0,4 por cento na comparação com junho. Na base anual, a expansão foi de 4,2 por cento. O “núcleo” do PCE, que exclui as variações de preços mais voláteis, como alimentos e energia, subiu 0,3 por cento. Em 12 meses, a alta acumulada está em 3,6 por cento. Ou seja, apesar de o CPI estar acelerando, o PCE – que funciona mais ou menos como o nosso IPCA – não está tão pressionado.

Isso permite que o Fed mantenha os juros baixos para cumprir a segunda parte de seu mandato. Diferentemente do BC, que tem apenas de cumprir a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o Fed tem duas tarefas. Ele não apenas tem de cumprir a meta de inflação, ele tem de fazê-lo mantendo a menor taxa de desemprego possível. Ou seja, as declarações de Powell defendendo um pouco mais de paciência com a inflação soam menos irresponsáveis do que poderiam parecer à primeira vista.

Qual a conclusão de tudo isso? A que os mercados mostraram na sexta-feira (27), quando o Ibovespa voltou a superar 120 mil pontos no fechamento. Um Fed mais “paciente” com a inflação significa juros baixos por bastante tempo. E a retirada da incerteza de quando começaria a redução das compras de títulos também permite prever que o ambiente benigno nos mercados internacionais deve perdurar por um pouco mais de tempo.

Nesse contexto de maior ânimo nos mercados, o reflexo (como já vimos brevemente hoje) deve ser positivo por aqui.

As quedas recentes em nossa Bolsa abriram um verdadeiro saldão, ainda mais em empresas de setores que tendem a se beneficiar não apenas do contexto internacional, mas também do nosso cenário de retomada, puxado, principalmente, pela reabertura da economia e pelo avanço da vacinação.

Assim, contar com uma estratégia dinâmica capaz de capturar as melhores oportunidades de alta na Bolsa neste momento pode fazer toda diferença para o seu dinheiro.

Esse é o objetivo do High Alpha, a nova série da Levante que conta com uma Carteira Dinâmica Mensal focada em buscar ganhos expressivos por meio de ações e, também, opções.

A série é de responsabilidade do Flávio Conde, nosso Head de Renda Variável, com mais de 30 anos de mercado.

Convidamos você a conhecer mais sobre a estratégia de oportunidades dinâmicas mensais na Bolsa (com ações e opções) assistindo a este vídeo que o Flávio gravou para você.

Até a próxima,

Equipe Levante.

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[ESPECIAL]: O caos no mercado – Ou a tempestade perfeita? https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/o-caos-no-mercado-ou-a-tempestade-perfeita-especial https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/o-caos-no-mercado-ou-a-tempestade-perfeita-especial#respond Sun, 22 Aug 2021 15:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=30154 Muito tem se falado sobre a alta volatilidade que tomou conta da Bolsa de Valores nas últimas semanas. Sobe, desce, sobe… E desce! A queda do Ibovespa, no último mês, chega já a quase 7 por cento. É o “caos no mercado”, segundo, principalmente, a mídia. Preocupante? Não. Há um “outro lado da moeda”, que… Read More »[ESPECIAL]: O caos no mercado – Ou a tempestade perfeita?

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Muito tem se falado sobre a alta volatilidade que tomou conta da Bolsa de Valores nas últimas semanas. Sobe, desce, sobe… E desce!

A queda do Ibovespa, no último mês, chega já a quase 7 por cento. É o “caos no mercado”, segundo, principalmente, a mídia. Preocupante?

Não. Há um “outro lado da moeda”, que poucos veem…

O cenário atual, apesar do sobe e desce intenso por ruídos do mercado, encontra-se em um momento que apresenta excelente oportunidades para quem investe em ações. Ou para aqueles que pretendem investir.

Inclusive, no caso de algumas quedas recentes, estamos presenciando um verdadeiro “saldão” na Bolsa, com ações caindo sem justificativas claras e sofrendo mais por ruídos que por algum problema concreto que possa, ao menos a longo prazo, afetá-las em seus fundamentos…

É a “tempestade” perfeita. 

Mas, ao mesmo tempo, sabemos que esse momento do mercado assusta.

E, por isso, nesta Edição Especial do Domingo de Valor, iremos ajudar você a entender como o cenário atual não é tão preocupante quanto a mídia propõe.

O “caos no mercado” se justifica apenas para aqueles que não souberem aproveitar as melhores janelas de oportunidades que estão se abrindo agora.

Flávio Conde, nosso Head de Renda Variável, gravou um vídeo especial para você para te esclarecer todos os detalhes sobre os fatores que vêm pesando em nossa Bolsa e sobre o que esperar daqui em diante.

Flávio, além disso, te mostra como já passamos por outras tempestades perfeitas no passado:

  1. Na crise asiática, de 1998 a 2000;
  2. Na crise do Subprime, de 2008 a 2011;
  3. Na crise da pandemia, a mais recente…

Sabe o que todas elas têm em comum? Todas assustaram boa parte dos investidores, mas aqueles que ficaram atentos e se posicionaram nos ativos certos obtiveram retornos gigantescos.

Atualmente, muitos se esquecem que temos fatores positivos que ainda não foram devidamente precificados pelo nosso mercado, como a vacinação em avanço rápido, a reabertura da economia, as datas comemorativas que estão se aproximando e que trarão bons resultados ao comércio…

E, por outro lado, diversos dos fatores negativos, como os juros e o déficit fiscal, já estão precificados.

Veja o vídeo do Flávio clicando aqui e saiba mais sobre o que espera o nosso mercado até o fim do ano.

Bons investimentos,

Equipe Levante

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Balanços voltam a brilhar | Domingo de Valor https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/balancos-voltam-a-brilhar-domingo-de-valor-2 https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/balancos-voltam-a-brilhar-domingo-de-valor-2#respond Sun, 15 Aug 2021 15:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=29859 Mais companhias abertas lucram em 2021, e melhora dos resultados supera 1.000 por cento Uma das teses mais comprovadas dos analistas da Levante Ideias de Investimentos é a importância da alavancagem operacional. Resumidamente, é a capacidade de uma empresa melhorar seu resultado por meio de ganhos de eficiência e da redução dos custos, tanto fixos… Read More »Balanços voltam a brilhar | Domingo de Valor

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Mais companhias abertas lucram em 2021, e melhora dos resultados supera 1.000 por cento

Uma das teses mais comprovadas dos analistas da Levante Ideias de Investimentos é a importância da alavancagem operacional. Resumidamente, é a capacidade de uma empresa melhorar seu resultado por meio de ganhos de eficiência e da redução dos custos, tanto fixos quanto variáveis. O famoso “fazer mais com menos”. E a validade desse conceito foi comprovada com folga analisando-se os resultados divulgados pelas empresas abertas referentes ao segundo trimestre de 2021.

É possível ter certeza disso mesmo sem a necessidade de olhar os números. O simples fato de boa parte das empresas ter adotado graus mais ou menos intensos de trabalho remoto é uma prova disso. Ao deixar parte ou todos os seus colaboradores em casa, as empresas não apenas conseguiram melhorar a produtividade das pessoas – que ganharam algumas horas por não terem de se desviar do trânsito das grandes cidades –, mas também reduziram custos fixos, racionalizando o uso de espaço físico nos escritórios.

Há mais fatores, esses externos às empresas. A pandemia foi uma experiência dura, tanto para as pessoas físicas quanto para as jurídicas. Infelizmente, muitas empresas não sobreviveram à retração de seus negócios. Porém, mesmo encolhendo e mudando de forma, a demanda continuou existindo. Os consumidores mudaram seus hábitos, mas não deixaram de consumir. E isso favoreceu as empresas que tinham mecanismos azeitados e finanças sólidas, especialmente as companhias abertas.

Não é um acaso. Ao listar suas ações em bolsa, as empresa ganham acesso a capital mais abundante e, em alguns casos, mais barato do que os financiamentos bancários. Isso lhes permite levantar recursos para fazer movimentos estratégicos, como aquisições. Só por esses pontos, que são intuitivos, é possível imaginar que os resultados das empresas deveriam melhorar em 2021 em comparação com 2020, apesar de os riscos da pandemia ainda permanecerem. Porém, uma análise rápida dos números comprova isso.

Números positivos

Consideramos aqui o universo de 262 empresas abertas que divulgaram resultados no primeiro e no segundo trimestres deste ano e de 2020, e comparamos esses números. Em termos absolutos, o resultado do primeiro semestre do ano passado foi um mar vermelho. Somados, os números da última linha do balanço dessas companhias resultaram em um prejuízo de 33,2 bilhões de reais. Para comparar, o resultado de 2021 mostra um lucro agregado de 284,8 bilhões de reais.

Porém, os números de 2020 têm uma distorção. boa parte disso decorreu de uma única empresa, a Petrobras. A estatal perdeu 51,2 bilhões no primeiro semestre do ano passado, e lucrou 44 bilhões nos seis primeiros meses deste ano. Sem considerar seus números, o lucro de 261 companhias no primeiro semestre do ano passado foi de 18 bilhões de reais. Neste ano, foram 240,8 bilhões de reais. Uma alta de 1.235 por cento.

Esse resultado, isoladamente, e capaz de demonstrar de maneira inequívoca a recuperação das empresas. Porém, há mais pontos que comprovam essa tese. Em 2020, 171 das 262 empresa analisadas tiveram prejuízo, algo como 34,7 por cento. É um número elevado. Significa que mais do que uma a cada três empresas não conseguiu gerar dinheiro suficiente para cobrir seus custos, pagar seus impostos e remunerar o capital dos acionistas.

Neste ano, a proporção caiu para 18,3 por cento, com 48 empresas divulgando prejuízos. Apenas seis companhias que lucraram em 2020 tiveram prejuízos em 2021. A grande maioria apresentou lucro e, as que mostraram resultados negativos, tiveram perdas menores do que as sofridas no ano passado. A proporção caiu à metade, com apenas uma em cada sete empresas tendo problemas. Além dos valores em si, essa proporção mostra que a recuperação do desempenho não ficou restrita a um ou outro setor, mas se espalhou por diversas áreas de atividade da economia.

Destaque nos resultados

O caso mais emblemático é o da mineradora Vale (VALE3). Além da crise, ela teve de lidar com as consequências trágicas do acidente em Brumadinho. Mesmo assim, ela conseguiu lucrar 101 bilhões de reais no primeiro semestre deste ano, alta de quase 1.300 por cento em relação à metade inicial de 2020.

Os resultados dos bancos foram positivos, mas menos uniformes. Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) apresentaram resultados muito semelhantes. Ambos lucraram 10 bilhões de reais no primeiro semestre de 2020 e quase 19 bilhões em 2021, com altas ao redor de 78 por cento. O Santander Brasil (SANB11) apresentou um crescimento menor, mas seu resultado ficou estável. O banco vem lucrando quase 10 bilhões de reais no primeiro semestre, isso em 2020 e neste ano. Já o Banco do Brasil (BBAS3) mostrou um crescimento de 45 por cento nos lucros, de 9,6 bilhões para 14 bilhões de reais.

Finalmente, Petrobras. A estatal saiu de um prejuízo de quase 100 bilhões no primeiro semestre do ano passado para um lucro de 45,2 bilhões em 2021. A alta dos preços do petróleo e um câmbio favorável garantiram o bom resultado.

Essa análise de números não tem de ser entendida como uma avaliação em profundidade das empresas, muito menos como uma recomendação (ou não) de investimentos. A exceção é Petrobras (PETR3/PETR4), que, por ser estatal e sujeita a usos políticos de seu balanço, fica fora das recomendações da Levante Ideias de Investimentos. Esse passeio rápido pelas últimas linhas de 262 balanços comprova apenas que o Brasil corporativo vem mostrando uma resistência e uma resiliência inesperadas à crise.

Leia a última coluna do Domingo de Valor para ficar por dentro da Bolsa: Petrobras vai além dos números.

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Quando os banqueiros centrais discordam https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/quando-os-banqueiros-centrais-discordam https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/quando-os-banqueiros-centrais-discordam#respond Sun, 01 Aug 2021 15:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=29221 Uma boa maneira de começar a conversa deste domingo é lembrar uma história de Alan Greenspan, que presidiu o Federal Reserve (Fed), o banco central americano entre 1987 e 2006. Um dia, um jornalista perguntou se ele estava de bom humor. “Não posso compartilhar essa informação com você”, respondeu Greenspan, bem-humorado. Foi uma piada –… Read More »Quando os banqueiros centrais discordam

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Uma boa maneira de começar a conversa deste domingo é lembrar uma história de Alan Greenspan, que presidiu o Federal Reserve (Fed), o banco central americano entre 1987 e 2006. Um dia, um jornalista perguntou se ele estava de bom humor. “Não posso compartilhar essa informação com você”, respondeu Greenspan, bem-humorado. Foi uma piada – mas só em parte.

Banqueiros centrais têm diversos perfis. Servidores públicos de carreira ou expoentes das finanças. Podem ser mais ou menos políticos e mais ou menos próximos das lideranças política. No entanto, todos possuem uma característica comum. Por dever de ofício, precisam ser extremamente cautelosos com o que dizem. Sabem que cada palavra, oficial ou nem tanto, pode ter consequências drásticas sobre os preços dos ativos financeiros. Por isso, quando as declarações de qualquer banqueiro central se tornam um pouco menos entediantes, é hora de prestar atenção.

Foi o que ocorreu na semana que se encerrou, e por duas vezes. Na quarta-feira (28), Jerome Powell, atual presidente do Fed, comentou como de costume a reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), o Copom americano. As decisões do Fed não surpreenderam ninguém. Como era esperado, as taxas de juros nos Estados Unidos permaneceram inalteradas entre zero e 0,25 por cento ao ano.

Divergências no FED

Porém, houve algo inesperado. Powell disse que ainda era cedo para decidir se o Fed iria ou não iniciar o “tapering”, processo de redução da compra mensal de 120 bilhões de dólares em títulos públicos e hipotecários pelo BC americano. Mais do que isso, ele disse que “há divisões” no Fed em relação ao momento ideal de interromper esse processo. E decepcionou quem esperava um sinal na tradicional conferência do Federal Reserve em Jackson Hole, no Wyoming, marcada para agosto. “Não está claro se será o caso de anunciar algo” no evento, disse ele.

Cabe aqui um esclarecimento. O Sistema da Reserva Federal americano divide-se em doze bancos regionais, cada um deles responsável por controlar as finanças de uma região americana. Os doze governadores regionais formam o Conselho do Fed e são os responsáveis pela formulação da política monetária. É diferente do Banco Central do Brasil. Por aqui, a abrangência é nacional e os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) são todos diretores do BC. É mais comum que haja debate e divergência no Fomc do que no nosso Copom.

A ata da reunião mais recente do Fomc, realizada em junho, mostrou que há discordâncias severas entre os governadores regionais do Fed. “Vários participantes mencionaram que esperavam que as condições para começar a reduzir o ritmo de compras de ativos fossem observadas um pouco mais cedo do que o previsto”, disse a ata. Outros participantes, no entanto, disseram que o Fed “deve ser paciente ao avaliar o progresso em direção a seus objetivos”.

A discórdia vai além da Ata. Vários governadores do Fed têm discordado em público. Por exemplo, Christopher Waller, de Saint Louis, disse que a redução das compras pode chegar antes do esperado. “Não sei se será neste ano, mas isso é algo que ainda temos de definir”, disse ele. Thomas Barkin, de Richmond, concorda. “Está claro para mim que fizemos muito progresso no caso da inflação, e se o mercado de trabalho se reaquecer, vamos chegar lá [na redução das compras] em um prazo relativamente curto.”. Porém, John Williams, o presidente do Fed de Nova York, disse que “estabelecemos claramente que queremos um progresso substancial (…) e claramente não conseguimos isso ainda”.

Sem consenso na Europa

Como se não bastasse, a incerteza também aumentou na Zona do Euro. Na manhã da terça-feira (27), Robert Holzmann, diretor do banco central da Áustria e um dos governadores do Banco Central Europeu (BCE) – que funciona como o Fed – criticou a manutenção de uma política monetária expansionista. No dia 22, o BCE havia informado que buscará uma postura “persistentemente acomodativa”. Em língua de seres humanos, isso significa que as taxas de juros europeias permanecerão em níveis baixos até que a inflação esteja em linha com a meta de 2 por cento.

Alguns diretores do BCE criticaram a manutenção desses estímulos por tanto tempo, o que mostra uma divisão na cúpula do BCE. “Esse pode ter sido um passo grande demais”, disse Holzmann, repetindo dois de seus colegas: Jens Weidmann, presidente do banco central da Alemanha e Pierre Wunsch, do BC da Bélgica.

Waller, Barkin, Williams, no Fed. Holzmann, Weidmann, Wunsch, no BCE. Não se incomode se você nunca ouviu falar dessas pessoas. Excetuando-se os economistas de bancos e os jornalistas que acompanham a área, nenhum desses nomes é familiar. Nem deveria ser. Banqueiros centrais são técnicos. Têm de trabalhar sem aparecer. Precisam ser discretos, pois lidam com a variável mais sensível da economia, que é o preço do dinheiro. Quando eles começam a discordar publicamente, isso indica uma indefinição estrutural na condução da política monetária. E os riscos são grandes.

Sem a condução dos BCs, os mercados perdem assertividade. O risco cresce, os prazos encurtam e os prêmios aumentam, com consequências negativas para a economia como um todo. Enquanto os banqueiros centrais não retornarem ao consenso, a probabilidade de momentos de turbulência nos mercados internacionais permanecerá elevada – com reflexos óbvios e negativos para o Brasil.

Leia a última coluna do Domingo de Valor para ficar por dentro da Bolsa: Use a inflação a seu favor.

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Divulgado na sexta-feira (23), o IPCA-15 veio acima do esperado. Em julho, o índice, que funciona como uma prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou um aumento de preços de 0,72 por cento. Apesar de inferior ao 0,83 por cento registrado em junho, o resultado ficou acima das expectativas. A mediana dos prognósticos estava em 0,62 por cento.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice foi puxado pela alta de 4,79 por cento nos preços da eletricidade. Com o resultado, a prévia da inflação teve a maior alta para o mês desde 2004, quando atingiu 0,93 por cento.

Há 27 anos, antes da estabilização da moeda decorrente do Plano Real, conversas sobre inflação eram o feijão com arroz da economia brasileira. Durante décadas, salvo alguns desarranjos pontuais, a inflação saiu da pauta. Porém, agora ela voltou a ser fonte de conversas e de preocupação. Por isso, vale a pena nos debruçarmos um pouco sobre o tema.

IPCA, INPC, IGP-M: entenda a sopa de letras

Antes de mais, nada uma pitada de teoria – só um pouquinho. Há dois grandes grupos de índices de inflação. O primeiro grupo é o dos índices de preços ao consumidor, que medem a variação dos preços de cestas de consumo das famílias. Os mais importantes são o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o IPCA, ambos calculados pelo IBGE.

A diferença entre eles são os produtos e serviços cujos preços são acompanhados. O INPC acompanha a variação de uma cesta consumida por famílias com renda entre um e oito salários mínimos, ou 1,1 mil a 8,8 mil reais. O IPCA tem a mesma metodologia, a diferença é que os produtos e serviços são de uma cesta consumida por famílias com renda de um a 40 salários mínimos – 1,1 mil a 44 mil reais. Os preços são levantados entre o primeiro e o último dia do mês, e divulgados ao redor do décimo dia do mês seguinte.

O IPCA é o índice mais importante do País. É ele que o Banco Central (BC) consulta para saber se a meta de inflação está ou não sendo cumprida.

No caso do IPCA-15, a única diferença é o prazo de coleta dos preços, que é realizado entre o dia 16 do mês anterior e o dia 15 do mês corrente, sendo divulgado de oito a dez dias depois. Como o IPCA é muito importante para a economia, faz sentido que seja divulgado um levantamento prévio.

O segundo grupo é o dos índices gerais de preços. São mais abrangentes (e mais voláteis) que os índices do grupo anterior. Além dos preços ao consumidor, eles medem a variação dos preços de matérias primas e de outros insumos básicos da indústria. Os principais índices gerais de preços no Brasil medem também a variação dos custos da construção civil.

O mais conhecido deles é o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Os preços são levantados do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês corrente, e o índice é divulgado no penúltimo dia útil do mês corrente.

O IGP-M é uma adaptação do IGP-DI, o mais antigo dos índices de inflação do País (a FGV começou a divulgá-lo em 1944). Nos tempos da inflação elevada, era preciso ter um índice já pronto antes do fim do mês para permitir a correção dos contratos logo no início do mês seguinte. Atualmente, o IGP-M é usado principalmente para indexar aluguéis e algumas tarifas públicas.

A inflação e o seu dinheiro

Voltando ao IPCA-15 de julho. O acumulado em 12 meses desse índice está em 8,59 por cento. Esse percentual está muito acima da meta de inflação estabelecida para o ano. O alvo para o qual o BC mira é de 3,75 por cento, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Assim, o máximo de inflação “permitida” para o BC seria 5,25 por cento em 2021. E a título de curiosidade: as metas de inflação para 2022, 2023 e 2024 são, respectivamente, 3,50, 3,25 e 3 por cento. Ou seja, a tarefa do BC não será fácil.

Vamos supor que IPCA-15 e IPCA são iguais. Como a inflação em sete meses do ano pelo IPCA-15 já está em 4,88 por cento, é improvável esperar que, em cinco meses, o índice suba apenas 0,37 por cento, que é o que falta para o teto da meta ser atingido. Moral da história, é bastante provável esperar que os juros vão continuar subindo para que o BC consiga fazer a inflação baixar para mais perto do centro da meta.

Isso quer dizer que os juros terão de aumentar para conter a inflação e esse resultado vai demorar para aparecer. Assim, a taxa referencial Selic vai subir e permanecer elevada por bastante tempo. Como se aproveitar disso para melhorar a rentabilidade do seu dinheiro?

Uma indicação óbvia são os Fundos de Investimento Imobiliário (FII). Boa parte dessas carteiras, em especial os fundos dedicados a Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), tem seus rendimentos indexados a índices de inflação, como o IPCA ou o IGP-M. Assim, os FII são uma boa pedida, ainda mais que a isenção tributária de seus rendimentos continuará existindo.

Outra indicação são os FII e os títulos do Tesouro Direto cuja rentabilidade está ligada aos juros de mercado. Como a taxa dos Certificados de Depósito Interfinanceiro (CDI) acompanha de perto a Selic, é bastante provável que os juros das aplicações subam e permaneçam elevados durante um bom tempo. Assim, depois de vários meses com rendimentos anêmicos, os títulos de renda fixa voltam a ser atrativos.

E, para escolher as melhores alternativas, acompanhe os relatórios de Tesouro Direto e dos Fundos Imobiliários preparados pelos analistas da Levante Ideias de Investimento.

Abraços,
Equipe Levante.

Leia a última coluna do Domingo de Valor para ficar por dentro da Bolsa: A importância do curto prazo.

 

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O discreto avanço da iniciativa privada | Domingo de Valor https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/o-discreto-avanco-da-iniciativa-privada-domingo-de-valor https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/o-discreto-avanco-da-iniciativa-privada-domingo-de-valor#respond Sun, 27 Jun 2021 15:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=27002 Há alguns anos, a principal fonte de informações financeiras eram os jornais. E os profissionais mais competentes do mercado financeiro costumavam dizer a quem estava começando: não deixe de ler as notícias da parte de baixo das páginas. Explicando. Em qualquer publicação, as notícias mais relevantes (ou bombásticas) vão para a parte de cima das… Read More »O discreto avanço da iniciativa privada | Domingo de Valor

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Há alguns anos, a principal fonte de informações financeiras eram os jornais. E os profissionais mais competentes do mercado financeiro costumavam dizer a quem estava começando: não deixe de ler as notícias da parte de baixo das páginas.

Explicando. Em qualquer publicação, as notícias mais relevantes (ou bombásticas) vão para a parte de cima das páginas. As notícias que parecem atrair menos atenção vão para baixo. Nas últimas semanas, o noticiário foi dominado pela alta dos juros e da inflação, que chamaram a atenção dos leitores e ocuparam mais espaço nas páginas.

Porém, notícias menos visíveis mostram que, apesar dos solavancos, a participação do setor privado na economia brasileira vem crescendo. E isso indica que as perspectivas são melhores do que podem parecer para quem lê apenas as principais notícias.

Saneamento aquecido

Comecemos pelo setor de saneamento. No fim de abril, a venda da três das quatro áreas de atuação da empresa de saneamento da cidade do Rio de Janeiro, a Cedae, movimentou 22,6 bilhões de reais. Esse foi o primeiro grande negócio do setor, mas não foi (nem será) o único.

No fim de maio, menos de um mês depois, foi lançado um novo projeto de saneamento básico no Amapá. E no início de junho foi divulgada a primeira proposta para o modelo de privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). Inicialmente a venda estava prevista para outubro, embora possa ficar apenas para 2022. Não é o ideal, mas é um avanço ante a situação anterior. A projeção dos técnicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é de que a rede de esgotos porto-alegrense poderá atrair investimentos de 2,2 bilhões de reais. Porém, esse valor pode aumentar se as concessões para os serviços de água entrarem na conta.

Além dos grandes leilões, estimativas do setor de saneamento avaliam que há 51 licitações menores em andamento, embora muitas nos primeiros estágios dos processos. Elas são muito menores, com média de investimentos de 97 milhões de reais, mas o interesse por elas é o mais importante.

Por exemplo, a concessão de água e esgoto em Orlândia, cidade de 44 mil habitantes do interior de São Paulo, pode atrair investimentos de 93 milhões de reais. Não se compara aos bilhões da Cedae ou da Corsan, mas a licitação terá 17 consórcios participantes.

A estimativa é que nove desses 51 projetos tenham um potencial de atrair investimentos de 3,64 bilhões de reais. Mais do que essa cifra respeitável, eles podem ser a porta de entrada para novos grupos, nacionais e estrangeiros, testarem as águas do saneamento brasileiro. Como nada no Brasil é simples, leilões desse perfil devem ser mais escassos no futuro. A nova lei do saneamento básico deverá colocar entraves aos projetos de municípios isolados, que não poderão receber apoio do BNDES ou Caixa. A restrição, porém, não se aplica a processos iniciados antes da lei.

Energia disputada

 Não é só no saneamento que há boas notícias. A energia também apresenta um cenário positivo, apesar dos jabutis inseridos na proposta de capitalização / privatização da Eletrobras. O ano de 2020 foi fraco no setor, com um solitário leilão de transmissão realizado em dezembro. Porém, o primeiro semestre de 2021 marcou a retomada dos projetos. Na sexta-feira (25), a Equatorial Energia (EQTL3) levou a concessão da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) por 30 anos. A situação da CEA é complicada. O Amapá sofreu com cinco apagões desde novembro do ano passado, sendo que o mais recente ocorreu em 16 de junho. Última distribuidora a ser privatizada, a CEA tinha dívidas de 2 bilhões de reais, que foram renegociadas para “apenas” 1,1 bilhão de reais antes da venda. Não por acaso, a Equatorial foi a única participante do leilão e levou a companhia por pouco menos de 50 mil reais. Porém, mesmo com uma situação tão ruim, a CEA atraiu um comprador.

Os leilões agendados para os próximos dias prometem ser mais disputados. Para a quarta-feira (30), está previsto o primeiro leilão de transmissão do ano, com cinco lotes de investimentos, avaliados em 1,3 bilhão de reais. Serão ofertados cinco lotes para construção e manutenção de 515 quilômetros de linhas de transmissão, espalhados em seis estados (AC, MT, RJ, RO, SP e TO). A expectativa é que participem grandes grupos operadores do setor elétrico, caso da Energisa (ENGI11), Isa Cteep (TRPL4) e Grupo Mez Energia, grande ganhador do leilão de 2020. A expectativa também é que a disputa seja bastante acirrada, com o último leilão marcado por grandes deságios, limitando os ganhos das companhias vencedoras.

Disposição para investir

A situação econômica do País é complexa. Há riscos jurídicos, econômicos, políticos e ambientais. Mesmo assim, há investidores e empresários dispostos a correr riscos em setores difíceis como os de saneamento e energia. Isso não ocorre por bondade ou caridade, mas porque há empreendedores que enxergam oportunidades de obter uma rentabilidade para seu capital fazendo isso.

Somando-se apenas os 3,6 bilhões de reais do setor de saneamento e o 1,3 bilhão dos leilões de transmissão, mais os 150 milhões de reais em investimentos imediatos que a Equatorial terá de fazer na distribuidora amapaense, já são mais de 5 bilhões de reais em investimentos para a infraestrutura brasileira. E isso sem falar nas licitações propostas para rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Apenas a cifra mais restrita comprova que, para além das manchetes de crise e turbulência, há oportunidades de investimento e ganho para a iniciativa privada. E essa, em última análise, é a medida de qualidade de um país.

Um abraço e bons investimentos.

Equipe Levante.

Leia a última coluna do Domingo de Valor para ficar por dentro da Bolsa: Sobre a capitalização da Eletrobras | Domingo de Valor.

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Sobre a capitalização da Eletrobras | Domingo de Valor https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/sobre-a-capitalizacao-da-eletrobras-domingo-de-valor https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/sobre-a-capitalizacao-da-eletrobras-domingo-de-valor#respond Sun, 20 Jun 2021 15:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=26361 A reação do mercado à aprovação, pelo Senado, da Medida Provisória (MP) 1.031/2021, que regula a proposta de capitalização da estatal Eletrobras (ELET3/ELET6) foi de alta. A proposta foi aprovada na noite da quinta-feira (17). Logo na abertura dos negócios na sexta-feira (18), as ações subiram mais de 10 por cento. E os dois papéis… Read More »Sobre a capitalização da Eletrobras | Domingo de Valor

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A reação do mercado à aprovação, pelo Senado, da Medida Provisória (MP) 1.031/2021, que regula a proposta de capitalização da estatal Eletrobras (ELET3/ELET6) foi de alta. A proposta foi aprovada na noite da quinta-feira (17). Logo na abertura dos negócios na sexta-feira (18), as ações subiram mais de 10 por cento. E os dois papéis mais negociados, Eletrobras ON (ELET3) e Eletrobras PNB (ELET6) encerraram a semana com altas de 5,9 por cento.

A alta dos preços mostra que os investidores estão esperançosos. Nesse caso, porém, a esperança de tempos melhores para a Eletrobras (e, por tabela, para todo o setor elétrico brasileiro) tem de ser temperada com uma dose saudável de ceticismo, devido à condução do processo.

Para sermos precisos, o Senado não autorizou uma venda da Eletrobras, e sim sua capitalização. Explicando. Atualmente, a União possui, direta e indiretamente, cerca de 68 por cento das ações ordinárias, com direito a voto. Pela proposta aprovada na quinta-feira, em algum momento do quarto trimestre deste ano ou no primeiro trimestre do ano que vem, Eletrobras fará uma oferta subsequente (follow-on) de grandes proporções. O governo não vai participar e será diluído. Sua participação, em um primeiro momento, cairá para 45 por cento, retirando a empresa da condição de estatal.

A expectativa é que esse movimento destrave valor. Sem as amarras do controle estatal, a holding poderá se livrar dos entraves à gestão e da ingerência política sobre o setor elétrico. Em um segundo movimento, a União venderá sua participação até reduzi-la a 10 por cento. Nesse momento, a Eletrobras será uma “Corporation”, uma empresa sem controlador definido. Uma “golden share” vai garantir que nenhum acionista tenha mais de 10 por cento do capital votante, e também visa assegurar que a União tenha direito de intervir se os fins de uma empresa tão estratégica estiverem sendo desvirtuados.

O exemplo das teles

Admirável mundo novo no setor elétrico, com meritocracia e rentabilidade? Vamos com calma. Antes de mais nada, é preciso considerar dois pontos. Um deles é que a Eletrobras obteve uma melhora gigantesca em sua gestão sob a presidência de Wilson Ferreira Júnior, um dos melhores executivos do setor. Assim, os ganhos de eficiência e produtividade já ocorreram. O segundo ponto é que a proposta para a Eletrobras foi mal-conduzida. O governo brasileiro já realizou privatizações complicadas. A mais complexa delas foi a do setor de telefonia, realizada em 1998.

Na época, o cuidado foi impedir o erro cometido pelo governo mexicano ao vender sua estatal, a Telmex, que detinha praticamente o monopólio das comunicações. A companhia foi vendida em bloco. Poucos anos depois, seu comprador, o engenheiro Carlos Slim, passou a disputar com Bill Gates e Warren Buffett o posto de humano mais abastado. E isso não foi uma coincidência.

Para impedir que isso se repetisse aqui, o governo fatiou o sistema em várias companhias, criou empresas-espelho para estimular a concorrência e estabeleceu entraves para impedir um controle unificado. Mesmo assim, levou quase uma década para que o setor se estruturasse de maneira eficiente. Ainda hoje há problemas – veja-se o caso da Oi (OIBR3/OIBR4). Mas o fato é que, nos tempos estatais, as linhas telefônicas fixas eram tão valorizadas e escassas que tinham de ser listadas nas declarações de imposto de renda. Agora, há mais conexões móveis do que cidadãos brasileiros.

Jabutis

Esse cuidado não foi tomado no encaminhamento da proposta de capitalização da Eletrobras. Nos grandes processos anteriores, a praxe era o governo encomendar estudos aos técnicos do setor público, que conhecem profundamente o setor. O grande participante disso foi o BNDES. A esses profissionais cabe a tarefa de fazer modelagens de venda e estabelecer freios e barreiras para garantir tanto a concorrência quanto a qualidade do serviço – experimente passar uma semana sem energia elétrica para entender a importância desse serviço. Descascados os abacaxis e fatiados os pepinos, entregava-se o assunto ao Congresso para dar a palavra final. Isso limitava a criação de jabutis.

No caso da Eletrobras, o governo apenas anunciou sua intenção de capitalizar a empresa e passou a bola para o vizinho na Praça dos Três Poderes. Daí algumas das emendas inseridas no texto, como a manutenção de subsídios até 2035 à energia térmica gerada a partir do carvão, muito mais cara e poluente que as demais. Ou a obrigatoriedade de realocar os 14,8 mil servidores da Eletrobras em outras estatais. Ou, para citar apenas mais uma, a obrigatoriedade de a Eletrobras contratar energia elétrica de usinas térmicas que ainda não foram construídas.

Uma das propostas mais interessantes é a de “indenizar” o povo do Piauí, que teria sido lesado no processo de privatização da Cepisa, a empresa de energia estadual. Enquanto estatal, a Cepisa prestava um serviço ruim e quase faliu. Hoje controlada pela Equatorial Energia, ela é uma das mais eficientes do sistema. E é rentável, pagando impostos ao Estado. Mesmo assim, os congressistas acreditam que o povo piauiense – que, como os demais brasileiros, merece ter energia de qualidade a um preço justo – enseja uma indenização.

Cuidado ao investir

O processo de autorização da capitalização ainda não se encerrou. A Medida Provisória ainda tem de ser enviada à Câmara dos Deputados e tem de ser aprovada até o dia 22 de junho, ou perderá a validade. E depois disso terá de seguir para sanção presidencial. Só então haverá mais clareza em como será conduzido o processo.

Essa ideia não vem de hoje. As primeiras sugestões surgiram ainda no governo de Michel Temer, em 2017. Posteriormente, o governo Bolsonaro tentou colocar o tema em pauta em 2019, sem sucesso. E agora, com uma razoável dose de pressão por parte do Executivo, a proposta foi aprovada.

Desde que se começou a se discutir a transferência da Eletrobras para o setor privado, suas ações subiram mais de 240 por cento, um resultado superior ao do Ibovespa. E é possível encontrar argumentos para a compra dessas ações, ainda na expectativa das melhoras decorrentes da transferência ao controle privado. Mesmo assim, nós, da Levante Ideias de Investimentos, não estamos confortáveis com a ideia. Nossa filosofia é evitar ações de qualquer empresa estatal, devido aos riscos de ingerência política. Sem esquecer do fato de que haverá uma eleição presidencial complexa no ano que vem. E, nesse caso, uma mudança na política muito provavelmente poderá levar a uma reversão do processo. Por isso, a recomendação é NÃO COMPRAR ações da Eletrobras.

Um abraço, e bons investimentos.

Equipe Levante.

Leia a última coluna do Domingo de Valor para ficar por dentro da Bolsa: Bolsa em alta, fuja da manada | Domingo de Valor.

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Bolsa em alta, fuja da manada | Domingo de Valor https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/bolsa-em-alta-fuja-da-manada https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/bolsa-em-alta-fuja-da-manada#respond Sun, 06 Jun 2021 15:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=25473 Na coluna de hoje, vamos tratar das estratégias de investimento em ações tendo em vista que o Ibovespa vem batendo recordes sucessivos. Nos três primeiros pregões de junho, o Ibovespa voltou a quebrar um recorde e a superar o nível de 130 mil pontos. Na sexta-feira (04), o indicador fechou a 130.125 pontos. No mês,… Read More »Bolsa em alta, fuja da manada | Domingo de Valor

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Na coluna de hoje, vamos tratar das estratégias de investimento em ações tendo em vista que o Ibovespa vem batendo recordes sucessivos.

Nos três primeiros pregões de junho, o Ibovespa voltou a quebrar um recorde e a superar o nível de 130 mil pontos. Na sexta-feira (04), o indicador fechou a 130.125 pontos. No mês, a alta é de 3,1 por cento. E no ano, a alta acumulada é de 9,4 por cento. 

Maio também foi bom para o dólar. A moeda americana encerrou o mês passado a 5,23 reais, queda de 3,8 por cento ante o fim de abril. O movimento de apreciação do real se repetiu em junho. Na sexta-feira (04), o câmbio fechou a 5,07 reais, queda de 3,2 por cento ante o fim de maio. 

Ainda é cedo para prever o que vai ocorrer em junho, por isso vamos nos concentrar no que se passou em maio. Foi o terceiro mês consecutivo de alta. Já o índice americano S&P 500 ficou praticamente zerado, com uma leve alta de 0,55 por cento em maio.

Bons fundamentos

O desempenho de nossa Bolsa tem sido excelente. O Ibovespa descolou-se de vários outros mercados internacionais. O que animou as cotações em maio – e parece que vai continuar animando em junho – foi uma visão mais positiva dos investidores em relação ao Brasil.

Os motivos são vários. Os bons números de atividade dos setores de Varejo e de Serviços indicaram que o impacto da segunda onda da pandemia foi menor do que se esperava. Com isso, o Produto Interno Bruto (PIB) pode crescer mais do que o esperado neste ano. É bastante provável que a melhora das expectativas seja visível no próximo Relatório Focus, a ser divulgado amanhã. 

Isso alivia o eterno problema do desequilíbrio fiscal. E o fim da temporada de resultados corporativos do primeiro trimestre também trouxe boas novas. Três em cada quatro empresas acompanhadas pela Levante apresentaram resultados melhores que as nossas expectativas.

Cuidados na escolha

Esse cenário tem dois lados. Um deles é de otimismo. Com a melhora das premissas, faz todo o sentido esperar novos movimentos de alta das ações. Nessas horas, é preciso escolher com cuidado. E vamos nos inspirar em dois gurus do mercado internacional. Um deles é Ralph Wanger, autor do livro Uma zebra no território dos leões (uma tradução livre do título original em inglês: A Zebra in Lion Country).

Neste livro, Wanger compara as manadas de zebras que pastam nas savanas africanas com os gestores de fundos. Para ele, há várias similaridades: i) os objetivos são difíceis de atingir (grama fresca e não pisoteada para as zebras, retornos acima da média para os gestores); ii) a necessidade de fugir do risco (zebras podem ser presas dos leões, gestores podem ser vítimas de demissão); iii) zebras e gestores se movimentam em manadas.

As zebras podem ficar no meio da manada. Serão menos ameaçadas pelos leões, mas será difícil achar grama fresca. Ou podem ficar nas bordas. A grama será melhor, mas o risco será maior. 

O mesmo trade-off tem de ser resolvido pelo gestor de fundos. Se seguir o consenso do mercado, ele vai ganhar ou perder de acordo com a trajetória do índice, mas seu desempenho seguirá a média. Se ficar fora do consenso ele pode obter ganhos extraordinários, mas corre o risco de errar a mão e perder o cliente e o emprego.

Valor e crescimento

Outro gestor em que vamos nos inspirar é o americano Howard Marks. Ele é cofundador da Oaktree Capital, uma das maiores gestoras globais de crédito do mundo. E autor de um dos melhores livros sobre investimentos: The most important thing, que agora tem uma versão em português: O Mais Importante para o Investidor: Lições de um gênio do mercado financeiro.

No início deste ano, Marks mandou uma carta aos cotistas tratando de uma conversa que teve sobre ações com seu filho Andrew, profissional de mercado focado em empresas com perfil de crescimento (Growth), especialmente as do setor de tecnologia. Os gestores mais tradicionais focam em empresas de valor (Value). 

O Value Investing, que é a nossa filosofia aqui na Levante, consiste em quantificar o valor intrínseco de determinado ativo baseando-se em seus fundamentos e na sua capacidade de geração de caixa. Uma vez calculado o valor, a recomendação é comprar o ativo quando seu preço de mercado estiver abaixo desse número.

O Growth Investing aposta em empresas que não geram valor monetário. Como são companhias que crescem depressa, elas consomem muito capital e não são capazes de pagar dividendos. Portanto, é necessário fazer uma análise profunda da empresa e do mercado em que ela atua para poder investir. E, como a maior parte do valor está no “futuro”, quando o crescimento esperado se concretizar, seu valor justo é mais sensível a alterações na taxa de desconto.

As melhores alternativas

Dadas essas premissas, o cenário para o investidor quando o primeiro semestre se aproxima do fim é tanto promissor quanto arriscado. É promissor porque existem as premissas que sustentam a alta de qualquer mercado: bons resultados das empresas, equilíbrio das contas públicas e economia em crescimento. E é arriscado porque não existem apostas óbvias. Fica mais difícil descobrir quais serão as ações realmente vencedoras, cujo desempenho fará diferença na carteira do investidor.

Se ficar no meio da manada, o investidor terá um retorno em linha com a média do mercado. Os prognósticos são promissores. Mas pode ser que ainda leve tempo para que o Ibovespa acompanhe as valorizações elevadas dos pregões internacionais. Assim, se vincular-se à média, o investidor pode não ter um grande retorno. E é bom evitar a tentação de buscar pechinchas. Se alguma ação de Valor está descontada em um momento de alta, provavelmente há bons motivos para isso.

Se, ao contrário, optar por uma abordagem que privilegie ações menos óbvias, o investidor poderá ter um ganho muito acima da média, mas estará correndo riscos adicionais. Por exemplo, poderá investir em ações de menor capitalização, as chamadas small caps. São empresas menores, menos líquidas, e que podem proporcionar retornos muito acima da média do mercado. Porém, exatamente por serem menos líquidas, será difícil vender e sair da posição se a tese de investimento não se comprovar.

Além disso, o investidor terá de dosar tanto as ações Value quanto as ações Growth em seu portfólio, pois com as cotações elevadas o retorno das ações de Valor torna-se menos interessante, e será preciso incluir na estratégia ações que possam avançar bastante no futuro, os papéis de Crescimento.

Para isso, você pode contar com o time da Levante Ideias de Investimentos para te ajudar a investir melhor.

Obrigado pela leitura.

Boa semana!

Equipe Levante.

Leia a última coluna do Domingo de Valor para ficar por dentro da Bolsa: Aquisições hostis na B3: os casos Marfrig e BRF.

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Aquisições hostis na B3: os casos Marfrig e BRF | Domingo de Valor https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/aquisicoes-hostis-na-b3-os-casos-marfrig-e-brf-domingo-de-valor https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/aquisicoes-hostis-na-b3-os-casos-marfrig-e-brf-domingo-de-valor#respond Sun, 30 May 2021 15:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=25209 Na coluna de hoje, vou falar sobre as aquisições hostis na Bolsa de Valores, quando uma empresa adquire ações de outra (geralmente concorrente) no mercado, como foi o caso da Marfrig (MRFG3) que arrematou ações da BR Foods (BRFS3) na semana passada. Aquisição hostil O termo aquisição hostil, do inglês hostile takeover, teve origem nos… Read More »Aquisições hostis na B3: os casos Marfrig e BRF | Domingo de Valor

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Na coluna de hoje, vou falar sobre as aquisições hostis na Bolsa de Valores, quando uma empresa adquire ações de outra (geralmente concorrente) no mercado, como foi o caso da Marfrig (MRFG3) que arrematou ações da BR Foods (BRFS3) na semana passada.

Aquisição hostil

O termo aquisição hostil, do inglês hostile takeover, teve origem nos Estados Unidos e ocorre quando a compradora tenta tomar o controle de seu alvo contra  a vontade da Administração da empresa alvo (target).

Há duas formas de se fazer uma aquisição hostil: i) comprando ações no mercado diretamente dos acionistas ou; ii) fazendo uma oferta pública de aquisição (tender offer).

Pílula de veneno

Como a maioria das empresas de capital aberto nos Estados Unidos são corporations, ou seja, não têm um acionista controlador definido, existe a cláusula da pílula de veneno (poison pill) no estatuto social.

A pílula de veneno determina que quando uma compradora adquire no mercado um percentual determinado de ações da empresa-alvo, a compradora precisa fazer uma oferta pública de aquisição (OPA), com certas condições de preço das ações (ex: média dos últimos pregões).

Caso prático da Marfrig e BRF

No dia 21 de maio, a Marfrig (MRFG3) e a BRF (BRFS3) divulgaram Fato Relevante, anunciando a compra de 24,23 por cento de participação no capital da BRF pela Marfrig.

No comunicado, a Marfrig afirma que: “a aquisição relevante faz parte da diversificação dos investimentos da companhia em um segmento que possui complementaridades com o setor de atuação e não tem a intenção de eleger conselheiros e nem influenciar as decisões da gestão”.

Aquisição hostil

A Marfrig comprou as ações da BRF no mercado durante a semana passada e conseguiu “esconder” quem estava comprando os papéis da dona da Sadia e Perdigão.

Eu falei “esconder” porque as empresas precisam informar o mercado quando qualquer acionista atinge 5 por cento de participação no capital. No caso da Marfrig e da BRF, o mercado ficou sabendo que a Marfrig era a compradora apenas quando a mesma já possuía mais de 24 por cento.

Inclusive, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está abrindo uma investigação para apurar os motivos de a Marfrig não ter comunicado imediatamente o órgão sobre a movimentação, dado que ultrapassou os 5, 10 e 15 por cento de participação relevantes, obrigatório por lei.

Pílula de veneno da BRF

A regra da pílula de veneno (poison pill) da BRF, ou seja, gatilho de obrigatoriedade de uma oferta pública de aquisição é de 33,33 por cento da participação, o que obrigaria o comprador a realizar uma oferta para os demais acionistas para a compra da companhia toda com um prêmio de 40 por cento sobre o preço médio de mercado.

Estratégia não fecha

Acredito que uma possível fusão entre a Marfrig, produtora de carne bovina com grande exposição nos mercados dos EUA, e a BRF, produtora de frango e de carne suína, não faz muito sentido do ponto de vista de ganhos de sinergias operacionais.

Adicionalmente, não existe um alinhamento entre os atuais acionistas, o empresário Marcos Molina (controlador da Marfrig) e os fundos de pensão Previ e Petros (os principais acionistas da BRF).

Apesar do comunicado da Marfrig exposto acima, acredito que a empresa pretende sim mudar o Conselho de Administração em 2022 e influenciar na Administração da BRF.

Embora não existam sinergias operacionais relevantes, há uma complementaridade em termos de resultados, dado que o ciclo do frango e dos suínos tende a ter correlação inversa à do boi.

Somente para lembrar que a Seara (atualmente da JBS) já foi da Marfrig, que vendeu a divisão produtora de frango no passado para reduzir seu nível de endividamento consolidado.

Tentativa de fusão frustrada entre Marfrig e BRF em 2019

Em 2019, já houve uma tentativa de fusão entre a BRF e a Marfrig. Ela acabou não saindo, já que não houve acordo entre os principais acionistas. As duas empresas estavam com alto nível de endividamento e as sinergias operacionais não pareciam tão óbvias.

Já escrevi uma coluna Domingo de Valor sobre o assunto: https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/por-tras-da-fusao-brf-marfrig/

Desta vez, a Marfrig tem “bala na agulha” e uma sólida posição de caixa devido ao bom resultado de suas operações de carne bovina nos EUA.

Posição de caixa da Marfrig

Ao comprar ações da BRF no mercado, a Marfrig teve de fazer um aporte de caixa de cerca de 4,4 bilhões de reais, o que aumentou a alavancagem financeira da companhia de 1,76 vezes (relação entre dívida líquida e Ebitda), reportado ao fim do 1T21, para 2,19 vezes, um patamar ainda saudável, dados os resultados recentes gerados.

Conclusão

Por enquanto, a Marfrig fica impedida de fazer qualquer movimentação em relação à Administração e à tomada de decisões na BRF. 

No caso de uma possível fusão, acredito que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) não deverá dificultar um aval para a transação, dado que as companhias operam em mercados distintos, além de a JBS ter debaixo de sua operação a Seara e a JBS Brasil, o equivalente à BRF e a Marfrig, em uma comparação mais imediata.

Ainda há muita especulação e poucas definições a respeito da motivação e dos efeitos práticos de uma aquisição tão relevante para o longo prazo. Porém, em caso de fusão, a execução pode ser um tanto quanto difícil, devido ao tamanho de ambas as empresas, além de as operações serem demasiadamente distintas. Porém, em caso de desfecho favorável e boa condução das empresas, o futuro tende a ser promissor, com mais uma gigante das proteínas no mercado, a exemplo da Tyson Foods (listada nos EUA) e JBS.

Por enquanto, a BRF segue com seu plano ambicioso para 2030 e a Marfrig segue gerando resultados recordes com sua operação nos EUA.

Dica de livro

Por último, eu recomendo um dos melhores livros sobre o assunto aquisições hostis: Barbarians at the gate, The Fall of RJR Nabisco é um livro de 1989 sobre a compra alavancada da RJR Nabisco.

A obra Os selvagens de Wall Street conta a história de uma das maiores aquisições hostis da história dos EUA e descreve os bastidores da disputa pelo controle da Nabisco: de um lado a KKR, do outro os fundos de private equity. No meio, a Administração da empresa sob pressão.

No final, quem venceu a disputa foi a KKR. Só que ela acabou sofrendo da maldição do vencedor, pois acabou pagando caro pela empresa e não conseguiu rentabilizar o investimento.

Abraços,

Eduardo Guimarães.

Leia a minha última coluna do Domingo de Valor para ficar por dentro da Bolsa: Como se proteger da alta das taxas de juros nos EUA? 

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