Coluna Denise Campos de Toledo – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br Recomendações, análises e carteiras de investimentos para maiores rentabilidades. Thu, 24 Mar 2022 18:53:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.1.1 https://levanteideias.com.br/wp-content/uploads/2018/02/cropped-avatar_lvnt-32x32.png Coluna Denise Campos de Toledo – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br 32 32 Inflação ainda no foco das incertezas | Denise Campos de Toledo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/inflacao-ainda-no-foco-das-incertezas https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/inflacao-ainda-no-foco-das-incertezas#respond Fri, 25 Mar 2022 11:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36941 Governo e Banco Central continuam agindo pra tentar estabelecer perspectivas melhores em relação à inflação. Até por preocupações quanto aos reflexos sobre a popularidade em ano de eleições, o governo prossegue com a estratégia de cortar tributos em várias frentes, desde os combustíveis, agora com zeragem da taxação do etanol importado, que também entra na… Read More »Inflação ainda no foco das incertezas | Denise Campos de Toledo

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Governo e Banco Central continuam agindo pra tentar estabelecer perspectivas melhores em relação à inflação. Até por preocupações quanto aos reflexos sobre a popularidade em ano de eleições, o governo prossegue com a estratégia de cortar tributos em várias frentes, desde os combustíveis, agora com zeragem da taxação do etanol importado, que também entra na composição da gasolina, de impostos sobre seis produtos da cesta básica, como café e margarina, até uma nova rodada de corte d taxação sobre importações de eletrônicos, máquinas e equipamentos.

 Em princípio, menos impostos devem acarretar cortes de preços, colaborando para menos pressões inflacionárias. Já temos visto até promoções de carros a partir da diminuição do IPI sobre bens industrializados. Mas, no geral, a acomodação dos preços depende muito mais da evolução dos custos de insumos, que subiram pelo desequilíbrio entre oferta e demanda global. Primeiro pela pandemia, depois pela guerra entre Ucrânia e Rússia, e agora, também por novos casos de Covid, levando a fechamentos de fábricas. Esse desequilíbrio da cadeia global, que inclui alimentos, e o petróleo, tem gerado inflação em todo o mundo, reduzindo o potencial do impacto das mexidas nos tributos. Por isso fica a impressão que, com algumas dessas iniciativas, o governo vai apenas enxugar gelo, sem maiores efeitos.

Por outro lado, até por não se saber ao certo qual será a evolução da oferta e dos preços de produtos estratégicos e o repasses dos aumentos de custos internamente, fica a dúvida quanto à eficácia do aperto monetário e até onde esse aperto pode chegar.

 Embora muitos tenham visto um tom mais duro na ata do Copom, na verdade, o recado veio em duas direções. Se o petróleo ceder e as projeções de inflação ficarem mais favoráveis, o atual ciclo de elevação dos juros pode até parar com a Selic nos 12,75%, o que deve ocorrer na reunião de maio, e já num patamar contracionista. Mas se as pressões mais fortes persistirem ameaçando a meta também do próximo ano, os ajustes vão continuar e a taxa básica pode chegar nos 13,25 ou até mais. 

O que parece certo, nas sinalizações do BC, é que não quer o risco de um novo estouro da meta inflacionária, pelo terceiro ano consecutivo. E nessa avaliação prospectiva de cenário pesa até o que tem sido citado como arcabouço fiscal, ou seja, a evolução das finanças públicas. E, nesse aspecto, a enxurrada de medidas lançadas pelo governo não colabora muito. Os cortes de tributos afetam a receita, num momento em que já há necessidade de recorrer ao contingenciamento de despesas pra garantir o teto de gastos. Isso em meio às pressões políticas por mais despesas. 

Como citei de início, há uma preocupação política muito grande com a questão da popularidade, e as condições atuais da economia não têm jogado muito a favor. Tem inflação e juros em alta corroendo a renda, desemprego ainda elevado, com queda do rendimento médio e da massa salarial, aumento da pobreza. Tudo isso pesa muito na percepção da gestão da economia, mesmo que vários fatores desfavoráveis sejam inevitáveis. 

Mas é fato também que a forma como são gerenciados pode influenciar essa percepção. Nesse sentido não basta tentar produzir efeitos de curto prazo e limitados. A responsabilidade também pode passar um recado importante, se estabelecer perspectivas melhores para a economia em prazo maior.

Nesse ambiente ainda bem incerto o mercado continua favorecido pelo fluxo externo de recurso, atraído pelos juros cada vez mais altos, com o dólar chegando a testar pisos abaixo dos R$ 5,00. oi A Bolsa com uma evolução desigual no comportamento das ações, na avaliação por empresas e setores, no geral, tem alcançado momentos de boa performance, por reflexo de alguns fatores que preocupam em outro sentido, como da inflação. A alta das commodities, de produtos básicos, como alimentos, minério e petróleo tem aumentado o potencial de ganhos das ações ligadas a esses ramos. E o Brasil ainda tem se beneficiado com a alta liquidez global num cenário de juros ainda bem baixos, mesmo com os ajustes promovidos pelos bancos centrais, inclusive dos EUA.

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Projeções atropeladas pelos efeitos da guerra  https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/projecoes-atropeladas-pelos-efeitos-da-guerra https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/projecoes-atropeladas-pelos-efeitos-da-guerra#respond Fri, 11 Mar 2022 11:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36663 A invasão da Ucrânia pela Rússia continua atropelando projeções e expectativas num cenário que, para o Brasil, já não era dos mais favoráveis. Já estávamos com dificuldades no controle da inflação, com previsão de mais um estouro da meta, como em 2021, tendência de um ciclo mais longo de elevação dos juros básicos, com expansão… Read More »Projeções atropeladas pelos efeitos da guerra 

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A invasão da Ucrânia pela Rússia continua atropelando projeções e expectativas num cenário que, para o Brasil, já não era dos mais favoráveis. Já estávamos com dificuldades no controle da inflação, com previsão de mais um estouro da meta, como em 2021, tendência de um ciclo mais longo de elevação dos juros básicos, com expansão mais fraca da economia e aumento do risco fiscal. O mercado é que vinha dando uma trégua, favorecido pelo ingresso mais forte do capital externo que, de um lado, ajuda na recuperação da Bolsa e, de outro, faz o dólar testar pisos mais baixos, ao redor dos R$ 5,00. Agora tudo isso está sob revisão.

A guerra provocou disparada dos preços do petróleo, de alimentos, especialmente trigo e milho, além dos fertilizantes e outros insumos, seja por sanções, seja por questões de logística. E aí vêm os efeitos colaterais. Paralelamente às discussões sobre medidas pra minimizar o impacto da alta do petróleo, a Petrobras já anunciou reajustes pesados para o diesel, a gasolina e o gás, ainda insuficientes para corrigir integralmente as defasagens. No embalo vão subir os preços no varejo, com pressões sobre frete, que entra na composição de outros preços, além das tarifas de transporte. Alimentação também em alta, com acvanços dos preços dos derivados dos grãos, o que inclui as rações, com efeitos sobre as proteínas, em geral. Tudo isso leva a uma revisão das projeções para a inflação, já oscilando na faixa entre 6 e 7%. A dispersão das previsões também aumentou. O que reforça a dúvida quanto à posição do Copom na reunião da próxima semana e em todo o ciclo de elevação dos juros. Na calibragem da Selic é preciso considerar que esse cenário de inflação e juros em alta compromete o potencial de expansão da economia. Sendo que, independentemente das projeções, a atividade já não vem dando bons sinais, com perda de ritmo de vários ramos de atividade, como mostrou o IBGE nos levantamentos do começo de ano, junto com a piora dos índices de confiança.

Quanto aos juros básicos fica o questionamento quanto ao efeito que um aperto maior na política do Copom possa ter sobre a inflação, agora mais pressionada pelos reflexos da guerra e não pela demanda. Demanda que pode até perder força, com os consumidores tendo de destinar fatia maior da renda para despesas básicas. Situação que, aliás, já vem de um bom tempo. A inflação tem sido muito perversa, especialmente para os mais pobres. Nem a recuperação do mercado de trabalho tem trazido maior alívio, já que tem sido muito puxada pela informalidade, por vagas mais precárias, que não reforçam a renda média, a massa de rendimentos disponível para o consumo.Os bons números do Caged mostram apenas o que ocorre no segmento formal do mercado de trabalho. É aguardar o posicionamento do Copom diante desse cenário e as sinalizações quanto aos futuros passos da política monetária, que a curvar de juros continua tentando antecipar.

Para o mercado ainda há espaço para manter uma trajetória mais favorável. Na composição da Bolsa temos as ações favorecidas e as prejudicadas pelas mudanças de cenário impostas pela guerra e pelas condições domésticas. Isso exige maior atenção dos investidores para detectar as boas oportunidades e acompanhar as oscilações. Petrobras, por exemplo, tem oscilado muito, pra cima e para baixo, em função das variações do petróleo e das discussões de medidas para reduzir impactos sobre os combustíveis. O dólar apesar da volatilidade, permanece em patamar mais próximo dos R$ 5,00, diante do bom fluxo externo, que pode prosseguir mesmo com aumento das incertezas, pela atratividade dos juros elevados e retorno das exportações de produtos básicos. Já na na renda fixa o investidor tem, potencialmente, possibilidade de ganhos crescentes, embora a inflação possa pesar no ganho real. Também por aí é importante garimpar as melhores alternativas. É o que temos: a guerra afetando e prejudicando vários indicadores no Brasil, mesmo com o País não estando mais envolvido, sequer, nas discussões referentes ao conflito.

 

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Semana de revisão de expectativas | Denise Campos de Toledo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/semana-de-revisao-de-expectativas https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/semana-de-revisao-de-expectativas#respond Fri, 11 Feb 2022 10:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36357 Tivemos uma semana de agenda relevante, com algumas mudanças de expectativas que podem influenciar o andamento do mercado. Começando pelo âmbito doméstico temos em aberto a questão do corte dos tributos sobre os combustíveis, que vai de uma proposta mais moderada, apenas para o diesel, com custo de cerca de R$ 18 bilhões, até a… Read More »Semana de revisão de expectativas | Denise Campos de Toledo

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Tivemos uma semana de agenda relevante, com algumas mudanças de expectativas que podem influenciar o andamento do mercado. Começando pelo âmbito doméstico temos em aberto a questão do corte dos tributos sobre os combustíveis, que vai de uma proposta mais moderada, apenas para o diesel, com custo de cerca de R$ 18 bilhões, até a do “fim do mundo” com isenções e outros benefícios que podem elevar o rombo para mais de R$ 100 bilhões, passando por algumas ideias de mais longo prazo, como a criação de um fundo de estabilização, para amortecer as pressões sobre os preços. Fato é que há uma tentativa de se obter resultados mais imediatos, que nos remete a interesses políticos pela proximidade das eleições, ampliando as preocupações quanto ao que ainda poderemos ter de aumento de gastos com o mesmo objetivo. É certo que a inflação preocupa, pesa no poder de compra e afeta o potencial de expansão da economia. Mas é bom não esquecer que menor responsabilidade do lado fiscal, ainda que produza algum resultado como a queda pontual dos preços dos combustíveis, pode acabar gerando mais pressões inflacionárias, ao mexer negativamente com as expectativas.

Esse alerta veio até na ata da reunião do Copom, cujos integrantes têm dado recados mais firmes quanto à importância da responsabilidade fiscal e o quanto isso pode influenciar o cenário prospectivo para a inflação e a própria política de juros. Inclusive, por essa questão, a ata mexeu com as previsões de uma política monetária menos apertada. O ritmo de elevação da Selic deve diminuir, como foi sinalizado no comunicado do último aumento, para 10,75% ao ano. Mas ao trabalhar com um possível estouro da meta também neste ano, diante da previsão do IPCA em 5,4%, e projeções acima do ponto central em 2023, o BC indica que o ciclo de ajuste pode ser mais prolongado, com os juros básicos chegando a um patamar acima do que vinha sendo projetado.

Essa indicação mais hawkish ainda ganhou o reforço do IPCA de janeiro. A alta de 0,54% bateu com as expectativas, só que a disseminação maior dos aumentos trouxe mais incertezas quanto a evolução da inflação, que ainda pode ter mais pressões de fora, como a alta do petróleo, e internas, como a quebra de safras por fatores climáticos. Mais pressões num ritmo fraco de atividade, que pode melhorar em alguns segmentos, como Serviços, ainda afetados pela pandemia, que é um onde já se nota mais aumentos por recomposição de preços.

Por mais que o BC queira evitar impactos mais abruptos sobre a economia e tenha preocupações até com o emprego, como ressaltou na ata, a Selic pode chegar a 12,5% nesse ciclo mais longo de ajustes. O que não colabora para expectativas mais favoráveis quanto ao PIB deste ano, mesmo que o de 2021 não tenha fechado tão ruim como se esperava na virada do ano.

Neste cenário ainda é importante lembrar das questões externas. Já citei o petróleo como um problema a mais no controle da inflação, mas ainda tem as mudanças nas políticas dos bancos centrais, também influenciadas por preocupações crescentes com a inflação, em meio às dúvidas quanto ao desempenho das economias. A inflação nos Estados Unidos continua surpreendendo, reforçando a expectativa de maior aperto dos juros. Mas ainda se nota uma certa vacilação do FED em promover ajustes mais pesados. De qualquer modo, estamos perto do início do ciclo de elevação das taxas, que deve começar em março.

O mercado local ainda segue favorecido pelo fluxo positivo de recursos, pela previsão de alta das commodities, refazendo as projeções, principalmente, quanto à inflação e os juros, na expectativa de uma gestão fiscal que não traga mais instabilidade para o cenário de 2022, já bastante desafiador.

Leia a última coluna da Denise Campos de Toledo: Copom e mercado devem responder ao balanço de riscos | Denise Campos de Toledo.

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Vários fatores desenham cenário desfavorável para a Bolsa | Denise Campos de Toledo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/varios-fatores-desenham-cenario-desfavoravel-para-a-bolsa https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/varios-fatores-desenham-cenario-desfavoravel-para-a-bolsa#respond Fri, 28 Jan 2022 10:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36080 A semana trouxe algumas sinalizações relevantes para a formação de expectativas quanto ao comportamento futuro do mercado. No âmbito doméstico, a alta de 0,58% do IPCA 15 em janeiro, acima do esperado e com uma disseminação maior dos aumentos, além de reforçar as projeções para cima da inflação deste ano ainda confirma as dificuldades que… Read More »Vários fatores desenham cenário desfavorável para a Bolsa | Denise Campos de Toledo

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A semana trouxe algumas sinalizações relevantes para a formação de expectativas quanto ao comportamento futuro do mercado. No âmbito doméstico, a alta de 0,58% do IPCA 15 em janeiro, acima do esperado e com uma disseminação maior dos aumentos, além de reforçar as projeções para cima da inflação deste ano ainda confirma as dificuldades que o Banco Central pode ter para evitar novo estouro da meta, apenas com o aumento dis juros que vem sinalizando. Mesmo com a expectativa de expansão do PIB próxima de zero, o BC pode ter de promover aperto maior da Selic. 

Vale observar que sozinho na tarefa de controlar a inflação, já que não pode contar com maior compromisso fiscal do governo, que cogita até uma PEC pra cortar tributos sobre os combustíveis, o Banco Central ainda terá de lidar com possíveis efeitos do aperto da política monetária nos Estados Unidos. Antes de tratar da questão externa, importante ressaltar que o corte dos tributos federais sobre combustíveis, além do pouco impacto sobre os preços, muito relacionados às condições externas, geraria mais rombo nas finanças públicas, com mais incertezas na área fiscal, o que pode se converter em novas pressões sobre o dólar, outro importante fator na composição de preços. Enfim, uma medida que criaria mais narrativa do que resultados no controle da inflação. 

Feita a observação, tivemos nesta semana uma nova reunião do FOMC, o Comitê do Federal Reserve, que manteve os juros básicos entre 0 e 0,25%, mas já sinalizando o início do ciclo de alta em março, com a finalização do programa de recompra de títulos e possibilidade de iniciar a redução da carteira de ativos, que, na prática, significa maior corte de liquidez. Aperto necessário para facilitar o controle da inflação que, também nos Estados Unidos, vem se mantendo persistentemente acima das expectativas.A partir dessas sinalizações, o mercado passou a trabalhar com a possibilidade de 5 e não mais 4 aumentos dos juros, pelo FED, ao longo de 2022.

Independentemente dessas indicações desfavoráveis para o mercado acionário, a Bolsa aqui seguiu na trajetória de recuperação. Tem um atraso a compensar, embora isso não signifique que possa manter um fôlego mais longo. A Bolsa brasileira, até no embalo de novas emissões, tem atraído capital muito pela defasagem de preços, o atraso que citei, favorecida também pelo excesso de liquidez no mundo, com tantos programas de estímulo lançados pelos governos e bancos centrais, que começam a ser revertidos como indica o FED. O maior aperto das políticas monetárias tende a prejudicar as bolsas, em geral, pela menor disponibilidade de recursos, fora a concorrência dos juros mais altos, especialmente nos Estados Unidos, cujos títulos são considerados de risco zero. No Brasil, em particular, o aumento projetado para a Selic e as taxas impostas pela curva de juros também exercem maior concorrência. É um cenário que, em algum momento, pode levar a ajustes mais pesados no mercado acionário. 

Vale observar que a recuperação da economia americana, com expansão de 6,9% no fechamento de 2021, deu fôlego adicional para as bolsas, inclusive no Brasil. Mas esse avanço da economia americana, bem acima do esperado, acaba dando mais tranquilidade para o FED promover os ajustes necessários para o controle da inflação. Sendo que no comunicado da reunião desta semana já havia retirado o emprego da pauta dos objetivos, antes mesmo dos novos indicadores de atividade. Com o detalhe que a previsão da Tesla de continuidade do desequilibrio na cadeia de suprimentos já deu uma freada no ânimo provocado no mercado pela forte recuperação da economia americana.

O que se tem, por enquanto, é o desenho de uma conjuntura menos favorável para a performance da Bolsa, que em boa parte também será desfavorável para uma melhor performance da nossa economia. O País terá de conviver durante boa parte deste ano com inflação ainda elevada, mesmo que caia para cerca da metade de 2021, e juros mais altos até por causa disso. Sobre a inflação ainda há risco de pressões adicionais pela alta do petróleo e outras commodities no exterior, além das safras comprometidas pelas condições climáticas, fora a possibilidade de um dólar mais alto, pelo aperto das políticas monetárias no exterior e as incertezas fiscais e políticas no campo doméstico. Sendo que os programas dos candidatos melhor colocados nas pesquisas eleitorais não têm gerado maior confiança. Isso vale até para o atual governo, com iniciativas que revelam maior foco na política do que na responsabilidade fiscal. 

É um ambiente que afugenta investidores, especialmente para a Bolsa, ainda que a elevação dos juros possa exercer maior atratividade, limitando os reflexos sobre o fluxo de recursos. Mas nesse ponto ainda fica em aberto o quanto que os juros poderão subir nos Estados Unidos em prazo maior, considerando também 2023, quando, em princípio, a Selic já poderá ter retomado uma trajetória de queda. Não sem motivos, a renda fixa começa a ser observada com mais atenção por boa parcela dos investidores, independentemente do recente embalo de recuperação da Bolsa. Aumento de incertezas pode recomendar maior conservadorismo, o que não impede que a busca por oportunidades também possa favorecer momentos de reação para a Bolsa.

Leia a última coluna da Denise Campos de Toledo: 2022: ano desafiador, com mais indefinições que certezas | Denise Campos de Toledo.

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2022: ano desafiador, com mais indefinições que certezas | Denise Campos de Toledo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/2022-ano-desafiador-com-mais-indefinicoes-que-certezas https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/2022-ano-desafiador-com-mais-indefinicoes-que-certezas#respond Fri, 21 Jan 2022 10:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35890 Neste começo de ano o que se vê é um cenário de muitas indefinições e poucas certezas. O que mantém os mercados voláteis e, em alguns momentos, sem justificativas mais convincentes para determinados movimentos. Foi o que se viu no meio desta semana com analistas relacionando a reação mais favorável do mercado local às falas… Read More »2022: ano desafiador, com mais indefinições que certezas | Denise Campos de Toledo

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Neste começo de ano o que se vê é um cenário de muitas indefinições e poucas certezas. O que mantém os mercados voláteis e, em alguns momentos, sem justificativas mais convincentes para determinados movimentos. Foi o que se viu no meio desta semana com analistas relacionando a reação mais favorável do mercado local às falas mais conciliadoras do ex-presidente Lula, admitindo possível chapa com Geraldo Alckmin. A política, pesquisas e programas dos candidatos, além debates, certamente, daqui algumas semanas, estarão mais em foco. Mas no curto prazo há apenas movimentações de possíveis candidaturas tentando fortalecer posições para a disputa em outubro. Há uma forte tendência de polarização entre Lula e Bolsonaro, mas não se pode descartar uma terceira via, até por fatos mais substanciais que desequilibrem esse jogo de forças. Qualquer relação direta de notícias sobre os candidatos com movimentos mais fortes do mercado parecem exagero ou desculpa mesmo para acerto de posições, embora haja uma preocupação inevitável quanto ao que se pode esperar daqueles que parecem mais fortes para a disputa eleitoral.

Na verdade há muitas dúvidas, inclusive, quanto às ações do atual governo e as condições em que chegará às eleições. Iniciativas com objetivos eleitoreiros, como a proposta inicial de reajuste dos policiais, podem se transformar, como vimos, em um grande imbróglio, com implicações políticas, no que refere a sustentação da base de apoio, e econômicas, pelos reflexos do ponto de vista fiscal, que ainda é uma das grandes incertezas do cenário de 2022. Como lidar com o orçamento, com tantas pressões por mais gastos, que passam pela questão de reajustes do funcionalismo, emendas parlamentares, do relator, aumento do fundão eleitoral? Qualquer saída pode ter efeitos colaterais e repercussões políticas indesejáveis. 

Mas, voltando ao comportamento do mercado, é preciso considerar também as incertezas externas. Em meio aos recordes de inflação registrados pelo mundo, ainda se nota uma certa resistência do FED em elevar os juros, como seria necessário, podendo trabalhar mais com a liquidez, o que teria menos impacto sobre os mercados. Isso também explica, em parte, a pressão baixista no câmbio, ao longo da semana. Só que teve aquela justificativa relacionada a Lula e também é preciso considerar que a alta liquidez do mercado local, com juros mais elevados, tem assegurado fluxo maior, independentemente das limitações colocadas pelas incertezas domésticas, após a fase de aumento das remessa de lucros e dividendos do final do ano. Quem sabe um dólar menos pressionado não diminuiria também a pressão sobre a curva de juros, como ocorreu nos últimos dias, com reflexos na Bolsa, favorecendo setores cujo desempenho depende mais do crédito? 

Mesmo que tenhamos um cenário dos mais desafiadores, com perspectiva de elevação dos juros nos EUA, aumento maior da Selic pelo Banco Central, inflação ainda elevada, com expectativa de baixo crescimento, em meio a incertezas fiscais e políticas, há momentos em que o exagero nas posições mais pessimistas do mercado levam a ajustes por correção de posições, sem que haja explicações mais concretas. São ondas de diminuição do stress. Foi muito do que tivemos nos últimos dias, com o mercado dividido, por exemplo, entre a resistência do dólar em patamar mais alto ou a possibilidade de testar quedas mais acentuadas. É o tal cenário de muitas indefinições e poucas certezas que citei no início.

Ainda em relação aos juros, houve o corte das taxas na China, na tentativa de reverter a desaceleração do ritmo de crescimento. Fator que também trouxe um certo alívio nos mercados, mas sem maiores reflexos no contexto geral. 

Muito do que tem ocorrido desde o começo de janeiro apenas confirma que não vai ser um ano fácil para a economia e o mercado, o que exige muita capacidade de avaliação das possibilidades e até antecipação de mudanças de cenário. Isso vale para a gestão empresarial e dos investimentos, lembrando que no atual contexto a renda fixa voltou a ser uma opção de proteção e ganhos, pela perspectiva de continuidade do aperto da política monetária.

Leia a última coluna da Denise Campos de Toledo: Os desafios locais e globais não dão trégua | Denise Campos de Toledo.

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Os desafios que 2021 deixa para os próximos anos | Denise Campos de Toledo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/os-desafios-que-2021-deixa-para-os-proximos-anos https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/os-desafios-que-2021-deixa-para-os-proximos-anos#respond Thu, 30 Dec 2021 10:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35072 Estamos chegando ao final de 2021 sem ter muito o que comemorar na economia. É certo que houve avanços importantes em marcos regulatórios, como no saneamento, que abrem a perspectiva de mais investimentos e todos os efeitos envolvidos na atividade e emprego, além do próprio desenvolvimento, assim como as concessões especialmente na área de transportes.… Read More »Os desafios que 2021 deixa para os próximos anos | Denise Campos de Toledo

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Estamos chegando ao final de 2021 sem ter muito o que comemorar na economia. É certo que houve avanços importantes em marcos regulatórios, como no saneamento, que abrem a perspectiva de mais investimentos e todos os efeitos envolvidos na atividade e emprego, além do próprio desenvolvimento, assim como as concessões especialmente na área de transportes. No setor bancário também houve inovações importantes e o 5G sinaliza acesso mais fácil à tecnologia, o que pode ajudar os vários ramos de atividade. Só que nada disso estabelece uma base estrutural de maior crescimento. Daí a frustração dominante com o que fica deste ano.

Nesta última semana até tivemos dados mais positivos do emprego, que segue em recuperação. Mas o rendimento médio continua em queda com a abertura de vagas de pior qualidade e a corrosão provocada pela inflação na faixa dos dois dígitos. Condições que freiam o consumo, também prejudicado pelos juros em alta. Além disso persistem as incertezas relacionadas às contas públicas, com todas as manobras que envolveram a PEC dos Precatórios, a elaboração do orçamento e as sinalizações de mais gastos, como o reajuste da polícia federal. Fora a despesa em si, já vista como uma falta de compromisso fiscal, com interesse eleitoreiro, ainda pode desencadear pressões por parte de outras categorias, como da Receita. Cabe observar que são situações colocadas direta ou indiretamente pelo governo, inclusive através de negociações com a base de apoio no Congresso, numa clara demonstração de perda de força da equipe econômica, que sofreu várias baixas ao longo do ano, com a saída de vários integrantes que tentavam manter postura mais austera, sem ceder à política.

É com esse cenário que vamos entrar em 2022. Um cenário de muitos desafios, que podem ser ampliados pelas incertezas relacionadas às eleições e instabilidades do mercado, onde fatores externos também podem ter peso relevante. Fatores que vão desde as mudanças das políticas implementadas pelos bancos centrais, pra fazer frente a inflação, até os novos fechamentos provocados pela Ômicron. A pandemia permanece como um dos grandes desafios globais para o próximo ano.

O investidor deve estar atento às movimentações das peças desse tabuleiro, onde as jogadas parecem pouco previsíveis, nem sempre muito técnicas. Basta ver as críticas contraditórias em relação até a atuação do Banco Central que, com exageros ou não, ainda é o principal guardião de alguma estabilidade. Mas cujas decisões e sinalizações muitas vezes também provocam efeitos inversos aos esperados.

Na verdade, vamos entrar em 2022 torcendo para que possam ser estabelecidas condições mais favoráveis a partir de 2023, inclusive pelo resultado que virá das urnas. Boa parte dos desafios do próximo ano deve ficar de herança para o vencedor das eleições que, tomara, consiga resgatar a estabilidade e assegurar um potencial de crescimento bem superior ao indicado pelas projeções. Aliás, potencial é o que não nos falta. Que tenhamos prósperos e felizes próximos anos.

Leia a última coluna da Denise Campos de Toledo: O Copom e o desafio de ancorar as expectativas | Denise Campos de Toledo.

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O Copom e o desafio de ancorar as expectativas | Denise Campos de Toledo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-copom-e-o-desafio-de-ancorar-as-expectativas https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-copom-e-o-desafio-de-ancorar-as-expectativas#respond Fri, 10 Dec 2021 10:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=34645 O Copom, mesmo confirmando o que tinha sinalizado (uma alta de 1,5 da Selic, agora em 9,25% a.a.), acabou surpreendendo com o tom mais pesado do comunicado que saiu junto à decisão, sem demonstrar maior preocupação com a desaceleração da economia, a recessão técnica e a frustração com dados mais recentes de atividade, como os… Read More »O Copom e o desafio de ancorar as expectativas | Denise Campos de Toledo

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O Copom, mesmo confirmando o que tinha sinalizado (uma alta de 1,5 da Selic, agora em 9,25% a.a.), acabou surpreendendo com o tom mais pesado do comunicado que saiu junto à decisão, sem demonstrar maior preocupação com a desaceleração da economia, a recessão técnica e a frustração com dados mais recentes de atividade, como os da indústria e do comércio. Superando a média das expectativas, já contratou mais um aumento de 1,5 para a taxa básica na primeira reunião de 2022, insistindo na intenção de provocar a convergência das projeções para as metas dos próximos anos.

Essa posição do BC levou o mercado a refazer as contas de quanto os juros podem subir, para produzir os efeitos esperados, e o impacto que todo o ajuste poderá ter sobre a atividade e o desempenho dos vários setores. Há quem já conte com a Selic em 12,25% a partir da postura hawkish do comunicado. Vale lembrar que a insistência nessa estratégia de aperto monetário, para garantir a desinflação e a ancoragem das expectativas em torno das metas, tem relação com o fato de as projeções do mercado estarem estouradas em 2021, com 10,18% no Focus, o que dá quase o dobro do teto; em 2022, em 5,02%, ante o teto de 5%; e em 2023 com 3,5%, superando o centro da meta, de 3,25%. Por mais que se conte com uma desaceleração da inflação até meados do próximo ano, as previsões só têm piorado.

Por outro lado, fica uma preocupação maior quanto a um possível exagero da política monetária, que tem um tempo para produzir resultados e pode acabar penalizando demais a atividade. Sendo que as expectativas para a atividade também têm passado por uma revisão, para pior, até pelo consumo mais restrito de boa parcela da população, o que tende a colaborar para uma perda de ritmo dos reajustes de preços. Ainda que o BC possa rever a posição até a próxima reunião, cortando o ritmo dos aumentos, o mercado já faz novos ajustes na curva curta e longa dos juros, com implicações sobre a rentabilidade da renda fixa. Também está revendo o potencial de desempenho dos vários setores, que sofrem influência positiva ou negativa dos juros mais altos, como os bancos e as empresas de varejo, por exemplo. E resta uma certa dúvida até quanto ao impacto no câmbio, onde a atratividade maior dos juros pode ajudar a manter o dólar em patamar mais baixo. Só que também se percebe uma certa preocupação do BC com as incertezas dos agentes em relação ao arcabouço fiscal e o impacto de possíveis mudanças nas políticas dos Bancos Centrais pelo mundo, que agiriam em sentido inverso.

Os dados mais recentes de seguro-desemprego e inflação nos EUA reforçam o tapering pelo Federal Reserve, além do possível aumento dos juros em 2022. Já na Europa mudanças podem ser adiadas pelo temores ainda decorrentes da pandemia, não só pela variante Ômicron, mas também pela resistência às vacinas, que tem levado a novas restrições, diante do aumento do número de infectados e até de mortes, como os recordes registrados na Alemanha.

O comportamento do mercado tende a ser pautado por todos esses temas, já que notícias mais favoráveis, como a aprovação da PEC dos Precatórios, mesmo com toda a polêmica que ainda gera, já tinha sido precificada, ajudando a alavancar um desempenho melhor da Bolsa, com acomodação do dólar em patamar mais baixo. Mas a própria PEC, com aprovação fatiada, ainda pode trazer alguma incerteza, caso a Câmara não confirme o carimbo da folga orçamentária, dando margem para mais gastos. Nesse sentido, o presidente Bolsonaro voltou a reforçar as preocupações, ao defender reajustes para os servidores, citando vários percentuais. Como a equipe econômica não tem resistido muito a essas iniciativas, a questão fiscal ainda pode, de fato, produzir mais volatilidade sobre os negócios, especialmente em 2022, com a proximidade das eleições. Não foi sem motivo que o comunicado do Copom observou as incertezas quanto ao arcabouço fiscal, apesar da melhora recente das contas públicas. Fato é que o Banco Central ainda não conseguiu ancorar as expectativas sequer quanto aos futuros passos da política de juros.

Leia a última coluna da Denise Campos de Toledo: Mercado tenta driblar o excesso de pedras no caminho.

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Mercado tenta driblar o excesso de pedras no caminho | Denise Campos de Toledo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/mercado-tenta-driblar-o-excesso-de-pedras-no-caminho-denise-campos-de-toledo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/mercado-tenta-driblar-o-excesso-de-pedras-no-caminho-denise-campos-de-toledo#respond Fri, 03 Dec 2021 10:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=33800 Acabou a novela da PEC dos Precatórios e, consequentemente, do Auxílio Brasil, cujo projeto também foi aprovado. Com o espaço orçamentário aberto pela PEC, o benefício poderá ter a ampliação prevista. O mercado teve uma reação favorável, mas, vale lembrar, após uma repercussão inicial bem negativa, que colaborou para a piora geral de indicadores e… Read More »Mercado tenta driblar o excesso de pedras no caminho | Denise Campos de Toledo

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Acabou a novela da PEC dos Precatórios e, consequentemente, do Auxílio Brasil, cujo projeto também foi aprovado. Com o espaço orçamentário aberto pela PEC, o benefício poderá ter a ampliação prevista. O mercado teve uma reação favorável, mas, vale lembrar, após uma repercussão inicial bem negativa, que colaborou para a piora geral de indicadores e projeções. O dólar em alta, uma das reações, reforçou as pressões inflacionárias, que acabaram por intensificar os ajustes na taxa básica de juros. A Bolsa testou patamares inéditos de queda. A credibilidade do País foi arranhada, comprometendo o fluxo potencial de investimentos. Condições que tiveram reflexo também nas perspectivas de menor expansão da economia no próximo ano. Cenário que ainda poderá incorporar o carregamento da recessão técnica confirmada por dois trimestres consecutivos de retração do PIB.

A reação favorável do mercado, agora, à aprovação da PEC tem relação com o fato de que acaba por impor alguns limites para os gastos do governo. Sem a PEC havia muito mais insegurança quanto ao que poderia fazer para viabilizar o Auxílio Brasil. Nesta semana mesmo se voltou a falar em orçamento de guerra. Mas a alteração na forma de correção do teto de gastos mexeu com a confiança e ampliou o risco fiscal, o que ainda tende a ter repercussão sobre a avaliação e atratividade do País. Sem esquecer que a postergação do pagamento de parte dos Precatórios ainda trouxe insegurança jurídica. O governo, devedor, por decisão unilateral, definiu que não iria pagar parte das sentenças judiciais. Mas é preciso reconhecer que a PEC aprovada tira um peso enorme do quadro de indefinições, o que pode dar condições de o mercado buscar uma recuperação neste fechamento de ano.

Mas a agenda de problemas ainda está enorme e contaminando cada vez mais as expectativas para 2022. Teve a confirmação de recessão técnica, como citei, num momento em que o mercado já estava trabalhando com projeções muito modestas ou até negativas para o PIB de 2022. Mesmo com menos gargalos na indústria e retomada dos serviços, além da provável reação do agro, que, por algumas questões específicas, foi o que mais pesou para a retração do último trimestre, há enormes dificuldades para o País engatar uma expansão mais robusta. O poder de compra da população está em queda. A recuperação do emprego não produziu o esperado aumento da massa salarial, que está quase no mesmo nível do começo da pandemia, com o rendimento médio do trabalhador no pior patamar desde 2012. Efeito da inflação elevada e da piora da qualidade das novas vagas ofertadas. As condições do mercado de trabalho e da renda, combinados com a perspectiva de inflação ainda elevada, com juros em alta, já comprometem o fôlego do consumo e da atividade em 2022. Fora isso, há as incertezas fiscais e políticas em um ano de eleições, atrapalhando decisões e o fluxo de investimentos. A crise de energia ainda é uma incerteza, assim como a pandemia, especialmente com a nova variante ômicron. 

Por mais que o Brasil esteja avançando, satisfatoriamente, com a vacinação, novas restrições já começam a ocorrer, sem esquecer da cautela da população, mais receosa quanto a uma nova onda. Serviços e comércio podem ter alguns segmentos mais prejudicados, como os ligados ao turismo ou que gerem maior aglomeração. E há os reflexos de medidas no exterior, onde a resistência à vacinação já estava gerando problemas. 

O mercado continua tentando driblar o excesso de pedras no caminho, mesmo sem conseguir vislumbrar um cenário mais seguro. São poucas semanas pra fechar o ano, mas sem muitas chances da chamada virada de página. O próximo ano já promete grandes desafios. E, pensando em prazo um pouquinho mais curto, semana que vem tem Copom. Em meio a apostas mais convergentes, pelo menos para esta reunião, em que a Selic deve subir para 9,25%, fica a ansiedade quanto à indicação dos futuros passos do Banco Central. Afinal, o aumento da dosagem de elevação dos juros não conseguiu parar as revisões, para cima, das projeções de inflação, que já bateram no teto da meta do próximo ano, mesmo com as revisões, para baixo, das previsões para o PIB.

Leia a última coluna da Denise Campos de Toledo: Mercado ensaia reação mesmo em meio às incertezas.

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Mercado segue no embalo das incertezas  | Denise Campos de Toledo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/mercado-segue-no-embalo-das-incertezas-denise-campos-de-toledo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/mercado-segue-no-embalo-das-incertezas-denise-campos-de-toledo#respond Fri, 19 Nov 2021 10:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=33317 Semana após semana, o clima de incerteza só aumenta. A novela da PEC dos Precatórios se arrasta, dando margem para o surgimento de novas propostas que contrariam a responsabilidade fiscal. A PEC já abriu a porta para a quebra de regras importantes, desde o compromisso com o pagamento de sentenças judiciais até a mudança no… Read More »Mercado segue no embalo das incertezas  | Denise Campos de Toledo

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Semana após semana, o clima de incerteza só aumenta. A novela da PEC dos Precatórios se arrasta, dando margem para o surgimento de novas propostas que contrariam a responsabilidade fiscal. A PEC já abriu a porta para a quebra de regras importantes, desde o compromisso com o pagamento de sentenças judiciais até a mudança no período de referência da inflação para o ajuste do teto de gastos. Teve a justificativa da necessidade de buscar condições de financiamento para o Auxílio Brasil. Passou na Câmara, até com apoio do mercado, por este ver um limite para a ampliação de gastos. O alívio durou pouco.

No Senado, como se esperava, a resistência é maior. Tenta-se garantir o pagamento dos precatórios com a possibilidade de eles ficarem de fora do teto, o que seria mais uma lamentável manobra contábil que vai contra a responsabilidade fiscal, mesmo que se queira vincular a sobra orçamentária ao programa social e evitar o calote. Fora isso, há outras pressões por gastos, inclusive as emendas de parlamentares e comissões, apesar do posicionamento contrário do STF aos do relator, que constituem o chamado orçamento secreto. Até ministro foi exonerado temporariamente para tratar do assunto no orçamento do próximo ano, sem se descartar a liberação de mais recursos partidários. O próprio governo lançou novas despesas. Em mais uma iniciativa populista e para aumentar a pressão pela aprovação da PEC, fala em reajuste de servidores, de policiais, também com as “sobras” orçamentárias. É aguardar o que, efetivamente, será colocado em votação no Senado, se não terá de voltar para a Câmara, se não haverá mesmo um plano B. O Auxílio Brasil já começou a ser pago, mas com valor ainda bem inferior aos R$ 400,00 que se pretende colocar como piso.

Mas as incertezas não são apenas fiscais. Ainda tem a inflação e a piora dos indicadores de atividade, que já fizeram o IBCBr, a prévia do PIB do Banco Central, registrar uma recessão técnica, com dois trimestres seguidos de retração, o que reforça as perspectivas de um fim de ano mais fraco, com as projeções para 2022 ainda sendo revistas para pior. A inflação persistente, por outro lado, pode levar a ajustes mais fortes da Selic em relação ao aumento da dosagem já implementado pelo Copom. Ficam dúvidas nesse sentido, exatamente, pela perda de ritmo da economia. Mas a possibilidade existe, na medida em que a inflação também compromete a expansão do consumo e da atividade.

Em meio a tudo isso, ainda vêm as incertezas de fora, com os bancos centrais também começando a ajustar as políticas diante de uma inflação que já não parece tão transitória como se imaginava. Esse movimento pode levar a um maior desvio de recursos para mercados favorecidos por elevações dos juros. A principal expectativa é quanto aos futuros passos do Federal Reserve, nos Estados Unidos. E o mercado local, já pressionado por todos esses fatores, ainda convive com o risco de as bolsas no exterior também entrarem em uma fase de correção. Não sem motivo, temos a Bolsa aqui testando mínimas, o dólar persistentemente mais alto e a curva de juros pressionada, com uma dispersão que há muito tempo não se via nas projeções das instituições financeiras.

Enquanto isso o governo, a própria equipe econômica, além de admitir a flexibilização de importantes regras fiscais, no embalo dos interesses políticos, já começar a flertar até com intervencionismos para conter algumas pressões de preços. Sem um plano de ação mais concreto, a equipe de Guedes segue dividida entre reconhecer as dificuldades e agir com responsabilidade ou tentar sustentar o otimismo, ressaltando avanços regulatórios, que até estão ocorrendo, mas cujos efeitos ficam comprometidos pelo cenário nebuloso.

O Brasil, na verdade, voltar a conviver com ameaças que pareciam superadas, como a inflação e os juros em dois dígitos, retração da atividade e desequilíbrio fiscal. 

Leia a última coluna da Denise Campos de Toledo: Incertezas persistem em várias frentes, mesmo com mercado buscando movimento mais favorável.

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Os desafios de gerenciamento no Brasil https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/os-desafios-de-gerenciamento-no-brasil https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/os-desafios-de-gerenciamento-no-brasil#respond Fri, 05 Nov 2021 11:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=32779 Em relação à atual conjuntura brasileira e ao comportamento do mercado, parece que sempre dá pra cavar o poço um pouco mais ao fundo. Quando parece que tudo vai melhorar, que o mercado poderá entrar numa fase menos ruim, até para aparar exageros, as incertezas ganham novo impulso, renovando as quedas da Bolsa, testando novos… Read More »Os desafios de gerenciamento no Brasil

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Em relação à atual conjuntura brasileira e ao comportamento do mercado, parece que sempre dá pra cavar o poço um pouco mais ao fundo. Quando parece que tudo vai melhorar, que o mercado poderá entrar numa fase menos ruim, até para aparar exageros, as incertezas ganham novo impulso, renovando as quedas da Bolsa, testando novos patamares para o dólar e na curva de juros. É o que tivemos nesta última semana. 

O mercado, como se costuma falar, prefere ter certeza do tamanho do problema do que trabalhar com suposições. E, nas condições atuais, prefere lidar com o certo, mesmo que seja ruim, que é o caso da PEC dos Precatórios, com todas as mudanças fiscais que propõe, do que com o incerto, que seria o Plano B do governo. Se não houver aprovação da PEC, a tempo de viabilizar o Auxílio Brasil em 2022, se estuda a prorrogação do auxílio emergencial, possivelmente com crédito extraordinário, que dependeria da decretação de estado de calamidade, com todas as discussões que isso poderá trazer. Mas é essa a situação de incerteza que ainda prevalece, mesmo com a aprovação da matéria, em primeiro turno, na Câmara.

A reação da oposição, questionamentos quanto à forma como a votação foi conduzida e debates internos de partidos como o PSDB e o PDT, de Ciro Gomes, que até colocou a própria candidatura em stand-by, deixaram incerto o avanço da proposta, que ainda pode enfrentar resistências no Senado, apesar de o presidente Rodrigo Pacheco tratar como pauta prioritária. Não se trata mais de considerar as discussões repetitivas quanto aos impactos do ponto de vista fiscal, a margem para mais gastos e emendas políticas ou os interesses eleitoreiros, o que está pensando é a possibilidade de mais uma rodada de indefinições, quando já se assimilava a ideia de ficar com o bode na sala. 

Uma situação semelhante ocorreu com a mudança na política de estímulos do Federal Reserve. O mercado viveu muitos momentos de volatilidade pelo possível corte na injeção de recursos pelo FED. Quando veio a confirmação da redução de US$ 15 bilhões/mês na compra de ativos (tapering), mas sem relação com discussões quanto à elevação dos juros, o que se viu foi uma onda de alívio, acompanhada até pelo mercado local. É menos liquidez, mas, por enquanto, com menos reflexos sobre fluxo de investimento para outros mercados, a não ser que a economia dos EUA imponha mais alterações na política monetária.

Agora é aguardar o desfecho da novela da PEC e analisar se haverá, ou não, um plano B. Fato é que o Brasil não para de produzir incertezas. E, não sem motivos, além da volatilidade, o mercado tem mostrado muita dispersão das projeções. Nem o aumento da dosagem de elevação da Selic nem a ata da última reunião do Copom conseguiram provocar maior convergência das projeções de inflação, de juros e de expansão do PIB. O relatório Focus tem trazido médias de previsões com grandes aberturas. O mercado anda exagerando em algumas ondas de pessimismo. Mas é fato que estamos tendo de lidar com várias frentes simultâneas de incerteza, que dificultam uma postura de maior equilíbrio. É o risco fiscal envolvido nas discussões em torno da PEC e do Auxílio Brasil, as dificuldades relacionadas à crise de energia, que pesa na inflação e na atividade; são as sucessivas pressões inflacionárias, afetando o potencial de impacto dos juros; há as dificuldades de retomada do crescimento, como mostram os dados da produção industrial, e a proximidade das eleições… 

Difícil dar uma pausa nessas preocupações e focar na safra de balanços ou em fatos positivos, como o 5G e outros avanços. Os desafios do gerenciamento da política econômica e da política, de fato, estão ecoando mais.

Leia a última coluna da Denise Campos de Toledo: Mercado mantém foco nas incertezas.

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