bolsa de valores – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br Recomendações, análises e carteiras de investimentos para maiores rentabilidades. Wed, 17 Dec 2025 12:49:34 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.1.1 https://levanteideias.com.br/wp-content/uploads/2018/02/cropped-avatar_lvnt-32x32.png bolsa de valores – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br 32 32 A incógnita do emprego americano https://levanteideias.com.br/artigos/a-incognita-do-emprego-americano https://levanteideias.com.br/artigos/a-incognita-do-emprego-americano#respond Wed, 17 Dec 2025 12:49:31 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52726 O post <strong>A incógnita do emprego americano</strong> apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

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Mercados com Rafael Bevilacqua
Boa parte da movimentação dos pregões na terça-feira (16) deveu-se às interpretações dos indicadores econômicos americanos, em especial os números do emprego. Esta quarta-feira (17) é um dia sem números relevantes, por isso a necessidade de analisar as informações que estão disponíveis. E os números oferecem mais confusão do que clareza.

Observando apenas um indicador, o nível de emprego não agrícola (“non farm payroll”), o emprego nos EUA se recuperou mais do que o esperado em novembro. No mês passado, o número de vagas não agrícolas aumentou em 64 mil. Essa recuperação seguiu-se a uma queda abrupta.

Em outubro, os cortes nos gastos governamentais haviam provocado a maior queda no “non farm payroll” desde dezembro de 2020, com a redução de 104 mil vagas. Naquele momento, essa queda foi associada a uma diminuição de 162 mil empregos no governo federal, a maior desde junho de 2010.

Então o mercado de trabalho está aquecido? Calma. Os dados do Bureau of Labor Statistics (BLS) mostraram que a taxa de desemprego subiu para em 4,6 por cento no mês passado, ante uma taxa de 4,4 por cento em outubro, e acima da mediana das expectativas, que era de 4,5 por cento.

O desemprego chegou ao maior nível em mais de quatro anos. Porém, o BLS informou que alterou a metodologia de cálculo do desemprego após a paralisação (“shutdown”) do governo por 43 dias ter impedido a coleta de dados das famílias. Ou seja: não é possível simplesmente comparar o dado de novembro com a série histórica anterior.

O que fazer? Nesse caso, é preciso resolver a diferença buscando fontes independentes que não alteraram suas metodologias de cálculo. No caso, os levantamentos regionais e do setor privado. É consenso que as empresas americanas estão contratando menos devido ao choque causado pelas amplas tarifas de importação de Trump. Elas elevaram os preços de muitos produtos, resultando em consumidores, principalmente famílias de baixa e média renda, mais seletivos em suas compras.

Essa tendência foi reforçada por um relatório separado do Departamento de Comércio, que mostrou que as vendas no varejo permaneceram inalteradas em outubro, após um aumento de 0,1 por cento em setembro.

A conclusão é que há tanto indicadores que mostram um aquecimento do mercado de trabalho no setor privado, quanto números que mostram um arrefecimento do setor público. Essa incerteza era tudo o que o mercado não queria. Por isso, os investidores iniciam 2026 com a mesma incerteza que dominou as análises nas últimas semanas.


E Eu Com Isso?

Os contratos futuros dos principais índices americanos estão em alta no pré-mercado. No entanto, as cotas do Exchange Traded Fund (ETF) EWZ iShares MSCI Brazil negociadas em Wall Street iniciam a quarta-feira com mais uma queda, com os investidores preocupados com as notícias políticas.


Itaúsa (ITSA4) anuncia bonificação em ações de 2,5 bilhões de reais e reforça solidez financeira


A Itaúsa (ITSA4) anunciou por meio de fato relevante, a decisão de aumentar seu capital social via bonificação em ações, uma prática comum entre companhias consolidadas. A iniciativa tem como objetivo fortalecer a estrutura de capital da holding, ao mesmo tempo em que distribui valor aos acionistas sem exigir qualquer desembolso financeiro adicional.

A operação foi aprovada pelo Conselho de Administração e será realizada por meio da capitalização de reservas no valor de 2,5 bilhões de reais, elevando o capital social da companhia para aproximadamente 83,7 bilhões de reais. Essa movimentação representa uma reorganização contábil, na qual parte das reservas acumuladas passa a compor o capital efetivamente integralizado da empresa.

Como consequência dessa capitalização, a Itaúsa emitirá mais de 219 milhões de novas ações escriturais, entre ações ordinárias e preferenciais, que serão distribuídas gratuitamente aos acionistas na forma de bonificação. A proporção definida é de duas novas ações para cada cem ações da mesma espécie já detidas, considerando como data de corte o dia 18 de dezembro de 2025.

As novas ações serão creditadas a partir de 23 de dezembro de 2025 e passarão a ter direito a dividendos e juros sobre capital próprio declarados a partir dessa data, assegurando igualdade de direitos econômicos em relação aos papéis já existentes.

No caso de frações de ações, os investidores poderão ajustar suas posições entre 26 de dezembro de 2025 e 26 de janeiro de 2026; eventuais sobras serão posteriormente agrupadas e vendidas, com os valores líquidos distribuídos proporcionalmente aos titulares. Do ponto de vista fiscal, o custo atribuído às ações bonificadas foi fixado em 11,37 reais por ação, informação relevante para o correto cálculo do custo médio e da tributação em operações futuras.

Além da operação de bonificação, a Itaúsa se destaca por seus indicadores financeiros, que reforçam sua atratividade para investidores de longo prazo. O Dividend Yield da holding tem se mantido em torno de 8 por cento ao ano, excluindo o recente pagamento extraordinário, sustentado pela política consistente de distribuição de proventos e pelo desempenho de sua principal investida, o Itaú Unibanco.

Em termos de valuation, o índice Preço/Lucro (P/L) da companhia permanece próximo de 8 vezes, sugerindo que as ações podem estar negociadas a múltiplos atrativos em relação aos lucros gerados. Já o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE), situado entre 17 por cento e 18 por cento ao ano, evidencia a eficiência da holding na alocação de capital e a qualidade de seus resultados.


E Eu Com Isso?

Em conjunto, esses fatores reforçam a percepção de solidez, disciplina financeira e compromisso com a criação de valor sustentável aos acionistas.

Em 2025, as ações da Itaúsa (ITSA4) apresentaram uma valorização acumulada próxima de 57 por cento no ano, desempenho que supera de forma significativa o principal índice da bolsa brasileira. Esse movimento reflete a combinação de resultados financeiros consistentes, fortalecimento da confiança dos investidores e o bom desempenho de suas principais investidas, especialmente o Itaú Unibanco.

Além disso, a manutenção de uma política sólida de distribuição de proventos e anúncios relevantes, como a bonificação em ações, contribuíram para ampliar o interesse do mercado e sustentar a forte alta dos papéis ao longo do período.



Carrefour acelera reorganização e eleva a competição no varejo brasileiro

O Carrefour Brasil iniciou um dos seus ciclos de reestruturação mais profundos dos últimos anos, com mudanças expressivas na cúpula executiva, revisão de estruturas, simplificação administrativa e reforço da presença de executivos franceses no comando.

A chegada de Julien Munch como deputy-CEO, espécie de vice-CEO, e a saída de lideranças históricas das áreas de varejo, imobiliário e transformação marcam um movimento de reorganização estratégica que busca recuperar eficiência operacional, destravar produtividade e reposicionar o grupo em um mercado cada vez mais competitivo.

A decisão de substituir três executivos brasileiros por uma figura diretamente da matriz, além de eliminar cargos como chief transformation officer, evidencia o desejo do grupo por alinhamento direto com o modelo europeu, corte de sobreposições e maior disciplina de custos.

Ao mesmo tempo, o Carrefour vem redesenhando por completo sua operação no país, priorizando o Atacadão como pilar de crescimento e redefinindo a estrutura administrativa das demais unidades de negócio.

A mudança da sede de Barueri para novos escritórios em São Paulo, a consolidação das áreas de finanças e recursos humanos sob novas lideranças, e a revisão de estruturas que vinham sendo pouco integradas após anos de aquisições mostram que a empresa está disposta a enfrentar de frente o diagnóstico interno de baixa produtividade e custo elevado. Esses ajustes também dialogam com um modelo mais enxuto, que reduz o comitê executivo de 11 para 8 membros e aproxima a governança local da matriz na França.

No campo operacional, o grupo delineou prioridades claras para 2025–2026: estabilizar o parque de hipermercados em torno de 100 unidades, acelerar conversões para o modelo Atacadão, fortalecer a marca própria e ampliar iniciativas de capitalização, como a venda de ativos não estratégicos. Além disso, a empresa reconhece que projetos como 3x sem juros perderam tração em um ambiente de juros elevados, levando o grupo a reavaliar mecanismos de estímulo à demanda. Esse conjunto de iniciativas aponta para um Carrefour mais focado, pragmático e disciplinado em relação à alocação de capital.

 
E Eu Com Isso?
 
Essa reorganização tem implicações diretas no ambiente competitivo, especialmente no segmento de atacarejo, onde o Carrefour compete frontalmente com o Assaí (ASAI3). A priorização absoluta do Atacadão, combinada com cortes estruturais e maior centralização decisória, tende a aumentar a eficiência comercial e acelerar a abertura de lojas em regiões-chave, reduzindo brechas competitivas.

Embora a transição de comando possa gerar ruído no curto prazo, o reforço de executivos de perfil operacional — como Munch, conhecido pelo trabalho em redes de hipermercados na Europa — sugere maior foco em execução, precificação, operação de lojas e compra, pontos que são decisivos em mercados de margem apertada. Além disso, a venda de ativos e a reorganização administrativa liberam recursos que podem ser direcionados à expansão e modernização do Atacadão.

Para o Assaí, esse movimento representa um ambiente competitivo mais acirrado em 2025–2026. O Carrefour deixa clara a intenção de reencontrar eficiência e ampliar capilaridade, especialmente em praças onde ambas as redes disputam consumidor e terreno. O Assaí ainda mantém vantagens estruturais relevantes — como modelo puro de atacarejo, histórico sólido de execução e forte disciplina de custos —, mas o avanço de um Atacadão mais enxuto, reorganizado e com foco explícito em escala pode pressionar margens, acelerar guerras de preço regionais e exigir ainda mais rigor nas decisões de abertura de lojas.



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A INSIDE RESEARCH LTDA. (“INSIDE”), empresa do Grupo Levante Investimentos (“LEVANTE ”), declara que participou da elaboração do presente relatório de análise e é responsável por sua distribuição exclusivamente nos canais autorizados das empresas do Grupo Levante, tendo como objetivo somente informar os seus clientes com linguagem clara e objetiva, diferenciando dados factuais de interpretações, projeções, estimativas e opiniões, não constituindo oferta de compra ou de venda de nenhum título ou valor mobiliário. Além disso, os dados factuais foram acompanhados da indicação de suas fontes e as projeções e estimativas foram acompanhadas das premissas relevantes e metodologia adotadas. Todas as informações utilizadas neste documento foram redigidas com base em informações públicas, de fontes consideradas fidedignas. Embora tenham sido tomadas todas as medidas razoáveis para assegurar que as informações aqui contidas não são incertas ou equivocadas no momento de sua publicação, a INSIDE e os seus analistas não respondem pela veracidade das informações do conteúdo, mas sim as companhias de capital aberto que as divulgaram ao público em geral, especialmente perante a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”). As informações, opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e estão sujeitas a mudanças, não implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal mudança. Para maiores informações consulte a Resolução CVM nº 20/2021, e, também, o Código de Conduta da Apimec para o Analista de Valores Mobiliários. Em cumprimento ao artigo 16, II, da referida Resolução CVM nº 20/2021. As decisões de investimentos e estratégias financeiras sempre devem ser realizadas pelo próprio cliente, de preferência, amparado por profissionais ou empresas habilitadas para essa finalidade, uma vez que a INSIDE não exerce esse tipo de atividade. Esse relatório é destinado exclusivamente ao cliente da INSIDE que o contratou. A sua reprodução ou distribuição não autorizada, sob qualquer forma, no todo ou em parte, implicará em sanções cíveis e criminais cabíveis, incluindo a obrigação de reparação de todas as perdas e danos causados, nos termos da Lei nº 9.610/98, além da cobrança de multa não compensatória de 20 (vinte) vezes o valor mensal do serviço pago pelo cliente. Em conformidade com os artigos 20 e 21 da Resolução CVM nº 20/2021, o analista Eduardo Jamil Rahal (inscrito no CNPI sob o nº 8204) declara que (i) é o responsável principal pelo conteúdo do presente relatório de análise; (ii) as recomendações nele contidas refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e que foram elaboradas de forma independente, inclusive com relação à INSIDE.

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Ata do Copom: queda de juros só em março ou abril https://levanteideias.com.br/artigos/ata-do-copom-queda-de-juros-so-em-marco-ou-abril https://levanteideias.com.br/artigos/ata-do-copom-queda-de-juros-so-em-marco-ou-abril#respond Tue, 16 Dec 2025 13:31:53 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52723 A Ata da 275ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã desta terça-feira (16) trouxe um ponto positivo e outro negativo com relação à trajetória da taxa de juros referencial Selic para 2026. No parágrafo 9, a Ata informa que as “leituras recentes de inflação seguem indicando uma dinâmica melhor do que… Read More »Ata do Copom: queda de juros só em março ou abril

O post <strong>Ata do Copom: queda de juros só em março ou abril</strong> apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

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Mercados com Rafael Bevilacqua

A Ata da 275ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã desta terça-feira (16) trouxe um ponto positivo e outro negativo com relação à trajetória da taxa de juros referencial Selic para 2026.

No parágrafo 9, a Ata informa que as “leituras recentes de inflação seguem indicando uma dinâmica melhor do que se previa no início do ano”, o que mantém “a interpretação de que a política monetária tem contribuído de forma determinante para a desinflação observada.”

Os membros do Copom dizem estar satisfeitos com a condução da política monetária. O parágrafo 14 informa que “ao longo do ano, o Comitê vem alterando sua comunicação (…) destacando o ganho de confiança que vem se acumulando com o processo de desinflação”. E a conclusão foi “que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta”.

E o parágrafo termina dizendo que “o Comitê avalia que a condução cautelosa da política monetária tem contribuído para se observar ganhos desinflacionários e, mais uma vez, reafirma o firme compromisso com o mandato do Banco Central de levar a inflação à meta”.

Ao revelar suas expectativas, o Comitê reduziu as projeções para a inflação acumulada em quatro trimestres para 2025 de 4,6 por cento para 4,4 por cento, e reduziu a projeção de expectativa de 2026 de 3,6 por cento para 3,5 por cento. Para o horizonte relevante de política monetária (2T27), a projeção de inflação utilizando o cenário de referência extraído da pesquisa Focus caiu de 3,3 por cento para 3,2 por cento.

Motivos para antecipar o espumante da virada do ano? Vamos com calma. Na seção C, Discussão Sobre a Condução da Política Monetária, o Comitê trata de desinflar o otimismo. O texto nota que “os vetores inflacionários se mantêm adversos e que seguirá acompanhando o ritmo da atividade econômica”. E a conclusão é que “diante das condições observadas e prospectivas, o cenário prescreve uma política monetária significativamente contracionista por período bastante prolongado”.

Como interpretar isso? Pela Ata, todos os fatores necessários para que o Banco Central comece a reduzir a Selic já em janeiro estão dados. No entanto, a advertência do fim do texto é uma indicação clara que os cortes só começam a partir da segunda reunião de 2026, agendada para março. Ou, se a inflação não desacelerar, o Comitê só deverá abrandar a Selic em abril.

E Eu Com Isso?

A Ata do Copom confirmou as expectativas de que o Banco Central concorda que a política monetária está fazendo efeito. Porém, o texto pode decepcionar alguns investidores mais otimistas, que esperavam uma indicação de corte das taxas já em janeiro. Isso pode provocar algum solavanco no mercado.



Braskem (BRKM5) pode ter mudança de controle com saída da Novonor


A Braskem (BRKM5), por meio de fato relevante, comunicou a possibilidade de mudança em seu controle acionário após a divulgação de negociações envolvendo a Novonor, bancos credores e a gestora IG4 Capital. As tratativas envolvem a assunção de dívidas bancárias relacionadas à participação acionária da Novonor e podem resultar na transferência do controle da companhia, alterando sua estrutura societária e de governança.

O movimento ocorre em razão do elevado endividamento da Novonor junto a instituições financeiras, cujos empréstimos foram garantidos por ações da Braskem. Diante da dificuldade da holding em lidar com o endividamento, os credores passaram a buscar uma solução que permita recuperar parte relevante dos valores devidos.

Nesse contexto, a IG4 Capital passou a atuar como representante dos bancos, estruturando um modelo que prevê a concentração dessas ações em um fundo de investimento sob sua gestão.

Caso a operação seja concluída, a Novonor deixaria de ser a controladora da Braskem, permanecendo apenas com uma participação minoritária, sem influência relevante sobre as decisões estratégicas da companhia. O controle passaria a ser exercido de forma compartilhada entre a estrutura liderada pela IG4 e a Petrobras, que já figura como acionista relevante.

Apesar da repercussão das informações divulgadas, a Braskem esclareceu, por meio de comunicado ao mercado, que não participa das negociações em curso entre seus acionistas e que não tem conhecimento de qualquer acordo definitivo firmado até o momento.

A companhia ressaltou que não celebrou contratos relacionados à venda de controle e que eventuais alterações relevantes em sua estrutura societária serão devidamente comunicadas aos investidores, conforme exigido pela regulamentação vigente.

A Novonor, por sua vez, confirmou a existência de conversas com a IG4, mas destacou que as tratativas ainda se encontram em fase preliminar. Segundo a holding, não há instrumentos vinculantes assinados, ou mesmo garantia de que as negociações resultarão em uma operação efetiva.

Para o mercado de capitais, o tema é acompanhado com atenção, especialmente pelos investidores detentores das ações preferenciais, como BRKM5. A reação inicial foi positiva, as ações preferenciais da Braskem (BRKM5) subiam até 5 por cento na manhã de segunda-feira (15), seguinte ao anúncio.


E Eu Com Isso?

A entrada de um novo controlador pode trazer ajustes na estrutura operacional e financeira da companhia, no plano de investimentos e na condução de passivos relevantes. A reestruturação em discussão também é vista como uma tentativa de trazer maior previsibilidade à situação financeira e societária da Braskem, em um momento em que a empresa enfrenta desafios operacionais e de mercado.

O fato relevante que envolve a Braskem está ligado às negociações para a transferência das ações dadas em garantia aos bancos credores para uma estrutura gerida pela IG4 Capital, o que pode resultar na saída da Novonor do controle da companhia.

Até que haja um acordo formalizado, o mercado permanece atento aos desdobramentos e às comunicações oficiais que venham a ser divulgadas.

Assaí (ASAI4) perde disputa judicial contra GPA (PCAR3) e permanece exposto a contingências antigas

A disputa entre o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) e Assaí (ASAI3) ganhou um novo capítulo após a Justiça de São Paulo rejeitar integralmente o pedido do Assaí para que o GPA fosse obrigado a apresentar garantias financeiras relacionadas a contingências tributárias anteriores à cisão das companhias, concluída em 2020.

A decisão também negou o pedido para que o GPA indicasse bens livres de ônus que pudessem servir como respaldo a eventuais cobranças fiscais futuras. O GPA comunicou a decisão por meio de Fato Relevante, afirmando que a tutela de urgência requerida pelo Assaí foi indeferida em sua totalidade — e que o entendimento judicial reforça que a companhia vem cumprindo integralmente o Contrato de Separação firmado entre as empresas há cinco anos.

A origem da controvérsia remonta a cobranças da Receita Federal e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que buscam atribuir responsabilidade solidária ao Assaí por passivos tributários vinculados ao período em que ainda fazia parte do Grupo Pão de Açúcar.

Para se blindar, o Assaí havia ingressado com medida cautelar preventiva, argumentando que não deveria arcar com débitos de origem anterior à separação e que o GPA deveria garantir formalmente a cobertura das contingências, estimadas em cerca de 36 milhões de reais. A Justiça, contudo, considerou que o GPA já apresentou garantias suficientes em processos administrativos, incluindo um Procedimento Administrativo de Reconhecimento de Responsabilidade (PARR), o que eliminaria o requisito de urgência requerido pelo Assaí.

O movimento do Assaí deve ser entendido como parte natural de um processo de “divórcio corporativo”, no qual antigos integrantes de um mesmo grupo buscam definir claramente quem responde por obrigações do passado.

Mesmo com a decisão desfavorável, o Assaí reforça que seu objetivo é apenas impedir que cobranças tributárias retroativas recaiam sobre a sua operação atual, que precisa se manter focada em expansão física, competitividade comercial e preservação de margens.

O indeferimento da tutela, porém, significa que, por ora, a rede de atacarejo permanece exposta a potenciais riscos tributários se, no limite, o GPA não conseguir sustentar essas garantias ou se novas interpretações da PGFN ampliarem o alcance das cobranças.

 
E Eu Com Isso?
 
Do ponto de vista estratégico, a decisão judicial representa um revés para o Assaí, pois retira a proteção imediata que buscava e o deixa em posição mais vulnerável em discussões futuras. Embora o montante estimado (36 milhões de reais) não seja material frente ao tamanho da companhia, o risco reside no precedente: passivos de períodos anteriores à cisão podem ressurgir, especialmente em um ambiente mais rigoroso de fiscalização tributária.

Caso esgote as vias recursais e ainda assim permaneça pressionado por eventual execução fiscal, o Assaí teria basicamente duas rotas: (i) pagar para evitar desgaste operacional e posteriormente entrar com ação regressiva contra o GPA, caso entenda ter direito ao ressarcimento; ou (ii) recorrer sucessivamente tanto na esfera judicial quanto na arbitragem prevista no contrato de separação, buscando reverter a interpretação sobre responsabilidade solidária.

Para o investidor, o episódio funciona como um lembrete de que reorganizações societárias profundas — como foi a cisão de 2020 — podem gerar repercussões jurídicas de longa duração. A falta de blindagem imediata não altera os fundamentos operacionais do Assaí, mas adiciona um componente de incerteza jurídica que tende a ser monitorado de perto. Seguindo o trâmite processual e avaliando o teor dos recursos que o Assaí pode apresentar, o grau de risco percebido deve se acomodar ao longo dos próximos meses. No curto prazo, contudo, a derrota em primeira instância reforça que a rede precisa manter postura ativa de defesa para evitar que passivos antigos contaminem a tese de crescimento que ancora o seu valuation.



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2025 se encerra com Copom e FED em direções opostas https://levanteideias.com.br/artigos/2025-se-encerra-com-copom-e-fed-em-direcoes-opostas https://levanteideias.com.br/artigos/2025-se-encerra-com-copom-e-fed-em-direcoes-opostas#respond Wed, 10 Dec 2025 12:20:22 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52683 O post <strong>2025 se encerra com Copom e FED em direções opostas</strong> apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

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Teremos a última “super quarta-feira” do ano, com as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e de seu equivalente americano, o Federal Open Market Committee (Fomc). Por uma daquelas simetrias da história, ambas as reuniões têm perspectivas e expectativas similares e opostas. Por aqui, a certeza é de juros estáveis com uma possível preparação para um corte na Selic a partir de 2026. Nos Estados Unidos, a certeza é de corte, mas o futuro é menos previsível.

Começando pelo Copom. A Selic será mantida em 15 por cento ao ano. Ponto. Além disso, o que movimenta as especulações dos investidores é o cenário que o Comitê antecipa para 2026.

É provável que o Comunicado a ser divulgado nesta noite após o anúncio dos resultados (e a Ata que deve ser publicada no dia 16 de dezembro) estejam alinhados com as declarações da reunião de novembro. No mês passado, a Ata reforçou a necessidade de maior convergência das expectativas de inflação para permitir um corte da Selic.

Ainda que as edições mais recentes do Relatório Focus tenham revisado para baixo as projeções de inflação entre 2025 e 2028, as expectativas seguem acima dos 3 por cento no horizonte relevante, que se estende até o começo de 2027.

Por isso, o Copom deve reforçar três pontos. O primeiro é que a Selic atual permanece compatível com a estratégia de convergência da inflação. O segundo é que ainda há riscos relevantes de que a inflação siga acima da meta e o terceiro é que a política monetária continuará sendo conduzida com prudência.

O que isso indica para 2026? O Comitê deve indicar a necessidade de manter juros altos por um período bastante prolongado. A manutenção da palavra “bastante” será uma indicação de que a queda da Selic não começa em janeiro. Sem esse termo, pode aumentar a especulação de um corte já na primeira reunião do próximo ano. O texto provavelmente manterá a disposição de elevar os juros caso se a inflação sair do controle.

A boa notícia é que há condições concretas para o corte da Selic. A inflação está desacelerando, e o Produto Interno Bruto (PIB) está crescendo menos. Ou seja, não será absurdo que, apesar de trazer um Comunicado duro nesta reunião, o Copom altere o tom e as expectativas a partir do ano que vem.

Agora o Fomc. Também há uma certeza quase absoluta de um corte de 0,25 ponto percentual, reduzindo os Fed Funds para a faixa entre 3,50 e 3,75 por cento ao ano. Daí em diante, tudo é indefinição. A começar pela potência dessa decisão.

O Comitê está dividido entre membros que defendem cortes de juros como forma de conter uma maior fragilidade do mercado de trabalho e aqueles que acreditam que o afrouxamento monetário já foi longe demais e ameaça agravar a inflação. Por isso, há uma expectativa entre os investidores que tanto a Declaração pós reunião quanto a entrevista coletiva concedida por Jerome Powell deixarão claro que os investidores não devem esperar cortes automáticos nas taxas a partir do ano que vem.

Apesar das declarações do presidente Donald Trump de que a inflação desapareceu, na melhor das hipóteses, ela apenas se estabilizou. Pior, está estável acima da meta de 2 por cento ao ano, em parte devido às tarifas implementadas pelo próprio Trump. Embora os diretores do FED tenham afirmado que as tarifas devem afetar os preços apenas temporariamente, a distância em relação à meta é suficiente para dificultar a queda dos juros. Assim, será preciso observar com cuidado as declarações de Powell para saber para onde olhar a partir de 2026.


E Eu Com Isso?

A quarta-feira começa com os mercados em compasso de espera, no aguardo da reunião do Fomc. Sinais diferentes do esperado, tanto no sentido expansionista quanto contracionista da política monetária, podem provocar forte volatilidade no mercado.


 Klabin apresenta Investor Day, dividendos extraordinários e bonificação


A Klabin (KLBN11) anunciou a distribuição de um dividendo extraordinário de 1,1 bilhão de reais, que será pago em quatro parcelas iguais de 278 milhões de reais ao longo de 2026. O valor por ação foi definido em aproximadamente 91 centavos por unit. O corte para recebimento ocorrerá em 15 de dezembro de 2025, com negociação das ações ex-dividendos a partir do dia seguinte.

A companhia também anunciou um aumento de capital de 800 milhões de reais por meio de bonificação, com a emissão de pouco mais de 61,7 milhões de novas ações, na proporção de uma ação para cada cem atualmente detidas. Essas medidas combinadas devolvem caixa aos acionistas e reforçam o capital social da empresa, permitindo que a companhia distribua recursos sem comprometer a estrutura financeira.

No terceiro trimestre de 2025, a Klabin registrou EBITDA ajustado superior a 2,1 bilhões de reais, representando crescimento de 17 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar de custos pressionados, volatilidade cambial e desafios no mercado global de papel e celulose, a companhia manteve suas margens, apoiada pelo desempenho das operações de embalagens, ganhos de eficiência industrial e pela performance da base florestal.

Durante o recente Investor Day, a empresa apresentou sua estratégia de longo prazo, destacando crescimento sustentável, expansão da capacidade de embalagens e investimentos em eficiência operacional e sustentabilidade.

Foram detalhados projetos de modernização industrial, iniciativas ambientais e expansão das operações florestais, com foco na transparência e no alinhamento com os objetivos estratégicos da companhia.

Em termos de CAPEX, a Klabin projeta investimentos de 3,3 bilhões de reais para 2026, destinados à manutenção de ativos, expansão da capacidade produtiva e modernização industrial, incluindo a unidade de Monte Alegre. Para os anos seguintes, a companhia indica envelopes decrescentes, com 2,8 bilhões de reais em 2027 e 2,5 bilhões em 2028.

A alocação do CAPEX contempla silvicultura e compra de madeira em pé, continuidade operacional, modernização da unidade de Monte Alegre e projetos especiais. O objetivo da companhia neste momento é manter a geração de caixa e avançar na desalavancagem, uma vez que não há previsão de investimentos significativos nos próximos anos.

No campo de valuation, a Klabin negocia atualmente com múltiplo EV/EBITDA próximo de 5,5 vezes, abaixo da média histórica do setor, o que indica que o mercado aplica algum desconto sobre o valor intrínseco da empresa.

O Dividend Yield está em torno de 6 por cento, antes da contabilização do dividendo extraordinário, e deve aumentar com a distribuição anunciada, o que pode tornar os papéis mais atrativos para investidores focados em retorno periódico.


E Eu Com Isso?

A bonificação também aumenta a participação dos acionistas sem custo adicional, enquanto a distribuição extraordinária proporciona fluxo de caixa antecipado em 2026. Essas medidas evidenciam a estratégia da companhia de equilibrar retorno aos acionistas com manutenção de capital, mantendo disciplina financeira e consistência operacional.

O conjunto de fatores, dividendos extraordinários, bonificação de ações, CAPEX planejado, múltiplos atrativos e geração de caixa consistente, cria um cenário que pode interessar tanto a investidores orientados à renda quanto à valorização de longo prazo.

As iniciativas refletem a intenção da Klabin de conciliar retorno imediato aos acionistas com fortalecimento patrimonial, preservação de flexibilidade financeira e execução de sua estratégia de longo prazo.


Construção civil sustenta protagonismo com demanda firme, crédito direcionado e empresas mais eficientes

O setor de construção civil voltou a ocupar um papel central no mercado acionário em 2025, com diversas companhias apresentando valorizações expressivas e resultados operacionais consistentes, especialmente aquelas voltadas ao segmento de baixa renda. Este desempenho decorre de três pilares essenciais: melhora na percepção de demanda habitacional, condições de financiamento mais favoráveis – impulsionadas por instrumentos como FGTS e MCMV – e políticas públicas que favorecem o acesso à moradia. Em um ambiente financeiro em que o crédito subsidiado funciona como amortecedor do ciclo macroeconômico, as construtoras atenderam famílias com elasticidade de demanda maior e um mercado menos sensível ao encarecimento do capital, beneficiando especialmente modelos de negócios focados na faixa econômica.

Essa dinâmica também se reflete na performance financeira das companhias listadas, que reportaram geração de caixa positiva e expansão contínua de lucros ao longo dos trimestres. Empresas com maior escala conseguem acessar financiamento a taxas inferiores às praticadas no mercado, reduzindo custo de capital e ampliando margem competitiva. Além disso, a disciplina operacional permitiu ganhos de eficiência, resultando em trimestres consecutivos de geração de caixa livre robusto, o que reforça a resiliência desse segmento. O ciclo virtuoso se retroalimenta: maior volume de lançamentos, velocidade de vendas consistente e capacidade de financiar o comprador final mantêm a engrenagem rodando mesmo em momentos mais desafiadores da economia.

No campo competitivo, as construtoras listadas despontam com vantagens estruturais frente às menores e regionais, em especial na gestão de capital e acesso a crédito institucional. Enquanto pequenas incorporadoras enfrentam custos de dívida mais elevados e volatilidade operacional, as grandes companhias captam a taxas inferiores ao CDI e encontram espaço para ganhar market share. Ao mesmo tempo, a elevação do teto financiável no MCMV e a força de programas habitacionais mantêm a demanda ativa, reforçando o papel anticíclico deste mercado—um traço relevante na leitura estratégica para investidores.

 
E Eu Com Isso?
 
Olhando à frente, a continuidade desse movimento dependerá não apenas da trajetória dos juros, mas também da manutenção ou expansão das políticas habitacionais, da execução eficiente e da disciplina financeira das empresas. O setor mostrou capacidade de absorver choques e capturar oportunidades, mas ainda opera em um ambiente macroeconômico dependente de estímulo ao crédito. Se esse ciclo de suporte persistir, o setor tende a sustentar retornos sólidos e um patamar estruturalmente superior de geração de valor, preservando sua atratividade dentro do portfólio de setores domésticos.

Como leitura final, a construção civil combina fundamentos resilientes, drivers estruturais claros e um alinhamento raro entre demanda, financiamento e capacidade operacional. Esse equilíbrio cria uma janela estratégica relevante: empresas bem-posicionadas podem capturar ganhos contínuos, tanto em participação de mercado quanto em lucratividade, ao passo que investidores encontram no setor um dos casos mais consistentes de relação risco-retorno da bolsa brasileira hoje.



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A INSIDE RESEARCH LTDA. (“INSIDE”), empresa do Grupo Levante Investimentos (“LEVANTE ”), declara que participou da elaboração do presente relatório de análise e é responsável por sua distribuição exclusivamente nos canais autorizados das empresas do Grupo Levante, tendo como objetivo somente informar os seus clientes com linguagem clara e objetiva, diferenciando dados factuais de interpretações, projeções, estimativas e opiniões, não constituindo oferta de compra ou de venda de nenhum título ou valor mobiliário. Além disso, os dados factuais foram acompanhados da indicação de suas fontes e as projeções e estimativas foram acompanhadas das premissas relevantes e metodologia adotadas. Todas as informações utilizadas neste documento foram redigidas com base em informações públicas, de fontes consideradas fidedignas. Embora tenham sido tomadas todas as medidas razoáveis para assegurar que as informações aqui contidas não são incertas ou equivocadas no momento de sua publicação, a INSIDE e os seus analistas não respondem pela veracidade das informações do conteúdo, mas sim as companhias de capital aberto que as divulgaram ao público em geral, especialmente perante a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”). As informações, opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e estão sujeitas a mudanças, não implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal mudança. Para maiores informações consulte a Resolução CVM nº 20/2021, e, também, o Código de Conduta da Apimec para o Analista de Valores Mobiliários. Em cumprimento ao artigo 16, II, da referida Resolução CVM nº 20/2021. As decisões de investimentos e estratégias financeiras sempre devem ser realizadas pelo próprio cliente, de preferência, amparado por profissionais ou empresas habilitadas para essa finalidade, uma vez que a INSIDE não exerce esse tipo de atividade. Esse relatório é destinado exclusivamente ao cliente da INSIDE que o contratou. A sua reprodução ou distribuição não autorizada, sob qualquer forma, no todo ou em parte, implicará em sanções cíveis e criminais cabíveis, incluindo a obrigação de reparação de todas as perdas e danos causados, nos termos da Lei nº 9.610/98, além da cobrança de multa não compensatória de 20 (vinte) vezes o valor mensal do serviço pago pelo cliente. Em conformidade com os artigos 20 e 21 da Resolução CVM nº 20/2021, o analista Eduardo Jamil Rahal (inscrito no CNPI sob o nº 8204) declara que (i) é o responsável principal pelo conteúdo do presente relatório de análise; (ii) as recomendações nele contidas refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e que foram elaboradas de forma independente, inclusive com relação à INSIDE.

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O investidor na sala de espera https://levanteideias.com.br/artigos/o-investidor-na-sala-de-espera https://levanteideias.com.br/artigos/o-investidor-na-sala-de-espera#respond Tue, 09 Dec 2025 14:05:26 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52676 Salas de espera podem ser muito relaxantes ou extremamente desconfortáveis. Pessoas ansiosas consideram aquele período de inatividade quase uma tortura. Quem precisa de um tempinho para desacelerar até que gosta da justificativa formal para o período sem fazer nada. Mas o fato é que, confortável ou não, quem está na sala de espera tem de… Read More »O investidor na sala de espera

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Mercados com Rafael Bevilacqua

Salas de espera podem ser muito relaxantes ou extremamente desconfortáveis. Pessoas ansiosas consideram aquele período de inatividade quase uma tortura. Quem precisa de um tempinho para desacelerar até que gosta da justificativa formal para o período sem fazer nada. Mas o fato é que, confortável ou não, quem está na sala de espera tem de ser paciente. Essa é a situação dos investidores globais nesta terça-feira (09). Esperar os resultados das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e de seu equivalente americano, o Federal Open Market Committee (Fomc).

Serão os últimos encontros de 2025. Os resultados já são esperados. O mercado de opções de Copom indicava 96,8 por cento de probabilidade de manutenção da Selic nos atuais 15 por cento ao ano. No caso dos Estados Unidos, os investidores atribuem 89,4 por cento de probabilidade a um corte de 0,25 ponto percentual para os Fed Funds, que cairiam para a faixa entre 3,50 por cento e 3,75 por cento ao ano. Há um mês, essa estimativa era de 66,9 por cento.

Se há tanta certeza, os investidores podem apenas confirmar os resultados na quarta-feira e ir tratar de outros assuntos, certo? Errado. Apesar de os resultados estarem praticamente dados, o que interessa mesmo aos participantes do mercado é o cenário que se delineia para o início de 2026.

Começando pelo Brasil. A desaceleração da inflação, que voltou para a margem de tolerância da meta no acumulado em 12 meses até dezembro, permitiria prever um corte dos juros ao longo do ano que vem. O fato de o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre ter desacelerado para 0,1 por cento ante os 0,3 por cento do trimestre anterior reforça essa perspectiva.

No entanto, em um depoimento no Congresso, Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central (BC), afirmou que o mercado de trabalho brasileiro segue aquecido e que o trabalho do BC é ser conservador. Isso alterou as expectativas.

A edição mais recente do Relatório Focus, publicada na segunda-feira (08), trouxe uma leve elevação da Selic esperada para o fim de 2026. Os juros previstos avançaram de 12 por cento para 12,25 por cento, o que indica uma alteração nas expectativas dos investidores. Ou seja, o cenário segue incerto.

Nos Estados Unidos também há incertezas. Os indicadores que vêm sendo divulgados nas últimas semanas após a paralisação (“shutdown”) do governo americano mostram um arrefecimento do mercado de trabalho americano.

Como o Federal Reserve (FED), o banco central americano, tem um mandato duplo de manter a inflação na meta e fazer isso mantendo o nível de emprego o mais elevado possível, há uma justificativa para um corte mais acelerados dos juros americanos no ano que vem. No entanto, ainda há dúvidas se o FED vai olhar mais para os níveis de emprego ou para os dados da inflação, que segue rodando acima da meta.

São várias questões, que só serão respondidas na quarta-feira. Até lá, resta aos investidores fazer o que fazem as pessoas na sala de espera: observar os números e aguardar que algo aconteça.


E Eu Com Isso?

A terça-feira começa sem uma tendência definida nos pregões. O único dado relevante a ser divulgado nesta terça-feira é pesquisa americana JOLTs de abertura de vagas de trabalho, equivalente ao Caged brasileiro. O dado será referente a outubro e está sendo divulgado com atraso devido ao “shutdown”. A expectativa é de uma leve desaceleração para 7,2 milhões de vagas, ante os 7,227 milhões de vagas criadas em setembro. Esse indicador, porém, terá pouca influência sobre a decisão do Fomc.


Mercados com Rafael Bevilacqua

Decisão da ANS pressiona Hapvida (HAPV3) e reforça volatilidade das ações em 2025

A Hapvida (HAPV3), uma das maiores operadoras de planos de saúde do Brasil, atravessa um momento desafiador após a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) negar um recurso da empresa relacionado ao seu balanço regulatório.

A decisão obriga a companhia a reapresentar o balanço com ajustes significativos, que somam cerca de  870 milhões de reais, envolvendo principalmente créditos fiscais questionados. Esse episódio traz à tona questões de governança contábil e possíveis impactos financeiros e reputacionais para a operadora.

O ponto central do impasse envolve o Programa Desenrola, iniciativa governamental que permite a negociação de dívidas de operadoras de saúde com o Sistema Único de Saúde (SUS), com descontos. A Hapvida havia incluído créditos fiscais vinculados a esse programa em seu balanço regulatório, mas a ANS entendeu que os valores precisam ser ajustados, por não estarem de acordo com as normas vigentes. A empresa precisará revisar e enviar os dados à agência, o que pode afetar a avaliação da saúde financeira da operadora pelo regulador.

É importante destacar que a decisão da ANS não impacta os balanços contábeis divulgados ao mercado de capitais, baseados nas normas IFRS. Ou seja, os investidores continuam vendo os números publicados pela companhia, mas a exigência regulatória aumenta a atenção sobre a consistência e a transparência das informações fornecidas à agência.

Além dos ajustes contábeis, a Hapvida enfrenta desafios operacionais. No terceiro trimestre de 2025, a taxa de sinistralidade da empresa, que indica o percentual da receita utilizado para cobrir despesas médicas, atingiu 75,2 por cento, alta de 1,4 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano anterior.

Esse aumento revela pressão sobre a rentabilidade, especialmente em um contexto de reajustes de preços e forte concorrência no mercado de planos de saúde. A combinação de alta sinistralidade e ajustes regulatórios cria um cenário de maior vigilância sobre a eficiência operacional da operadora.

O impacto no mercado tem sido significativo. As ações da Hapvida registraram queda superior a 59 por cento ao longo de 2025, refletindo o receio dos investidores sobre possíveis repercussões futuras.


E Eu Com Isso?

Para os próximos trimestres, a Hapvida precisa demonstrar capacidade de adaptação e reforçar sua governança interna para atender às exigências da ANS. Isso inclui não apenas a reapresentação do balanço regulatório, mas também a manutenção de práticas financeiras transparentes e a gestão eficiente da sinistralidade.

A forma como a operadora lidará com esses desafios será crucial para recuperar a confiança do mercado e garantir a continuidade de suas operações de forma sólida.

A negativa da ANS serve como alerta sobre a importância da conformidade regulatória e do rigor contábil, ao mesmo tempo em que evidencia os desafios do setor de saúde suplementar no Brasil, marcado por regulação, concorrência e crescente demanda por serviços em meio à elevação de custos no setor.

 A Hapvida precisará demonstrar capacidade de melhorar seu balanço e gerenciar custos operacionais para evidenciar sua sustentabilidade financeira, para conseguir recuperar a confiança dos mercado e seus investidores.


Investor Day da Lojas Renner (LREN3) traz metas ousadas e dependência de melhora na execução

A Lojas Renner (LREN3) realizou seu Investor Day nesta segunda-feira (08) reforçando uma visão de longo prazo que busca combinar expansão moderada com maior rentabilidade, ancorada na eficiência operacional e no uso de capacidades já construídas ao longo dos últimos ciclos de investimento.

Segundo a companhia, o plano até 2030 pretende capturar “o melhor dos dois mundos”: crescimento consistente e melhora de margens, apoiado na diluição de gastos, otimização logística e centralização do modelo de atendimento — com destaque para o centro de distribuição de Cabreúva (SP), já integrado à malha de lojas.

Embora a narrativa seja coerente com o reposicionamento da Renner pós-ciclos de investimento, a execução desse movimento será determinante num contexto de consumo mais fraco, competição elevada e juros estruturalmente altos.

A companhia projetou expansão de vendas entre 9 por cento e 13 por cento ao ano entre 2026 e 2030, patamar semelhante aos ciclos históricos, mas com a diferença de que agora pretende diluir essa expansão na estrutura já existente, sem grandes saltos de capex.

A estratégia inclui, ainda, reduzir o peso das despesas operacionais sobre a receita em 2,5 a 3,5 pontos percentuais ao longo de cinco anos, retornando a níveis próximos aos observados antes do ambiente macro mais desafiador — algo que exige disciplina, ganhos de escala e estabilidade comercial. O plano também prevê manter investimentos entre 6 por cento e 7,5 por cento das vendas, ligeiramente abaixo das médias históricas, sugerindo alocação mais seletiva de capital.

Outro ponto relevante foi a indicação de que a margem EBITDA do varejo poderia atingir 18 por cento a 20 por cento até 2030 — contra cerca de 17,7 por cento em 2025 — além de um avanço do retorno sobre o capital investido, saltando do nível atual de 14 por cento para 20 por cento.

A Renner destacou, também, sua expansão geográfica: entre 140 e 170 novas lojas devem ser abertas em cidades entre 90 mil e 200 mil habitantes, onde a empresa enxerga até 2 bilhões de reais em potencial de venda com margens mais favoráveis. A tese é que a marca já tem capacidade logística e reconhecimento para ocupar esses espaços sem comprometer estrutura ou rentabilidade.

 
E Eu Com Isso?
 
A visão estratégica apresentada aponta uma Renner mais disciplinada financeiramente, com uma transição gradual de um ciclo de investimentos de infraestrutura para uma etapa de monetização e retorno. Entretanto, o desafio central reside menos na ambição e mais na execução: em um varejo ainda pressionado por juros elevados, mudanças de hábito de consumo e forte competição asiática, a capacidade de capturar crescimento sem erodir margem vai depender de acurácia comercial, assertividade de coleção e dinâmica eficiente de preços.

Além disso, a própria companhia reconhece que reduções no payout — esperado entre 50 por cento e 80 por cento dos lucros — e a opção por não se alavancar no curto prazo impõe disciplina financeira, mas podem exigir maior geração operacional para sustentar as metas.

De forma geral, o Investor Day apresentou direção estratégica coerente e ambiciosa, mas a materialização dos números depende de variáveis sensíveis ao ambiente competitivo e macroeconômico. A Renner parece buscar uma transição de marca defensiva para uma tese híbrida — de eficiência e expansão seletiva — mantendo conservadorismo no endividamento.

Do ponto de vista setorial, a estratégia é plausível, especialmente considerando a maturidade do varejo nacional e a dificuldade de sustentar crescimento puramente via abertura de lojas, ainda assim, o mercado irá monitorar trimestre a trimestre a capacidade da Renner converter teoria em maior rentabilidade operacional.






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Para tudo recomeçar na quarta-feira https://levanteideias.com.br/artigos/para-tudo-recomecar-na-quarta-feira https://levanteideias.com.br/artigos/para-tudo-recomecar-na-quarta-feira#respond Mon, 08 Dec 2025 12:56:56 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52669 O post <strong>Para tudo recomeçar na quarta-feira</strong> apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

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Não seria um exagero dizer que, em termos práticos, o ano de 2025 se encerra nesta quarta-feira (10) e 2026 se inicia, como se houvesse um “réveillon” antecipado. A última “super quarta-feira” do ano terá os resultados das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do seu equivalente americano, o Federal Open Market Committee (Fomc).

Os resultados já estão dados – ou, pelo menos, são bastante prováveis. Por aqui, há uma probabilidade de 97 por cento de manutenção da taxa Selic nos atuais 15 por cento ao ano. Nos Estados Unidos, a possibilidade de redução de 0,25 ponto percentual nos Fed Funds, que cairiam para a faixa entre 3,50 e 3,75 por cento é de 87 por cento.
Sem surpresas, portanto? Longe disso. O que os investidores querem saber mesmo é qual é o panorama que os diretores dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos estão antecipando para 2026.

Começando pelo Brasil. Em uma de suas declarações públicas mais recente, Gabriel Galípolo, presidente do BC, disse que o mercado de trabalho brasileiro está bastante aquecido e que isso não deveria estar ocorrendo tendo em vista a manutenção de uma Selic nesse patamar por tanto tempo assim. Banqueiros centrais têm de usar instrumentos de precisão para medir as palavras. Por isso, é possível entender que o Copom deverá ser cauteloso na hora de começar a afrouxar a política monetária.

Quanto cauteloso? Essa é a pergunta de vários trilhões de reais que, espera-se, será respondida no Comunicado da quarta-feira (10) e na Ata, a ser divulgada na terça-feira (16). O crescimento do PIB no 3T25 foi de apenas 0,1 por cento, um patamar inferior aos 0,3 por cento do 2T25 e também abaixo da mediana das expectativas, que era de 0,2 por cento. Pode ser que esse arrefecimento do nível de atividade leve o Copom a ser mais “dovish” em suas perspectivas para o próximo ano.

Por via das dúvidas, os investidores refizeram as contas para 2026. A edição mais recente do Relatório Focus, divulgada nesta segunda-feira (08), mostra que a Selic esperada para dezembro do ano que vem subiu para 12,25 por cento ante os 12 por cento previstos nas duas edições anteriores.

O cenário é mais ou menos semelhante nos Estados Unidos. A diferença é que, por lá, estão dados dois cortes de 0,25 ponto percentual nos juros. Um na reunião desta semana, e outro em algum momento do 1T26. Os mais otimistas esperam o corte em janeiro, os mais céticos preveem o corte em março. A partir daí, há menos certezas e mais especulação. Como o FED deverá trocar de comando em maio e a probabilidade é que o sucessor de Jerome Powell seja alguém mais complacente com a inflação, não se descarta a hipótese de um afrouxamento mais acelerado na política monetária.


E Eu Com Isso?

O primeiro pregão da semana começa com uma alta nas cotas do Exchange Traded Fund (ETF) EWZ iShares MSCI Brazil negociadas em Nova York. Os investidores deverão buscar ações desvalorizadas após a forte queda de 4,3 por cento no pregão da sexta-feira (05), o que indica um movimento de recuperação pontual dos preços.



Localiza propõe bonificação com ações preferenciais para aumento de capital em R$2 bilhões


A Localiza (RENT3) anunciou recentemente uma proposta de emissão de ações preferenciais (PN) resgatáveis, acompanhada de um aumento de capital de aproximadamente R$ 2 bilhões, que ainda depende da aprovação em assembleia geral extraordinária (AGE) marcada para 29 de dezembro de 2025.

A decisão visa fortalecer a estrutura de capital da companhia e oferecer mais flexibilidade na gestão financeira, sem prejudicar os acionistas atuais.

A proposta prevê a criação de ações preferenciais com direitos equivalentes às ações ordinárias (ON), incluindo direito a voto e tag-along, garantindo proteção aos acionistas minoritários em caso de eventual mudança de controle.

Essas ações preferenciais serão resgatáveis, podendo ser convertidas em ações ordinárias conforme deliberação do conselho da empresa, oferecendo à companhia instrumentos de flexibilidade financeira importantes para o futuro.

Além disso, o aumento de capital será realizado por meio de bonificação, ou seja, os acionistas não precisarão aportar recursos adicionais. A proporção definida é de uma ação preferencial para cada 26 ações ordinárias, permitindo que todos os acionistas atuais mantenham sua participação proporcional na empresa sem diluição.

A movimentação da Localiza ocorre em um contexto de mudanças fiscais e regulatórias, especialmente diante da tributação sobre dividendos a partir de 2026. A emissão de ações preferenciais resgatáveis surge como uma estratégia para ajustar a estrutura de capital e continuar entregando valor aos acionistas, ao mesmo tempo em que preserva a governança corporativa e a proteção dos minoritários.

A utilização da reserva de lucros para o aumento de capital via bonificação reforça que não haverá impacto financeiro imediato sobre os acionistas existentes.

Para os investidores, essa iniciativa apresenta tanto oportunidades quanto pontos a serem observados. Por um lado, a emissão de ações preferenciais com direitos semelhantes às ordinárias garante a manutenção do poder de voto e da participação em decisões importantes.

Existe também, a possibilidade de resgate futuro dessas ações oferecendo à empresa um instrumento de gestão de caixa e capital, podendo impactar a liquidez das ações no mercado no médio prazo. A transparência em relação aos direitos das novas ações e a ausência de diluição imediata são pontos positivos que tendem a ser bem recebidos pelo mercado.

A aprovação na AGE será necessária para a implementação do plano. Caso seja aprovada, as ações preferenciais ex-bonificação começarão a ser negociadas a partir de 30 de dezembro de 2025, e a posição dos acionistas será consolidada em 5 de janeiro de 2026.


E Eu Com Isso?

Esse cronograma garante que os acionistas tenham clareza sobre os novos papéis e seu impacto em sua participação, oferecendo previsibilidade sobre a transição. A estratégia da Localiza, portanto, combina crescimento e fortalecimento financeiro com cuidado em relação à proteção dos investidores.

A proposta de emissão de ações preferenciais resgatáveis e aumento de capital por bonificação representa uma estratégia da Localiza para ajustar sua estrutura de capital, fortalecer sua posição financeira e mitigar riscos decorrentes de mudanças regulatórias.

A atenção agora se volta para a AGE, que definirá se essas medidas serão efetivamente implementadas e como o mercado reagirá a essa iniciativa estratégica.



Block trade em Azzas e Allos impulsiona reciclagem de capital e recomposição acionária

O fundo de pensão canadense(CPPIB) protagonizou dois dos block trades mais relevantes do mês, zerando sua participação na Azzas 2154 (AZZA3) e reduzindo pela metade sua fatia na Allos (ALOS3), movimentando juntas quase R$ 1 bilhão sob coordenação do Bank of America. O fundo vendeu pouco mais de 10 milhões de ações da AZZA3 por R$ 27,10 — um desconto de 4,95% sobre o fechamento anterior — e aproximadamente 23 milhões de ações da Allos por cerca de R$ 28,40, representando 4,44% de deságio. O volume expressivo exigiu leilões estendidos na abertura dos pregões e contribuiu para que o total de block trades na B3 atingisse R$ 2,6 bilhões apenas em dezembro, sinalizando um ambiente doméstico de maior liquidez, intensificação de rotação de portfólios e condições favoráveis de realização para investidores institucionais globais.

O CPPIB permanece ativo no Brasil e, segundo fontes próximas às negociações, está essencialmente reposicionando seu portfólio, com maior apetite por ativos reais e investimentos estruturantes. Isso se evidencia pela joint venture firmada com a Cyrela para desenvolvimento de projetos imobiliários de alto padrão e pela intensificação de aportes no setor de saneamento por meio da Iguá. Assim, a desmobilização parcial em empresas listadas é menos um voto de desconfiança sobre varejo ou shopping centers, e mais um ajuste estratégico para capturar retornos diferenciados em segmentos onde o fundo vê assimetria mais favorável.

Os preços praticados nas operações revelam outro elemento estrutural relevante: o desconto típico em block trades não deve ser interpretado como percepção negativa sobre os ativos, mas sim como componente funcional de liquidez em transações bilionárias. No caso de AZZA3, a venda total de uma fatia de 5,1% acionária irradiou volatilidade e iniciou o pregão com queda de 4,42%, movimento esperado diante do volume ofertado. Já na Allos, a realização de lucros ocorreu após valorização expressiva de 61% em 2024, reforçando a racionalidade do movimento, e foi acompanhada de um lock-up de seis meses sobre a posição remanescente do CPPIB, evitando sobreoferta adicional e sinalizando compromisso residual com a tese.

 
E Eu Com Isso?
 
Sob a ótica da Azzas, o episódio tende a gerar mais efeitos de curto prazo do que estruturais. A queda inicial pela saída de um investidor relevante é natural e decorre muito mais da mecânica de liquidez do block trade do que de uma revisão de fundamentos ou deterioração setorial. Para a Azzas, o desafio imediato reside em sustentar a narrativa de execução operacional, integração pós-rebranding e revisão de percepção de risco após a mudança de base acionária. A saída total do CPPIB tende a reduzir momentaneamente a referência institucional na composição societária, demandando maior esforço de comunicação e reforço de tese para manter o interesse de investidores institucionais, algo central para preservar liquidez e resiliência das ações no pós-evento.

Para a Allos, os desdobramentos parecem mais positivos do que adversos. A empresa reforça o papel de ativo alvo de investidores globais — fato evidenciado pelo lock-up aplicado ao CPPIB — e pela realização parcial após forte valorização no ano, que revela uma capacidade relevante de geração de retorno para acionistas.




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PIB cresce 0,1 por cento no 3T25, abaixo do esperado https://levanteideias.com.br/artigos/pib-cresce-01-por-cento-no-3t25-abaixo-do-esperado https://levanteideias.com.br/artigos/pib-cresce-01-por-cento-no-3t25-abaixo-do-esperado#respond Thu, 04 Dec 2025 13:51:10 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52663 O post <strong>PIB cresce 0,1 por cento no 3T25, abaixo do esperado</strong> apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

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O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,1 por cento no 3T25 na comparação com o 2T25, abaixo do crescimento de 0,4 por cento no 2T25. O resultado foi inferior à mediana das expectativas, que era de 0,2 por cento. Em quatro trimestres houve um crescimento de 2,7 por cento, acima das expectativas de 1,7 por cento.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “embora a Agropecuária (0,4 por cento) e a Indústria (0,8 por cento) tenham mostrado variações positivas nessa comparação, o setor de Serviços, que tem maior peso na economia, ficou praticamente estável (0,1 por cento)”.

O IBGE informou que, “em valores correntes, o PIB no terceiro trimestre chegou a 3,2 trilhões de reais. O Valor Adicionado dos três grandes segmentos da economia foi de 176,2 bilhões de reais para a Agropecuária, 682,2 bilhões de reais para a Indústria e 1,9 trilhão de reais para os Serviços.”

O resultado mostra que a atividade econômica está mais desacelerada do que o esperado. Havia uma grande dispersão das projeções. As estimativas para o crescimento trimestral oscilavam de uma retração de 0,5 por cento a um crescimento de 1,4 por cento. O intervalo mostra incerteza sobre o ritmo da atividade em meio à desaceleração da indústria e à perda de força dos serviços. As projeções para o crescimento acumulado em 12 meses também estavam dispersas e variam de 0,3 por cento a 3,2 por cento.

Apesar do número negativo, a reação dos investidores pode ser positiva. O crescimento da economia desacelerou, mas isso era o esperado em um cenário de aperto prolongado da política monetária. A redução do ritmo de atividade pode contribuir para que a inflação convirja mais depressa para o centro da meta, aumentando as probabilidades de o Banco Central (BC) começar a baixar a taxa Selic, atualmente em 15 por cento ao ano.

Na quarta-feira houve uma queda do dólar e mais um recorde no Ibovespa. O movimento de alta na bolsa e queda do câmbio contou com suporte externo: nos EUA, dados fracos de emprego no setor privado reforçaram a expectativa de que o FED vai cortar juros na reunião de dezembro e indicar um afrouxamento mais rápido da política monetária americana. Esse cenário tende a favorecer moedas de economias emergentes e bolsas como a brasileira.


E Eu Com Isso?

O desempenho do PIB abaixo do esperado pode levar a um movimento de realização pontual de lucros na bolsa. No entanto, o cenário externo segue positivo com a possibilidade de corte dos juros americanos, e o panorama para a bolsa é positivo.


Smart Fit compra 60 por cento da Evolve e acelera estratégia de expansão


A Smart Fit (SMFT3) anunciou na terça-feira (02) a aquisição de 60 por cento do capital da Evolve, uma rede de academias com presença no Centro-Oeste brasileiro. O acordo prevê um investimento total de até 100 milhões de reais, dos quais 40 milhões de reais serão desembolsados no fechamento da operação.

O montante restante poderá ser pago ao longo dos próximos dois anos, condicionado ao cumprimento de metas previamente definidas e ajustado pela inflação medida pelo IPCA. Com essa transação, a Evolve foi avaliada em um enterprise value de 199,7 milhões de reais, embora o valor final a ser pago pela participação dependa da apuração da dívida líquida da companhia na data do fechamento.

Atualmente, a Evolve opera 28 unidades, quatro delas inauguradas já em 2025, e possui mais sete academias em fase de construção. Essa estrutura já estabelecida é um dos principais atrativos do negócio: para a Smart Fit, trata-se de um atalho para fortalecer sua atuação em uma região onde a marca ainda não tinha presença dominante. A incorporação de unidades prontas, com base de clientes formada e localização estratégica, reduz significativamente o tempo e o custo necessários para expansão orgânica, que normalmente exige construção, captação de clientes e amadurecimento gradual da operação.

Apesar de a Evolve representar, inicialmente, uma contribuição relativamente pequena aos resultados consolidados da Smart Fit, estimada em algo entre 1 por cento e 2 por cento do Ebitda no curto prazo, o valor estratégico da aquisição vai muito além do impacto imediato. A Smart Fit planeja realizar uma integração gradual das unidades, convertendo-as ao padrão operacional, tecnológico e visual da própria rede. Esse processo tende a gerar sinergias relevantes, sobretudo em eficiência de custos, ampliação do poder de negociação com fornecedores, padronização de serviços e reforço da marca.

Além disso, o acordo firmado entre as companhias inclui um pacto de acionistas que estabelece diretrizes de governança e concede à Smart Fit opções de compra e venda das ações que permanecerão nas mãos dos sócios minoritários. Essa estrutura permite que a empresa, no futuro, adquira a totalidade da Evolve caso julgue estratégico, mantendo flexibilidade para aprofundar a integração quando for mais conveniente.

Como ocorre em transações desse porte, a conclusão do negócio está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), etapa necessária para garantir que a operação não gera desequilíbrios competitivos no setor.


E Eu Com Isso?

Do ponto de vista estratégico, a aquisição não se resume ao aumento do número de academias no portfólio. Ela representa um movimento de expansão calculado em um mercado regional de alto potencial e ainda em desenvolvimento, onde a presença da Smart Fit era menor. Ao incorporar uma rede já consolidada, a empresa ganha escala rapidamente, acelera sua penetração no Centro-Oeste e se posiciona de maneira mais competitiva diante de um segmento que vem se profissionalizando e crescendo de forma consistente nos últimos anos.

Em longo prazo, a integração entre as duas operações pode reforçar ainda mais a liderança da Smart Fit no mercado brasileiro de academias. Com a captura de sinergias operacionais, maior capilaridade e uma marca amplamente reconhecida, a companhia se prepara para competir em um ambiente cada vez mais exigente, no qual eficiência, tecnologia e expansão geográfica são fatores determinantes para sustentar crescimento e rentabilidade.


PRIO (PRIO3) divulga dados operacionais de novembro com forte aumento na produção

A PRIO (PRIO3) divulgou seus resultados operacionais de novembro, registrando produção média de 138,8 mil barris de óleo equivalente por dia (boepd), avanço de cerca de 55 por cento em relação a outubro e melhor desempenho da companhia em 2025.

O crescimento foi impulsionado principalmente pela consolidação da participação de 80 por cento no campo de Peregrino, cuja produção passou a ser incorporada integralmente ao longo do mês.

O fechamento da aquisição adicional de 40 por cento ocorreu no dia 11, e o ativo contribuiu com 68,8 mil boepd de forma proporcional em novembro, reforçando sua importância estratégica no portfólio da empresa. Entre os demais ativos, o desempenho foi mais estável, com variações pontuais.

O campo de Frade produziu 31,4 mil boepd, ligeira queda em relação a outubro. O cluster Polvo + TBMT alcançou 13,98 mil boepd, redução de 6,6 por cento no mês, enquanto Albacora Leste produziu 24,56 mil boepd, recuo de 1,1 por cento devido a uma falha no sistema de compressão de gás, que deve ser totalmente solucionada até a primeira quinzena de dezembro.

Apesar dessas pequenas oscilações, Peregrino compensou amplamente qualquer redução marginal nos demais ativos, elevando o volume total da companhia. Em novembro, a PRIO comercializou 5,1 milhões de barris de petróleo, volume significativamente superior ao de outubro, impulsionado pelo aumento da produção e venda de estoques acumulados. A integração da nova fatia de Peregrino, somada à estabilização operacional, resultou em forte incremento tanto no volume produzido quanto no volume vendido.

O aumento das vendas, aliado à elevação da produção em relação ao terceiro trimestre, tende a fortalecer receitas e EBITDA, criando cenário favorável para a continuidade do crescimento em 2026. A expectativa é que a produção siga em trajetória ascendente, especialmente com os avanços na entrada em operação do campo de Wahoo, que pode adicionar cerca de 40 mil boepd à capacidade da PRIO já em 2026.

A consolidação de Peregrino, a futura contribuição de Wahoo e o melhor aproveitamento do portfólio atual reforçam a tendência de expansão operacional e financeira da companhia, fortalecendo sua posição no setor de óleo e gás.

 
E Eu Com Isso?
 
Para o investidor, a perspectiva para os próximos trimestres permanece favorável. Peregrino cria uma base sólida de produção, enquanto os ativos legados tendem a se recuperar de pequenas oscilações, como em Albacora. Além disso, o desenvolvimento de Wahoo projeta um aumento significativo na produção já em 2026, reforçando a geração de caixa da empresa.

No campo do valuation, PRIO3 é negociado a 5,5 vezes EV/EBITDA e 6,0 vezes o lucro estimado para os próximos 12 meses, múltiplos compatíveis com a média do setor. Apesar da volatilidade operacional ao longo do ano, o desempenho de novembro sinaliza retomada consistente. Projetando um EBITDA em torno de 8 bilhões de reais para 2025, há espaço para uma reprecificação positiva à medida que Peregrino amadurece, Wahoo se aproxima da operação e os ativos atuais se estabilizam.

Diante desse conjunto de fatores, mantemos visão positiva para PRIO3, com expectativa de crescimento sustentável e geração consistente de valor para os acionistas.



DISCLAIMER
A INSIDE RESEARCH LTDA. (“INSIDE”), empresa do Grupo Levante Investimentos (“LEVANTE ”), declara que participou da elaboração do presente relatório de análise e é responsável por sua distribuição exclusivamente nos canais autorizados das empresas do Grupo Levante, tendo como objetivo somente informar os seus clientes com linguagem clara e objetiva, diferenciando dados factuais de interpretações, projeções, estimativas e opiniões, não constituindo oferta de compra ou de venda de nenhum título ou valor mobiliário. Além disso, os dados factuais foram acompanhados da indicação de suas fontes e as projeções e estimativas foram acompanhadas das premissas relevantes e metodologia adotadas. Todas as informações utilizadas neste documento foram redigidas com base em informações públicas, de fontes consideradas fidedignas. Embora tenham sido tomadas todas as medidas razoáveis para assegurar que as informações aqui contidas não são incertas ou equivocadas no momento de sua publicação, a INSIDE e os seus analistas não respondem pela veracidade das informações do conteúdo, mas sim as companhias de capital aberto que as divulgaram ao público em geral, especialmente perante a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”). As informações, opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e estão sujeitas a mudanças, não implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal mudança. Para maiores informações consulte a Resolução CVM nº 20/2021, e, também, o Código de Conduta da Apimec para o Analista de Valores Mobiliários. Em cumprimento ao artigo 16, II, da referida Resolução CVM nº 20/2021. As decisões de investimentos e estratégias financeiras sempre devem ser realizadas pelo próprio cliente, de preferência, amparado por profissionais ou empresas habilitadas para essa finalidade, uma vez que a INSIDE não exerce esse tipo de atividade. Esse relatório é destinado exclusivamente ao cliente da INSIDE que o contratou. A sua reprodução ou distribuição não autorizada, sob qualquer forma, no todo ou em parte, implicará em sanções cíveis e criminais cabíveis, incluindo a obrigação de reparação de todas as perdas e danos causados, nos termos da Lei nº 9.610/98, além da cobrança de multa não compensatória de 20 (vinte) vezes o valor mensal do serviço pago pelo cliente. Em conformidade com os artigos 20 e 21 da Resolução CVM nº 20/2021, o analista Eduardo Jamil Rahal (inscrito no CNPI sob o nº 8204) declara que (i) é o responsável principal pelo conteúdo do presente relatório de análise; (ii) as recomendações nele contidas refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e que foram elaboradas de forma independente, inclusive com relação à INSIDE

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O recorde do Ibovespa e as expectativas para o FED https://levanteideias.com.br/artigos/o-recorde-do-ibovespa-e-as-expectativas-para-o-fed https://levanteideias.com.br/artigos/o-recorde-do-ibovespa-e-as-expectativas-para-o-fed#respond Wed, 03 Dec 2025 12:31:47 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52661 Em termos práticos, um Ibovespa a 159.900 pontos não é muito diferente de um Ibovespa a 161.092 pontos. A diferença é de 0,7 por cento. No entanto, a ruptura de números “redondos” como 140 mil, 150 mil ou 160 mil pontos é importante em termos psicológicos para os investidores. Sem fazer contas, um Ibovespa a… Read More »O recorde do Ibovespa e as expectativas para o FED

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Mercados com Rafael Bevilacqua


Em termos práticos, um Ibovespa a 159.900 pontos não é muito diferente de um Ibovespa a 161.092 pontos. A diferença é de 0,7 por cento. No entanto, a ruptura de números “redondos” como 140 mil, 150 mil ou 160 mil pontos é importante em termos psicológicos para os investidores. Sem fazer contas, um Ibovespa a 159,9 mil pontos parece estar menos valorizado do que um índice a 160 mil pontos (qualquer comerciante que anuncia um produto por 19,99 reais sabe disso).

Dito isso, o Ibovespa resolveu encerrar 2025 não apenas batendo recordes sucessivos, mas superando diversos “níveis psicológicos”. Na terça-feira (02) ele fechou na máxima do dia a 161.092 pontos, alta de 1,56 por cento em relação à véspera. Foi o primeiro fechamento da história acima de 161 mil pontos. No ano, o principal indicador do mercado acionário acumula uma valorização nominal de 34 por cento.

O cenário doméstico não inspira muito otimismo. As declarações mais recentes de presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, não indicam notícias boas na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Marcado para os dias 9 e 10 de dezembro, o encontro não deverá resultar em uma sinalização clara de corte de juros em 2026.

Por isso, a justificativa para a alta do Ibovespa é principalmente internacional. Os investidores reagiram a rumores sobre a indicação do economista Kevin Hassett, assessor econômico de Donald Trump, para a presidência do Federal Reserve (FED), o banco central americano, sucedendo Jerome Powell, que fica no cargo até maio de 2026. Hassett é alinhado a Trump e considerado um defensor de juros mais baixos, o que poderia significar um FED mais tolerante com a inflação a partir do ano que vem.

Essa expectativa fez com que o dólar se depreciasse em relação a várias moedas, o real brasileiro inclusive, reduziu os juros americanos no mercado secundário e permitiu uma alta das ações. O entendimento dos investidores é que, sob a liderança de Hassett, haverá um grande incentivo para o FED reduzir os juros, beneficiando os resultados das empresas e a alta das ações. Além disso, os juros menores tornarão as aplicações em dólar menos interessantes, aumentando a oferta de recursos para os demais mercados.


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Vale (VALE3): Projeções de produção e proventos bilionários indicam futuro da mineradora

A Vale (VALE3) divulgou nos últimos dias um conjunto de informações que reforça sua estratégia para os próximos anos e revela como a companhia enxerga sua posição no cenário global de commodities. Ao atualizar suas estimativas de produção, custos, vendas e investimentos, a mineradora demonstra que está focada em consolidar eficiência operacional e estabilidade financeira, em um ambiente marcado por volatilidade internacional. Paralelamente, a companhia também anunciou proventos bilionários aos acionistas, reforçando a confiança em sua capacidade de geração de caixa e chamando a atenção de investidores.

Nas novas projeções, a empresa indica que pretende manter a produção de minério de ferro em um patamar elevado nos próximos anos. Para 2025, a expectativa é de cerca de 335 milhões de toneladas, com crescimento gradual até alcançar algo próximo de 360 milhões de toneladas em 2030. Além disso, a Vale apresentou estimativas para dois metais considerados estratégicos no contexto da transição energética, cobre e o níquel.

A produção de cobre deve crescer de forma contínua entre 2025 e 2030, enquanto as projeções para os metais básicos apontam um avanço consistente na produção de ambos os materiais, reforçando seu papel essencial nas tecnologias ligadas à eletrificação.

Para o níquel, a empresa estima cerca de 175 mil toneladas em 2025, com evolução gradual até atingir uma faixa entre 210 e 250 mil toneladas em 2030, impulsionada pela demanda crescente de baterias e soluções elétricas.

No caso do cobre, a previsão é igualmente positiva, com produção projetada de aproximadamente 370 mil toneladas em 2025 é possível avanço para algo entre 420 e 500 mil toneladas até o início da próxima década, acompanhando o fortalecimento de setores como energia renovável, veículos elétricos e infraestrutura tecnológica.

O controle de custos também aparece como ponto central nas projeções da mineradora. A Vale acredita que conseguirá manter o custo caixa do minério de ferro em torno de 21 dólares por tonelada em 2026, enquanto o custo total all-in deve permanecer próximo de 55 dólares por tonelada, o que sustenta margens competitivas mesmo em períodos de oscilação nos preços internacionais.

Em relação aos investimentos, a companhia projeta aplicar aproximadamente 5,5 bilhões de dólares em 2025, com foco predominante na manutenção de suas operações e menor destinação para expansão, refletindo uma postura de prudência alinhada à busca por estabilidade.

E Eu Com Isso?

A Vale anunciou que distribuirá cerca de 15,3 bilhões de reais ao longo de 2026, valor composto por dividendos e juros sobre capital próprio. Essa remuneração será paga em três parcelas: 1,24 real por ação em 7 de janeiro, 0,77 real por ação em 4 de março, e 1,57 real por ação, também em 4 de março, totalizando 3,58 reais por ação no trimestre. Para quem investe, trata-se de um retorno expressivo que reflete a robustez financeira da empresa.

A combinação de projeções operacionais consistentes com proventos elevados evidencia uma estratégia clara: manter equilíbrio entre investir no futuro e gerar retorno imediato aos acionistas. Essa postura reforça a imagem de uma companhia madura, capaz de enfrentar oscilações do mercado global sem comprometer sua capacidade de criar valor.

Ainda assim, acompanhar a evolução da demanda internacional, dos preços do minério e dos custos logísticos será fundamental para avaliar a sustentabilidade desse desempenho.

No conjunto, a Vale se posiciona como protagonista no mercado de matérias-primas essenciais e demonstra preparo tanto para o presente quanto para os próximos ciclos do setor.


Ultrapar (UGPA3) anuncia 1 bilhão de reais em dividendos e ações sobem

A Ultrapar (UGPA3) anunciou nesta semana o pagamento de dividendos, movimentando o mercado e impactando o valor de suas ações. O Conselho de Administração da companhia decidiu distribuir um montante superior a um bilhão de reais, equivalente a aproximadamente um real por ação ordinária, com pagamento previsto para dezembro de 2025.

O direito ao recebimento dos dividendos será definido pela data-base de 5 de dezembro de 2025. A partir de 8 de dezembro, as ações passarão a ser negociadas ex-dividendos na Bolsa de São Paulo.

O anúncio ocorre em um contexto de resultados financeiros considerados sólidos pela empresa. A Ultrapar atua em diferentes setores, o que contribui para estabilidade operacional e fluxo de caixa contínuo.

Recentemente, mudanças na legislação tributária indicam a possibilidade de taxação de dividendos, o que pode afetar o retorno líquido recebido pelos acionistas. O impacto dependerá do modelo final adotado pelo governo, influenciando a avaliação de empresas que historicamente distribuem dividendos, como a Ultrapar.

Entre suas principais operações estão a Ipiranga, no varejo de combustíveis e conveniência; a Ultragaz, dedicada à distribuição de gás; e a Ultracargo, que atua na armazenagem e logística de líquidos e produtos químicos. Esses negócios contribuem para geração de caixa, permitindo à companhia manter sua política de dividendos enquanto realiza investimentos estratégicos.

Nos últimos anos, a Ultrapar também ampliou sua atuação no segmento de logística e transporte por meio da Hidrovias do Brasil, integrando o transporte hidroviário à sua cadeia de negócios. Essa expansão fortalece a diversificação da companhia e amplia sua presença em setores complementares.

 

E Eu Com Isso?
 
Os indicadores financeiros recentes da Ultrapar mostram um P/L (preço sobre lucro) de aproximadamente 12 vezes, um Dividend Yield em torno de 6 por cento, e um ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) de cerca de 15 por cento.

Esses números sugerem que as ações estão sendo negociadas em níveis compatíveis com seus resultados e com o histórico de distribuição de dividendos, indicando uma precificação alinhada às expectativas de mercado.

O pagamento de dividendos confirma a continuidade da política de distribuição da empresa. A variação nas ações refletiu a reação do mercado ao anúncio.

Ao combinar diversificação de negócios, estabilidade operacional e política de distribuição de dividendos, a Ultrapar segue buscando equilibrar investimentos estratégicos e remuneração aos acionistas.





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A INSIDE RESEARCH LTDA. (“INSIDE”), empresa do Grupo Levante Investimentos (“LEVANTE ”), declara que participou da elaboração do presente relatório de análise e é responsável por sua distribuição exclusivamente nos canais autorizados das empresas do Grupo Levante, tendo como objetivo somente informar os seus clientes com linguagem clara e objetiva, diferenciando dados factuais de interpretações, projeções, estimativas e opiniões, não constituindo oferta de compra ou de venda de nenhum título ou valor mobiliário. Além disso, os dados factuais foram acompanhados da indicação de suas fontes e as projeções e estimativas foram acompanhadas das premissas relevantes e metodologia adotadas. Todas as informações utilizadas neste documento foram redigidas com base em informações públicas, de fontes consideradas fidedignas. Embora tenham sido tomadas todas as medidas razoáveis para assegurar que as informações aqui contidas não são incertas ou equivocadas no momento de sua publicação, a INSIDE e os seus analistas não respondem pela veracidade das informações do conteúdo, mas sim as companhias de capital aberto que as divulgaram ao público em geral, especialmente perante a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”). As informações, opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e estão sujeitas a mudanças, não implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal mudança. Para maiores informações consulte a Resolução CVM nº 20/2021, e, também, o Código de Conduta da Apimec para o Analista de Valores Mobiliários. Em cumprimento ao artigo 16, II, da referida Resolução CVM nº 20/2021. As decisões de investimentos e estratégias financeiras sempre devem ser realizadas pelo próprio cliente, de preferência, amparado por profissionais ou empresas habilitadas para essa finalidade, uma vez que a INSIDE não exerce esse tipo de atividade. Esse relatório é destinado exclusivamente ao cliente da INSIDE que o contratou. A sua reprodução ou distribuição não autorizada, sob qualquer forma, no todo ou em parte, implicará em sanções cíveis e criminais cabíveis, incluindo a obrigação de reparação de todas as perdas e danos causados, nos termos da Lei nº 9.610/98, além da cobrança de multa não compensatória de 20 (vinte) vezes o valor mensal do serviço pago pelo cliente. Em conformidade com os artigos 20 e 21 da Resolução CVM nº 20/2021, o analista Eduardo Jamil Rahal (inscrito no CNPI sob o nº 8204) declara que (i) é o responsável principal pelo conteúdo do presente relatório de análise; (ii) as recomendações nele contidas refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e que foram elaboradas de forma independente, inclusive com relação à INSIDE.

 

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Galípolo adverte contra excesso de otimismo https://levanteideias.com.br/artigos/galipolo-adverte-contra-excesso-de-otimismo https://levanteideias.com.br/artigos/galipolo-adverte-contra-excesso-de-otimismo#respond Tue, 02 Dec 2025 13:35:08 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52659 O post <strong>Galípolo adverte contra excesso de otimismo</strong> apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

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Guardião da estabilidade da moeda, o Banco Central (BC) tem de realizar tarefas desagradáveis e manter o aperto na economia por meio de taxas de juros elevadas. Por isso já se comparou o trabalho do banqueiro central ao do cidadão que desliga a música no melhor da festa. Quando todo mundo espera uma notícia boa, o BC traz as expectativas de volta à realidade.

Foi isso que Gabriel Galípolo, presidente do BC, fez na segunda-feira (1). Em um evento em São Paulo, Galípolo declarou que o mercado de trabalho brasileiro segue bastante aquecido, o que reduz o espaço para o BC baixar os juros. “Por diversas métricas, é difícil contestar um mercado de trabalho que se mostra aquecido”, afirmou Galípolo. Segundo ele, esses dados e outros mostram “uma economia forte, aquecida e resiliente” o que exige “uma postura humilde e conservadora por parte do Banco Central”.

Galípolo disse ter dificuldades para explicar o motivo de o desemprego seguir caindo, apesar de a taxa de juros estar elevada há bastante tempo. Na teoria, as taxas de juros elevadas deveriam aumentar o desemprego, mas isso não está ocorrendo. “Eu não consigo achar uma solução elegante para explicar isso”, disse o presidente do BC. Ele levantou dúvidas sobre a “tese do desalento”, ou seja, a ideia de que há pessoas fora do mercado de trabalho porque não veem esperanças de conseguir uma vaga.

A conclusão das declarações de Galípolo é inevitável: a probabilidade é menor de que o Comitê de Política Monetária (Copom) comece a reduzir os juros já na reunião de janeiro. Na segunda-feira (1), as opções de Copom negociadas na B3 mostraram isso. A probabilidade de manutenção da taxa Selic nos atuais 15 por cento ao ano subiu de 95 por cento na sexta-feira, 29 de novembro, para 97 por cento. No caso da reunião de janeiro, a probabilidade de manutenção subiu de 33 por cento no dia 25 de novembro para 40 por cento e a expectativa de corte de 0,5 ponto percentual caiu de 26 por cento para 19 por cento.

O que esperar para as próximas sessões? Há uma grande expectativa por parte dos investidores de que o Copom inicie uma trajetória de corte dos juros na reunião de janeiro, apesar das declarações conservadoras do BC. Ser cauteloso faz parte da descrição de cargo de Galípolo. Por isso, será preciso observar os novos indicadores da economia. Na quinta-feira (4) está prevista a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre. E na próxima quarta-feira (10), último dia da reunião do Copom, será divulgada a inflação de novembro medida pelo IPCA. Apenas a partir desses números, e do Comunicado e da Ata do Copom, será possível saber com mais certeza o que esperar dos juros.


E Eu Com Isso?

A terça-feira (02) começa com uma leve alta nos contratos futuros dos principais índices americanos no pré-mercado, e também com uma valorização discreta das cotas do Exchange Traded Fund (ETF) EWZ iShares MSCI Brazil, negociadas em Nova York. No entanto, os investidores podem adotar uma postura mais cautelosa tendo em vista as probabilidades menores de o corte de juros pelo Copom começar em janeiro de 2026.


Itaúsa (ITSA4) distribui 8,7 bilhões de reais em proventos e mantém tese positiva


Na segunda-feira (01) a Itaúsa (ITSA4) anunciou uma distribuição de proventos no valor total de 8,7 bilhões de reais, o que corresponde a um pagamento de 0,80 real por ação. Para o investidor que estiver posicionado na data de corte definida para 9 de dezembro de 2025, esse repasse representa um dividend yield aproximado de 6,4 por cento apenas nessa distribuição específica.

Considerando o conjunto de proventos projetados para todo o ano de 2025, o rendimento anual estimado chega a cerca de 13,93 por cento. Além disso, a empresa apresenta uma relação preço/lucro em torno de 7,0 vezes para os próximos doze meses, número que interpretamos como indicativo de uma ação negociada a múltiplos atrativos frente ao potencial de lucros futuros.

Apesar disso, um ponto novo entrou no radar dos investidores brasileiros, a mudança na tributação dos dividendos, a nova legislação prevê que, a partir de 2026, dividendos pagos por uma mesma empresa a um indivíduo ficarão sujeitos à retenção de 10 por cento caso ultrapassem 50 mil reais em um único mês.

Esse limite não considera o total de dividendos recebidos de todas as empresas, mas sim o valor mensal pago por cada empresa separadamente. Isso significa que, se um investidor recebe 40 mil reais em dividendos de uma companhia e mais 40 mil de outra no mesmo mês, nenhum desses montantes seria tributado, já que cada fonte individual ficou abaixo do limite. Por outro lado, se uma única empresa pagar 60 mil reais em um determinado mês, todo o valor pago estará sujeito à retenção.

O projeto também introduz um imposto mínimo anual para pessoas cuja renda total supere 600 mil reais por ano. Essa regra alcança a soma de todas as fontes de renda do contribuinte, incluindo salários, dividendos, juros e outras receitas. A partir desse patamar anual, aplica-se uma tributação progressiva que pode chegar a 10 por cento sobre a parcela que excede determinados níveis de renda. Em termos práticos, mesmo investidores que não ultrapassam o limite mensal de 50 mil reais em dividendos de uma empresa podem, ao final do ano, ser alcançados pelo imposto mínimo caso seus rendimentos totais sejam elevados.

Há, contudo, uma exceção relevante: dividendos referentes a lucros apurados até 2025 e cuja distribuição for aprovada ainda dentro de 2025 poderão ser pagos até 2028 sem incidência da nova retenção. Isso significa que a distribuição anunciada pela Itaúsa, caso seja formalmente aprovada dentro do exercício de 2025, tende a escapar da tributação adicional, preservando o rendimento bruto prometido aos acionistas.

De forma ampla, vemos a Itaúsa como uma holding de elevada qualidade, sustentada principalmente pela participação no Itaú Unibanco, que permanece como seu ativo mais relevante. A rentabilidade continua robusta: o retorno sobre o patrimônio nos últimos doze meses atingiu 17,2 por cento, enquanto o lucro do banco tem avançado de maneira consistente, crescendo em torno de 10 por cento ao ano. Essa combinação de crescimento de resultados, geração de caixa forte e histórico de distribuição generosa de proventos reforça o potencial da companhia para seguir entregando retornos expressivos ao acionista nos próximos doze meses.


E Eu Com Isso?

Outro ponto que merece destaque é o valuation atrativo. Mesmo com a solidez operacional e a perspectiva positiva de resultados, a Itaúsa ainda negocia a múltiplos considerados descontados quando comparados ao seu próprio histórico e à média do setor. Há espaço para que as ações voltem a ser negociadas perto de 10 vezes lucro, patamar que sugere um potencial de valorização interessante, especialmente se combinado ao fluxo de dividendos esperado para os próximos anos.

Além do Itaú, a holding também possui participação em empresas com forte capacidade de expansão, como a Aegea, focada no setor de saneamento. Trata-se de uma área com elevada demanda reprimida no Brasil e com forte tendência de investimentos estruturais no longo prazo. A presença da Itaúsa nesse segmento reforça a diversificação do portfólio e amplia as fontes de crescimento futuro, criando novas avenidas de geração de valor para o acionista.

Diante desse conjunto de fatores, mantemos uma visão construtiva para a Itaúsa e para as ações ITSA4. O equilíbrio entre rentabilidade elevada, crescimento consistente, política de distribuição atrativa e valuation ainda abaixo do potencial sustenta nossa percepção positiva para o desempenho dos papéis no médio e longo prazo.



RD Saúde (RADL3) divulga plano de expansão e bonificação deixa mercado cauteloso

A RD Saúde (RADL3) divulgou um comunicado relevante que movimentou suas ações no dia anterior. Apesar de tentar transmitir previsibilidade estratégica, o mercado reagiu com cautela, e os papéis recuaram cerca de 2,0 por cento. A combinação de aumento de capital, bonificação de ações e guidance de expansão para 2026 gerou certo ceticismo entre os investidores.

O anúncio detalha a proposta de aumento de capital social em 750 milhões de reais por meio da capitalização de reservas, acompanhada de uma bonificação de 2 por cento em ações para os acionistas. Embora seja uma prática comum, essa iniciativa não representa geração imediata de valor econômico e levantou questionamentos sobre o timing escolhido.

Em um cenário de margens pressionadas, custos crescentes e maior competição no varejo farmacêutico, a bonificação pode ter soado menos como fortalecimento da empresa e mais como tentativa de amenizar a percepção de resultados mais modestos no curto prazo.

A companhia também divulgou projeção de abertura de lojas para 2026, estimando entre 330 e 350 inaugurações brutas, com base em sua capacidade financeira, disponibilidade de pontos comerciais e estrutura interna. Embora expressivo, parte do mercado enxerga risco em manter uma expansão acelerada em um ciclo econômico menos favorável ao consumo. O ritmo elevado de inaugurações aumenta despesas iniciais, alonga o prazo de maturação das lojas e pode pressionar o retorno sobre o capital investido.

No aspecto de valuation, a RD Saúde negocia atualmente a cerca de 30 vezes o lucro (P/L), um patamar elevado frente ao histórico do setor, com múltiplo P/VPA em torno de 5,9x, refletindo expectativas de crescimento já embutidas no preço das ações. Em momentos de expansão intensa, margens pressionadas e maior necessidade de capital, múltiplos elevados tornam o mercado mais sensível a qualquer sinal de desaceleração nos resultados.

Enquanto isso, o investidor precisa ponderar que, embora o plano de expansão seja ambicioso e reforce a presença da RD Saúde no mercado, ele também implica em maiores gastos de capital e riscos operacionais.

Cada nova loja exige investimento inicial significativo, tempo até atingir maturação e pressão sobre margens já apertadas. Assim, a expectativa de crescimento precisa ser equilibrada com a disciplina financeira e a capacidade de gerar retorno consistente para que a estratégia não comprometa a rentabilidade futura.

 
E Eu Com Isso?
 
O conjunto de informações sobre bonificação, aumento de capital e plano de expansão robusto foi recebido com cautela pelo mercado. O investidor, atento à desaceleração gradual das vendas mesmas lojas e à pressão sobre custos operacionais, tende a manter postura conservadora enquanto não houver sinais claros de melhora na lucratividade, retorno das novas unidades e capacidade da empresa de sustentar seus múltiplos atuais.

Em resumo, o mercado observa de perto a execução do plano de expansão da RD Saúde e a eficácia das medidas para fortalecer sua estrutura de capital. A empresa demonstra ambição e capacidade de crescimento, mas os investidores permanecem cautelosos, equilibrando a expectativa de expansão com disciplina financeira.




DISCLAIMER
A INSIDE RESEARCH LTDA. (“INSIDE”), empresa do Grupo Levante Investimentos (“LEVANTE ”), declara que participou da elaboração do presente relatório de análise e é responsável por sua distribuição exclusivamente nos canais autorizados das empresas do Grupo Levante, tendo como objetivo somente informar os seus clientes com linguagem clara e objetiva, diferenciando dados factuais de interpretações, projeções, estimativas e opiniões, não constituindo oferta de compra ou de venda de nenhum título ou valor mobiliário. Além disso, os dados factuais foram acompanhados da indicação de suas fontes e as projeções e estimativas foram acompanhadas das premissas relevantes e metodologia adotadas. Todas as informações utilizadas neste documento foram redigidas com base em informações públicas, de fontes consideradas fidedignas. Embora tenham sido tomadas todas as medidas razoáveis para assegurar que as informações aqui contidas não são incertas ou equivocadas no momento de sua publicação, a INSIDE e os seus analistas não respondem pela veracidade das informações do conteúdo, mas sim as companhias de capital aberto que as divulgaram ao público em geral, especialmente perante a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”). As informações, opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e estão sujeitas a mudanças, não implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal mudança. Para maiores informações consulte a Resolução CVM nº 20/2021, e, também, o Código de Conduta da Apimec para o Analista de Valores Mobiliários. Em cumprimento ao artigo 16, II, da referida Resolução CVM nº 20/2021. As decisões de investimentos e estratégias financeiras sempre devem ser realizadas pelo próprio cliente, de preferência, amparado por profissionais ou empresas habilitadas para essa finalidade, uma vez que a INSIDE não exerce esse tipo de atividade. Esse relatório é destinado exclusivamente ao cliente da INSIDE que o contratou. A sua reprodução ou distribuição não autorizada, sob qualquer forma, no todo ou em parte, implicará em sanções cíveis e criminais cabíveis, incluindo a obrigação de reparação de todas as perdas e danos causados, nos termos da Lei nº 9.610/98, além da cobrança de multa não compensatória de 20 (vinte) vezes o valor mensal do serviço pago pelo cliente. Em conformidade com os artigos 20 e 21 da Resolução CVM nº 20/2021, o analista Eduardo Jamil Rahal (inscrito no CNPI sob o nº 8204) declara que (i) é o responsável principal pelo conteúdo do presente relatório de análise; (ii) as recomendações nele contidas refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e que foram elaboradas de forma independente, inclusive com relação à INSIDE

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As expectativas de dezembro e as projeções para 2026 https://levanteideias.com.br/artigos/as-expectativas-de-dezembro-e-as-projecoes-para-2026 https://levanteideias.com.br/artigos/as-expectativas-de-dezembro-e-as-projecoes-para-2026#respond Mon, 01 Dec 2025 13:07:42 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52627 O post <strong>As expectativas de dezembro e as projeções para 2026</strong> apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

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Mercados com Rafael Bevilacqua

Faltando apenas 31 dias para 2026, os investidores estão dedicados a traçar cenários para o próximo ano. A segunda semana do mês terá as últimas reuniões do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) e de seu equivalente americano, o Federal Open Market Committee (Fomc).

Deve haver poucas surpresas em relação aos resultados. No caso do Copom, na sexta-feira (28) havia 95 por cento de probabilidade de manutenção da taxa Selic nos atuais 15 por cento ao ano. No caso do Fomc, a ferramenta FedWatch mostrava uma expectativa de 84 por cento de corte dos Fed Funds em 0,25 ponto percentual, para a faixa entre 3,50 e 3,75 por cento ao ano.

Para traçar essas projeções com mais precisão, os participantes do mercado contam com os indicadores econômicos que devem ser divulgados nos próximos dias, em especial os índices de inflação e de emprego. Os dados de inflação tiveram sua divulgação afetada pela paralisação das atividades do governo americano (“shutdown”) por 43 dias, o que torna mais difícil fazer previsões.

Por isso, os membros do Fomc não poderão contar com índices de inflação como o Consumer Price Index (CPI) e o Personal Consumption Expenditure (PCE), conhecido como a “inflação do FED” (referindo-se ao banco central americano) para tomar sua decisão. Os números de novembro só serão divulgados após a reunião. A publicação do CPI de novembro está agendada para 18 de dezembro, e a divulgação do PCE de novembro ainda não tem data prevista.

Alguns números relevantes deverão ser divulgados nesta semana. Entre eles estão o relatório de empregos do setor privado elaborado pela empresa ADP e diversos indicadores de atividade do ISM, mostrando a temperatura dos negócios na indústria e nos serviços. No entanto, os membros do Fomc estão tendo de pilotar a política monetária por instrumentos, sem ter acesso aos dados primários.

Um indicador de risco, a cotação do bitcoin, está em forte baixa no início da manhã. A criptomoeda mais negociada é cotada a 86,5 mil dólares, queda de 5,5 por cento em relação à sexta-feira. Os investidores estão reticentes com relação a uma falha crítica na plataforma DeFi Yearn Finance, que trouxe preocupações sobre liquidez e sobre a criação de tokens não autorizados.



Petrobras (PETR4) divulga plano plurianual 2026-2030


Na noite da quinta-feira (27), a Petrobras (PETR4) divulgou seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, prevendo aportes entre 91 bilhões e 109 bilhões de dólares no período. Considerando um câmbio de 5,35 reais por dólar, o montante total equivale a aproximadamente 535 bilhões de reais. Mesmo diante de um cenário de preços mais baixos do petróleo, o plano mantém o foco no crescimento da companhia, preservando a sustentabilidade financeira.

Para 2026, ano com maior grau de precisão nas projeções, a Petrobras estima investimentos de cerca de 16,9 bilhões de dólares, ou aproximadamente 95 bilhões de reais. Para os anos de 2029 e 2030, há previsão de redução nos investimentos, embora, em nossa avaliação, o impacto seja menor em comparação à análise detalhada do próximo ano.

Os recursos continuarão sendo majoritariamente direcionados ao segmento de Exploração e Produção, que deverá receber 76,3 por cento da alocação em 2026. Esse percentual tende a crescer nos próximos anos, à medida que a Petrobras avança seu plano de expansão nos segmentos de Refino, Transporte e Comercialização.

No segmento de Refino, Transporte e Comercialização, a empresa pretende alocar 16,5 por cento dos recursos, com foco na ampliação da produção de diesel, cuja participação na produção total deve passar de 40 por cento para 45 por cento.

Já o segmento de Gás e Energias de Baixo Carbono receberá 6,7 por cento do montante total, com investimentos prioritariamente voltados para etanol e biodiesel, acompanhando as tendências globais de transição energética.

A Petrobras também apresentou projeções de geração de caixa, que servirão para financiar tanto o plano de investimentos quanto a remuneração aos acionistas. Para 2026, a expectativa é gerar entre 190 bilhões e 200 bilhões de reais em Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais nos próximos 12 meses.

Considerando investimentos de aproximadamente 95 bilhões de reais no próximo ano e aplicando a fórmula de pagamento de dividendos, estimamos uma distribuição de proventos entre 40 bilhões e 45 bilhões de reais, equivalente a um dividend yield de 10 por cento a 11 por cento.

O endividamento da companhia permanece em nível confortável, com relação dívida líquida/EBITDA em 1,5x, patamar que a empresa pretende manter nos próximos anos.



Axia (AXIA3) propõe grande distribuição de proventos e busca Novo Mercado

A Axia Energia, antiga Eletrobras, informou ao mercado que a decisão de propor a distribuição de quase 40 bilhões de reais em reservas de lucros, em forma de proventos, marcou um dos movimentos corporativos mais relevantes do setor elétrico brasileiro nos últimos anos. A proposta, embora tenha sido imediatamente associada à ideia de um mega dividendo, é mais complexa e envolve uma engenharia societária que busca equilibrar governança, planejamento tributário, flexibilidade financeira e previsibilidade para os acionistas.

O plano consiste em transformar essas reservas acumuladas em uma nova classe de ações preferenciais, chamadas PNC, que seriam distribuídas gratuitamente aos acionistas na forma de bonificação.

Essas ações não representam um dividendo em dinheiro imediato, mas sim um crédito econômico que pode se materializar no futuro através de pagamento de proventos, recompras ou conversões em ações ordinárias.

A criação das PNCs responde a uma conjuntura regulatória e tributária que vem pressionando empresas brasileiras a encontrar modelos mais eficientes de distribuição de lucros. Com a perspectiva de taxação de dividendos em breve, muitas companhias buscam estratégias para antecipar o reconhecimento de reservas e, ao mesmo tempo, preservar a capacidade de escolher o melhor momento para realizar pagamentos em dinheiro.

A estrutura desenhada pela Axia dá à administração a possibilidade de decidir, exercício a exercício, se converterá PNCs em dividendos, se recomprará parte delas ou se as transformará em ações ordinárias até 2031. Esse longo prazo oferece grande margem de manobra, permitindo adaptação a diferentes cenários fiscais, regulamentares ou setoriais.

Além da questão tributária, o movimento está inserido em um esforço mais amplo de fortalecimento da governança corporativa. A empresa retomou estudos para migrar para o Novo Mercado da B3, segmento que exige o uso exclusivo de ações ordinárias e padrões elevados de transparência e direitos aos acionistas.

A classe PNC, mesmo sendo preferencial, foi desenhada com direito a voto, justamente para não violar os princípios de igualdade e não criar assimetrias que comprometeriam uma eventual migração. Esse desenho reforça o compromisso declarado da companhia com práticas de governança que atendam às expectativas de investidores institucionais e internacionais, muitos dos quais consideram imprescindível a presença no Novo Mercado para incluir o papel em seus portfólios.

Para os acionistas, a proposta abre um leque de potenciais benefícios, mas também exige compreensão dos riscos e da natureza mais gradual desse tipo de mecanismo. Em tese, reconhecer quase 40 bilhões de reais como reserva distribuível deveria representar uma sinalização positiva sobre a robustez financeira da empresa e sua disposição de retornar valor aos investidores.

 
E Eu Com Isso?
 
No entanto, a ausência de pagamento imediato significa que parte desse valor só será percebida ao longo dos próximos anos, dependendo de decisões futuras da administração e das condições de mercado. Ainda assim, o fato de que cada PNC carrega um direito econômico explícito tende a ancorar expectativas positivas sobre o valor das ações, sobretudo se o mercado acreditar na capacidade da empresa de gerar caixa e se beneficiar das mudanças de governança.

A proposta será levada à votação em assembleia de acionistas no fim de 2025, etapa crucial para sua implementação. Até lá, investidores acompanharão atentamente não apenas a evolução regulatória e tributária, mas também a performance operacional da Axia, seu plano estratégico e sua eventual mudança de segmento de governança.

Em um setor que exige investimentos pesados e possui forte influência estatal, a capacidade de construir previsibilidade e confiança pode ser tão valiosa quanto os próprios dividendos prometidos. Assim, a iniciativa da Axia representa não apenas uma movimentação financeira, mas um gesto simbólico: o de tentar redefinir sua relação com o mercado após anos de transformações estruturais.




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A INSIDE RESEARCH LTDA. (“INSIDE”), empresa do Grupo Levante Investimentos (“LEVANTE ”), declara que participou da elaboração do presente relatório de análise e é responsável por sua distribuição exclusivamente nos canais autorizados das empresas do Grupo Levante, tendo como objetivo somente informar os seus clientes com linguagem clara e objetiva, diferenciando dados factuais de interpretações, projeções, estimativas e opiniões, não constituindo oferta de compra ou de venda de nenhum título ou valor mobiliário. Além disso, os dados factuais foram acompanhados da indicação de suas fontes e as projeções e estimativas foram acompanhadas das premissas relevantes e metodologia adotadas. Todas as informações utilizadas neste documento foram redigidas com base em informações públicas, de fontes consideradas fidedignas. Embora tenham sido tomadas todas as medidas razoáveis para assegurar que as informações aqui contidas não são incertas ou equivocadas no momento de sua publicação, a INSIDE e os seus analistas não respondem pela veracidade das informações do conteúdo, mas sim as companhias de capital aberto que as divulgaram ao público em geral, especialmente perante a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”). As informações, opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e estão sujeitas a mudanças, não implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal mudança. Para maiores informações consulte a Resolução CVM nº 20/2021, e, também, o Código de Conduta da Apimec para o Analista de Valores Mobiliários. Em cumprimento ao artigo 16, II, da referida Resolução CVM nº 20/2021. As decisões de investimentos e estratégias financeiras sempre devem ser realizadas pelo próprio cliente, de preferência, amparado por profissionais ou empresas habilitadas para essa finalidade, uma vez que a INSIDE não exerce esse tipo de atividade. Esse relatório é destinado exclusivamente ao cliente da INSIDE que o contratou. A sua reprodução ou distribuição não autorizada, sob qualquer forma, no todo ou em parte, implicará em sanções cíveis e criminais cabíveis, incluindo a obrigação de reparação de todas as perdas e danos causados, nos termos da Lei nº 9.610/98, além da cobrança de multa não compensatória de 20 (vinte) vezes o valor mensal do serviço pago pelo cliente. Em conformidade com os artigos 20 e 21 da Resolução CVM nº 20/2021, o analista Eduardo Jamil Rahal (inscrito no CNPI sob o nº 8204) declara que (i) é o responsável principal pelo conteúdo do presente relatório de análise; (ii) as recomendações nele contidas refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e que foram elaboradas de forma independente, inclusive com relação à INSIDE.

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O fim de um novembro atípico: Ibovespa em alta e Wall Street em baixa. https://levanteideias.com.br/artigos/o-fim-de-um-novembro-atipico-ibovespa-em-alta-e-wall-street-em-baixa https://levanteideias.com.br/artigos/o-fim-de-um-novembro-atipico-ibovespa-em-alta-e-wall-street-em-baixa#respond Fri, 28 Nov 2025 12:51:01 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=52625 O post O fim de um novembro atípico: Ibovespa em alta e Wall Street em baixa. apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

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Mercados com Rafael Bevilacqua

As estatísticas são claras. Novembro é um mês de alta em Wall Street. Um levantamento do comportamento dos mercados desde 1950 mostra que, na média, o índice americano S&P de 500 ações se valoriza 1,8 por cento no penúltimo mês do ano. E no primeiro ano de mandato de um presidente, essa alta é de 1,6 por cento. No entanto, este novembro está sendo totalmente atípico.

O último pregão do mês se inicia com uma perspectiva diferenciada para os mercados no Brasil e nos Estados Unidos. Por aqui, o Ibovespa teve um mês bastante positivo. A alta acumulada no mês até a quinta-feira (27) era de 5,9 por cento em reais e de 6,6 por cento em dólares. Já em Wall Street, o índice S&P de 500 ações recuou 0,4 por cento até a quarta-feira (26) e o Nasdaq caiu 2,15 por cento – não houve pregão na quinta-feira devido ao feriado nacional do Dia de Ação de Graças.

Em geral, quando o Ibovespa e os índices americanos seguem caminhos diferentes, as ações sobem por lá e recuam por aqui – principalmente pelos problemas domésticos. No entanto, em novembro ocorreram dois movimentos distintos.

Os investidores americanos revisaram para pior suas expectativas com as ações das empresas de tecnologia, em especial as de inteligência artificial (IA). A preocupação não é com o crescimento do setor – os usuários das diversas ferramentas de IA seguem fiéis a seus pilotos e continuam compartilhando animadamente prompts para funções diversas.

A questão é se os investimentos bilionários dessas empresas para desenvolver software e, mais preocupante, capacidade de processamento terão retorno financeiro. Na dúvida, muitas ações caíram. Não foi um acaso que o Nasdaq, que tem predomínio das ações de tecnologia, tenha caído mais do que o S&P 500.

Por aqui, os investidores celebraram expectativas melhores para os juros comprando ações. Há uma perspectiva de que o Federal Reserve (FED), o banco central americano, reduza os juros em 0,25 ponto percentual na última reunião do ano do Federal Open Market Committee (Fomc), agendada para os dias 9 e 10 de dezembro.

E apesar de haver 92 por cento de expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a Selic inalterada em 15 por cento na reunião agendada para a mesma data, os investidores esperam uma sinalização de afrouxamento da política monetária em 2026. Esses dois cenários distintos justificaram os movimentos diferenciados dos índices.

Vai continuar? A política de Donald Trump de alterar tarifas e regras para o fluxo de trabalhadores para os Estados Unidos adiciona um componente de incerteza para a economia. Essa incerteza quer dizer mais risco. Os mercados acionários funcionam como um amplificador das expectativas, e isso se reflete no aumento da volatilidade. Por isso, a única certeza é que será mais difícil prever o comportamento das ações ao longo das próximas semanas.


E Eu Com Isso?

O movimento da manhã em Wall Street está sendo prejudicado por uma falha técnica no centro de dados da bolsa de Chicago, a CME, que paralisou temporariamente as negociações de contratos futuros nos Estados Unidos e dificulta uma leitura mais precisa dos ativos americanos neste início de dia. Sem o parâmetro do mercado americano, o Ibovespa recuou na quinta-feira (27) mas manteve o nível de 158 mil pontos. Não se descarta a hipótese de que a realização de lucros continue.

Para terminar, quero compartilhar uma novidade exclusiva.

Levante Master Black já está no ar e apresenta uma condição única na história da Levante.

Você poderá entender como funciona o acesso vitalício a todas as estratégias.

As vagas são restritas e podem esgotar rapidamente.


 Mercado especula que Ultrapar (UGPA3) estaria montando posição em Rumo (RAIL3)


Nos últimos dias, alguns movimentos no mercado acionário chamaram a atenção por sugerirem que a Ultrapar (UGPA3) pode estar realizando uma entrada gradual na Rumo (RAIL3), uma das principais companhias de infraestrutura ferroviária do país.

Embora não haja comunicado oficial, segundo o Brazil Journal foram observados fluxos que indicam que a holding estaria buscando exposição econômica ao ativo por meio de instrumentos derivativos, especialmente contratos conhecidos como total return swaps. Esse tipo de operação é utilizado por investidores que desejam capturar o desempenho de uma ação sem necessariamente adquirir a posição direta na Bolsa.

Nesse arranjo, uma instituição financeira compra os papéis no mercado tradicional e transfere ao investidor os ganhos e perdas da variação desses ativos. Em troca, recebe uma remuneração previamente definida. Esse mecanismo tem sido cada vez mais usado para operações estruturadas, pois combina discrição com eficiência de alocação de capital.

A dinâmica de mercado reforçou essa interpretação. Nas últimas sessões, houve um aumento do volume negociado das ações da Rumo, com um pregão registrando a movimentação de mais de doze milhões e meio de papéis, número bastante superior ao padrão recente. O mercado especula que esse movimento está ligado à atuação de um banco internacional, que, segundo leituras de fluxo, poderia ser o Morgan Stanley, embora nada tenha sido oficialmente confirmado.

Esse interesse surge em um momento em que a ação da Rumo vinha sendo negociada próxima aos níveis mais baixos dos últimos anos. Em cenários como esse, investidores com horizonte de longo prazo costumam reavaliar oportunidades, sobretudo quando a companhia em questão possui ativos únicos, posição estratégica no setor e perspectivas de expansão. No caso da Rumo, o avanço da malha ferroviária, a integração logística e a relevância do agronegócio brasileiro sustentam expectativas de crescimento consistente no médio e no longo prazo.

A estrutura de governança da Rumo, por sua vez, estabelece mecanismos que preservam a estabilidade acionária ao exigir oferta pública caso um novo investidor ultrapasse 15 por cento do capital. Esse tipo de cláusula tende a desencorajar movimentos abruptos e reforça a necessidade de qualquer investidor interessado adotar uma estratégia gradual.

A Ultrapar mantém um portfólio diversificado, que inclui operações em combustíveis, GLP, petroquímica e armazenagem, além da presença crescente em ativos logísticos, como demonstrado pela aquisição de controle da Hidrovias do Brasil. Esse histórico recente sugere que a holding avalia oportunidades que ampliem sua exposição à infraestrutura essencial, reforcem sinergias operacionais e contribuam para a resiliência do grupo.


E Eu Com Isso?

Outro ponto que fortalece a interpretação de um interesse estratégico da Ultrapar é o atual presidente do conselho, que participou anteriormente da reestruturação que deu origem ao modelo operacional atual da Rumo.

Essa experiência prévia facilita a leitura do setor e contribui para identificar oportunidades alinhadas com o perfil de investimentos da holding, que tradicionalmente privilegia negócios com estabilidade de fluxo, relevância logística e vínculos naturais com energia e infraestrutura.

Diante desse contexto, seguimos com visão neutra para os papéis envolvidos, mas monitoramos de perto a evolução do fluxo de mercado. Continuamos revisando nossos modelos de avaliação por Fluxo de Caixa Descontado, buscando identificar ativos com potencial de retorno mais elevado e fundamentos capazes de sustentar valorização ao longo do tempo.



Vibra (VBBR3) inicia fornecimento regular de SAF em Salvador, ações avançam

A Vibra Energia (VBBR3) iniciou recentemente o fornecimento de combustível sustentável de aviação (SAF) no Aeroporto Internacional de Salvador, em parceria com o governo da Bahia. A operação marca a primeira utilização contínua deste tipo de combustível em voos comerciais no Brasil. Do ponto de vista do investidor, o movimento representa um avanço na estratégia de diversificação da companhia, mas ainda em fase inicial de desenvolvimento frente ao peso atual do portfólio tradicional da empresa.

O SAF passou a abastecer rotas operadas por GOL e LATAM, em voos diários conectando Salvador a Brasília e São Paulo. A mistura utilizada 10 por cento de SAF e 90 por cento de querosene convencional, segue o padrão aceito internacionalmente, permitindo uso em aeronaves comerciais sem necessidade de adaptações. Para a Vibra, esse fornecimento abre espaço para testar a maturidade operacional e logística desse produto em escala comercial, avaliando custos, demanda das companhias aéreas e viabilidade de expansão.

Embora o mercado de SAF ainda seja pequeno e com preços superiores ao combustível fóssil, há pressão regulatória e ambiental crescente no setor aéreo, o que pode estimular novos contratos no futuro. Para o investidor de VBBR3, o ponto-chave é observar se essa operação se consolida como uma linha de negócio capaz de ganhar participação relevante dentro do faturamento total da empresa, já que, por enquanto, tem participação marginal frente às operações de distribuição de combustíveis tradicionais.

A capilaridade logística da Vibra pode favorecer a expansão futura desse tipo de fornecimento, caso a demanda aumente. A empresa possui uma rede ampla de infraestrutura de distribuição, o que facilita a integração do SAF às suas operações. No entanto, ainda existe dependência de terceiros na produção do combustível, além de limitações de oferta no mercado nacional, fatores que tendem a influenciar a velocidade de crescimento desse segmento.

A entrada no fornecimento de SAF é coerente com os compromissos públicos assumidos pela companhia em relação à transição energética. Entretanto, é importante diferenciar iniciativas com impacto reputacional positivo, de impactos financeiros de curto prazo, que devem permanecer limitados até que haja escalabilidade na produção e redução de custos.

 
E Eu Com Isso?
 
Para o acionista, o principal benefício imediato está mais relacionado ao posicionamento estratégico do que ao resultado financeiro direto, ao menos no primeiro momento. O fornecimento regular de SAF coloca a Vibra entre as empresas brasileiras que estão se preparando para atender demandas futuras de descarbonização, especialmente em setores de difícil redução de emissões, como a aviação. Ainda assim, é cedo para estimar o tamanho real do mercado nacional ou o papel que a empresa poderá ocupar nele.

A operação em Salvador representa um avanço dentro da agenda de transição energética da Vibra, mas ainda não altera a estrutura de receitas da companhia. Trata-se de um movimento em relação ao desenvolvimento da cadeia de produção de SAF no Brasil, à evolução regulatória e ao interesse das companhias aéreas em adoção mais ampla do combustível. 

De maneira geral, seguimos observando Vibra como bem precificada neste momento.


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