alta dos juros – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br Recomendações, análises e carteiras de investimentos para maiores rentabilidades. Wed, 19 Jan 2022 16:12:42 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.1.1 https://levanteideias.com.br/wp-content/uploads/2018/02/cropped-avatar_lvnt-32x32.png alta dos juros – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br 32 32 Juros sobem na Europa e nos EUA https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/juros-sobem-na-europa-e-nos-eua https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/juros-sobem-na-europa-e-nos-eua#respond Wed, 19 Jan 2022 16:12:39 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35796 Três notícias movimentam os mercados internacionais de títulos na manhã desta quarta-feira (19). A primeira foi o fato de que os juros dos títulos referenciais de dez anos do Tesouro alemão se tornarem positivos pela primeira vez desde maio de 2019. Há quase três anos, quando o BCE (Banco Central Europeu) começou a reduzir os… Read More »Juros sobem na Europa e nos EUA

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Três notícias movimentam os mercados internacionais de títulos na manhã desta quarta-feira (19). A primeira foi o fato de que os juros dos títulos referenciais de dez anos do Tesouro alemão se tornarem positivos pela primeira vez desde maio de 2019. Há quase três anos, quando o BCE (Banco Central Europeu) começou a reduzir os juros da Zona do Euro, o rendimento desses papéis caiu. Agora, nesta manhã, os juros voltaram a ser positivos.

Não é nada drástico. Ao contrário, a rentabilidade desses títulos estava em 0,014%, o que quer dizer que o investidor que aplicasse um milhão de euros teria, no fim do ano, € 140 de ganho nominal antes de pagar os impostos. Porém, já é um resultado positivo, algo que não existiu por um período razoável.

Do outro lado do Atlântico, a rentabilidade dos títulos do Tesouro americano prossegue sua escalada. O rendimento do título de dez anos atingiu 1,9% na manhã de quarta-feira, seu ponto mais alto desde dezembro de 2019, com uma alta de dois pontos-base. O rendimento dos títulos longos de 30 anos também subiu e chegou a 2,2%.

Essas altas não ocorreram por acaso. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, já deixou claríssimo que vai começar a elevar as taxas logo, o mais provavelmente no primeiro trimestre, e que vai começar a vender títulos e reduzir o tamanho de seu balanço, atualmente em US$ 8,8 trilhões. Essa redução do balanço, que ocorrerá por meio da venda de títulos, deve começar no segundo semestre, apertando ainda mais a política monetária americana.

A terceira notícia foi a inflação na Inglaterra, que chegou a 5,4% ao ano em dezembro de 2021. Foi a maior taxa desde março de 1992, e ficou acima dos 5,1% em novembro, que já eram a maior alta de uma década. As projeções para a inflação nos 12 meses até dezembro eram um pouco menores, ao redor de 5,2%. Em uma base mensal, os preços ao consumidor subiram 0,5% em dezembro, superando as projeções, que eram de uma alta de 0,3%.

Tudo isso indica que aumentou a probabilidade de os juros começarem a subir na Europa, após não haver dúvidas de alta nos Estado Unidos. O aumento do custo de vida está aumentando as expectativas de que o Banco da Inglaterra (Bank of England, BOE), o banco central inglês, vai voltar a elevar os juros, ainda que marginalmente.

Em dezembro de 2021, o BOE foi o primeiro banco central relevante a apertar a política monetária. A taxa referencial subiu 10 pontos-base (0,1%) para 0,25% ao ano. Agora, a inflação acima do esperado eleva a probabilidade de uma nova alta na reunião de fevereiro. O BOE já afirmou estar atento à oferta fraca de mão de obra na Inglaterra. O número de vagas em aberto vem batendo recordes, e os níveis de emprego seguem abaixo do patamar anterior à pandemia.

O BCE está atrasado no processo de normalizar os juros em comparação com o Fed e o BOE, mas o aumento da inflação na zona do Euro e a alta das taxas no mercado de títulos públicos indicam que esse movimento pode estar próximo. Pelo menos essa parece ser a expectativa dos investidores.

Indicadores

A segunda prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) de janeiro subiu para 1,95% ante 0,43% na mesma leitura de dezembro. O IGP-M para o mês de dezembro foi de 0,87%, informou a FGV (Fundação Getulio Vargas). O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) ficou em 2,51%, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu 0,32% e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) ficou em 0,57%.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros tanto do Ibovespa quanto do índice americano S&P 500 iniciam a sessão da quarta-feira em alta.

As notícias são positivas para a Bolsa.

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Leia também: Defenda seu dinheiro da inflação.

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A Bolsa está barata? https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-bolsa-esta-barata-3 https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-bolsa-esta-barata-3#respond Thu, 18 Nov 2021 14:40:40 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=33313 Na quarta-feira (17), o Ibovespa fechou a 102,9 mil pontos. Foi o menor valor nominal desde 12 de novembro de 2020. Desde o início do ano, o principal indicador do mercado acionário brasileiro já amarga uma baixa de 13,5%. Em momentos como esse surge a pergunta: é hora de comprar? Toda questão complexa tem uma… Read More »A Bolsa está barata?

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Na quarta-feira (17), o Ibovespa fechou a 102,9 mil pontos. Foi o menor valor nominal desde 12 de novembro de 2020. Desde o início do ano, o principal indicador do mercado acionário brasileiro já amarga uma baixa de 13,5%. Em momentos como esse surge a pergunta: é hora de comprar?

Toda questão complexa tem uma resposta incrivelmente simples e provavelmente errada. Por isso, vamos analisar a pergunta mais detalhadamente antes de responder.

Aqui, na Levante Ideias de Investimentos, repetimos frequentemente que o Brasil não é a Suíça, mas também está longe de ser a Venezuela. Apesar de ainda ficarmos devendo em muitas coisas como país, não caminhamos aceleradamente para o abismo.

Não vamos arriscar uma análise sociológica nem política. Fiquemos apenas no campo empresarial. Podemos afirmar com certeza que os negócios funcionam no Brasil. Os bancos são sólidos, solventes, e podem captar dinheiro para conceder empréstimos sem que os investidores fiquem temerosos. As empresas são geridas de maneira racional – e as que não seguem essa regra são logo expulsas do mercado ou trocam de dono.

Apesar das dificuldades da infraestrutura, da burocracia paralisante e dos ataques periódicos de irracionalidade e irresponsabilidade do setor público, as companhias abertas e fechadas conseguem contratar pessoas, comprar insumos, elaborar produtos ou prestar serviços. E os acionistas têm seu capital remunerado por meio dessas atividades.

Essa situação em que o empreendedor empreende, a empresa opera e o acionista é remunerado parece tão corriqueira que nos leva a esquecer que em vários lugares não é assim.

Pensemos nas vizinhas Argentina e Venezuela, onde a atividade empresarial vem definhando há décadas. Se o empresário brasileiro inveja as condições de seu concorrente nos Estados Unidos ou em Cingapura, pense que há empreendedores latino-americanos ou africanos que olham desejosos para a moeda relativamente estável e para o Judiciário relativamente previsível (pelo menos nas questões entre entes dos setor privado) do Brasil.

Todo esse prólogo para responder que, sim, pode ser hora de comprar algumas ações específicas cujos preços caíram bastante devido aos últimos episódios de volatilidade.

O que contaminou os preços das ações foram causas bem conhecidas e já discutidas fartamente neste espaço. O aumento do risco de desequilíbrio fiscal elevou a percepção de risco e fez o real se depreciar bastante em relação ao dólar. Isso, aliado à alta dos preços dos combustíveis e à estiagem, elevou bastante os índices de inflação e obrigou o BC (Banco Central) a endurecer sua política monetária mais do que o esperado. Como resultado, os juros mais altos devem prejudicar o crescimento econômico em 2022. Esse cenário adverso faz piorar as expectativas e baixa as cotações.

Há ações de boas empresas que estão baratas em comparação às máximas de há poucos meses? Sim. Elas podem ficar ainda mais baratas, levando o investidor a ter de amargar uma desvalorização de seu patrimônio (e um prejuízo se vender)? Sim também.

Os resultados do 3T21 mostraram uma coleção de lucros recordes, apesar de os faturamentos terem crescido menos. Isso se deve à lição de casa feita por muitas empresas durante a pandemia, que foi uma oportunidade para repensar processos e reduzir custos.

Assim, a chamada alavancagem operacional, que é a possibilidade de a empresa melhorar seus resultados por meio de ganhos de eficiência, ainda deve render bons frutos por mais algum tempo. Pode ser que não vejamos novos recordes tão cedo, mas os números tendem a permanecer bons.

Por isso, a resposta à pergunta do título é sim, com uma ressalva. A “bolsa” é um universo amplo e diversificado. Alguns de seus participantes apresentam uma boa relação entre risco e retorno no longo prazo, apesar de os preços ainda estarem sujeitos à volatilidade devido à conjuntura. Outros, porém, são arriscados demais – ou por serem estatais ou por estarem em setores sujeitos a ameaças regulatórias ou mercadológicas. Para diferenciar o joio do trigo, você pode contar sempre com os profissionais da Levante Ideias de Investimentos.

Indicadores

A FGV (Fundação Getulio Vargas) divulgou nesta quinta-feira (18) a segunda prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) de novembro. A inflação acelerou para 0,76% na segunda prévia de novembro, ante uma deflação de 0,03% em outubro. A aceleração do IGP-M foi puxada pelo IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que passou de deflação de 0,32% em outubro para alta de 0,77%.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros do Ibovespa iniciam a sessão da quinta-feira com uma leve alta após a desvalorização da véspera. No entanto, o movimento dos preços pode apresentar uma volatilidade elevada devido às incertezas com a conjuntura.

As notícias são positivas para a bolsa em um cenário de volatilidade.

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Leia também: Festa no varejo americano.

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Incertezas sustentam alta dos juros | Denise Campos de Toledo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/incertezas-sustentam-alta-dos-juros https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/incertezas-sustentam-alta-dos-juros#respond Fri, 25 Jun 2021 12:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=26927 A semana teve uma importante agenda de referência para as expectativas em relação à política de juros, a ser implementada no Brasil, ou o que se pode esperar em termos de ajuste da taxa básica. Saiu a ata da reunião do Comitê de Política Monetária da semana passada, o Relatório Trimestral de Inflação e novos… Read More »Incertezas sustentam alta dos juros | Denise Campos de Toledo

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A semana teve uma importante agenda de referência para as expectativas em relação à política de juros, a ser implementada no Brasil, ou o que se pode esperar em termos de ajuste da taxa básica.

Saiu a ata da reunião do Comitê de Política Monetária da semana passada, o Relatório Trimestral de Inflação e novos índices de preços. E não houve muita mudança nas expectativas, além da deflagrada pela última elevação da Selic e o comunicado do Copom.

Os juros vão subir mais que era esperado até chegarem ao patamar neutro, diante de pressões inflacionárias que devem prosseguir por uma série de fatores.

Ainda que se possa contar com o dólar em nível mais baixo, até por reflexo da elevação dos juros, e com alguma acomodação dos preços de commodities, a inflação, além de continuar rodando muito acima do teto da meta, ainda sente o impacto das commodities mais caras sobre os preços de varejo e da falta de alguns materiais e insumos, por desequilíbrios entre oferta e demanda, provocados pelas incertezas relacionadas à pandemia. 

Por outro lado, a retomada da atividade ainda tende a dar margem para mais aumentos de preços e, no cenário interno, tem todo o risco relacionado à crise hídrica. A forte correção que deve ser aplicada sobre as bandeiras tarifárias deve ter impacto significativo sobre as contas de energia, afetando também os custos para as empresas, com possível repasse para os preços de produtos e serviços. Isso, além do que deve ocorrer apenas pela retomada da atividade pós fase mais pesada da crise sanitária.

Nessa questão da energia, o próprio BC vê um possível impacto negativo sobre a atividade, que não é descartado nem pelo Ministério da Economia. Paulo Guedes falou em um “racionamento” provocado pelos preços. Seria a redução do consumo de energia para evitar despesas maiores, o que, de fato, pode ter alguma implicação sobre o ritmo de retomada. Sem esquecer da possibilidade de ser imposto algum tipo de racionamento, para evitar o risco de apagões, dada a gravidade da crise hídrica. O Ministério das Minas e Energia vem buscando amparo legal para as medidas que pretende tomar para gerenciar a crise.

Mas, mesmo com algumas incertezas relacionadas à atividade, a expectativa é de aceleração do crescimento, com uma expansão do PIB que deve ficar entre 5 e 6% este ano.

Essa projeção e mais a lista de fatores citados, que podem influenciar a trajetória da inflação, devem confirmar uma elevação maior dos juros básicos até o final do ano. Movimento que ainda pode ter o reforço das especulações constantes quanto ao corte de estímulos e antecipação da alta dos juros pelo Federal Reserve, nos Estados Unidos. Indicação que poderia limitar o impacto da alta dos juros por aqui, especialmente via câmbio.

Esse cenário de juros em alta já tem favorecido as aplicações de renda fixa, com o aumento do interesse dos investidores, especialmente, os de perfil mais conservador.

As incertezas fiscais e políticas do País também colaboram, já que trazem algum risco adicional de maior volatilidade dos ativos, o que, inclusive, também reforçaria a já prevista tendência de alta mais forte dos juros. CPI da Covid, crise hídrica, ampliação dos gastos com foco nas eleições, jabutis por interesse político, incluídos na agenda de pautas relevantes podem, inclusive, atrapalhar a esperada acomodação do câmbio, decorrente da alta dos juros. Dólar baixo se, tudo mais, correr dentro do previsto.

A Coluna da Denise Campos é publicada toda sexta-feira em nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.

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Leia mais da Denise Campos de Toledo: Dificuldades para além da inflação | Denise Campos de Toledo.

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Como se proteger da alta das taxas de juros nos EUA? | Domingo de Valor https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/como-se-proteger-da-alta-das-taxas-de-juros-nos-eua-domingo-de-valor https://levanteideias.com.br/artigos/domingo-de-valor/como-se-proteger-da-alta-das-taxas-de-juros-nos-eua-domingo-de-valor#respond Sun, 23 May 2021 15:00:00 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=24590 Na coluna de hoje, vou falar sobre o impacto da possível alta das taxas de juros nos Estados Unidos sobre os investimentos no Brasil, como proteger uma carteira de ativos se o Fed (Banco Central dos EUA) começar a reduzir a liquidez mundial e iniciar a trajetória de alta nas taxas de juros de curto… Read More »Como se proteger da alta das taxas de juros nos EUA? | Domingo de Valor

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Na coluna de hoje, vou falar sobre o impacto da possível alta das taxas de juros nos Estados Unidos sobre os investimentos no Brasil, como proteger uma carteira de ativos se o Fed (Banco Central dos EUA) começar a reduzir a liquidez mundial e iniciar a trajetória de alta nas taxas de juros de curto prazo (Fed Funds).

Na quarta-feira (19/maio), foi divulgada a Ata da reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), realizada nos dias 27 e 28 de abril.

Leitura da Ata do Fomc

A leitura, a partir das declarações do Copom americano é: o Fed anunciou, tímida e cautelosamente, uma mudança de rota na condução da política monetária. 

O resumo das 13 páginas da Ata pode ser este: dependendo dos indicadores da economia americana (emprego, PIB e inflação), os membros do Comitê podem começar a discutir uma redução das medidas de estímulo econômico. Mesmo usando a linguagem neutra e cautelosa dos bancos centrais, essa declaração indica uma nova direção.

Estímulos na economia têm efeito colateral

Os diretores do Fed já começaram a considerar o efeito das já previstas distorções provocadas pelas medidas de estímulo econômico. 

Desde o início da pandemia, o Fed vem comprando 120 bilhões de dólares em títulos públicos todos os meses. Em um cálculo aproximado, seu balanço atingiu 7,9 trilhões de dólares, quase o dobro do que era antes do coronavírus. 

Aqui estamos falando de uma “chuva de dinheiro” nos EUA, proporcionada pelo Fed e pelo Congresso, bem ao estilo Silvio Santos jogando aviãozinho de dinheiro para a plateia do show de calouros.

Distorções nos dados de emprego dos EUA

Um claro exemplo desta distorção na economia americana pode ser observado nos dados de emprego dos EUA: mesmo com a criação de 597 mil vagas de trabalho abertas em março, com um recorde de 8,12 milhões de vagas disponíveis, a quantidade de contratações no mês de abril foi apenas de 226 mil, muito abaixo das 770 mil de março e muitíssimo menos do que a expectativa, que era de quase um milhão de contratações.

Essa diferença entre muitas vagas e poucos empregos pode ser creditada às medidas de estímulo econômico. A maior parte das posições em aberto é para trabalho de pouca qualificação, como os empregos em bares, restaurantes e hotéis. A demanda por mão de obra está elevada nesses setores, neste momento de reabertura da economia. Porém, muitos trabalhadores preferem ficar em casa enquanto continuarem a receber os estímulos.

Pergunta de um trilhão de dólares

A pergunta de um trilhão de dólares é quando o Fed vai começar a subir os juros nos EUA e começar a reduzir a injeção de liquidez nos mercados internacionais?

Inflação nos EUA

O principal índice de inflação dos EUA (CPI – Consumer Price Index), subiu bastante no mês de abril. A alta acumulada é de 4,2 por cento nos últimos 12 meses, comparado à variação acumulada de 2,6 por cento nos últimos 12 meses encerrados em março.  

Taxa de juros de curto prazo

A taxa de juros de curto prazo nos EUA, o chamado Fed funds equivalente à taxa Selic, está atualmente muito baixa e permanece no intervalo de zero a 0,25 por cento ao ano, de maneira a estimular a economia americana.

Na última decisão sobre a taxa de juros, com o respectivo discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, as declarações foram ao encontro  de uma política monetária mais estimulativa da economia dos EUA, com tolerância à inflação mais alta para que o emprego, a renda e o PIB norte-americanos possam se recuperar da pandemia.

Treasuries

As taxas de juros futuras do Tesouro dos EUA com prazo de 10 anos, as chamadas Treasuries, são basicamente pré-fixadas e estão, atualmente, no patamar de 1,65 por cento ao ano.

Curiosamente, o investidor que comprar hoje títulos de dívida dos EUA (Treasuries) perderia dinheiro no caso de uma virada na política do Fed com aumento das taxas de juros (fed funds), se resgatasse antes do vencimento.

Na renda fixa, quando a taxa (yield) sobe, o preço unitário (PU) cai devido à marcação a mercado (um ótimo tema para colunas futuras).

O que fazer? Como se proteger?

Existem algumas alternativas para proteger os seus investimentos da alta da taxa de juros nos EUA, mas nenhuma é assim direta, pois os juros pós-fixados (CDI) são uma “jabuticaba” brasileira, único investimento sem risco de perda, o chamado overnight para quem é um pouco mais velho.

Não invista em Treasuries agora

Nos EUA, as taxas de juros futuras são pré-fixadas e, conforme eu expliquei acima, existe risco de perda no caso de subida da taxa de juros, então investir em Treasuries neste momento NÃO é uma boa alternativa para se proteger da alta da taxa de juros nos EUA.

O caixa é o rei

A primeira alternativa, meio óbvia, é ter caixa investido em ativos líquidos com remuneração atrelada ao CDI com baixo risco (ex: CDB de banco de primeira linha como Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander), afinal a remuneração final do investimento depende da taxa de juros local (Selic/CDI). 

O caixa é o rei e é sempre bom ter uma “reserva de oportunidade” para comprar ativos em momentos de crise, essa reserva vem depois da reserva de liquidez que é muito importante. Somente para lembrar que o CDI não morreu, pois a taxa de juros Selic deverá atingir 5,5 por cento ao final de 2021.

Ouro como hedge e reserva de valor

A segunda alternativa mais segura de investimento como reserva de valor seria o ouro cotado em dólar, seja através de fundo de Ouro, Dólar ou de ETF (GOLD11). 

Ações: mais valor e menos crescimento

Uma terceira alternativa seria na renda variável (ações): reduzir a exposição  a empresas de crescimento (tecnologia) e aumentar a posição em empresas de valor, que distribuem dividendos (renda). Uma alta nas taxas de juros nos EUA ocasiona um aumento imediato na taxa livre de risco e, portanto, no custo de capital das empresas. Esse aumento no custo de capital é mais intenso nas empresas de crescimento, com impacto maior no valor justo das empresas.

Conclusão 

Para terminar, como eu não fico em cima do muro: não acredito que o Fed vai aumentar a taxa de juros ainda em 2021.

A economia americana é o motor econômico do mundo e ainda está sob fortes distorções devido aos estímulos para superar os impactos devastadores da pandemia da Covid-19.

Tudo parece estar voltando à normalidade aos poucos, com a retomada da mobilidade e a abertura das economias, mas o processo será lento e cheio de “idas e vindas”.

O banco central dos EUA é bastante orientado para dados e estatísticas, que no momento estão bastante prejudicadas pelas distorções na base de comparação de 2020.

A minha recomendação final é: não seja pessimista demais quando surgem más notícias e nem otimista demais com as boas notícias. 

Em resumo: se prepare para o pior (mais risco que demanda mais liquidez) e espere pelo melhor (um melhor retorno ajustado ao risco).

Abraços,
Eduardo Guimarães.

Leia a minha última coluna do Domingo de Valor para ficar por dentro da Bolsa: Saiba como analisar os resultados das empresas de commodities.

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A inflação e as commodities https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-inflacao-e-as-commodities https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-inflacao-e-as-commodities#respond Tue, 11 May 2021 13:29:17 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=24160 Esta terça-feira começou com muitas informações para ser analisadas. Logo cedo, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou a Ata da reunião encerrada no dia 5 de maio, em que a taxa referencial Selic foi elevada em 0,75 ponto percentual para 3,50 por cento ao ano. Uma leitura atenta da Ata mostra que ainda há… Read More »A inflação e as commodities

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Esta terça-feira começou com muitas informações para ser analisadas. Logo cedo, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou a Ata da reunião encerrada no dia 5 de maio, em que a taxa referencial Selic foi elevada em 0,75 ponto percentual para 3,50 por cento ao ano. Uma leitura atenta da Ata mostra que ainda há muita incerteza pela frente. E o cenário dos mercados internacionais não é melhor.

Comecemos pela Ata. Comentando a atividade econômica, o Copom avaliou que “a despeito da intensidade da segunda onda da pandemia ter sido maior que a esperada, os últimos dados disponíveis de atividade têm surpreendido positivamente. Para o Comitê, o segundo semestre do ano deve mostrar uma retomada robusta. (…). Os dados de atividade e do mercado de trabalho formal sugerem que a ociosidade da economia como um todo se reduziu mais rapidamente que o previsto, apesar do aumento da taxa do desemprego.”

Ou seja, apesar de haver muitos brasileiros e brasileiras procurando emprego sem encontrar, não há garantias de preenchimento de vagas assim que a economia começar a destravar. Ao contrário, a dobradinha menos emprego e menos ociosidade indica uma economia com menor capacidade de recuperação no curto prazo.

Como a inflação permanece elevada, algo novamente comprovado pelo IPCA de abril, o Comitê não apenas confirmou as expectativas de elevação da Selic como praticamente contratou uma nova alta do mesmo porte para a reunião de junho, o que deverá elevar os juros referenciais a 4,25 por cento ao ano. “O risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária”, escreveu o Copom.

A inflação não é apenas uma preocupação por aqui. Na noite da segunda-feira, as ações de tecnologia americanas apresentaram fortes baixas, e levaram de roldão os demais índices acionários. O temor dos investidores é que a alta dos preços das commodities, o minério de ferro em especial, pressione os juros de longo prazo nos Estados Unidos, travando a recuperação econômica apesar das políticas expansionistas do banco central americano.

A incerteza cresceu nas últimas horas, com a percepção por parte dos investidores que o caminho da economia para fora das medidas de restrição não será tão suave nem tão indolor quanto se esperava.

Inflação

Pressionada pela alta nos preços dos produtos farmacêuticos, a inflação de abril ficou em 0,31 por cento, abaixo da registrada em março (0,93 por cento). Com isso, o índice acumula alta de 2,37 por cento no ano e de 6,76 por cento nos últimos 12 meses. Em abril de 2020, a variação havia sido de -0,31 por cento. A principal influência foi o aumento de 2,69 por cento nos preços dos produtos farmacêuticos. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

E Eu Com Isso?

A sessão da terça-feira começa com fortes baixas nos contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500, devido ao movimento de ajuste com a percepção de mais riscos de alta na taxa de juros dos Estados Unidos.

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Leia também: Copo meio cheio | Denise Campos de Toledo.

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