Novo princípio de crise no governo
O dia de ontem ficou marcado por mais uma confusão no novo governo. O episódio envolve Gustavo Bebianno, secretário-geral da Presidência e ex-presidente do PSL, Jair Bolsonaro e seu filho, Carlos Bolsonaro.
O partido do presidente vem sendo investigado por uma suposta candidatura “laranja” (recebeu somente 274 votos) em Pernambuco nas eleições de 2018. Bebianno teria liberado R$ 400 mil de dinheiro do fundo partidário, valor maior do que o repassado para candidaturas do próprio Bolsonaro e de Joice Hasselmann (PSL-SP).
Dado o contexto, o secretário negou na terça-feira que era pivô de crise no governo, afirmando inclusive que havia falado três vezes com o presidente naquele dia.
Ontem, no entanto, Carlos Bolsonaro o desmentiu pelo Twitter, classificando a declaração como “mentira absoluta” e anexando áudio de seu pai, em que se prova que não houve nenhum tipo de conversa com Bebianno. Jair Bolsonaro retwittou as duas declarações do filho, validando o ataque.
E Eu Com Isso?
Existe uma pequena crise no Planalto. Jair Bolsonaro também já afirmou que Bebianno terá que “voltar às origens” caso as denúncias sejam comprovadas. O secretário, por sua vez, reiterou que não pretende pedir demissão.
De qualquer maneira, a confusão generalizada causou desconforto em diferentes aliados do governo, que estão incomodados com a ingerência de familiares do presidente na gestão e a exposição de desentendimentos no alto escalão de governo.
O vazamento de conversas privativas do presidente, avalia-se, também é precedente gravíssimo. Certamente, são ruídos desnecessários em tão pouco tempo.