Assinatura de documento - fechamento

Acordo no Orçamento

Após semanas de intensa discussão, o governo e o Congresso fecharam um acordo para solucionar o impasse envolvendo o Orçamento de 2021, aprovado com despesas obrigatórias subestimadas e, portanto, passível de ajustes.

A partir da forte pressão do Legislativo, o texto final deve englobar os 16,5 bilhões de reais em emendas destinadas a deputados e senadores, enquanto os vetos de gastos discricionários devem ficar na casa dos 10,5 bilhões de reais, conforme divulgou a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL-DF), nesta segunda-feira (19).

Adicionalmente, o próprio Executivo deve efetuar cortes na casa dos 9 bilhões de reais em despesas discricionárias, envolvendo emendas de bancada estadual (não obrigatórias) e outros dispêndios relacionados ao funcionamento da máquina pública federal. No total, portanto, o volume total de vetos deve ficar na casa dos 20 bilhões de reais, supostamente viabilizando a peça orçamentária.

Em contrapartida, foi aprovado um Projeto de Lei no Congresso (PLN 2/2021) para alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021, permitindo que alguns gastos fiquem de fora da meta de resultado primário e que o ajuste de gastos não obrigatórios pelo Executivo seja mais flexível. Sobre os ajustes, basicamente o que se propõe é que, caso as despesas sujeitas ao teto superem seu limite, contingenciamentos terão de ser feitos imediatamente – isso inclui, principalmente, as emendas aumentadas na reta final do processo orçamentário.

Em relação às exceções ao déficit primário (que já iam ficar fora do teto, por serem gastos editados via crédito extraordinário), ficaram de fora os 44 bilhões de reais do auxílio emergencial, os 10 bilhões do programa de redução de salário e jornada (BEm), 5 ou 10 bilhões de uma nova rodada de crédito subsidiado para micro e pequenas empresas e 20 bilhões para novos gastos para saúde – além de cerca de 10 bilhões de reais em créditos para a saúde já abertos em 2021 e 31 bilhões de reais de gastos contratados em 2020, mas que devem ser executados e pagos esse ano.

No total, isso significa que gastos fora da meta primária podem ficar na casa dos 120-125 bilhões de reais, pouco mais da metade do déficit primário estimado para 2021 (247 bilhões de reais). Havia a possibilidade de alterar a meta primária – uma solução mais transparente –, mas não houve vontade política para tal.

Por fim, destaca-se o artigo no PLN 2 que exclui-se o gasto com custeio da máquina pública como prioridade de execução, permitindo cortes maiores neste grupo de despesas, mas, por outro lado, aumentando o risco de shutdown do governo.

Ao cabo, a resolução do impasse foi de encontro com o que a equipe econômica queria e acabou, na prática, enfraquecendo fortemente as âncoras fiscais do País, com o governo tendo que se endividar ainda mais que o previsto em 2021.

E Eu Com Isso?

Se levarmos em consideração os cálculos da Instituição Fiscal Independente do Senado, órgão que serve de guardião das contas públicas brasileiras, o risco de estouro do teto continua, já que seriam necessários cortes na casa dos 31,9 bilhões de reais em gastos discricionários inflados. Com apenas 20 bilhões sendo cortados, o governo dependerá, de fato, de uma realidade de gastos menores que o previsto em despesas obrigatórias e contingenciamentos frequentes para tornar o Orçamento exequível e preservar o teto.

Com o PLN englobando a emenda “fura-teto” no acordo, a reação nos mercados nesta terça (20) deve ser negativa. Fosse o governo mais fiscalmente responsável, ou politicamente hábil, essa situação orçamentária não teria sido uma realidade. No fim do dia, porém, prevaleceu a vontade de quem tem mais poder na atual conjuntura (o Legislativo, diante de uma grande crise e um governo fragilizado em termos de popularidade e apoio no Congresso).

Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.

Para ficar por dentro do universo dos investimentos de maneira prática, clique abaixo e inscreva-se gratuitamente!

e-eu-com-isso

Leia mais sobre o caso: Orçamento de 2021 parece se encaminhar para uma solução.

O conteúdo foi útil para você? Compartilhe!

Recomendado para você

Crypto 101

Altcoins: A melhor opção para o Halving? | Crypto 101

Participe da Comunidade Levante Crypto agora mesmo e fique por dentro das principais notícias desse mercado: https://lvnt.app/uvwfup

Hoje em dia, com o Bitcoin já tendo ocupado seu espaço de mercado, muitas pessoas buscam outras moedas digitais para investir.

Afinal, criptos mais baratas – e fora do radar – possuem um potencial muito maior que o vovô das criptos.

É aí que entram as Altcoins, que cada vez mais vêm ganhando espaço no mercado cripto.

Read More »
Crypto 101

3 Criptos de Inteligência Artificial com alto potencial em 2024 | Crypto 101

Atualmente, é necessário ir além do Bitcoin e do Ethereum para conseguir lucrar de verdade no mercado Cripto, que já começa a se movimentar como uma indústria cada vez mais robusta.
Neste contexto, o setor de Inteligência Artifical em Criptomoedas se apresenta como um dos mais promissores na nova indústria, e projetos como $OCEAN (Ocean Protocol), $FET (Fetch.ai) e $PAAL (Pluto Protocol) emergem como líderes na integração dessas tecnologias de ponta.

Participe da Comunidade Levante Crypto agora mesmo e fique por dentro das principais notícias desse mercado: https://lvnt.app/uvwfup

Read More »
Crypto 101

Ganhe Criptomoedas DE GRAÇA: Conheça os Airdrops de Criptos | Crypto 101 

Airdrops de Criptomoedas é o assunto que vem parando o mercado cripto. Como assim, é possível ganhar criptomoedas DE GRAÇA?!

Basicamente, Airdrops são caracterizados pela distribuição gratuita de tokens para detentores de uma determinada criptomoeda ou membros de uma comunidade específica.

Pela importância que o assunto vem tomando, no Crypto 101 de hoje, vamos abordar as principais características dos airdrops em artigo exclusivo.

Read More »
Crypto 101

O que é Staking de Criptomoedas e como fazer na prática? | Crypto 101

Staking de criptomoedas é um processo pelo qual os detentores de determinadas moedas digitais participam da validação e do consenso das transações em suas respectivas redes blockchain. Em essência, é a prática de bloquear uma certa quantidade de criptomoedas em uma carteira específica para apoiar as operações da rede.

Hoje em dia, para quem busca novas maneiras de operar Cripto, o Staking de Criptomoedas é uma maneira inovadora e com alto potencial.

Participe da Comunidade Levante Crypto agora mesmo e fique por dentro das principais notícias desse mercado: https://lvnt.app/uvwfup

Read More »

Ajudamos você a investir melhor, de forma simples​

Inscreva-se para receber as principais notícias do mercado financeiro pela manhã.